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quinta-feira, 30 de novembro de 2023

AQUI QUE É COMO LÁ; EM BUSCA DA VERDADE COM O PROFESSOR

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Na proxima semana, novidade imperdíveis


-Estamos num parque-cidade-jardim, se posso definir com estas três palavras o grande centro de recuperação e cultura em que presentemente nos achamos. O vovô Engelberto e o vovô Eugênio entabularam entendimentos para que fôssemos admitidas num grande instituto de reformulação espiritual e tivemos permissão para desfrutar a companhia e a proteção da mãezinha Custódia que nos serve de governanta maternal. Penso que ficarão satisfeitos se lhes contar que fomos admitidas pela Diretora, a Irmã Frida, da lista de amizades do vovô Engelberto, com a maior distinção. Naturalmente, éramos neófitas e o receio nos marcava a presença. O vovô dirigiu-se a ela, em alemão, e ambos conversaram animadamente. Voltando-se cortesmente para nós, se bem me lembro, a Irmã Frida nos disse sorrindo: -“Brech Gut. Es wird mich scher freuen ihnen nutzlich zun sein”. Compreendo que não guardei de cor a antepenúltima expressão dela, mas o vovô solicitou-me a troca de ideias em português e a nossa Diretora, sem pestanejar, se exprimiu em português – brasileiro com tal mestria que nos sentimos à vontade para a instalação em perspectiva. A cidade é grande e especializada”. A informação é dada aos pais na segunda mensagem psicografada por Jane Furtado Koerich pelo médium Chico Xavier, dezessete meses após ela, sua irmã Rosemari e a amiga Sonia, em meio a quase cinquenta pessoas, perecerem em acidente aéreo de grandes proporções aos procedimentos de aterrisagem em Florianópolis (SC), em 12 de abril de 1980. Sua carta, soam-se a dezenas de outras recebidas pelo médium mineiro oferecendo detalhes da organização do chamado Mundo Espiritual, em suas formatações nos diferentes Planos e Sub-planos. Se considerarmos a cogitação da Teoria das Supercordas da Física Quântica que, além de propor matematicamente dos chamados Universos Paralelos, afirma que “mesmo que as dimensões ocultas do espaço sejam imperceptíveis, são elas que determinam a realidade física em que vivemos”, consideraremos real o relato de Jane. Do momento em que Allan Kardec, obteve da Espiritualidade a resposta de que entre o Mundo Espiritual e o Físico o mais importante é o Espiritual, pois de lá tudo procede e para lá tudo volta ao da descrição da jovem sobrevivente espiritualmente ao acidente e daí ao comentário do físico materialista e ateu Marcelo Gleiser citado em seu livro CRIAÇÃO IMPERFEITA (2011, record), fatias diferentes de tempo transcorreram. Em artigo publicado na REVISTA ESPÍRITA de janeiro de 1863, a visão do Mundo Espiritual oferecida pelo Espiritismo, representa “uma força nova, uma nova energia, uma nova lei, numa palavra, que foi revelada. É realmente inconcebível que a incredulidade repila mesmo a ideia, por isso que esta ideia supõe em nós uma alma, um princípio inteligente que sobrevive ao corpo. Segundo ele, “vivemos num oceano fluídico, incessantemente a braços com correntes contrárias, que atraímos, ou repelimos, e às quais nos abandonamos, conforme nossas qualidades pessoais, mas em cujo meio o homem sempre conserva seu livre arbítrio, atributo essencial de sua natureza, em virtude do qual pode sempre escolher o caminho”. Acrescenta que esse Mundo Espiritual “é a réplica ou o reflexo do Mundo corpóreo, com suas paixões, vícios ou suas virtudes, mais virtudes do que nossa natureza material dificilmente permite compreendermos. Tal é esse mundo oculto, que povoa os espaços, que nos cerca, no meio do qual vivemos sem o suspeitar, como vivemos entre miríades do Mundo Microscópico”. Alerta-nos que “o Mundo Invisível que nos circunda reage constantemente sobre o Mundo Visível; nô-lo mostram como uma das forças da Natureza. Conhecer os efeitos dessa força oculta, que nos domina e subjuga contra nossa vontade, não será ter a chave de mais um problema, as explicações de uma porção de fatos que passam desapercebidos?”.




Angélica Geraldino Ferreira, fez a seguinte colocação: Desde de criança, aprendeu de um familiar que as pessoas mal intencionadas podem contaminar um alimento com energias negativas. Desde então, ela cresceu com essa idéia que, até hoje, nunca saiu de seu pensamento. Desse modo, ela fica cismada quando recebe de presente algum alimento, que alguém vem lhe oferecer, pois tem medo que possa lhe causar algum mal. A Angélica quer saber, segundo a Doutrina Espírita, se isso tem alguma procedência.

Angélica, em todo saber popular existe o lado da verdade e o lado da fantasia. É por isso que o Espiritismo nos incentiva a buscar conhecimentos, pois o conhecimento é um instrumento de libertação; ele nos ajuda caminhar sobre terreno firme. Não podemos negar que todos nós, seres humanos (Espíritos encarnados) pensamos, e que o pensamento é alguma coisa, embora a ciência não o tenha descoberto ainda, André Luiz, por intermédio de Chico Xavier, afirma, no livro MECANISMOS DA MEDIUNIDADE, que o pensamento é matéria, mas uma matéria radiante e invisível – que emite alguma coisa.

Esta é uma verdade. Quando pensamos, nós criamos; quando olhamos para uma pessoa e gostamos dela, emitimos ondas mentais positivas para essa pessoa, até mesmo sem saber que estamos fazendo isso. Este, aliás, é o mecanismo da oração; a prece nada mais é do que uma fonte de elevados recursos espirituais que tanto nos ajuda, quanto ajuda aqueles para quem pedimos. Do mesmo modo, se o pensamento contra alguém é ruim, é claro que ele emite energias negativas contra esse alguém.

Contudo, Angélica, nem a prece ( que é uma emissão de pensamentos sublimes) pode ajudar, nem tampouco uma emissão de raiva vai prejudicar uma determinada pessoa , se essa pessoa não o receber. Receber quer dizer “estar receptiva” para aquele tipo de pensamento. Isto quer dizer que não basta emitir o pensamento a favor ou contra alguém para que esse pensamento produza o efeito desejado. É indispensável que a pessoa, para quem o pensamento se dirige, esteja sintonizado com esse nível de pensamento.

Por exemplo: um pensamento de bondade só ajuda quem tem procura cultivar amor em sua vida. Um pensamento de maldade só atinge aquele que cultiva o ódio e que está sempre se indispondo contra os outros. Desse modo, Angélica, é mais fácil o pensamento mau não surtir o efeito desejado do que o contrário, pois, se todo mau pensamento atingisse seu objetivo, muita gente não pararia em pé. Acontece que quando se trata de emissão de maus pensamentos, geralmente, eles encontram resistência no campo mental da pessoa que se deseja atingir.

Logo, no dia a dia de nossa vida, atingir alguém pelo pensamento, de modo a trazer-llhe um grande prejuízo, quase que constitui uma exceção, pois todos nós temos as nossas defesas naturais, que nos dão a devida proteção. Quando mais elevado o nosso sentimento – em termos de amor e de compaixão – menos expostos estaremos a pensamento ruins que nos queiram mandar. Logo, Angélica, fique tranquila neste ponto e não se preocupe muito com isso, a não ser o necessário.

