Vivemos subordinados aos efeitos daquilo que causamos nas diferentes ações adotadas nas próprias relações com a vida. Ocorrências pessoais ou coletivas que nos atingem, consistem pelo que concluímos refletindo com base no Espiritismo nada mais são que a execução de sentenças lavradas por nós mesmos nas infrações às Leis de Deus. A prerrogativa do Livre Arbítrio determina a Fatalidade que na verdade funciona como oportunidade de reabilitação perante as transgressões perpetradas pelo indivíduo. Em comentário de Allan Kardec incluído na REVISTA ESPÍRITA, edição de julho de 1868, alguns elementos para nossas reflexões Se, em virtude dessa liberdade, ele perturba a harmonia pelo mal que faz, se interpõe um obstáculo à marcha providencial das coisas, é o primeiro a sofrer por isto, e como as leis da Natureza são mais fortes que ele, acaba sendo arrastado na corrente; então sente necessidade de voltar para o bem e tudo retoma o seu equilíbrio. Assim, a volta ao bem é ainda um ato livre, embora provocado, mas não imposto, pela fatalidade. A resistência a essas leis é um ato de liberdade e essa resistência sempre desencadeia o mal. Sendo o homem livre para observar ou infringir essas leis, no que toca a sua pessoa, é, pois, livre de fazer o bem ou o mal. Se pudesse ser fatalmente levado a fazer o mal, e não podendo essa facilidade vir senão de um poder superior a ele, Deus seria o primeiro a transgredir suas leis. Quem é aquele a quem muitas vezes aconteceu dizer: “Se eu não tivesse agido como agi em tal circunstância, não estaria na posição em que estou; se tivesse que recomeçar, agiria de outra maneira?” Não era reconhecer que era livre para fazer ou não fazer? que estava livre para fazer melhor outra vez, se se apresentasse ocasião? Ora, Deus, que é mais sábio que ele, prevendo os erros nos quais pode cair, o mal uso que pode fazer de sua liberdade, dá-lhe indefinidamente a possibilidade de recomeçar pela sucessão de suas existências corporais, e ele recomeçará até que, instruído pela experiência, não mais se engane de caminho. O homem pode, pois, conforme a sua vontade, apressar o termo de suas provas, e é nisto que consiste a liberdade.
Para que as pessoas possam ser felizes e ganhar o céu elas precisam mudar de religião? O que diz o Espiritismo sobre isso?
Infelizmente, cara ouvinte, ainda existe muita gente que quer usar a religião como a única ponte de salvação.
Elas acreditam que só a religião pode salvá-la e que ela mesma, como pessoa, não reúne condições para isso.
Essa crença de que a religião, de um modo geral, é a intermediária essencial entre o homem e Deus, vem da antiguidade.
Os cultos e os sacrifícios de todos os tempos fortaleceram essa crença, que ainda hoje persiste.
Foi assim que religiões se transformaram em instituições sociais respeitáveis no seio de cada povo.
Mas isso, na verdade, só serviu para fortalecer os interesses dos líderes e das instituições religiosas.
O povo mesmo ficou distanciado do conhecimento da vida espiritual que lhe foi negado, tornando-se totalmente dependente das religiões.
Para o Espiritismo, entretanto, a questão é mais profunda. A doutrina entende que a salvação individual depende de cada um.
Isso não invalida a existência das religiões, mas coloca a pessoa humana em condições de discutir e entender seu próprio destino espiritual.
No fundo, não é a religião que salva, mas o próprio indivíduo. Foi o próprio Jesus, conforme está no evangelho, que deu a cada um a incumbência da própria salvação.
“A cada um segundo as suas obras” – disse. Ele não disse “a cada um segundo a sua religião”.
Desse modo, cada um de nós constrói seu próprio caminho por meio da vida q ue leva.
Não é esta ou aquela religião. Nem mesmo o Espiritismo pode intermediar salvação de ninguém.
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