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sábado, 23 de setembro de 2023

QUEM FOI -JESUS GONÇALVES; EM BUSCA DA VERDADE COM O PROFESSOR

Certo que a natureza não dá saltos, mas para quem já, aos 27 anos tinha acabado de se tornar viúvo com quatro filhos pequenos, ouvir o diagnóstico que estava com lepra e destinado ao isolamento numa das Colônias existentes no Brasil dos anos 30, era motivo mais que suficiente para não crer em Deus. Pois foi essa a reação de Jésus Gonçalves. Não fosse por um jovem pesquisador e escritor, Eduardo Carvalho Monteiro, talvez nem soubéssemos de sua existência, terminada em 1947, aos 45 anos. Integrando um grupo que, em nome da caridade, iniciou trabalho de assistência no Hospital-Colônia de Pirapitingui, nas imediações de Itu (SP), Eduardo impressionou-se ao encontrar um marco da presença de Jésus naquela instituição: a Sociedade Espírita Santo Agostinho, por ele idealizada e fundada, dois anos antes de morrer. Próximo de Chico Xavier, tomou conhecimento também que Jésus – poeta que tivera seus trabalhos publicados na obra FLORES DE OUTONO (lake) -, desde sua morte, havia psicografado vários poemas e trovas através dele, distribuídos em inúmeros livros do médium. Idealista empolgado, Eduardo partiu para minuciosa pesquisa que resultou em 1980, na obra A ESTRAORDINÁRIA VIDA DE JÉSUS GONÇALVES (correio fraterno) e, 1998, no JÉSUS GONÇALVES, O POETA DAS CHAGAS REDENTORAS (eme). No primeiro, demonstrando grande inspiração, Eduardo encadeia fatos históricos e revelações espirituais, mostrando que o desventurado Jésus de hoje, percorria, na verdade, o caminho de sua libertação de grandes equívocos do passado, onde, ostentando o poder, transformou a própria ambição no tormento de milhares de pessoas, não apenas numa, mas, por várias encarnações Em fevereiro de 1947, no dia 16, por volta das onze da manhã, retorna ao Mundo Espiritual. O médium Chico Xavier não o conheceu pessoalmente, a não ser por correspondência, em que afirmou, muitas vezes, que, “ao partir da Terra, pretendia ir vê-lo em Espírito”. Na última carta recebida, havia uma foto, na qual aparecia com algumas alterações na face e numa das pernas. Semanas passaram sem novas notícias - conforme relatado na obra NO MUNDO DE CHICO XAVIER (ide) -, até que “numa noite do mês de março de 1947, chegaram a Pedro Leopoldo, Francisco de Paula Cardoso, de Santa Cruz do Rio Pardo (SP) e o Doutor Raul Soares, de São Manoel (SP). Era uma terça-feira, dia que não tínhamos tarefa no Centro Espírita Luiz Gonzaga. Junto aos amigos, fomos à sede do grupo, a fim de orarmos juntos. Sentei-me entre os dois, o Doutor Raul fez a prece e, daí a minutos, Emmanuel comunicava-se conosco. Terminada a manifestação, me achando em profunda concentração mental, vi a porta de entrada iluminar-se de suave clarão. Um homem-espírito apareceu aos meus olhos, mas em condições admiráveis. Além da aura de brilho pálido que o circundava, trazia luz não ofuscante, mas clara e bela, a envolver-lhe certa parte do rosto e da cabeça, ao mesmo tempo em que uma das pernas surgia vestida igualmente de luz. Profunda simpatia me ligou o coração à entidade que nos buscava, assim de improviso, e indaguei, mentalmente, se eu podia saber de quem se tratava. O visitante aproximou-se mais de mim, dizendo: “- Chico, eu sou Jésus Gonçalves! Cumpro a minha promessa... Vim ver você!” As lágrimas me subiram do coração aos olhos. Percebi que o inolvidável amigo mostrava mais intensa luz nas regiões em que a moléstia mais o supliciara no corpo físico, e quis dizer-lhe algo de minha admiração e alegria. Entretanto, não pude articular palavra alguma, nem mesmo em pensamento. Ele, porém, continuou: “- Se possível, Chico, quero escrever por você, dar minhas notícias aos irmãos que deixei à distância e agradecer a Deus as dádivas que tenho recebido”. A custo, perguntei, ainda mentalmente, o que pretendia escrever, querendo, de minha parte, falar alguma coisa, porque ignorava que ele houvesse desencarnado e não conseguia esconder meu jubiloso espanto. Ele abraçou-me. Em seguida, colocando-se no meio da pequena sala recitou um poema que eu ouvia, mas não guardava na memória. Ao terminar, pareceu-me mais belo, mais brilhante. Notando a preocupação dos irmãos encarnados presentes ante o pranto que não conseguia conter, indaguei se tinham notícias da morte do companheiro, que, confirmando seu desconhecimento, sugeriram que tomasse o lápis e Jesus debruçando-se sobre meu braço, escreveu em lagrimas os versos que recitara para mim, momentos antes: “- PALAVRAS DO COMPANHEIRO (aos meus irmãos de Pirapitingui) – Irmãos, cheguei contente ao Novo Dia / E ainda em pleno assombro de estrangeiro, / Jubiloso, saltei de meu veleiro / No porto da Verdade e da Harmonia. / Bendizei, com Jesus, a dor sombria / Na romagem de pranto e cativeiro,/ Nele achareis o Doce Companheiro / Para as rudes tormentas da agonia... / Não desdenheis a chaga que depura, / Nossas horas de amarga desventura / São dádivas da Lei que nos governa!... / As escuras feridas torturantes / São adornos nas vestes deslumbrantes / Que envergamos ao sol da Vida Eterna ! / Ave, maravilhosa madrugada / Que desdobras a luz no céu aberto / Além das trevas, longe do deserto / Onde a esperança geme incontentada! / Salve, resplandecente e excelsa estrada / Sobre o mundo brumoso , estranho e incerto / Que acolhe, em paz, o espírito liberto / Na vastidão da abóboda estrelada / Oh! Meu Jesus, que fiz na noite densa, / Por merecer tamanha recompensa / Se confundido e fraco me demoro?! / Recebe, ante a visão do Espaço Eleito, / A alegria que vaza de meu peito / Nas venturosas lágrimas que choro....”