Um alimento pode nos fazer mal; no entanto, precisamos saber qual a origem do problema. Quase sempre está na contaminação natural do próprio alimento na sua origem e não nas chamadas “energias negativas” de que você fala. Quando não nos preocupamos com a qualidade do alimento e comemos qualquer coisa, sem tomar os devidos cuidados de limpeza e higiene, certamente, corremos o risco da contaminação.

Quanto às qualidades energéticas dos alimentos – falamos das qualidades magnéticas ou espirituais – devemos sempre ter em mente que a maior defesa está em nosso caráter e no esforço que fazemos para nos melhorar, procurando fazer o bem, não desejar mal ao próximo, nem mesmos aos adversários, como o próprio Jesus nos ensinou. Quando Jesus recomendou que amássemos, foi no sentido de preservar a nossa saúde espiritual, uma vez que só recebemos o que damos.




quarta-feira, 29 de novembro de 2023

O PROBLEMA DAS MISTIFICAÇÕES; EM BUSCA DA VERDADE COM O PROFESSOR

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Atualmente, surpreendem textos, mensagens e mesmo livros mediúnicos com conteúdo contraditório e, até mesmo, absurdo, atribuído ao Espírito de personalidades que, enquanto reencarnados, se destacaram no meio social, pela sobriedade e mesmo sabedoria, demonstrado em opiniões emitidas. Naturalmente considerando a vulnerabilidade dos médiuns, derivada da própria invigilância, compreende-se esse efeito tão prejudicial à generalização dos princípios revolucionários do Espiritismo. A falta de comprometimento maior com a causa e menos com o personalismo e a presunção são fatores determinantes de tal quadro. Um dos efeitos diretos é, sem dúvida, a mistificação, tanto do médium quanto do Espírito comunicante. Na seção QUESTÕES E PROBLEMAS do número de agosto de 1863, da REVISTA ESPÍRITA, Allan Kardec comenta trecho de uma carta recebida de Locarno, Suíça, relatando experiência vivida pelo destinatário com sua filha, muito bom médium, que teria sido instrumento para mistificações, o que o faz indagar “por que Deus permite que os bem intencionados sejam assim enganados pelos que os deveriam esclarecer?”. Embora a possibilidade tenha sido prevista e analisada n’ O LIVRO DOS MÉDIUNS, naturalmente por tratar-se de fato constatável em qualquer tempo e lugar pelos praticantes do fenômeno mediúnico, o editor aproveita para tecer mais alguns comentários sobre as mistificações. Escreveu ele:- “Derramando-se o mundo corpóreo, pela morte no Mundo Espiritual, e o Mundo Espiritual derramando-se no mundo corpóreo pela encarnação, daí resulta que a população normal do espaço que rodeia a Terra é composta de Espírito provenientes da Humanidade terrena; sendo esta Humanidade uma das mais imperfeitas, não pode dar senão produtos imperfeitos. Eis a razão por que em torno dela pululam os maus Espíritos. Pela mesma razão, nos Mundos mais adiantados, onde o Bem reina sem partilha, só há Espíritos bons. Admitindo isto, compreender-se-á que a intromissão, tão frequente, dos maus Espíritos nas relações mediúnicas, é inerente à inferioridade do nosso Globo; corre-se o risco de ser vítima dos Espíritos enganadores, como num País de ladrões o de ser roubado. Não se poderia, também, perguntar por que Deus permite que pessoas honestas sejam despojadas por ladrões, vítimas da malevolência, expostas a toda sorte de misérias? Perguntai antes por que estais na Terra; e vos será respondido que é porque não merecestes um lugar melhor, salvo os Espíritos que aqui estão em missão. É preciso, pois, sofrer-lhe as consequências e fazer esforços para dele sair o mais cedo possível. Enquanto se espera, é necessário esforçar-se por se preservar dos assaltos dos maus Espíritos, que só se consegue fechando-lhes todas as entradas que lhes poderiam dar acesso em nossa alma, a eles se impondo pela superioridade moral, a coragem, a perseverança e uma fé inquebrantável na proteção de Deus e dos Bons Espíritos, no futuro que é tudo, ao passo que o presente nada é. Mas como ninguém é perfeito na Terra, ninguém se pode gabar, sem orgulho, de estar ao abrigo de suas malícias de maneira absoluta. Sem dúvida a pureza de intenções é muito; é o caminho que conduz à perfeição, mas não é a perfeição e, ainda, pode haver, no fundo da alma, algum velho fermento. Eis por que não é ele o único médium que tenha sido mais ou menos enganado. Diz-nos a simples razão que os Bons Espíritos não podem fazer senão o Bem, pois, do contrário, não seriam bons e que o mal não pode vir senão de Espíritos imperfeitos. Assim, as mistificações não podem ser senão de Espíritos levianos ou mentirosos, que abusam da credulidade e, muitas vezes, exploram o orgulho, a vaidade e outras paixões. Tais mistificações tem o objetivo de por à prova a perseverança, a firmeza na fé e exercitar o julgamento. Se os bons Espíritos as permitem em certas ocasiões, não é por impotência de sua parte, mas para nos deixar o mérito da luta. A experiência que se adquire às suas custas sendo a mais proveitosa, se a coragem faltar, é uma prova de fraqueza, que nos deixa à mercê dos maus Espíritos. Os Bons Espíritos velam por nós, assistem-nos e nos ajudam, mas com a condição que nos ajudemos a nós mesmos. O homem está na Terra para a luta: precisa vencer para dela sair; senão, nela ficará”.



Adailton nos trouxe a seguinte pergunta: “É verdade que estamos num mundo em transição e que Espíritos, que vieram de outros planetas, já estão reencarnados na Terra?

Esta questão, que se refere à vinda de Espíritos de outros mundos, quase sempre acaba estimulando mentes fantasiosas a povoar o imaginário popular de fatos mágicos ou miraculosos. Vejam que não estamos falando de extraterrestres que viriam à Terra tripulando naves espaciais como nos filmes de Hollywood, mas de Espíritos que podem vir de fora de nosso planeta e aqui reencarnarem de forma tranquila e natural sem que ninguém perceba.

O Espírito Emmanuel, no livro Caminhos da Luz , lançado em 1939 – portanto, há 80 anos - refere-se à uma leva de Espíritos de um planeta distante, da Constelação de Cocheiro, que teriam vindo para a Terra nos primórdios da nossa civilização, quando a humanidade estava passando pela primeira grande transição – de mundo primitivo para mundo de provas e expiações - justamente porque esses Espíritos não podiam mais reencarnar no seu mundo de origem. Porém, mais adiantados que nós e vindo pra Terra, eles acabaram contribuindo para a evolução da humanidade.

Contudo, em Doutrina Espírita, Adailton, precisamos manter nossos pés no chão. Quem conhece as obras de Allan Kardec – sobretudo quem já leu as matérias da REVISTA ESPÍRITA – sabe que o codificador era um homem sensato, criterioso, muito meticuloso e completamente avesso a tudo que pudesse estimular a pura imaginação. Essa questão, que envolve transição e migração de Espíritos, propicia muito a fantasia.

A transição, que é um período de grandes mudanças, segundo Kardec, provoca essa mobilização de Espíritos de um mundo para outro para atender às necessidades evolutivas de cada comunidade espiritual. Quando, no último capítulo do livro GÊNESE, Kardec trata desse tema, ele afirma que chegaria um momento em que alguns Espíritos não teriam mais condições de continuar reencarnando na Terra, assim como outros viriam de outros planetas para reencarnarem aqui, mas essa mudança aconteceria de forma tão natural e tão comum para todos nós, que certamente não perceberíamos.

