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sábado, 9 de setembro de 2023

FATALIDADE - O QUE DIZ O ESPIRITISMO; EM BUSCA DA VERDADE COM O PROFESSOR

 Estarão os acontecimentos mais marcantes de nossa vida realmente marcados para acontecer? Quase um ano após o lançamento d’O LIVRO DOS ESPÍRITOS, no número de março de 1858 da REVISTA ESPÍRITA, Allan Kardec inclui a matéria A FATALIDADE E OS PRESENTIMENTOS, nascida da dúvida levantada por um correspondente sobre experiência pessoal na qual escapara de morrer mais de uma vez testemunhando, entretanto, desfecho trágico para quatro das pessoas – entre os quais dois religiosos -, que com ele viajavam, enquanto ele e outros três sobreviveram. Revelando ter escapado seis ou sete vezes da morte propôs algumas questões, respondidas por São Luiz, um dos orientadores do trabalho da Codificação Espírita: 1- Quando um perigo iminente ameaça alguém, é um Espírito que dirige o perigo, e quando dele escapa, é outro Espírito que o afasta? – Quando um Espírito se encarna, escolhe uma prova; elegendo-a, estabelece-se uma espécie de destino que não pode mais evitar, uma vez que a ele está submetido; falo das provas físicas. Conservando seu livre-arbítrio sobre o bem e o mal, o Espírito é sempre senhor de suportar ou de repelir a prova; vendo-o fraquejar, um Espírito bom pode vir em seu auxílio, mas não pode influir sobre ele de maneira a dominar sua vontade. 2. Quando um homem está na iminência de perecer por acidente, parece-me que o livre-arbítrio nada vale. Pergunto, pois, se é um Espírito mau que provoca esse acidente; se, de alguma sorte, é o seu agente; e, caso se livre do perigo, se um Espírito bom veio em seu auxílio? – Os Espíritos bons e maus não podem sugerir senão pensamentos bons ou maus, conforme sua natureza. O acidente está assinalado no destino do homem. Quando tua vida é posta em perigo, é uma advertência que tu mesmo desejaste, a fim de te desviares do mal e de te tornares melhor. 3. A fatalidade que parece presidir aos destinos materiais de nossa vida também é resultante do nosso livre-arbítrio? – Tu mesmo escolheste a tua prova. Quanto mais rude ela for e melhor a suportares, tanto mais te elevarás. (...). 4. Compreendemos perfeitamente essa doutrina, mas isso não nos explica se certos Espíritos exercem uma ação direta sobre a causa material do acidente (...)? – Quando um homem passa sobre uma ponte que deve cair, não é um Espírito que o leva a passar ali, é o instinto de seu destino que o conduz a ela. 5. Quem fez a ponte desmoronar? – As circunstâncias naturais. A matéria tem em si as causas da destruição. No presente caso, tendo o Espírito necessidade de recorrer a um elemento estranho à sua natureza para movimentar forças materiais, recorrerá de preferência à intuição espiritual. (...) O Espírito, digamos, insinuará ao homem que passe por essa ponte, em vez de passar por outro local. 6. Tomemos um outro caso, em que a destruição da matéria não seja a causa do acidente. Um homem mal-intencionado atira em mim, a bala passa de raspão, mas não me atinge. Poderá ter sucedido que um Espírito bondoso haja desviado o projétil? – Não..Podem os Espíritos advertir-nos diretamente de um perigo? Eis um fato que parece confirmá-lo: Uma mulher saiu de casa e seguia pelo bulevar. Uma voz íntima lhe diz: Vai embora; retorna para tua casa. Ela hesita. A mesma voz faz-se ouvir várias vezes; então ela volta; mas, pensando melhor, diz a si mesma: O que vou fazer em minha casa? Acabo de sair de lá; sem dúvida é efeito da minha imaginação. Então, continua o seu caminho. Alguns passos mais adiante, uma viga que tiravam de uma casa atinge-lhe a cabeça e a derruba, inconsciente. Que voz era aquela?



Por que a gente tem medo dos Espíritos, a ponto de muita gente não querer nem que se fale sobre eles?

Porque esse medo, cara ouvinte, foi cultivado por milhares de anos, desenvolvendo em nós verdadeira fobia, um medo quase patológico.

Falamos em milhares de anos, porque todos nós já tivemos inúmeras encarnações e, de uma maneira geral, a própria religião veio nos inculcando esse medo, fechando a porta da espiritualidade ao conhecimento humano.

Ele está diretamente relacionado com a morte que, por muitas gerações e nos mais diversos povos, foi tida como o pior dos castigos de Deus.

Entre os hebreus, conforme narra a Bíblia, a morte era vista como a aniquilação cruel e total do ser humano.

No tempo de Moisés, por exemplo – e por séculos depois, antes de Jesus

não se falava em vida depois da morte. A vida dera só esta que estamos vivendo aqui.

Nesse obscuro período de ignorância, o povo era informado pelos profetas ou lideranças religiosas que ter uma vida longa sobre a Terra era a maior recompensa que Deus dava aos obedientes.

É por isso havia aquele mandamento que dizia: “Honrai vosso pai e vossa mãe para que seus dias sejam longos sobre a Terra”. E é por isso também que vemos na Bíblia referência a personagens que teriam vivido centenas de anos.

Logo, a vida curta era sempre uma punição e a morte era considerada a grande vilã que vivia amedrontando e ameaçando a humanidade.

Além disso, justamente por causa do clima de terror que se criou em torno da morte, os artistas passaram a retratar a morte com um aspecto tétrico, como aquela figura horrorosa em que ela é mostrada como um esqueleto armado de uma foice.

Ainda hoje temos na literatura e no cinema essa mesma visão tétrica da morte, com que escritores e cineastas levam diversão ao público que gosta de viver grandes emoções.

Desse modo, não é difícil entender que os Espíritos, que são fruto da morte, fossem representados por seres maldosos de aspecto horroroso que vinham assombrar ou perseguir os humanos.

Isso tudo veio-nos causar uma fobia da morte e dos Espíritos, que até hoje nos persegue, semelhante a outras fobias muito comuns, como o medo exagerado de baratas e de outros insetos.

Por outro lado, a doutrina espírita veio combater esse velho tabu ao mostrar os Espíritos apenas e tão somente como seres humanos desencarnados.

São nossos familiares ou entes queridos que, algumas vezes, podem se fazer visíveis para nós, mas sem aquela pretensão de nos assustar.

Aliás, por essa razão, ou seja, para não nos assustar, na maioria das vezes, eles se abstêm de se apresentarem para nós diretamente, preferindo entrar em contato conosco através dos sonhos.

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