faça sua pesquisa

quarta-feira, 29 de novembro de 2023

O PROBLEMA DAS MISTIFICAÇÕES; EM BUSCA DA VERDADE COM O PROFESSOR

 ACOMPANHE AS ATUALIZAÇÕES DIARIAS NO INSTAGRAM DE luizarmandoff


Atualmente, surpreendem textos, mensagens e mesmo livros mediúnicos com conteúdo contraditório e, até mesmo, absurdo, atribuído ao Espírito de personalidades que, enquanto reencarnados, se destacaram no meio social, pela sobriedade e mesmo sabedoria, demonstrado em opiniões emitidas. Naturalmente considerando a vulnerabilidade dos médiuns, derivada da própria invigilância, compreende-se esse efeito tão prejudicial à generalização dos princípios revolucionários do Espiritismo. A falta de comprometimento maior com a causa e menos com o personalismo e a presunção são fatores determinantes de tal quadro. Um dos efeitos diretos é, sem dúvida, a mistificação, tanto do médium quanto do Espírito comunicante. Na seção QUESTÕES E PROBLEMAS do número de agosto de 1863, da REVISTA ESPÍRITA, Allan Kardec comenta trecho de uma carta recebida de Locarno, Suíça, relatando experiência vivida pelo destinatário com sua filha, muito bom médium, que teria sido instrumento para mistificações, o que o faz indagar “por que Deus permite que os bem intencionados sejam assim enganados pelos que os deveriam esclarecer?”. Embora a possibilidade tenha sido prevista e analisada n’ O LIVRO DOS MÉDIUNS, naturalmente por tratar-se de fato constatável em qualquer tempo e lugar pelos praticantes do fenômeno mediúnico, o editor aproveita para tecer mais alguns comentários sobre as mistificações. Escreveu ele:- “Derramando-se o mundo corpóreo, pela morte no Mundo Espiritual, e o Mundo Espiritual derramando-se no mundo corpóreo pela encarnação, daí resulta que a população normal do espaço que rodeia a Terra é composta de Espírito provenientes da Humanidade terrena; sendo esta Humanidade uma das mais imperfeitas, não pode dar senão produtos imperfeitos. Eis a razão por que em torno dela pululam os maus Espíritos. Pela mesma razão, nos Mundos mais adiantados, onde o Bem reina sem partilha, só há Espíritos bons. Admitindo isto, compreender-se-á que a intromissão, tão frequente, dos maus Espíritos nas relações mediúnicas, é inerente à inferioridade do nosso Globo; corre-se o risco de ser vítima dos Espíritos enganadores, como num País de ladrões o de ser roubado. Não se poderia, também, perguntar por que Deus permite que pessoas honestas sejam despojadas por ladrões, vítimas da malevolência, expostas a toda sorte de misérias? Perguntai antes por que estais na Terra; e vos será respondido que é porque não merecestes um lugar melhor, salvo os Espíritos que aqui estão em missão. É preciso, pois, sofrer-lhe as consequências e fazer esforços para dele sair o mais cedo possível. Enquanto se espera, é necessário esforçar-se por se preservar dos assaltos dos maus Espíritos, que só se consegue fechando-lhes todas as entradas que lhes poderiam dar acesso em nossa alma, a eles se impondo pela superioridade moral, a coragem, a perseverança e uma fé inquebrantável na proteção de Deus e dos Bons Espíritos, no futuro que é tudo, ao passo que o presente nada é. Mas como ninguém é perfeito na Terra, ninguém se pode gabar, sem orgulho, de estar ao abrigo de suas malícias de maneira absoluta. Sem dúvida a pureza de intenções é muito; é o caminho que conduz à perfeição, mas não é a perfeição e, ainda, pode haver, no fundo da alma, algum velho fermento. Eis por que não é ele o único médium que tenha sido mais ou menos enganado. Diz-nos a simples razão que os Bons Espíritos não podem fazer senão o Bem, pois, do contrário, não seriam bons e que o mal não pode vir senão de Espíritos imperfeitos. Assim, as mistificações não podem ser senão de Espíritos levianos ou mentirosos, que abusam da credulidade e, muitas vezes, exploram o orgulho, a vaidade e outras paixões. Tais mistificações tem o objetivo de por à prova a perseverança, a firmeza na fé e exercitar o julgamento. Se os bons Espíritos as permitem em certas ocasiões, não é por impotência de sua parte, mas para nos deixar o mérito da luta. A experiência que se adquire às suas custas sendo a mais proveitosa, se a coragem faltar, é uma prova de fraqueza, que nos deixa à mercê dos maus Espíritos. Os Bons Espíritos velam por nós, assistem-nos e nos ajudam, mas com a condição que nos ajudemos a nós mesmos. O homem está na Terra para a luta: precisa vencer para dela sair; senão, nela ficará”.