Não haveria espetáculos de extrema grandeza, nem sinais no céu e nem calamidades extraordinárias. Aliás, todas as mudanças já estão acontecendo hoje, mas só quem tem uma mente aberta e presta muita atenção nesse processo é que consegue percebê-las pela marcha dos acontecimentos. É assim que ocorre a transição e a encarnação de outros Espíritos em nosso planeta, porque foi assim que veio acontecendo há milhares de anos atrás, conforme referências de Emmanuel.

Pelo que a Doutrina Espírita sustenta, não é difícil perceber que, em todas as épocas de nossa história – em umas mais do que em outras – vieram vários Espíritos de mundos mais adiantados (moral e intelectualmente mais adiantados) para prestarem excelentes serviços em vários setores da vida humana – seja na economia, seja na política, nas artes, na ciência, na filosofia e na religião. Geralmente são Espíritos que se notabilizaram por grandes feitos e aqui viveram do mesmo modo que vive o homem comum, até porque também eram humanos.

O mais elevado Espírito, que veio de planos elevados da Espiritualidade para promover um impulso sem igual no desenvolvimento moral da humanidade, foi o próprio Jesus. Evidentemente, hoje reconhecemos isso, porque é mais fácil compreender Jesus agora – 2 mil anos depois - do que naquele tempo, quando ainda éramos mais atrasados. Hoje podemos avaliar a sua extraordinária dimensão espiritual, comparada ao dos homens ainda muito rudes e ignorantes de seu tempo, e concluir que uma expressão tão elevada e tão sublime de amor não poderia ter se originado na Terra.

Desse modo, Adailton, não é difícil concluir – como Allan Kardec analisa e conclui – que geralmente só percebemos a presença desses notáveis Espíritos quando eles já passaram por nós, pois essas extraordinárias figuras da Espiritualidade, quase sempre, são mal compreendidas no seu tempo, e o que deixam para o mundo é um grande e inevitável impulso de progresso. Logo, Adailton, ao que tudo indica, devemos ter Espíritos de planos elevados entre nós.


terça-feira, 28 de novembro de 2023

NA DIREÇÃO DA VERDADE ; EM BUSCA DA VERDADE COM O PROFESSOR

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O Plano Material nada mais é que um prolongamento do Mundo Espiritual” comentou certa vez o médium Chico Xavier em conversa com amigos. As múltiplas obras produzidas por uma infinidade de médiuns nas ultimas décadas vão alargando nosso entendimento a sobre essa interação entre o concreto e o abstrato, entre o visível e o invisível. Embora a predominância de Espíritos pouco evoluídos na Humanidade terrestre, na verdade uma pequena porção já demonstra uma capacidade de abstração ou raciocínio lógico que lhes permite vislumbrar essa realidade inacessível e incompreensível pela maioria. Resgatando algumas informações esparsas em livros de reconhecida credibilidade, na sequencia elementos para sua reflexão: 1- A Doutrina Espírita ao tempo de Allan Kardec constituiu-se no único canal de revelação sobre as realidades em meio às quais vivemos? Não. Fora do campo de influência do Espiritismo, a mediunidade continuou a produzir resultados como os alcançados entre os meses de setembro e outubro de 1913, pelo reverendo presbiteriano inglês George Vale Owen, que amargurado pela morte de uma filha, iniciou exercícios no campo da psicografia estabelecendo contato com sua mãe através da escrita automática por inspiração, grafando, segundo apurado por ele, 24 palavras por minuto. Tais mensagens resultaram no livro A VIDA ALÉM DO VÉU, transcritas no período de apenas um mês. 2- O que acrescentaram tais comunicações? Vários aspectos podem ser destacados: 1- O Universo Espiritual de inconcebível grandeza e imensidade, se organiza em variadas Esferas que se desdobram pela amplidão do Infinito; 2 - Na primeira Esfera encontramos árvores e flores, como as que encontramos na Terra, só que muito mais belas; 3- Existem animais e pássaros, mais amigos do homem, por estarem mais próximos, mais inteligentes, já não sofrendo os temores nem padecimentos causados pelas crueldades que experimentam no Planeta; 4- Há casas e jardins de subsistência, cor e atmosfera mais de acordo com os habitantes da região; existindo fontes de água; cores mais harmoniosas; sendo tudo mais radiante, alegre; 5- Espíritos da mais alta Esfera podem descer à Esfera inferior; podendo ser enviados em missão à Terra, o que exige adaptação, a fim de se amoldarem à atmosfera densa e turva na qual está envolvido nosso mundo. 3- Qual o significado da contribuição vertida pela Espiritualidade através do médium Chico Xavier? Reafirma alguns pontos e amplia consideravelmente a visão sobre o Mundo Espiritual. Da obra CARTAS DE UMA MORTA (lake, 1936) organizada com as mensagens em que o Espírito Maria João de Deus relata seu despertar na realidade além do corpo físico e os conhecimentos absorvidos nas experiências que teve, destacamos: 1- A Terra é o centro, isto é, a sede de grande número de Esferas Espirituais que a rodeiam de maneira concêntrica, difícil de precisar em números, porque se alongam até um limite que a minha compreensão, por enquanto, não pode alcançar. 2 - Quanto mais evoluído o Ser, mais elevada será sua habitação, até alcançar o ponto em que essas Esferas se interpenetram com as de outros Mundos mais perfeitos. 3 - Há casas, pássaros, animais, reuniões, institutos como os das famílias terrenas, onde se agrupam os Espíritos através das mais elevadas afinidades. 4 - Existe uma escada de Luz atravessando os abismos, ligando as Esferas umas às outras. 5 - A região imediatamente vizinha à Terra abriga muitos sofredores e desesperados, existindo nela organizações perfeitas e inúmeras, de muitos Espíritos do mal, que, reunindo-se a outros, formam congregações nefastas e terríveis. 6 - Há abismos tenebrosos compondo as regiões infernais em certos planos da realidade espiritual, como os purgatórios da Terra. 7 - Há entidades que só se dedicam a confecção de trajes de seus companheiros. 8 - Há música e instrumentos mais perfeitos e mais adaptáveis à harmonia que os conhecidos na Terra. 9 - Temos festas e assembleias seletas, meios de comunicação, visões à distância, através de processos que os homens estão ainda muito longe de entender. 10 - São inúmeras as congregações de Espíritos que se dedicam à salvaguarda de seus ideais religiosos sobre o orbe terráqueo. 11 - Existe grande movimento de afinidade racial, parecendo-me que a questão das raças aí na Terra está subordinada a um forte ascendente de natureza espiritual. 12 - Os saxões, latinos, árabes, orientais, africanos, formam grandes falanges, à parte, em locais diferentes uns dos outros, conservando nos núcleos de suas atividades, costumes que os caracterizavam sendo profundamente interessante observarmos de perto como essas imensas colônias espirituais diferem uma das outras.



Recebemos por e-mail a seguinte questão proposta pelo Bruno Cípola, da cidade de Marília. “ Eu gostaria de entender como funciona o que o Espiritismo prega referente a não existir limite de tempo e espaço. Quer dizer que poderíamos reencarnar numa próxima vida no ano de 1.200, por exemplo, ou até mesmo no ano 8.000? Sendo assim, também seria possível aplicar um passe em uma pessoa que esteja em lugar distante, até mesmo em outro país?”

Vamos por parte, Bruno. A questão do tempo e do espaço é um tanto complexa, inclusive para a ciência. A partir de Albert Einstein que, no início do século passado, formulou a Teoria da Relatividade, esta questão passou a ser tratada de um ângulo diferente do que se pensava até o final do século XVIII. No entanto, já em O LIVRO DOS ESPÍRITOS, lançado nos meados daquele século– como especificamente em A GÊNESE ( em 1868), ambos de Allan Kardec, os Espíritos – muito antes da teoria de Einstein, portanto - já abordavam aspectos referentes à dimensão espaço-tempo que a ciência desconhecia.

