faça sua pesquisa

terça-feira, 24 de outubro de 2023

PROVA E EXPIAÇÃO ; EM BUSCA DA VERDADE COM O PROFESSOR

 ACOMPANHE DIARIAMENTE AS ATUALIZAÇÕES DE   luizarmandoff    no INSTAGRAM


A seção Questões e Problemas da REVISTA ESPÍRITA de setembro de 1863, ocupou--se em esclarecer dúvida levantada por pequeno grupo espírita da cidade francesa de Moullins, a respeito da diferença e em que Plano existencial ocorre a chamada expiação e a prova para o Espírito em processo de evolução. Respondendo-a, Allan Kardec escreveu: “A expiação implica necessariamente a ideia de um castigo mais ou menos penoso resultante de uma falta cometida; a prova implica sempre a de uma inferioridade real ou presumível, porque o que chegou ao ponto culminante a que aspira, não mais necessita de provas. Em certos casos, a prova se confunde com a expiação, isto é, a expiação pode servir de prova, e reciprocamente (...). Como todo efeito tem uma causa, as misérias humanas são efeitos que devem ter a sua; se esta não estiver na vida atual, deve estar numa vida anterior. Além disso, admitindo a Justiça de Deus, tais efeitos devem ter uma relação mais ou menos íntima com os atos precedentes, dos quais são, ao mesmo tempo, castigo para o passado e prova para o futuro. São expiações no sentido de que são consequência de uma falta e provas em relação ao proveito delas tirado. Diz-nos a razão que Deus não pode ferir um inocente. Assim, se formos feridos e se não somos inocentes: o mal que sentimos é o castigo, a maneira por que o suportamos é a prova. Mas acontece, por vezes, que a falta não se acha nesta vida. Então acusa-se a Justiça de Deus, nega-se a sua bondade, duvida-se, até, de sua existência. Aí, precisamente, está a prova mais escabrosa: a dúvida sobre a Divindade. Quem quer que admita um Deus soberanamente justo e bom deve dizer que só agirá com sabedoria, mesmo naquilo que não compreendemos; e que se sofremos uma pena, é porque o merecemos; é, pois, uma expiação. Pela grande Lei da Pluralidade das Existências, o Espiritismo levanta completamente o véu sob o qual esta questão deixava obscuridade. Ele nos ensina que se falta não tiver sido cometida nesta vida, tê-lo-á sido em outra; e, assim, a Justiça de Deus segue seu curso, punindo-nos por onde havíamos errado. Vem a seguir a grave questão do esquecimento que, segundo nosso correspondente, tira aos males da vida o caráter de expiação. É um erro. Dai-lhe o nome que quiserdes: não fareis que não sejam a consequência de uma falta (...). A lembrança precisa dessas faltas teria inconvenientes extremamente graves, por isso que nos perturbaria, nos humilharia aos nossos próprios olhos e aos do próximo; trariam uma perturbação nas relações sociais e, por isto mesmo, travaria nosso livre-arbítrio. Por outro lado, o esquecimento não é tão absoluto quanto o supõem. Ele só se dá na vida exterior de relação (...). Tanto na erraticidade, quanto nos momentos de emancipação, o Espírito se lembra perfeitamente e essa lembrança lhe deixa uma intuição que se traduz na voz da consciência, que o adverte do que deve, ou não deve, fazer. Se não a escuta, então é culpa sua (...). Das tribulações que suporta, das expiações e provas deve concluir que foi culpado; da natureza dessas tribulações, ajudado pelo estudo de suas tendências instintivas, apoiando-se no princípio que a mais justa punição é a consequência da falta, pode deduzir seu passado moral. Suas tendências más lhe ensinam o que resta de imperfeito a corrigir em si. A vida atual é para ele um novo ponto de partida: aí chega rico ou pobre de boas qualidades; basta-lhe, pois, estudar-se a si mesmo para ver o que lhe falta dizer: “Se sou punido, é porque errei”. E a mesma punição lhe dirá o que fez (...). É erro pensar que o caráter essencial da expiação seja o de ser imposta. Vemos diariamente na vida expiações voluntárias, sem falar dos monges que se maceram e se fustigam com a disciplina e o cilício. Assim, nada há de irracional em admitir que um Espírito, na Erraticidade, escolha ou solicite uma existência terrena que o leve a reparar seus erros passados (...). As misérias daqui são, pois, expiação, por seu lado efetivo e material, e provas, por suas consequências morais. Seja qual for o nome que se lhes dê, o resultado deve ser o mesmo: o aperfeiçoamento”.






