faça sua pesquisa

domingo, 29 de outubro de 2023

LUCIDEZ NO ESTADO DE COMA; EM BUSCA DA VERDADE COM O PROFESSOR

 -(....) Você teve quatro enfartes ? “- Dois. Tive foram quatro operações, com hemorragias inacreditáveis. Uma de úlcera. Outra de aneurisma abdominal...” – Ficou em estado de coma?.. “- Fiquei em coma perto de quinze dias. Uma experiência terrível. Lembro que eram pessoas que já haviam morrido. Parentes mortos, estou vendo, eles se assentam no canto do quarto, e ficam me olhando...Ouvi o Lacerda fazendo discurso. Ouvi-o falando. Ele estava morto. Muita gente que morrera apareceu no quarto. Era um quarto de um sofrimento incrível. Eu sofri barbaramente.” – E quando voltou a si, que sensação? “Espanto, surpresa, clarividência. Eu enxergava mais que normalmente. Porque eu estava do outro lado. Eu estava muito mais pra lá do que pra cá...” Este é um fragmento de entrevista feita pelo jornalista e cronista Lourenço Diaféria para a seção que assinava no suplemento Folhetim do jornal Folha de São Paulo, edição de 5 de agosto de 1979. O entrevistado, ninguém menos que o grande escritor e dramaturgo Nelson Rodrigues, alguns meses antes de morrer. Sua transcrição objetiva demonstrar, no período em que esteve em coma, sua lucidez diante dos fatos que o cercavam onde se encontrava hospitalizado. A propósito, o resultado de pesquisas levadas a efeito e tornadas públicas nos Estados Unidos da América do Norte a partir dos anos 70 pelos médicos Raymond Moody Junior e Elizabeth Kubler Ross, no campo de investigações que se tornaria conhecido como EQM (Experiências de Quase Morte) com pessoas que, por determinantes diferentes - inclusive comas prolongados -, relatam, em muitos casos, terem atravessado tais transes lúcidas, embora inconscientes fisicamente. Se considerarmos que o estado de coma, sob determinado aspecto, corresponde a certa imobilização do corpo determinada pela manifestação de desarranjos ou avarias havidas em componentes ou sistemas integrantes da máquina física, ocorre-nos uma dúvida: se o Espírito jamais está inativo (questão 401, O LIVRO DOS ESPÍRITOS), durante os processos comatosos, onde se encontra o corpo espiritual? Na obra EVOLUÇÃO EM DOIS MUNDOS (feb), André Luiz através do médium Chico Xavier, disse que “ seu aprisionamento ou a parcial liberação do arcabouço físico, depende da situação mental do enfermo”. Posteriormente, o orientador espiritual Emmanuel, no livro PLANTÃO DE RESPOSTAS (ceu), perguntado sobre o que se passa com os espíritos encarnados cujos corpos ficam meses, até mesmo anos, no estado vegetativo do coma, respondeu que “seu estado será de acordo com sua situação mental, havendo casos em que o Espírito permanece como aprisionado ao corpo, dele não se afastando até que permita receber auxílio dos Benfeitores Espirituais”. Esses, avalia, “são pessoas, em geral, muito apegadas à vida material e que não se conformam com a situação”. “Em outros casos’, diz ele, ‘os Espíritos, apesar de manterem uma ligação com o corpo físico, por intermédio do períspirito, dispõem de uma relativa liberdade”. Salienta que “em muitas ocasiões, pessoas saídas do coma descrevem as paisagens e os contatos com seres que já os precederam na passagem para a Vida Espiritual. É comum que após essas experiências elas passem a ver a vida com novos olhos, reavaliando seus valores íntimos”. Corresponde à informação contida no depoimento de Nelson Rodrigues. Concluindo sua resposta, Emmanuel afirma: “- Em qualquer das circunstâncias, o Plano Espiritual sempre estende seus esforços na tentativa de auxílio. Daí a importância da prece, do equilíbrio, da palavra amiga e fraterna, da transmissão de paz, das conversações edificantes para que haja maiores condições ao trabalho do Bem que se direciona, nessas horas, tanto ao enfermo como aos encarnados, familiares e médicos”.


A fé é sempre necessária para uma pessoa ser curada espiritualmente ou pode haver casos em que ela não é levada em conta? (Claudinéia)


A fé, como certeza de alcançar um resultado, é o ponto de partida para qualquer empreendimento. É o que diz Kardec n’O EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO. Ao que tudo indica, ter fé parece ser um princípio universal, não só no âmbito da religião, como nos negócios e nas realizações humanas em geral. Esse dizer de Jesus “A fé remove montanhas” não deixa dúvidas. Ninguém se lança a um empreendimento qualquer, sem acreditar que terá resultado. Toda literatura de auto-ajuda está baseada no poder da fé.


A fé em Deus, porém, tem um valor especial. Como Deus é a idéia mais elevada que o ser humano pode conceber, quando ele coloca esse sentimento em Deus, readquire forças e se agiganta diante dos problemas. Quando lhe falta confiança naquilo que deve fazer ou receber, tudo se torna mais difícil e até impraticável. Jesus, por exemplo, não conseguiu fazer curas em Nazaré, sua terra, porque as pessoas de lá não acreditavam nele.


Contudo, não devemos dar valor absoluto à fé. Se ela é necessária, só a fé não é suficiente. Divaldo Franco tem uma frase muito apropriada para definir a fé. Ele diz o seguinte: “Crer não é somente acreditar; é esforçar-se para atingir aquilo em que se acredita”. Há, portanto, dois aspectos: o aspecto do sentimento ( que é crer) e o aspecto da ação ( que é o esforço para se atingir a meta).


Em se tratando de curas espirituais, deve haver outros fatores que concorrem ou não para o resultado desejado. No Espiritismo, falamos em merecimento. É por isso que os resultados daqueles que buscam a cura são tão diferentes. Alguns poucos vão obtê-la, mas a maioria não. E isso não se dá apenas quando se trata de cura espiritual: também acontece com os que se utilizam os recursos da medicina. Crer na eficácia do tratamento é uma condição que favorece a cura; cumprir fielmente o que o médico prescreveu é o esforço, que vai concorrer par a cura.


Jesus, porém, apesar de ter feito curas, deixou bem claro que o mais importante é a cura da alma, porque nela reside a verdadeira causa da enfermidade. Quando o paciente se reeduca, observando com carinho as prescrições do médico, a cura é bem provável, mas quando ele não leva a sério as recomendações que o médico lhe passou, dificilmente se curará. A cura da alma, neste caso, é a mudança de hábito, é a retomada da vida de uma maneira mais cuidadosa e, portanto, mais saudável. Cura e, portanto, reeducação.



Nenhum comentário:

Postar um comentário