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sábado, 9 de dezembro de 2023

DEPENDENCIAS QUÍMICAS ALÉM DA VIDA- O CIGARRO ; EM BUSCA DA VERDADE COM O PROFESSOR

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O restaurante barato regurgitava. Muita alegria, muita gente. (...) Transpusemos a entrada. As emanações do ambiente produziam em nós indefinível mal estar. Junto de fumantes e bebedores inveterados, criaturas desencarnadas de triste feição se demoravam expectantes. Algumas sorviam baforadas de fumo arremessadas ao ar, ainda aquecidas pelo calor dos pulmões que as expulsavam, nisso encontrando alegria e alimento. Outras aspiravam o hálito de alcoólatras impenitentes. Indicando-as, informou o Orientador: ‘- Muitos de nossos irmãos, que já se desvencilharam do seu vaso carnal, se apegam com tamanho desvario às sensações da experiência física, que se cosem àqueles nossos amigos terrestres temporariamente desequilibrados nos desagradáveis costumes por que se deixam influenciar. O que a vida começou, a morte continua”. A cena e o comentário inseridos no livro NOS DOMÍNIOS DA MEDIUNIDADE (feb), por seu autor André Luiz, através da mediunidade de Chico Xavier, surpreende, porém não é novidade. Tecendo considerações sobre comunicação havida na Sociedade Espírita de Paris, Allan Kardec disse que um dia, apresentou-se a um médium vidente, um Espírito morto recentemente com um cachimbo na boca, fumando. À observação que lhe fizeram, de que aquilo não era conveniente, respondeu: “- Que quereis! Tenho um tal hábito de fumar que não me posso privar do cachimbo”. O que era mais singular, acrescenta Kardec , é que o cachimbo dava fumaça, bem entendido, para o vidente e não para os assistentes. Segundo a revista The Economist, “os cigarros estão entre os produtos de consumo mais lucrativos do mundo. O único produto legal que vicia a maioria dos consumidores e muitas vezes os matam”. Compradores leais, fabricantes satisfeitos, lucros impressionantes. E, como comprovado, um minuto a menos de vida a cada minuto gasto a fumar. A revista Newsweek, revela que “o fumo causa 50 vezes mais mortes que as causadas pelas drogas ilegais”. E a dependência não se extingue com a morte do corpo físico. Assim como vimos na abordagem sobre o álcool, o Espírito, através do corpo espiritual ou períspirito, mantém-se preso às necessidades de sensação, buscando lugares ou pessoas onde, protegidos pela invisibilidade, possam nutrir as ilusões que lhe são peculiares, já que as Leis Cósmicas que nos controlam a caminhada existencial determinam que recebamos sempre conforme nosso estágio evolutivo. No ano de 1979, o jornalista Fernando Worm realizou interessante entrevista com o Instrutor Espiritual Emmanuel, pelo médium Chico Xavier, que indagado se o fumante, tendo desencarnado, tão logo desperte do letargo da morte física, sente desde aí o prosseguimento da vontade de fumar, disse que “quando o Espírito não conseguiu desvencilhar-se de hábitos determinados, enquanto no corpo físico, é compreensível que esses mesmos hábitos não o deixem tão logo se veja desencarnado”. Explica que a ação negativa do cigarro se mantém no períspirito ( corpo espiritual), continuando o problema da dependência até que a impregnação dos agentes tóxicos nos tecidos sutis do corpo espiritual ceda lugar à normalidade do envoltório perispirítico, o que, na maioria das vezes, tem a duração do tempo correspondente ao tempo em que o hábito perdurou na existência física do fumante. Quando a vontade do interessado não está suficientemente desenvolvida para arredar de si o costume inconveniente, o tratamento dele, no Mundo Espiritual, ainda exige quotas diárias de sucedâneos dos cigarros comuns, com ingredientes análogos aos dos cigarros terrestres, cuja administração ao paciente diminui gradativamente, até que consiga viver sem qualquer dependência do fumo”. Naturalmente essa situação alcança somente aqueles que, por méritos ou necessidades, já se encontram em áreas onde o tratamento lhe possa ser oferecido. Descrevendo a ação dos componentes do cigarro no períspirito de quem morre, diz que “as sensações do fumante inveterado, no mais Além, são naturalmente as da angustiosa sede de recursos tóxicos a que se habituou no Plano Físico, de tal modo obsedante que as melhores lições e surpresas da Vida Maior lhe passam quase despercebidas, até que se lhe normalizem as percepções.Dando-nos uma ideia da amplitude do problema, Emmanuel diz que “muitas vezes os filhos ou netos de fumantes e dispsônamos inveterados, são aqueles mesmos Espíritos afins que já fumavam ou usavam agentes alcóolicos em companhia deles mesmos, antes do retorno à reencarnação. Compreensível, assim, que muitas crianças (Espíritos extremamente ligados aos hábitos e idiossincrasias dos pais e dos avós), apresentem, desde muito cedo, tendências compulsivas para o fumo ou para o álcool, reclamando trabalho persistente e amoroso de reeducação”. Opinando sobre a alegação de pessoas que afirmam não poder deixar de fumar porque o cigarro é uma companhia contra a solidão, diz que, “embora não desejando imprimir censura ou condenação a ninguém, considera que o melhor dissolvente da solidão , é o trabalho em favor do próximo, através do qual se forma, de imediato, uma família espiritual em torno do servidor”. A respeito de pesquisas médicas que revelam que a dependência física dos fumantes, sua ‘fome’ de nicotina e derivados do fumo, costuma ser mais compulsiva que a dependência orgânica dos viciados em narcóticos, afirma acreditar que “ambos os tipos de dependência se equiparam na feição compulsiva com que se apresentam, cabendo-nos uma observação: é que o fumo prejudica, de modo especial, apenas ao seu consumidor, quando os narcóticos de variada natureza são suscetíveis de induzir seus usuários a perigosas alucinações que, por vezes, lhes situam a mente em graves delitos, comprometendo a vida comunitária”. Por ocasião dessa entrevista, reproduzida na obra JANELA PARA A VIDA(fergs), Worm ouviu também Chico Xavier sobre outros pontos igualmente importantes. O primeiro, se considerava o hábito de fumar um suicídio em câmara lenta, obtendo dele a seguinte resposta: -“ Creio que o hábito de fumar não pode ser definido por suicídio conscientemente considerado. Será um prejuízo que o fumante causa a si mesmo, sem a intenção de se destruir, mas prejuízo que se deve estudar com discernimento, sem condenação, para que a pessoa se conscientize quanto às consequências do fumo, no campo da vida, de maneira a fazer suas próprias opções”. Indagado se teria alcançado condições de desempenho do seu mandato mediúnico, se fosse dependente da nicotina, afirmou crer que “não, com referência ao tempo de trabalho, de vez que a ingestão de nicotina agravaria as doenças de que sou portador”. Se teria um conselho aos fumantes enfraquecidos por derrotas sucessivas na luta para vencer a dependência física e mental criada pela nicotina,disse: “ A prece e o trabalho, em meu entendimento, sempre os melhores recursos para defender-nos contra qualquer desequilíbrio”. 



