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domingo, 15 de outubro de 2023

UM CASO DE CURA PELO MAGNETISMO ESPIRITUAL; EM BUSCA DA VERDADE COM O PROFESSOR

 Antoine Demeure, médico homeopata, convertido ao Espiritismo desde seu surgimento, desencarnou em 21 de janeiro de 1865, na comuna de Albi, a 80 quilômetros de Toulouse, sudoeste da França. Queridissimo na cidade em que vivia pelos exemplos de caridade no exercício de sua profissão, o Dr Demeure revelando sua condição espiritual já no dia seguinte se comunicava mediunicamente na cidade de Montauban, a 87 quilometros da localidade em que viveu. O mais extraordinário, contudo foi o fenômeno atribuído a ele, da cura de uma das médiuns dali por meio do magnetismo espiritual, apenas pela ação fluídica. Como explica o Espiritismo, certos Espíritos continuam a dedicar-se às suas ocupações terrenas, sem terem consciência de seu estado, sempre se julgando vivos; é próprio dos Espíritos pouco adiantados. O Dr. Demeure, contudo, se reconheceu imediatamente e agia voluntariamente como Espírito com a consciência de, neste estado, ter maior força. O fato se deu no dia 10 de fevereiro conforme relatado na edição de abril de 1865 da REVISTA ESPIRITA. A beneficiada que lhe fora paciente desconhecia a morte do conhecido médico e, por orientação de Espíritos seus integrantes estavam reunidos para assisti-la por ter sido acometida por forte entorse num dos pés. Relataram a Allan Kardec as testemunhas: - Tão logo caiu em sonambulismo, a dama soltou gritos lancinantes, mostrando o pé. Eis o que se passava: A Sra. G... via um Espírito curvado sobre sua perna, mas sua fisionomia ficava oculta; realizava fricções e massagens, exercendo de vez em quando uma tração longitudinal sobre a parte doente, absolutamente como teria feito um médico. A manobra era tão dolorosa que a paciente por vezes vociferava e fazia movimentos desordenados. Mas a crise não durou muito; ao cabo de dez minutos toda a marca de entorse havia desaparecido, não mais edema, o pé havia recobrado sua aparência normal. A Sra. G... estava curada. Quando se pensa que para curar completamente uma afecção desse gênero, os mais dotados magnetizadores e os mais experientes, sem falar da medicina oficial, que ainda não chegou a uma solução, é necessário um tratamento cuja duração nunca é inferior a trinta e seis horas, consagrando três sessões por dia, com uma hora de duração cada uma, esta cura em dez minutos, pelo fluido espiritual, pode bem ser considerada como instantânea, com tanto mais razão, como diz o próprio Espírito numa comunicação que encontrareis a seguir, quanto era de sua parte uma primeira experiência feita com vistas a uma aplicação posterior, em caso de êxito. Entretanto, o Espírito ficava sempre oculto ao médium, persistindo em não mostrar suas feições; dava mesmo a impressão de querer fugir, quando, de um salto só, nossa doente, que minutos antes não podia dar um passo, se lança no meio do quarto para pegar e apertar a mão de seu médico espiritual. Dessa vez o Espírito virou-se para ela, colocando sua mão na dela. Neste momento a Sra. G... solta um grito e cai desfalecida no assoalho: acabava de reconhecer o Sr. Demeure no Espírito curador”. Analisando o caso, Allan Kardec observa que a cura reportada acima é um exemplo da ação do magnetismo espiritual puro, sem qualquer mescla com o magnetismo humano. Por vezes os Espíritos se servem de médiuns especiais, como condutores de seu fluido. São esses os médiuns curadores propriamente ditos, cuja faculdade apresenta graus muito diversos de energia, conforme sua aptidão pessoal e a natureza dos Espíritos que os assistem. (...) Seria, pois, um erro acreditar que, pelo fato de se ter obtido uma cura, mesmo difícil, podem ser obtidas todas, em virtude de o fluido próprio de certos doentes ser refratário ao fluido do médium; a cura é tanto mais fácil quanto mais naturalmente se opera a assimilação dos fluidos. (..) A mediunidade curadora está exclusivamente na ação fluídica mais ou menos instantânea. Não se deve confundi-la nem com o magnetismo humano, nem com a faculdade que têm certos médiuns de receber dos Espíritos a indicação de remédios. Estes últimos são apenas médiuns receitistas, como outros são médiuns poetas ou desenhistas.



Se, segundo o Espiritismo, a desobsessão se realiza num determinado tempo, como entender as desobsessões instantâneas promovidas por Jesus? Como, por exemplo, o caso do endemoninhado de Gadara? Pergunta do ouvinte Cristiano, da cidade de Vera Cruz.

Desobsessão, na linguagem espírita, é o processo pelo qual se liberta uma pessoa da ação de um ou mais Espíritos que querem prejudicá-la. No meio espírita consideramos que esse processo não é tão simples quanto à primeira vista pode parecer, pois a ligação entre o encarnado e o desencarnado – ou entre a vítima e o autor da obsessão – pode ser profunda e muito complicada, exigindo tempo para que esses laços sejam definitivamente rompidos.

O Cristiano se refere, no entanto, a casos relatados nos evangelhos em que Jesus com uma simples ordem fez com que Espíritos maus se afastassem imediatamente de suas vítimas. É claro que nesses casos, Cristiano, precisamos considerar diversos fatores, até porque cada caso é um caso, dependendo das circunstâncias em que ocorrem. Mas o que você quer saber é por que Jesus teria obtido êxito tão imediato no afastamento desses Espíritos.

Nesses casos, precisamos considerar, pelo menos, três aspectos. Primeiro, a autoridade moral de Jesus. Em segundo lugar, o que ele queria ensinar às pessoas e, por último, como aquele povo podia entender o que ele estava demonstrando. Ora, Jesus, como Espírito puro, pelo seu elevado grau de espiritualidade, já era suficiente para afastar influências negativas apenas com a sua presença. Certamente, ele irradiava elevadas vibrações de amor que Espíritos maldosos não podiam suportar.

Ao mesmo tempo, devemos considerar que Jesus estava mostrando que todos estamos sujeitos a influências inferiores de Espíritos inimigos. Naquele povo, os Espíritos inimigos eram vistos como demônios, seres amaldiçoados por Deus e devotados inteiramente ao mal. Sabemos hoje que, quanto mais comprometidos com o mal, mais favorecemos a aproximação de inimigos desencarnados. Além disso, somente o amor ( do qual emanam vibrações de elevado teor espiritual) é capaz de anular qualquer ação má.

Consideremos também que as narrativas dos evangelhos, no que diz respeito a fatos mediúnicos, se deram de acordo com as crenças daquela época e daquele povo. Espíritos maus eram vistos como demônios que disputavam com Deus as almas humanas. Os evangelistas, portanto, não tinham maiores conhecimentos de como se davam tais influências, não sabiam como os Espíritos mal intencionados conseguiam envolver e dominar as pessoas. Apenas se preocuparam em registrar o fato de que Jesus atendia às vítimas da obsessão.

Evidentemente não podemos nos comparar à grandeza espiritual de Jesus e tampouco pretender curar a obsessão apenas por um simples ato de vontade ou por um simples toque. Contudo, pelo seu elevado grau de espiritualidade, como dissemos, a presença de Jesus era suficiente para intimidar os Espíritos mais rebeldes, que queriam enfrentá-lo, mas não conseguiam. Sua autoridade moral era suficiente para desarmá-los dessas pretensões e fazer com que se afastassem o mais depressa de suas vítimas.




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