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quarta-feira, 9 de agosto de 2023

PRECE FUNCIONA; EM BUSCA DA VERDADE COM O PROFESSOR

 “-Fui induzida a contemplar o que podemos chamar de aura da Terra. Meu guia exclamou: - Busca ver como a Humanidade se une pelo pensamento aos Planos Invisíveis. O teu golpe de vista abrangeu a paisagem, procure agora os detalhes. Fixando atentamente o quadro, notei que filamentos estranhos, em posição vertical, se entrelaçavam nas vastidões sem se confundirem. Não havia dois iguais e suas cores variavam do escuro ao claro mais brilhante. Alguns se apagavam, outros se acendiam em extraordinária sucessão e todos eram possuídos de movimento natural, sem uniformidade em suas particularidades. ‘-Esses filamentosdisse com bondade -, são os pensamentos emitidos pelas personalidades encarnadas. Esses raros que aí vês, e que se caracterizam pela sua alvura fulgurante, são os emitidos pela virtude e quando nos colocamos em imediata relação com uma dessas manifestações, que nos chegam dos Espíritos da Terra, o contato direto se verifica entre nós e a individualidade que nos interessa’. Aguçada minha curiosidade, quis entrar em relação com um pensamento luminoso que me seduzia, abandonando todos os outros, que nos circundavam, para só fixar a atenção sobre ele. Afigurou-se-me que os demais desapareciam, enquanto me envolvia nas irradiações simpáticas daquele traço de luz clara e brilhante. Ouvi comovedora prece, vendo igualmente uma figura de mulher ajoelhada e banhada em pranto. Num átimo de tempo, por intermédio de extraordinária interfluência de pensamentos, pude saber qual a razão das suas lágrimas, das suas preocupações e como eram amargos seus sofrimentos. Sensibilizada, instintivamente enviei-lhe pensamentos consoladores. Como se houvera pressentido, via-a meditar por instante com o olhar cheio de estranho brilho, levantando-se reconfortada para enfrentar a luta, sentindo grande alívio”. O curioso depoimento pertence ao Espírito Maria João de Deus que possibilitou a reencarnação a Chico Xavier, na condição de mãe, e que, em 1935, atendendo-lhe pedido começou a escrever CARTAS DE UMA MORTA (lake), concluído no ano seguinte. Pesquisando a prece, Allan Kardec, entrevistando os Espíritos que o auxiliaram a viabilizar a obra O LIVRO DOS ESPÍRITOS, obteve, entre outras, a informação na questão 662 que “pela prece aquele que ora, atrai os bons Espíritos que se associam ao Bem que deseja fazer”, comentando que “possuímos em nós mesmos, pelo pensamento e a vontade, um poder de ação que se estende muito além dos limites de nossa esfera corpórea”. N’ O EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO, Kardec escreveu que “a prece é uma invocação: por ela nos pomos em relação mental com o Ser a que nos dirigimos(...). As dirigidas a Deus são ouvidas pelo Espíritos encarregados da execução dos seus desígnios(...). O Espiritismo nos faz compreender a ação da prece, ao explicar a forma de transmissão do pensamento (...). Para se compreender o que ocorre nesse caso, é necessário imaginar todos os seres, encarnados e desencarnados, mergulhados no Fluido Universal que preenche o espaço, assim como na Terra estamos envolvidos pela atmosfera. Esse fluido é impulsionado pela vontade, pois é o veículo do pensamento, como o ar é o veículo do som, com a diferença de que as vibrações do ar são circunscritas, enquanto as do Fluido Universal se ampliam ao Infinito. Quando, pois, o pensamento se dirige para algum Ser, na Terra ou no Espaço, de encarnado para desencarnado, ou vice-versa, uma corrente fluídica se estabelece de um a outro, transmitindo o pensamento, como o ar transmite o som. É assim que “a prece é ouvida pelos Espíritos, onde quer que eles se encontrem, que então nos transmitem suas inspirações”. Abordando o poder da prece diz que “está no pensamento, e não depende das palavras, do lugar, nem do momento em que é feita, podendo-se orar em qualquer lugar e a qualquer hora, a sós ou em conjunto”. Afirma que a “prece em comum tem ação mais poderosa”. Nas “reportagens” escritas através de Chico Xavier pelo Espírito conhecido como André Luiz, encontramos inúmeros ensinos a propósito da prece. No ENTRE A TERRA E O CÉU (feb), o Ministro Clarêncio afirma que a “prece, qualquer que ela seja, é ação provocando reação. Conforme sua natureza, paira na região em que foi emitida ou eleva-se mais, ou menos, recebendo a resposta imediata ou remota, segundo a finalidade a que se destina.”. André aprende existir a oração refratada, ou seja, aquela cujo impulso luminoso teve sua direção desviada, passando a outro objetivo”. Tal prece, no livro, fora formulada por adolescente órfã, 15 anos, rogando auxílio à mãe desencarnada, supondo que ela se encontrasse junto a Deus, quando na verdade, inconformada e atormentada, ela se mantinha na invisibilidade do próprio lar que deixara compulsoriamente pelo fenômeno da morte física. Mais à frente, ouve que “a oração é o meio mais seguro para obter-se a influência espiritual que se faz através do pensamento, no canal da intuição”, sendo ainda “o remédio eficaz de nossas moléstias íntimas”, abrindo um caminho de reajuste para o que ora.




Não posso aceitar que Deus, sendo bom, deixa o homem sofrer. É essa condição humana, a do sofrimento, que leva muita gente ao ateísmo.


Quando Jesus disse a seu povo que Deus é Pai, ele procurava melhorar a idéia que o homem fazia de Deus há séculos; ou seja, ele pretendia mostrar que a bondade do Pai é infinita e que tudo Ele faz é para o nosso bem Jesus chegou a dizer: “se vós, que sois maus e imperfeitos, sabeis dar boas coisas aos vossos filhos, o que não vos dará o Pai Celestial, que é bom e perfeito”.


Baseando-nos nessa comparação, podemos inferior que um pai, por mais amoroso que seja, não pode dar tudo de mão beijada aos filhos, não pode permanecer ao lado deles apenas para fazer-lhes a vontade. Na maioria das vezes, os filhos, ainda crianças, não sabem nem mesmo o que é bom si mesmos. Se ignorantes, não querem ir à escola; se doentes, não querem tomar remédio. Essas condições de aprendizagem precisam ser impostas pelo pai; caso contrário, não aprenderão a viver e não terão como construir o próprio destino sobre bases sólidas de aprendizado.


Imagine um pai que só fizesse a vontade de seus filhos. Que filhos incapazes e inúteis ele criaria! Deus, que governa o mundo através de suas leis, coloca-nos sempre na condição de quem precisa aprender para vencer, e aprender com sacrifício. É essa lei que confere à dificuldade um sabor especial. Nenhum atleta aceitaria uma medalha de ouro, sem participar da prova, pois o que há de mais gratificante na premiação é a sensação do mérito conquistado. É esse sentimento de conquista que nos confere a auto-realização. É, portanto, a dificuldade e o sofrimento que se encarregam de nos burilar o Espírito, rumo à nossa felicidade.


Assim, aquilo que chamamos “mal” ou “sofrimento”, só o é do nosso ponto de vista; não para Deus; do mesmo modo que um pai humano aceitaria que se submetesse seu filho a um tratamento severo, a fim de salvar sua vida. Do ponto de vista da criança, que deve passar por esse tratamento, o que estão fazendo com ela é uma monstruosidade; mas, do ponto de vista do pai, o que estão lhe fazendo, é um valioso recurso de salvação.


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