Adailton nos trouxe a seguinte pergunta: “É verdade que estamos num mundo em transição e que Espíritos, que vieram de outros planetas, já estão reencarnados na Terra?

Esta questão, que se refere à vinda de Espíritos de outros mundos, quase sempre acaba estimulando mentes fantasiosas a povoar o imaginário popular de fatos mágicos ou miraculosos. Vejam que não estamos falando de extraterrestres que viriam à Terra tripulando naves espaciais como nos filmes de Hollywood, mas de Espíritos que podem vir de fora de nosso planeta e aqui reencarnarem de forma tranquila e natural sem que ninguém perceba.

O Espírito Emmanuel, no livro Caminhos da Luz , lançado em 1939 – portanto, há 80 anos - refere-se à uma leva de Espíritos de um planeta distante, da Constelação de Cocheiro, que teriam vindo para a Terra nos primórdios da nossa civilização, quando a humanidade estava passando pela primeira grande transição – de mundo primitivo para mundo de provas e expiações - justamente porque esses Espíritos não podiam mais reencarnar no seu mundo de origem. Porém, mais adiantados que nós e vindo pra Terra, eles acabaram contribuindo para a evolução da humanidade.

Contudo, em Doutrina Espírita, Adailton, precisamos manter nossos pés no chão. Quem conhece as obras de Allan Kardec – sobretudo quem já leu as matérias da REVISTA ESPÍRITA – sabe que o codificador era um homem sensato, criterioso, muito meticuloso e completamente avesso a tudo que pudesse estimular a pura imaginação. Essa questão, que envolve transição e migração de Espíritos, propicia muito a fantasia.

A transição, que é um período de grandes mudanças, segundo Kardec, provoca essa mobilização de Espíritos de um mundo para outro para atender às necessidades evolutivas de cada comunidade espiritual. Quando, no último capítulo do livro GÊNESE, Kardec trata desse tema, ele afirma que chegaria um momento em que alguns Espíritos não teriam mais condições de continuar reencarnando na Terra, assim como outros viriam de outros planetas para reencarnarem aqui, mas essa mudança aconteceria de forma tão natural e tão comum para todos nós, que certamente não perceberíamos.

Não haveria espetáculos de extrema grandeza, nem sinais no céu e nem calamidades extraordinárias. Aliás, todas as mudanças já estão acontecendo hoje, mas só quem tem uma mente aberta e presta muita atenção nesse processo é que consegue percebê-las pela marcha dos acontecimentos. É assim que ocorre a transição e a encarnação de outros Espíritos em nosso planeta, porque foi assim que veio acontecendo há milhares de anos atrás, conforme referências de Emmanuel.

Pelo que a Doutrina Espírita sustenta, não é difícil perceber que, em todas as épocas de nossa história – em umas mais do que em outras – vieram vários Espíritos de mundos mais adiantados (moral e intelectualmente mais adiantados) para prestarem excelentes serviços em vários setores da vida humana – seja na economia, seja na política, nas artes, na ciência, na filosofia e na religião. Geralmente são Espíritos que se notabilizaram por grandes feitos e aqui viveram do mesmo modo que vive o homem comum, até porque também eram humanos.

O mais elevado Espírito, que veio de planos elevados da Espiritualidade para promover um impulso sem igual no desenvolvimento moral da humanidade, foi o próprio Jesus. Evidentemente, hoje reconhecemos isso, porque é mais fácil compreender Jesus agora – 2 mil anos depois - do que naquele tempo, quando ainda éramos mais atrasados. Hoje podemos avaliar a sua extraordinária dimensão espiritual, comparada ao dos homens ainda muito rudes e ignorantes de seu tempo, e concluir que uma expressão tão elevada e tão sublime de amor não poderia ter se originado na Terra.

Desse modo, Adailton, não é difícil concluir – como Allan Kardec analisa e conclui – que geralmente só percebemos a presença desses notáveis Espíritos quando eles já passaram por nós, pois essas extraordinárias figuras da Espiritualidade, quase sempre, são mal compreendidas no seu tempo, e o que deixam para o mundo é um grande e inevitável impulso de progresso. Logo, Adailton, ao que tudo indica, devemos ter Espíritos de planos elevados entre nós.


Nenhum comentário:

Postar um comentário