Desde a constituição da Doutrina Espírita, os Espíritos sempre disseram que eles percebem tanto o tempo como o espaço de forma diferente daquela que nós, os encarnados, percebemos. Na dimensão espiritual o espaço ganha nova conotação: ele não é reduzido e limitado como o nosso. Mas para nós é difícil conceber de outra forma, pois estamos confinados num mundo de três dimensões; não fazemos idéia de como seria perceber um objeto, por exemplo, se estivéssemos numa quarta dimensão, além da matéria. Desse modo, o nosso mundo físico – como o nosso corpo – limitam o espaço do Espírito, enquanto encarnado.

Quando estamos numa dimensão acima, podemos perceber a dimensão inferior – ou seja, se ocupamos uma quarta dimensão podemos perceber a terceira, mas se estamos na terceira não percebemos a quarta. É por isso que não vemos os Espíritos, mas eles nos podem ver. Contudo, embora confinados nesta dimensão mais reduzida, também somos seres espirituais e, como seres espirituais que somos, temos a faculdade de pensar. Nosso pensamento penetra o mundo espiritual, de maneira que, pelo pensamento, nós podemos atingir uma pessoa que se encontra num lugar distante, até num outro país.

Por isso, Bruno, é possível transmitir um passe de um lugar para outro, de um país para outro, quando temos um alvo determinado, que é a pessoa que queremos beneficiar. O passe consiste numa transmissão fluídica – ao mesmo tempo, ondas e partículas – que podem viajar na velocidade do pensamento, abrindo caminho para que Espíritos amigos, que estejam atentos à nossa prece, também dele participem, ajudando quem esteja precisando. Para isso é preciso mentalizar a pessoa que queremos ajudar. O problema, no entanto, não é emitir o passe através da oração (isso é até muito fácil) ; o problema é recebê-lo; e isso vai depender da pessoa que estamos querendo ajudar.

Isso quer dizer o seguinte: na oração, como no passe, temos a participação do emissor (aquele que ora, que mentaliza, que pede pela pessoa necessitada), temos o receptor (aquele que deve receber e que pode estar distante) e temos também os Espíritos amigos que nos ajudam nessa operação, aproveitando os recursos do pensamento do emissor e do receptor. Desse modo, se eu oro daqui por uma pessoa distante, mas naquele momento ela não está mentalmente receptiva (isto é, a qualidade de seu pensamento não ajuda), ela não vai receber. Por essa razão, o passe com a pessoa presente é mais garantido, pois ela está acompanhando a prece e mais pronta para receber.

Quanto à outra dimensão, o tempo, Bruno, nunca soubemos pela literatura espírita, que é possível voltar ao passado. Sabemos, contudo, que é possível nos projetar no futuro, mas de forma relativa – ou seja, percebendo situações que provavelmente venham a acontecer. Mas, mesmo assim, a visão do futuro não é uma coisa absoluta, pois quando divisamos algo que possa acontecer amanhã, no ano que vem ou daqui a muitos anos, trata-se apenas de probabilidades e não de certeza absoluta. Muitas vezes, um “flash” do futuro ( ou seja uma visão instantânea) é apenas um aviso ou um alerta para que possamos mudar o rumo dos acontecimentos e evitar o pior.

Vamos usar uma comparação para o ouvinte entender qual o significado da premonição, ou seja, da visão de um fato futuro. É como se alguém chegasse pra você e dissesse: “Cuidado, não vá por este caminho, que lá adiante tem um buraco e você pode cair”. É claro que essa pessoa está requerendo ajudá-lo para evitar que você caia. E se ela está querendo ajudar é porque o fato de você cair no buraco pode ser evitado e, se você quiser seguir aquele conselho, certamente evitará essa queda.

Entretanto, se todos os fatos de nossa vida estivessem rigorosamente determinados, não poderíamos direcionar a nossa vida, não teríamos livre-arbítrio e, portanto, não teríamos nem mérito e nem culpa pelos atos que praticamos, pois tudo já estaria decidido por Deus. Disso concluímos que não é possível voltar ao passado em termos de reencarnação, Bruno, mas é possível ir ao futuro, pois o futuro ainda está por acontecer, e o Espírito, pela Lei de Evolução, sempre caminha para a frente, jamais retroage.


segunda-feira, 27 de novembro de 2023

QUANDO A CONSCIÊNCIA SE ILUMINA; EM BUSCA DA VERDADE COM O PROFESSOR

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Objetivo final da caminhada do Ser, a evolução espiritual é um processo lento e difícil. Tanto maior quanto, em suas reencarnações, mais próximo está o Espírito das faixas primárias. E, voltar ao corpo sucessivas vezes é uma ideia abominada pela maioria, ignorante quanto a sua finalidade. O próprio Allan Kardec confessa que diante das revelações apresentadas pelos Espíritos sobre a reencarnação, preferiu ser cauteloso. Escreveu ele: -“Foi assim que procedemos com a doutrina da reencarnação, que não adotamos, embora vinda dos Espíritos, senão depois de havermos reconhecido que ela só e só ela, podia resolver aquilo que nenhuma filosofia jamais havia resolvido”. Durante muitas das experiências no corpo físico, prevalecem os instintos, reflexos que nos fazem buscar saciar predominantemente as necessidades de sensações nos campos do estomago e do sexo. A consciência de si mesmo é fruto de inúmeras passagens pelo chamado Plano Material, estágio estimado por Kardec talvez só após a centésima ou milésima encarnação”, analogamente ao que “ se dá com a criança, que não goza da plenitude de suas faculdades nem um, nem dois dias após o nascimento, mas depois de anos. Quando fixados valores mais significativos no âmbito dessa consciência, passa a individualidade a interferir na formatação das existências futuras. Exemplo disso nos é oferecido por matéria incluída na pauta da REVISTA ESPÍRITA de julho de 1863, sob o título Uma Expiação Terrestre. Refere-se a morte em 1850, numa aldeia da Baviera – hoje, um dos Estados da Alemanha -, de um velho quase centenário, conhecido como Pai Max. Ninguém sabia, ao certo, sua origem, pois não tinha família. Durante mais de meio século, abatido por enfermidades que o impossibilitavam de ganhar a vida pelo trabalho, não tinha outro recurso senão a caridade pública, que dissimulava indo vender em fazendas e castelos, almanaques e pequenos objetos. Tinham-lhe dado o apelido de Conde Max e as crianças o chamavam Senhor Conde, com o que sorria sem se formalizar. Por que tal título? Ninguém saberia dizer: já era hábito. Talvez pela sua fisionomia e maneiras, cuja distinção contrastava com seus trapos. Vários anos após sua morte, apareceu em sonho à filha do dono de um dos castelos, onde era hospedado na cavalariça, pois não tinha domicílio. E lhe disse: -“Obrigado por terdes lembrado do pobre Max em sua preces, pois foram ouvidas pelo Senhor. Desejais saber quem sou eu, alma caridosa que vos interessastes pelo infeliz mendigo? Vou satisfazer-vos. Será para todos uma grande instrução”. E contou: “-Um século e meio antes era um rico e poderoso senhor desta região, mas vão, orgulhoso e enfatuado de minha nobreza. Minha imensa fortuna jamais serviu senão para os meus prazeres, e apenas bastava, porque era jogador, debochado e passava a vida em orgias. Meus vassalos, que julgava criados para meu uso como animais de fazenda, eram oprimidos e maltratados para contribuir para as minhas prodigalidades. Ficava surdo às suas lamentações, como às de todos os infelizes e, em minha opinião, deviam sentir-se honrados de servir aos meus caprichos. Morri em idade pouco avançada, esgotado pelos excessos, mas sem haver experimentado nenhuma verdadeira desgraça”. Segue contando que objeto de funerais suntuosos, apesar dos lamentos dos vivedores como ele, nem uma lágrima caiu em sua sepultura, nem uma prece de coração subiu a Deus por ele e sua memória, amaldiçoada por todos aqueles cuja miséria havia agravado. O tempo calculado em vários anos, impôs-lhe padecimentos atrozes, vendo-se à frente de suas ameaçadoras vítimas quando da morte de cada uma delas. Os que se lhe diziam amigos, fugiam, parecendo dizer com desdém: - Não podes mais pagar nossos prazeres. Fatigado, sem ver termo a sua rota, exclamou: Meu Deus tende piedade de mim!”. Então, uma voz, a primeira que ouvia desde que deixou a Terra, lhe disse que seu sofrimento se interromperia quando se arrependesse e humilhasse diante daqueles que humilhou, pedindo que intercedessem por ele, porque a prece do que perdoa é sempre agradável a Deus. Efetivamente, suas ações fizeram com que os rostos de suas vítimas fossem desaparecendo um a um. Alguns anos depois, nasceu de novo, mas desta vez em família de pobres camponeses. Órfão criança, ficou só, sem apoio, ganhando a vida como pode, ora como trabalhador, ora como criado, sempre honestamente. Aos quarenta anos, uma doença o tornou entrevado de todos os membros e teve de mendigar por mais de cinquenta anos nas mesmas terras das quais tinha sido senhor absoluto; que receber um pedaço de pão nas fazendas que tinham sido suas e onde, por amarga ironia, o tinham apelidado Senhor Conde, sentindo-se feliz com um abrigo nas cavalariças do castelo que fora seu, sonhando muitas vezes, percorrendo o castelo, o meio e sua antiga fortuna, visões que lhe deixavam ao despertar, indefinível sentimento de amargura e pesar.