Se os Espíritos estão sempre presentes, como é que não podemos vê-los?

Há duas formas de explicar isso. Primeiramente, não vemos os Espíritos porque eles se acham numa dimensão diferente da nossa, que chamamos de mundo espiritual ou mundo dos Espíritos.

As diferentes dimensões de interpenetram, sem que uma toque a outra. Portanto, podemos estar ao lado de Espíritos, sem que os percebamos.

Segundo temos aprendido com a doutrina, essas dimensões são paralelas e a único ponto de contato, quando se faz possível, é pelo pensamento.

Quando pensamos em determinado Espírito – às vezes parente ou amigo – ele pode perceber esse contato, mas percebe mais o tipo de sentimento que nos liga a ele.

Daí a importância da prece. Sempre que oramos por ele (para orar basta um bom pensamento), estamos enviando uma mensagem de paz.

Existe, entretanto, uma mediunidade chamada de clarividência. Por ela, algumas pessoas, quer chamamos de médiuns, podem perceber alguns lances do mundo dos Espíritos, como se os tivesse vendo.

Mesmo assim, a percepção do médium é muito restrita; ele só consegue perceber um Espírito em determinadas situações, quando estabelece algum tipo de relação com ele ou com o ambiente em que se encontra.

Uma segunda forma de explicar porque não vemos os Espíritos é porque, se isso fosse possível, ficaríamos perturbados com suas presenças.

Quando encarnados, nossos sentidos nos permitem entrar em contato apenas com o mundo físico.

Desse modo só podemos perceber as pessoas que nos cercam e, quando elas não estão presentes, sentimo-nos sozinhos.

No entanto, se fosse possível perceber os Espíritos por toda parte, nós nos sentiríamos vigiados e, desse modo, não agiríamos com liberdade, perdendo a nossa espontaneidade.

Convém esclarecer ainda que, tal como os encarnados, a presença de Espíritos se dá pelos laços de afeto ou por interesses que nos ligam a eles.

A presença mais marcante em nossa vida é do nosso protetor espiritual, que nem sempre está ao nosso lado, pois ele pode nos acompanhar à distância.

Mas pode acontecer que tenhamos na espiritualidade familiares, parentes e amigos que, vez ou outra, podem nos procurar, seja para nos ajudar ou para pedir ajuda.

Outra questão, que se pode levantar sobre o assunto, é a dos chamados Espíritos obsessores que, realmente, podem se fazer presentes em vários momentos em nossa vida.

Obsessor nada mais é do que antigo desafeto que nos procuram por algum motivo pessoal que nos ligou no passado.

Desse modo, é difícil entender que não há vantagem nenhuma em ver os Espíritos; pelo contrário, teríamos mais desvantagens.



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