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terça-feira, 5 de setembro de 2023

UNICA EXPLICAÇÃO PLAUSÍVEL; EM BUSCA DA VERDADE COM O PROFESSOR

 Artigo publicado por jornal inglês especializado em assuntos médicos foi tema da reunião da Sociedade Espírita de Paris de 9 de outubro de 1868 por sua originalidade, resultando em matéria inserida na edição de novembro da REVISTA ESPÍRITA. Enfocava o caso de uma menina que, sem ter pronunciado palavras até os três anos, começou com os habituais “papai” e “mamãe” e quando se aproximou dos quatro, a língua se desatou de repente, falando a partir daí com toda a facilidade e volubilidade de sua idade. Um problema apenas se observava: nenhuma das palavras era em inglês, tampouco tinham relação com a corruptela de palavras de que se serviam as crianças que brincavam com ela. Sem ter jamais ouvido francês, incluía no seu singular idioma, diversos termos do mesmo. Os pais, desolados, insistiam em ensinar-lhe o inglês, inclusive afastando-a de crianças de sua idade, pondo-a em contato com gente idosa, falando o idioma pátrio e ignorando seu comportamento. Em contato com pessoas que não tinha o hábito de ver, punha-se a ensinar-lhes sua língua, o que, por sinal, já havia feito com um irmão mais velho que ela dezoito meses. Debatido o fato entre os participantes da reunião da Sociedade, manifestou-se através de um médium um Espírito de nome Nivard observando que “fatos surpreendentes ocorreram em todos os tempos, em todas as épocas, causando admiração aos homens, mas tinham similares ou parecidos. Isto certamente não os explicava, mas eram vistos com menos surpresa. Este de que se trata é, talvez, único no seu gênero. A explicação que se pode dar nem é mais fácil, nem mais difícil que as outras, mas sua singularidade é chocante: eis o essencial”. E prossegue:“-Quanto à causa, vou tentar vô-la dizer: o Espírito encarnado no corpo dessa menina conheceu a língua, ou antes, as línguas que fala, pois faz uma mistura. Não obstante, a mistura é feita conscientemente e constitui uma língua, cujas diversas expressões são tomadas das que esse Espírito conheceu em outras encarnações. Em sua última existência ele tinha tido a ideia de criar uma língua universal, a fim de permitir aos homens de todas as nações entender-se e assim aumentar a facilidade das relações e o progresso humano. Para esse efeito ele tinha começado a compor essa língua, que constituía fragmentos de várias que conhecia e mais gostava. A língua inglesa lhe era desconhecida; tinha ouvido ingleses falar, mas achava sua língua desagradável e a detestava. Uma vez no Plano Espiritual, o objetivo que se tinha proposto em vida aí continuou; pôs-se à tarefa e compôs um vocabulário que lhe é particular. Encarnou-se entre os ingleses, com o desprezo que tinha por sua língua, e com a determinação bem firme de não a falar. Tomou posse de um corpo, cujo organismo flexível lhe permite manter a palavra. Os laços que o prendem a esse corpo são bastante elásticos, para o manter num estado de semi-desprendimento, que lhe deixa a lembrança bastante distinta de seu passado, e o mantém em sua resolução. Por outro lado, é ajudado, e o mantém em sua resolução. Por ouro lado, é ajudado por seu guia espiritual, que vela para que o fenômeno tenha lugar com regularidade e perseverança, a fim de chamar a atenção dos homens. Aliás, o Espírito encarnado estava consentindo na produção do fato. Ao mesmo tempo em que demonstra o desprezo pela língua inglesa, cumpre a missão de provocar as pesquisas psicológicas”. Comentando a mensagem, Allan Kardec acrescenta: -“Se a explicação não pode ser demonstrada, ao menos tem por si a racionalidade e a probabilidade. Um inglês que não admite o princípio da pluralidade das existências e que não tinha conhecimento da comunicação acima, arrastado pela lógica irresistível, disse, falando desse caso, que ele não poderia explicar senão pela reencarnação, se fosse certo a gente reviver na Terra. Eis, pois, um fenômeno que, por sua estranheza, cativando a atenção, provoca a ideia da reencarnação, como a única razão plausível que se lhe possa dar. Antes que este princípio estivesse na ordem do dia, ter-se-ia simplesmente achado o caso bizarro e, sem duvida, em tempos ainda mais remotos, teriam olhado essa menina como enfeitiçada. Nós nem mesmo diríamos que hoje não fosse esta a opinião de certas pessoas. O que não é menos digno de nota é que este fato se produz precisamente num País ainda refratário à ideia da reencarnação, mas que será arrastado pela força das coisas”.



Pergunta um ouvinte: por que os espíritas não acreditam no inferno?

Os espíritas não acreditam no inferno teológico, ou seja, o inferno que foi instituído pela Igreja e para onde iriam as almas dos pecadores que não conseguissem o perdão de Deus.

A ideia do inferno, como um lugar de sofrimento eterno, conforme pintam as religiões, contraria a concepção de um Pai perfeito, bom e misericordioso, como Jesus ensinou.

Aliás, a onisciência ( ou seja, o conhecimento do presente, do passado e do futuro) é um atributo de Deus. Sem isso, Deus não seria Deus.

Pois bem, se Deus, que é o Pai eterno, conhece o futuro, ele conheceria o futuro de cada um de seus filhos desde o momento que o criou.

É de se perguntar então que, se Deus é bom e misericordioso e ama igualmente todos seus filhos, como é que Ele foi criar alguém para ser condenado ao inferno. Isso não é uma contradição?

Que pai humano, que é mau e imperfeito, pensaria em criar um filho que fosse condenado para a eternidade?

Ora, se o pai humano, com todas as suas limitações e defeitos, não quer ter um filho condenado, imagine Deus...

Logo, a ideia de um inferno de sofrimento eterno uma contradição ante a ideia perfeita que fazemos de Deus.

Concebendo o inferno, estamos negando o poder e o amor de Deus; estamos afirmando que Deus não é capaz de ter para si tudo que criou. Isso não é uma contradição?

Veja, portanto, caro ouvinte, como as pessoas podem acreditar em algo que contraria os ensinos de Jesus, que disse que nosso Pai é bom e perfeito.

Se vós, que sois maus e imperfeitos, disse o mestre, sabeis dar boas coisas aos vossos filhos, quando estes vos pedem, quando não vos dará o Pai Celestial que é bom e perfeito”.

Imagine, agora, a seguinte situação, caro ouvinte. Uma mãe boa e amorosa tem um filho, que se desviou do bom caminho e que, morrendo, foi para o inferno.

Quando essa mãe desencarna, ela vai para o céu, porque reúne todos os méritos para isso.

Você acha que essa mãe vai ser feliz no céu, sabendo que seu filho está sofrendo no inferno?

Que céu é esse que não lhe dá felicidade – mas, pelo contrário, lhe dá tristeza e decepção, pois seu filho foi condenado para toda a eternidade?

Não quererá essa boa mãe deixar o céu e ir para o inferno também, para poder ficar ao lado do filho? Onde as mães gostam de estar?

Veja, portantocomo é contraditória essa concepção de inferno, como ela não está de acordo com o amor, a bondade e a perfeição de Deus.


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