Gostaria de saber o seguinte. Quando a gente tem inveja de uma pessoa que conseguiu destaque, e a gente quer conseguir a mesma coisa que ela, isso é ruim? Então, se for ruim, não devo admirar ninguém? Mas, se isso for bom, então a inveja não é tão ruim como se costuma dizer, não é mesmo? ( Luciana Maria)

Não vemos que necessariamente exista inveja no fato de você admirar uma pessoa por algo que ela conquistou e tampouco em querer atingir a mesma meta que ela atingiu, Luciana. Pelo contrário, parece que a realização de uma pessoa, desde que seja uma coisa boa que ela conseguiu, é sempre positiva quando estimula outros a procurar fazer o mesmo. Neste caso, você não deveria usar a palavra “inveja”, mas, sim “admiração”.

A admiração, Luciana, é um bom sentimento; a inveja, não. A admiração faz bem à nossa saúde mental, porque nos dá conforto e esperança; a inveja é um fator de sofrimento moral, porque nos machuca por dentro e nos deixa arrasados. Na admiração, aplaudimos a conquista de alguém; na inveja desejamos que esse alguém não seja feliz com o que conquistou.

E quando é que existe inveja? Você perguntaria. Quando nos sentimos ofendidos com a realização do outro, quando sua conquista nos incomoda, nos perturba, nos fazer sofrer, atinge o nosso orgulho e fere o nosso egoísmo. É quando nos sentimos injustiçados ou passados para trás. Geralmente, a inveja nos leva a criticar a pessoa e a desmerecer o benefício que ela conseguiu.

A inveja pressupõe que não concordamos com sua vitória e, ainda, que gostaríamos que o prejuízo dela viesse para nós. É um sentimento egoísta e maldoso, bastante desconfortável. Aqui entra um pouco do que chamamos de “cobiça”, irmão da inveja. Veja, portanto, que existe uma diferença fundamental entre o fato de você admirar alguém e se inspirar nessa pessoa para conseguir seu objetivo e o fato de se revoltar, inconformado, contra ela.

Como já dissemos, a admiração nos deixa uma sensação de conforto e de paz, de respeito e de justiça em relação ao outro. Contudo, a inveja só nos faz sofrer, prejudicando nossa autoestima e nos colocando para baixo, na medida em que começamos a nos convencer de que a felicidade existe para o outro e não para nós. Desse modo, Luciana, a inveja nunca prejudica a pessoa invejada; ela só prejudica mesmo o invejoso.




domingo, 26 de novembro de 2023

DUVIDA COMUM; EM BUSCA DA VERDADE COM O PROFESSOR

 

Porque o Espiritismo, apesar de ter nascido na França, após a morte de Allan Kardec perdeu paulatinamente a força inicial até seu quase desaparecimento ganhando intensidade apenas no Brasil? A dúvida que é de muitos encontrou resposta entre os meses de junho e agosto de 1965, quando os médiuns Chico Xavier e Waldo Vieira, atendendo convite de amigos radicados nos Estados Unidos da América do Norte e alguns países europeus, cumpriram roteiro de visitas por várias cidades dos dois continentes, visando não apenas conhecer o movimento espiritualista lá existente, mas, também apresentar alguns dos seus trabalhos traduzidos para o idioma inglês. O mais interessante é que um grupo dos Espíritos desencarnados que desenvolviam trabalhos junto a eles os acompanhou, a fim de estreitar relações com líderes espirituais lá atuantes no amplo movimento espiritualista que, nos bastidores da evolução trabalham direta e indiretamente pelo despertar dos que lá vivem. Os Benfeitores Espirituais Emmanuel, André Luiz, Hilário Silva, Kelvin Van Dine e Irmão X estavam com a dupla, registrando com conteúdos psicografados sua passagem por localidades como Nova Iorque (NI), Silver Spring (Maryland), Washington (D.C.) neste lado da Atlântico, e, Londres (Inglaterra) e Paris (França), material posteriormente reunido no livro – ENTRE IRMÃOS DE OUTRAS TERRAS (feb,1965) -, com que se reverenciou o centenário da primeira entidade espírita do Brasil, o Grupo Familiar do Espiritismo, nascido em 17 de setembro de 1865, em Salvador (BA). Alguns Espíritos ligados ao movimento espiritualista local aproveitaram a presença dos médiuns brasileiros para transmitir interessantes mensagens como Ernest O´Brien e Anderson que as escreveram no idioma inglês inseridas no livro conforme o original, traduzidas para o português pelo erudito Hermínio Correia de Miranda. Outro detalhe curioso é que dos dois textos do prefácio, um é uma prece do Espírito André Luiz antes do embarque. Algumas entrevistas interessantes foram desenvolvidas pelo Irmão X e por André Luiz com personalidades locais. Uma delas já tema de postagem no início deste BLOG com a célebre atriz Marilyn Monroe que abordada pelo Irmão X, forneceu detalhes de sua intrigante desencarnação anos antes. Quando da passagem do grupo por Paris, no dia 20 de agosto de 1965, André Luiz teve a oportunidade de conversar com um dos destacados continuadores de Allan Kardec, o engenheiro e escritor Gabriel Delanne. O autor de A REENCARNAÇÃO, A EVOLUÇÃO ANÍMICA, A ALMA É IMORTAL (feb), filho de médiuns que serviram à Kardec na Sociedade Espírita de Paris, inteligência precoce para sua idade, respondeu a 20 questões formuladas pelo autor da série NOSSO LAR. Informando que, “apesar de residir agora além da Terra, prossegue dentro das possibilidades sua ação espírita de outro tempo”, considera que o “Espiritismo não alcançou o nível ideal”. Em se tratando do berço de Kardec, diz que “não podemos esquecer que a França nos últimos vinte lustros sofreu a carga de três grandes guerras que lhe impuseram sofrimentos e provas terríveis, o que, contudo, não atrasou a marcha do Espiritismo, visto que legiões de companheiros da obra de Allan Kardec reencarnaram, não só na França, mas igualmente em outros países, notadamente no Brasil, para a sustentação do edifício kardequiano”. Não vê como “lenta a expansão dos princípios espíritas no mundo, visto que, as atividades espíritas contam pouco mais de um século e um século é período demasiado curto em assuntos do Espírito”. Sobre se a Europa eventualmente retomará a direção do movimento espírita, avalia que “antes de tudo, devemos considerar que a Europa assemelha-se, atualmente, a vasto campo de guerra ideológica, que está muito longe de terminar”. Sobre se fenômenos de efeitos físicos não deveriam ser mais usados no processo de despertamento dos homens, diz que “essa modalidade serve à convicção, mas, não adianta ao serviço indispensável da renovação espiritual, estando certos os Espíritos Superiores na poda dos surtos e motivações que surgem”. Questionado sobre qual a direção mais indicada para pesquisa científica, respondeu que “devemos estimular os estudos em torno da matéria e da reencarnação, analisar o reino maravilhoso da mente e situar no exercício da mediunidade as obras de fraternidade, orientação, consolo e alívio às múltiplas enfermidades das criaturas terrestres, melhorando a individualidade por dentro”. Solicitado a apontar onde os percalços maiores para a expansão da Doutrina Espírita, afirmou que, em sua opinião, “procedem da atuação daqueles que reencarnam, prometendo servi-la, seja através da mediunidade direta ou indireta, no campo da inspiração e da inteligência, e se transviam nas seduções da esfera física, convertendo-se em médiuns autênticos das regiões inferiores, de vez que não negam as verdades do Espiritismo, mas estão prontos a ridicularizá-las, através de escritos sarcásticos ou da arte histriônica, junto dos quais encontramos as demonstrações improdutivas, as histórias fantásticas, o anedotário deprimente e os filmes de terror, sendo impossível negar que os milhões de Espíritos inferiores que cercam a Humanidade possuem seus médiuns”. “Educação” é o único modo de vencer no labirinto gigantesco em que opera a influência das sombras, “explicando, tanto nos sistemas religiosos do Ocidente quanto do Oriente que a pessoa, em qualquer lugar e tempo somente possui o que ela fez de si própria”.