Sou admirador da ciência, ainda mais hoje, quando vemos tantos benefícios e coisas extraordinárias que ela produz pelo bem-estar da humanidade. Mas, o que não me conformo é ver os cientistas combaterem a crença em Deus e provar que todas as leis, que a Ciência descobre e que ainda tem para descobrir, surgiram não se sabe de onde. Acho absurdo e mesmo irracional que eles pensem assim... (Comentário de um ouvinte)


Você está certo, pensando assim, de maneira tão lógica. Mas, não devemos confundir ciência com cientista. A ciência é o conjunto dos conhecimentos que os milhares de cientistas conseguiram acumular ao longo do tempo através de suas pesquisas. O cientista é o construtor da ciência. Há cientistas que aceitam a existência de Deus e outros, não – pelo menos, dizem que não: não sabemos, de verdade, o que vai no íntimo de cada um. O ateísmo do cientista pode ser explicado em parte pelo seu orgulho de não querer admitir a existência de um Ser Superior e, em parte, pelas decepções que eles podem ter tido com a religião.


Na verdade, as descobertas da ciência, como diz Allan Kardec no livro A GÊNESE, cada vez demonstram mais que a origem de tudo, que existe, só pode vir de uma Inteligência Suprema, “causa primária de todas as coisas”, a não ser que queiramos atribuir o complicado mecanismo do Universo, inclusive a própria inteligência humana, ao acaso – o que, evidentemente, é um absurdo. É bem mais fácil aceitar Deus, como princípio de tudo, do que atribuir a grandeza e complexidade do universo à matéria.


Logo nas primeiras questões de O LIVRO DOS ESPÍRITOS, os instrutores espirituais disseram que, a considerar que o “acaso” criou e determinou tudo que existe, só podemos considerar que esse acaso é inteligente – e, sendo inteligente, ele deixa de ser acaso. Por outro lado, existe, sim, um grupo de cientistas que está promovendo uma verdadeira campanha para combater a crença em Deus. No entanto, sabemos que a intuição da existência de Deus está presente em todo ser humano e, dificilmente, alguém vai conseguir tirar isso de lá, a não ser que permaneçamos passivos diante de tantos estímulos que a vida nos propõe.


Acreditamos, porém, que esse ateísmo agressivo deve ter um sentido: o sentido de despertar no homem religioso a consciência de que ele deve buscar, mais do que nunca, uma concepção racional de Deus, até porque a fé cega e passiva não tem mais razão de ser num século de tantas conquistas cientíticas. O grande avanço intelectual do homem está exigindo de todos uma atitude nova diante da fé, para que ela seja cultivada de forma lógica e racional. Acreditar por acreditar não faz mais sentido; precisamos saber o porquê aceitamos a existência de Deus como verdade.


Allan Kardec, no seu tempo, já chamava atenção sobre isso, ensinando o que ele chamou “fé racional” ou “fé raciocinada”. Essa fé, cultivada racionalmente, baseia-se no seguinte princípio : “para se crer é necessário compreender”, ou seja, eu preciso compreender para crer. Diante dessa nova realidade, Kardec escreveu n’O EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO, a seguinte frase: “Fé verdadeira é somente aquela que pode encarar a razão, face a face, em todas as épocas da humanidade”


Nenhum comentário:

Postar um comentário