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“Declarou que, salvo resoluções posteriores, pretende reencarnar no Brasil, país que futuramente muito auxiliará o triunfo moral das criaturas necessitadas de progresso, mas que tal acontecimento só se verificará do ano 2000 em diante, quando descerá à Terra brilhante falange com o compromisso de levantar, moralizar e sublimar as Artes. Não podia precisar a época exata. Só sabia que será depois do ano 2000, e que a dita falange será como que capitaneada por Vitor Hugo, Espírito experiente e orientador, a quem se acha ligado por afinidades espirituais seculares, capaz de executar missões dessa natureza”. A curiosa revelação foi feita à respeitada médium Yvonne do Amaral Pereira, no final dos anos 50 pelo próprio Espírito do celebre compositor que com ela mantinha contato desde 1931, quando o viu pela primeira vez, na noite de 31 de junho, acompanhando seu Espírito guia Charles. Chopin, como registrado pela história, era polonês e morreu aos 39 anos, vítima da tuberculose em face da fragilidade de sua saúde. Por sinal, no número da REVISTA ESPÍRITA de maio de 1859, dez anos após sua morte, respondeu a doze perguntas formuladas por Kardec em reunião da SOCIEDADE ESPÍRITA DE PARIS, quando acompanhava o Espírito Mozart que ditara recentemente o fragmento de uma sonata através de um médium chamado Bryon-Dorgeval, que, por sua vez, havia submetido o trecho a vários artistas - sem declinar sua autoria -, os quais reconheceram na peça o estilo de Mozart. Entre as questões respondidas por Chopin, explica sua melancolia no Plano Espiritual como sendo consequência da não realização da prova pela qual renascera no início do Século 19, reconhecendo que com sua inteligência poderia ter avançado mais do que avançou. Curioso notar que nas oportunidades que pode estar espontaneamente diante dele transcorrido mais de um século, a médium dona Yvonne, o via “pouco expansivo e, geralmente, entristecido, embora afetuoso e discreto”. “-Uma única vez vimo-lo sorrir”, conta ela no capítulo três do livro DEVASSANDO O INVISÍVEL (feb), de sua autoria. Através de Charles, dona Yvonne soube que Frederic Chopin “seria a reencarnação do poeta romano Ovídio ( Públio Ovídio Naso, poeta latino, fácil e brilhante, amigo de Vergílio e de Horácio, por volta de 43 A.C.) e do pintor italiano Rafael Sânzio ( pintor, escultor e arquiteto italiano, 1483-1520, cuja genialidade reunia todas as qualidades: perfeição do desenho, vivacidade dos movimentos, harmonia das linhas, delicadeza do colorido, tendo deixado grande número de obras primas o que lhe valeu o reconhecimento como o poeta da Pintura, assim como Ovídio foi considerado o músico da Poesia e Chopin, o poeta da Musica). Por depoimento do próprio Espírito de Chopin, à época de um dos encontros havidos, ele, na Espiritualidade, se ocupava de um curso de Medicina Psíquica, o que a impedia de visitar a Terra com mais frequência. Sobre se, na próxima existência, não voltaria como artista, animado, perguntou “porque não poderia aliar as duas qualidades, se os artistas, muitas vezes, não passam de médiuns?”. O fato de não ter profanado as Artes nem cometido quaisquer deslizes nesse setor, “não o impediriam”, acrescentado que, “no momento, o que o preocupava mais era o desejo de servir aos pequeninos e sofredores, aos quais nunca protegera, já que em suas passadas existências, apenas servira aos grandes da Terra e, na nova encarnação, “não desejava nem mesmo auferir proventos monetários, pessoais, da Música”. Quanto à confiabilidade das informações de Dona Yvonne, lembramos que o também médium Chico Xavier a considerava uma das mais autênticas servidoras da causa da iluminação humana com base no Espiritismo.
Se o Espírito reencarna para morrer vítima de um terremoto, porque ele praticou algum mal no passado, ele se sente redimido do seu pecado só porque morreu no acidente ou ele ainda tem de voltar para pagar o prejuízo que causou?
Antes de tudo, convém fazer um reparo. Embora nessas mortes coletivas estejam Espíritos que, no passado, praticaram juntos atos de violência, isso não quer dizer que todos, que pereceram ali, estejam absolutamente na mesma situação. Em meio à multidão, pega de surpresa, pode haver Espíritos que estejam ali por outros motivos.
Voltando à sua pergunta, queremos dizer que, quando falamos em reencarnação, muitos pensam assim: “na próxima encarnação, eu quero nascer rico e sem problemas, para gozar minha vida”. Estão enganados. Quando o Espírito desencarna e toma consciência do mal que fez ou do bem que deixou de fazer, ele passa a pensar diferente. O arrependimento e o remorso são sentimentos tão perturbadores, que podem levá-lo a tomar decisões aparentemente absurdas.
A dor do remorso, por exemplo, leva o Espírito a se rebelar contra si mesmo, a querer se punir, para sofrer aquilo que ele fez sofrer, para sentir as mesmas dores ou o mesmo constrangimento que fez o outro passar. Nesse caso, ele pode escolher uma vida difícil e, mais do que isso, uma morte trágica e sofrida, como no caso do terremoto ou de outro desastre natural qualquer.
Será que essa decisão foi acertada? Não sabemos dizer. Sabemos, no entanto, que nem todos os Espíritos, que cometeram atrocidades, passam pela mesma situação, até porque alguns preferem resolver seu problema de outro modo. Há os que decidem se conciliar com a própria consciência, vivendo uma vida inteiramente dedicada ao próximo ou a uma causa humanitária qualquer. Esses, naturalmente, estão numa situação espiritual melhor e, dando sua vida à causa nobre, vão resgatando a sua paz de consciência e, ao mesmo tempo, devolvendo à sociedade o que dela tirou.
A Doutrina Espírita considera que uma dívida moral só é totalmente paga, quando – além do arrependimento – devolvemos às nossas vítimas aquilo que delas tiramos. Logo, há duas fases na regeneração do Espírito: a fase do arrependimento e a fase da reparação. O arrependimento implica no desenvolvimento da responsabilidade. Ele pode dar-se até mesmo nesta vida, ou na outra. Mas a reparação –que é a devolução do bem ou o pagamento da dívida propriamente dito – acontece em encarnação futura. Logo, só o arrependimento não basta para redimir o Espírito.
Quanto à sua pergunta, ter de voltar para pagar a dívida, depende das características de cada caso, de cada pessoa. O que deve ficar bem claro, com relação ao pagamento de débitos morais, é que isso só vai realmente acontecer, quando o Espírito se sentir completamente quites com as suas vítimas, encontrando a completa paz de consciência.
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