Nilva Rodrigues Costa, nos telefonou para perguntar como podemos conciliar a existência de Adão e Eva e, depois, de seus filhos com a doutrina da reencarnação. Na verdade, ela quer saber, no caso dos filhos de Adão e Eva, quem reencarnou em quem.

Nilva, a bíblia é um dos livros mais antigos do mundo. A palavra “bíblia” vem do grego e quer dizer “vários livros”, porque é um documento onde se reuniram muitos textos, dos mais variados autores, escritos em épocas diferentes. Por exemplo: O Gênesis, que é o primeiro livro da Bíblia - esse que conta o episódio de Adão e Eva - faz parte do Torá, principal livro sagrado dos judeus, e conta sobre o início do mundo. A palavra “gênese” quer dizer nascimento, início, começo.

Segundo os estudos mais recentes, o Gênesis, escrito pelos hebreus, é uma compilação de vários escritos, baseada nos mitos de outros povos antigos, como os sumérios e os babilônios. Não se sabe com certeza sobre quando o Gênesis foi escrito, mas tudo leva a crer que sua redação original data do primeiro milênio antes de Cristo. Como você sabe, naquele tempo não havia papel e nem caneta; os textos eram gravados com muita dificuldade em couro de animais especialmente preparados, conhecidos como pergaminhos.

Isso significa que o Gênesis foi escrito lá pelos anos 600 antes do nascimento de Jesus, quando seu povo – os hebreus - estava no exílio sob o domínio dos persas. Numa época tão antiga como essa, quase 3 mil anos atrás, o que o homem podia entender sobre as leis da natureza? Não havia filosofia, tampouco ciência; os conhecimentos eram parcos e se reduziam à criatividade e ao imaginário do povo. Por isso é que os mitos e as lendas, cuidadosamente elaboradas, serviam para dar explicações sobre assuntos que açulavam a curiosidade do povo – como esses: como o mundo começou? Como surgiram os animais e o homem?

A Doutrina Espírita, Nilva, neste particular, busca a ajuda da ciência, porque hoje a ciência tem como explicar o surgimento do ser humano na Terra e, sabe, portanto, que o início da humanidade foi muito diferente daquilo que os escritos bíblicos relatam. Os relatos do Gênesis, envoltos num clima de mistério e magia, eram dirigidos mais à emoção do que à razão; por isso eles têm muito pouco de racionalidade. Hoje, nem mesmo o papa Francisco considera – como ele mesmo já se manifestou - que a história de Adão e Eva explicam o surgimento do homem sobre o nosso planeta, mas trata-se apenas e tão somente de uma alegoria.

Desse modo, Nilva, não podemos aplicar a reencarnação na história de Adão e Eva. Se quisermos ter uma pálida idéia de como se deu o início da humanidade, devemos buscar livros espíritas, como A GÊNESE, OS MILAGRES E AS PREDIÇÕES de Allan Kardec (escrita em 1868) ou a obra mais recente e atualizada, EVOLUÇÃO EM DOIS MUNDOS (escrita na metade do século XX), de André Luiz. Nesses livros você vai perceber como surgiram as primeiras comunidades humanas - não, há 4 ou 5 mil anos (como assinala a Bíblia), mas há 6 ou 7 milhões de anos, como a ciência até hoje pôde constatar.

Além do mais, o Espiritismo nos ensina que a Terra não é o único mundo habitado nesse universo de dimensões infinitas. Existem milhões de mundos habitados, e a reencarnação não ocorre somente dentro deste nosso modesto planeta, mas ocorre também através dos muitos mundos habitados. No caso da Terra, por exemplo, segundo Emmanuel – conforme relato do livro “A CAMINHO DA LUZ” – nosso planeta recebeu há cerca de 10 mil anos atrás uma leva de Espíritos que vieram de um sistema solar conhecido como Capela e que deram um novo impulso ao progresso intelectual e material da humanidade. Deve-se o início da civilização a esse fato de ordem espiritual.

