faça sua pesquisa

domingo, 3 de setembro de 2023

POR QUE ESQUECEMOS O PASSADO; EM BUSCA DA VERDADE COM O PROFESSOR

 Se vivi outras vidas, sofro em consequência das decisões e ações insensatas delas e essas pessoas às quais estou ligado fazem parte de experiências mal sucedidas delas, por que não lembro de nada? Argumento comum entre aqueles que preferem a lei do mínimo esforço, presos à filosofia do “achismo”. Em artigo do número de agosto de 1863, da REVISTA ESPÍRITA, Allan Kardec ressalta alguns pontos importantes da questão: -“A lembrança precisa dessas faltas teria inconvenientes extremamente graves, pois isso nos perturbaria, nos humilharia aos nossos próprios olhos e aos do próximo; trariam uma perturbação nas relações sociais e, por isto mesmo, travaria nosso livre arbítrio. Por outro lado, o esquecimento não é tão absoluto quanto o supõem. Ele só se dá na vida exterior de relação, no interesse da Humanidade; mas, a vida espiritual não sofre solução de continuidade. Tanto como desencarnados, quanto nos momentos de emancipação, o Espírito se lembra perfeitamente e essa lembrança lhe deixa uma intuição que se traduz na voz da consciência, que o adverte do que deve, ou não deve fazer. Se não a escuta, então é culpa sua. Além disso, o Espiritismo dá ao homem um meio de remontar ao seu passado, se não aos atos precisos, ao menos aos caracteres gerais desses atos que ficaram mais ou menos desbotados na sua vida atual. Das tribulações que suporta, das expiações e provas deve concluir que foi culpado; da natureza dessas tribulações, ajudado pelo estudo de suas tendências instintivas, apoiando-se no princípio que a mais justa punição é a consequência da falta, pode deduzir seu passado moral. Suas tendências más lhe ensinam o que resta de imperfeito a corrigir em si. A vida atual é para ele um novo ponto de partida: aí chega rico ou pobre de boas qualidades; basta-lhe, pois, estudar-se a si mesmo para ver o que lhe falta e dizer: -‘Se sou punido, é porque pequei’. E a mesma punição lhe dirá o que fez. Citemos uma comparação. Suponhamos um homem condenado a tantos anos de prisão, sofrendo um castigo especial, mais ou menos rigoroso conforme sua falta: suponhamos, ainda, que ao entrar na prisão perca a lembrança dos atos que para lá o conduziram. Poderá dizer: -‘Se estou nesta prisão, é que fui culpado, pois não se condena gente virtuosa. Tratemos, pois, de nos tornarmos bons, para não voltarmos quando daqui sairmos’. Quer ele saber o que fêz? Estudando a lei penal, saberá quais os crimes que para ali conduzem, porque não se é posto a ferros por uma maluquice; da duração e severidade da pena, concluirá o gênero do que deve ter cometido. Para ter uma ideia mais exata, terá apenas que estudar os artigos para os quais irá sentir-se instintivamente arrastado. Saberá, então, o que daí em diante deverá evitar para conservar a liberdade e a isso será ainda excitado pelas exortações dos homens de Bem, encarregados de o dirigir e instruir no bom caminho. Se não aproveitar, sofrerá as consequências. Tal a situação do homem na Terra onde, como condenado, não pode ter sido posto por suas perfeições, desde que é infeliz e obrigado a trabalhar. Deus lhe multiplica os ensinamentos proporcionais ao seu adiantamento. Adverte-o incessantemente e o fere, até, para o despertar de seu torpor; e o que permanece no endurecimento não pode desculpar-se com a arrogância”. Através do médium Chico Xavier, o Espírito André Luiz registrou importantes apontamentos sobre o tema: 1: -“O obscurecimento das memórias pregressas, não é senão um fenômeno temporário, mais ou menos curto ou longo, conforme o grau de evolução que tenhamos atingido. Até certo ponto, uma dilatada hipnose. A passagem pelo claustro materno, o novo nome escolhido pelos familiares, os sete anos de semi-inconsciência no ambiente fluídico dos pais, a recapitulação da meninice, o retorno à juventude e os problemas da madureza, com as responsabilidades e compromissos consequentes, estruturam em nós – a individualidade eterna -, uma personalidade nova que incorporamos ao nosso patrimônio de experiências”. 2-Os Espíritos encarnados, tão logo se realize a consolidação dos laços físicos, ficam submetidos a imperiosas leis dominantes na Crosta (...). Sem a obliteração temporária da memória, não se renovaria a oportunidade”. 3 – “Sem o esquecimento transitório, não saberíamos receber no coração o adversário de ontem para regenerar-nos, regenerando-o”.


Um paciente está sendo tratado de esquizofrenia por médico- psiquiatra, porque está muito perturbado, ouve vozes e tem visões assustadoras. Como a doença se prolongasse, um dia, por insistência de um amigo, a família o leva a um centro espírita e lá percebem que ele está sendo vítima de uma perseguição espiritual, que no Espiritismo se dá o nome de obsessão. A pergunta é a seguinte: então, não existe esquizofrenia, mas apenas obsessão?

Conforme Allan Kardec, em O LIVRO DOS ESPÍRITOS, a partir da questão 375, a perturbação espiritual pode ter como causas tanto a loucura (como a esquizofrenia era conhecida na época) como também a obsessão.

Isso quer dizer que podem existir causas psicológicas e fisiológicas para explicar por que e como ocorrem as alucinações.

O Espiritismo nunca descarta a hipótese da obsessão espiritual ao mesmo tempo, ou seja, o fato de um Espírito se valer da enfermidade da pessoa para causar-lhe mais problemas.

É que, em alguns casos, o obsidiado está sendo perseguido por Espíritos a quem teria prejudicado no passado.

Logo, o fato de a pessoa ter problemas relacionados ao mau funcionamento do cérebro pode estar relacionado com conflitos de relacionamento em vidas anteriores.

Daí porque, em determinadas situações, existirem ao mesmo tempo tanto a enfermidade psíquica como a ação de Espíritos inimigos.

Desse modo, por recomendação espírita, mesmo que o paciente apresente sintomas notórios de obsessão espiritual, como manifestações mediúnicas descontroladas, nunca se deve descartar a terapia médica

O mais sensato para casos de perturbação psíquica, portanto, é que o tratamento espírita seja levado em conta de terapia complementar e não como terapia alternativa.

Isso quer dizer, em última instância que, no caso de perturbação psíquica ou mental, nunca se deve descartar nenhuma dessas duas terapias


Nenhum comentário:

Postar um comentário