O tema é muito amplo, Nilva. Poderemos voltar a ele, se você insistir. Aliás, estamos aqui para isso. Continue perguntando, até porque muitas vezes uma simples resposta não atende a tudo que o ouvinte quer saber. No entanto, para melhor apoiar seus conhecimentos, não deixe consultar as obras que citamos, porque elas a ajudarão a dirimir suas dúvidas. Vamos repetir, portanto, os nomes dos livros citados: de Allan Kardec, A GÊNESE, OS MILAGRES E AS PREDIÇÕES; de André Luiz, EVOLUÇÃO EM DOIS MUNDOS; de Emmanuel, A CAMINHO DA LUZ.

sexta-feira, 24 de novembro de 2023

SEXTO SENTIDO - NOVO PARADÍGMA ; EM BUSCA DA VERDADE COM O PROFESSOR

 

Abrindo o número de outubro de 1864 da REVISTA ESPÍRITA, Allan Kardec apresenta um artigo sugestivo: O sexto sentido e a visão espiritual. Para ilustrar seu ponto de vista, expõe uma experiência vivida quando em visita à casa de um membro identificado apenas como senhor W., da Sociedade Espírita de Paris, na cidade de Berna, na Suíça, onde ouviu falar e depois conheceu um camponês das cercanias, possuidor da faculdade de descobrir fontes e ver num copo respostas às perguntas que lhe fazem. Casado, pai de família, 64 anos, alto, esguio, boa saúde, torneiro de profissão, protestante, muito religioso, leitor habitual da Bíblia, vítima desde trinta anos antes de uma doença que o fazia se movimentar com dificuldade. Segundo relato do senhor W., existindo em sua propriedade um conduto de águas muito extenso que, por força de certas causas locais, concluíram que a tomada d’agua fosse mais próxima, para evitar escavações inúteis, recorreu ao descobridor de fontes. Este, sem deixar seu quarto, disse olhando o copo: -“No percurso dos tubos existe outra fonte; está a tantos pés de profundidade, abaixo do décimo quarto tubo, a partir de tal ponto”. A coisa foi encontrada tal como ele havia indicado. Aproveitando a ocasião, Allan Kardec na companhia de seu anfitrião, sua esposa e mais duas pessoas, foi a casa desse homem, na intenção de instruir-se sobre o fenômeno. Ouviu que sua faculdade se revelou quando da manifestação da enfermidade, crendo que Deus quis lhe dar certa compensação. Rosto expressivo e alegre, olho vivo, inteligente e penetrante, só fala o dialeto alemão da região não entendendo nada de francês, vivendo do produto de algumas peças de terá e de seu trabalho pessoal, não sofrendo necessidade, sem estar numa posição confortável. Procurado por desconhecidos para uma consulta, seu primeiro movimento é de desconfiança, sondando suas intenções, respondendo só se ocupar de fontes, recusando qualquer experiência com o copo, crendo que se se ocupasse com questões frívolas, especulações amorosas, realização de algum desígnio mau, Deus lhe retiraria a faculdade. Absolutamente ignorante sobre Espiritismo, sem a menor ideia dos médiuns, da intervenção dos Espíritos, da ação fluídica, para ele sua faculdade está nos nervos, numa força que ele não explica. Citando outro exemplo da precisão das visões do visitado, inclusive em relação a si mesmo, Allan Kardec diz ser “mais comum que se pensa, pessoas com a mesma percepção, que o copo é mero acessório, útil apenas pelo hábito da mesma forma que a borra de café, a clara de ovos, o côncavo das mãos, as cartas, apenas um meio de fixar a atenção, um pretexto para falar, um suporte.(...). Porque o que tem efeito sobre um não o tem sobre outro? Porque tantas pessoas possuem essa faculdade sem auxílio de qualquer aparelho? É que a faculdade é inerente ao individuo e não ao copo. A imagem se forma em si mesmo, ou melhor, nas irradiações fluídicas que dele emanam. O copo não oferece, por assim dizer, senão o reflexo dessa imagem: é um efeito, e não uma causa. (...). E isto é tão verdadeiro, que certas pessoas veem perfeitamente com os olhos fechados. A visão espiritual é, na realidade, o sexto sentido ou sentido espiritual, de que tanto se falou e que, como os outros sentidos, pode ser mais ou menos obtuso ou sutil. Ele tem como agente o fluido perispiritual, como a visão física tem por agente o fluido luminoso. Assim como a radiação do fluido perispiritual traz à alma certas imagens e certas impressões. Esse fluido, como todos os outros, tem seus efeitos próprios, suas propriedades sui generis. . Sendo o homem composto de Espírito, períspirito e corpo, durante a vida as percepções se produzem, ao mesmo tempo, pelos sentidos orgânicos e pelo sentido espiritual; depois da morte, os sentidos orgânicos são destruídos mas, restando o períspirito, o Espírito continua a perceber pelo sentido espiritual, cuja sutileza aumenta em razão do desprendimento da matéria. O homem em quem tal sentido é desenvolvido goza, assim, por antecipação, de uma parte das sensações do Espírito livre. Posto que amortecido pela predominância da matéria, o sentido espiritual não deixa de produzir sobre todas as criaturas uma porção de feitos reputados maravilhosos, por falta de conhecimento do princípio. Estando esta faculdade na Natureza, pois depende da constituição do Espírito, então existiu em todos os tempos; mas, como todos os efeitos cuja causa é desconhecida, a ignorância o atribuía a causas sobrenaturais. Os que a possuíam em grau eminente e podiam dizer, saber e fazer coisas acima do alcance comum, ou eram acusados de pactuar com o diabo, qualificados de feiticeiros e queimados vivos; enquanto outros eram beatificados, como tendo o dom dos milagres, quando, na realidade, tudo se reduzia à aplicação de uma lei natural”.


Odete Reganhan, presidente do Grupo Espírita “Maria de Nazaré, na cidade de Lupércio, solicita-nos um posicionamento sobre o caso do aborto realizado, dias atrás, numa menina de 9 anos, em Pernambuco. Segundo as notícias, a garota foi estuprada, possivelmente pelo padrasto. O caso ganhou repercussão mundial, quando uma autoridade religiosa, em Pernambuco, excomungou a equipe médica, responsável pelo aborto,uma vez que o aborto é condenado pela Igreja.


Se você perguntar: o Espiritismo é a favor ou é contra o aborto? Nós vamos responder: O Espiritismo é contra o aborto. Aí você pergunta novamente: Em todos os casos? Não, não em todos os casos. A Doutrina Espírita sempre se coloca a favor da vida, principalmente porque sabe que a vida é sempre uma oportunidade a mais para o Espírito, que precisa evoluir. Interromper uma gravidez, portanto, é tirar essa oportunidade – muitas vezes, uma necessidade gritante para o Espírito reencarnante.


No entanto, se abrirmos O LIVRO DOS ESPÍRITOS, na questão 359, vamos ler: “No caso em que a vida da mãe estivesse em perigo com o nascimento da criança, há crime em sacrificar a criança para salvar a mãe?” A resposta é clara: “É preferível sacrificar o ser que não existe ao ser que existe”. Desse modo, mais uma vez, a doutrina fica do lado do bom senso. O Espiritismo, que sempre fala em nome da razão, não poderia decidir de forma radical todos os casos, pois, assim fazendo, estaria contrariando seus próprios princípios.

O caso da menina pernambucana enquadra-se numa exceção à regra, portanto. Os médicos se pronunciaram, dizendo que a garota – de apenas 9 anos de idade, estrutura franzina e não mais que 1 metro e 33 centímetros de altura – tem o sistema reprodutivo imaturo e, além de ter sofrido violência sexual ( causando-lhe profundo trauma psicológico), pelo fato de não estar preparada para a reprodução, sua vida correria sério risco. Além disso, mesmo que se tentasse prosperar a gravidez, apenas para salvar as crianças, a medicina acha pouco provável que os bebês sobrevivessem.


O bom senso é sempre útil em qualquer situação, mas principalmente nos casos que fogem à regra. Não é preciso ser nenhum cientista ou sábio para chegar a tal conclusão, considerando mesmo que nós, seres humanos, não somos infalíveis em nada e, portanto, sempre estamos sujeitos a errar. Contudo, o que devemos cobrar de nós é o esforço máximo para errar menos ou causar menos danos com os nossos erros. No caso em questão, tudo leva a crer – como o próprio presidente da República pronunciou – que a justiça humana e a medicina, conjuntamente, fizeram optaram pela melhor solução.







Solange 

quinta-feira, 23 de novembro de 2023

AFOGAMENTO - TRAÇO COMUM EM VÁRIAS HISTÓRIAS; EM BUSCA DA VERDADE COM O PROFESSOR

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No riquíssimo acervo construído pelo médium Chico Xavier com as cartas psicografadas de forma mais intensa ao longo de mais de duas décadas, não faltam casos de pessoas que morreram por afogamento e voltaram para confirmar aos familiares que apenas o corpo teve interrompido o fluxo da vida. Eles sobreviveram para contar o sucedido nos momentos que marcaram e se seguiram à traumatizante experiência, bem como, revelarem indicadores dos fatores causais que determinaram o inesperado retorno ao Plano Espiritual. Além de provarem através de dados pessoais desconhecidos pelo médium, deram-lhes não só a certeza de que se reencontrariam e que se mantinham emocional e mentalmente ligados ao ambiente do lar em que conviviam. Dentre os relatos preservados em livros, destacamos: 1- Cleide Aparecida Rodrigues de Almeida, 20 anos, afogada na noite de 19 de fevereiro de 1980 após o carro em que saíra a passeio com amigo ter sido arrastado para o leito do Rio Tamanduateí que transbordara em meio às torrenciais chuvas que caiam sobre a capital paulista. 2– Os irmãos Fortunato, Jair (de 13 anos), Osmar (de 15) e José (com 16), mortos em 4 de dezembro de 1961, afogados na piscina em Fazenda de amigos de seus pais, em meio a tentativas de se salvarem, após um deles ter caído acidentalmente. Em sua mensagem, Cleide revela: -Aquela terça-feira de carnaval, para nós, foi realmente uma noite de redenção pela dor. Quando nos afastamos de casa para alguns minutos de entretenimento, ignorávamos que nos púnhamos a caminho de um ponto alto de vossa vida espiritual. A Terra física apresenta dessas surpresas. (...) Não choremos senão de reconhecimento a Deus pelo fato da vida não nos cercear a necessidade do resgate de certas contas que jazem atrasadas no livro do tempo. É verdade que o nosso veículo rodou no asfalto da rua para o curso do Tamanduateí, compelindo o nosso amigo Nelson e a mim própria à desencarnação violenta, mas é possível imaginar que os automóveis de hoje substituem as carruagens de ontem e sempre existiram perigosos cursos d´água, sobre os quais muitos delitos foram cometidos e ainda são perpetrados até hoje por espíritos que se fazem devedores perante as leis Divinas. O companheiro e eu estávamos empenhados a certa dívida do pretérito que, pela Misericórdia do Senhor, fomos chamados a ressarcir, em nosso próprio benefício”. Já José Fortunato, 21 anos após o terrível acidente em mensagem recebida em reunião publica de 19 de fevereiro de 1982 explica: -“Quando caímos nas águas da grande piscina, o Osmar, o Jair e eu estávamos sendo conduzidos pelos Desígnios do Senhor a resgatar o passado que nos incomodava. O sono compulsivo que nos empolgou foi algo inexplicável de que voltamos à forma da consciência, dias após o estranho desenlace. (...) Dois anos passados, fomos visitados por um amigo de nossa família que se deu a conhecer por Miguel Pereira Landim, respeitado e admirado por nossos familiares da Espiritualidade. Indagamos dele a causa do sucedido em nossa ida a Mogi. Ele sorriu e marcou o dia em que nos facultaria o conhecimento do acontecido em suas causas primordiais. Na ocasião prevista, conduziu-nos, os três, à Matriz do Senhor Bom Jesus, em Ibitinga. Entramos curiosos e inquietos. A igreja estava repleta de militares desencarnados. Muitos traziam as medalhas conquistadas, outros ostentavam bandeiras. Em meu coração passou a surgir a recordação que eu não estava conseguindo esconder. De repente, vi-me na farda de que não me lembrava, junto dos irmãos igualmente transformados em homens de guerra e o nosso olhar se voltou inexplicavelmente para as cenas que se nos desenrolavam diante dos olhos. Envergonho-me de confessar, mas a consciência não me permite recuos. Vi-me com os dois irmãos numa batalha naval, quando nós, na condição de brasileiros, lutávamos com os irmãos de república vizinha... Afundávamos criaturas sem nenhuma ligação com as ordens belicistas nas águas do grande rio, criaturas que, em vão, nos pediam misericórdia e vida... Replicávamos que em guerra tudo resulta em guerra”.


Eu ainda quero entender por que Jesus disse: “A quem pouco foi dado muito será tirado?” Não é uma contradição. Não deveria ser o contrário: dar mais a quem tem pouco e menos ou nada a quem já tem muito? ( Alessandro Lima)

À primeira vista, parece uma contradição, mas somente se você citar esta frase fora do contexto, ou fora do significado mais amplo do evangelho. Contudo, se você levar em conta o que Jesus veio dizendo anteriormente, ela está perfeitamente adequada à situação que ele coloca nesta nova proposta. Jesus acabara de contar a chamada Parábola dos Talentos. Segundo esta parábola, um senhor tendo que se ausentar de sua propriedade, deixou dinheiro nas mãos de três de seus empregados.

Ao primeiro ele deu 5 talentos, ao segundo deu 2 e ao terceiro, deu apenas um. Quando retornou da viagem, chamou os três para prestar-lhe contas. Aquele que recebera 5 talentos entregou ao seu senhor 10 talentos, porque tinha aplicado o dinheiro, que lhe rendeu o dobro. O segundo servidor entregou ao seu senhor 4 talentos, porque também aplicou e conseguiu dobrar a quantia que recebera.

O terceiro, porém – aquele que recebera apenas um único talento, que seu senhor lhe dera – devolveu-lhe o mesmo talento que recebeu. Ele justificou que assim estava fazendo para impedir que fosse roubado pelos ladrões. Esta parábola parece uma aula de Economia, pois mostra o que significa aplicar o dinheiro e correr o risco da aplicação.

É claro que aquele senhor ficou muito satisfeito com o rendimento que os dois primeiros empregados obtiveram. Eles foram diligentes, ousados e corajosos; souberam utilizar o recurso de que dispunham para multiplica-lo e demonstrar sua fidelidade ao seu senhor. O terceiro, porém, não teve a mesma atitude, recuou, ficou com medo ( ou, talvez, com preguiça de buscar um bom rendimento para o dinheiro), e acabou devolvendo o que recebeu, decepcionando o seu patrão.

O que Jesus quis dizer esta parábola? Ele quis dizer que para cada um de nós Deus, que é o Senhor, deu alguns talentos – ou seja, deu-nos recursos ou as condições para que investíssemos na vida – quer dizer, para aplicarmos em atos de amor. Não são propriamente recursos materiais, mas recursos espirituais, com que o podemos agir em benefício do próximo e da humanidade. Alguns de nós, que recebem mais talentos, são merecedores de crédito, porque sabem aplica-los de forma ousada e corajosa; outros, porém, pensando mais em si mesmos do que nos outros, retêm esses talentos para si e, quando deixam esta vida, não têm nada de louvável para oferecer.

Logo, “a quem muito foi dado muito será pedido e a quem foi pouco foi dado o pouco que tem lhe será tirado” significa que cada um recebe aquilo que merece – quer dizer, aquilo que consegue dar conta. Não foi por outra razão que o senhor da parábola distribuiu os talentos de maneira desigual: ele sabia para quem estava dando os talentos. Desse modo, todos nós precisamos nos satisfazer com aquilo que recebemos de Deus e, ao mesmo tempo, nos esforçar para multiplicar nossas boas ações a fim ser nos mostrarmos merecedores da confiança que Ele deposita em nós.