Podemos condenar uma pessoa só porque ela não acredita em Deus – pergunta R.D. - mesmo que ela seja uma pessoa de bem?

O que a Doutrina Espírita mais respeita numa pessoa, é a sua liberdade de pensar. Neste sentido, o Espiritismo é contra toda espécie de constrangimento ou opressão. Ninguém tem o direito de agredir alguém, só porque pensa diferente – seja em matéria de religião, de política, de filosofia, de ciência ou de qualquer outra matéria. Pensar livremente é o direito mais sagrado do ser humano que, infelizmente, não foi respeitado ao longo de nossa história, principalmente da história religiosa.

Desse modo, todos temos o direito de discordar de alguém que não pensa como nós, mas não temos o direito de investir contra essa pessoa por esse motivo. Quanto mais diferentes as pessoas, dentro de uma sociedade, mais rica de cultura é essa sociedade. Em matéria de religião, mais ainda. Pois, a religião – para quem ainda não sabe – foi o primeiro campo do conhecimento humano, que surgiu ainda na época do homem primitivo É, portanto, o mais antigo domínio, não só do conhecimento, mas sobretudo do sentimento.

No passado bem distante, porém, milhares e anos atrás, a religião era propriedade de cada povo, de uma tribo ou de uma família. Cada um tinha a sua. Ao nascer, cada individuo já era encaminhado para a mesma forma de pensar e sentir e, como nesse passado remoto, a comunicação com outros povos era muito rara, dificilmente alguém tomava contato com outra forma de pensar. Podemos dizer, portanto, que a religião sempre foi imposta ao individuo pelo grupo social a que pertence.

Hoje é diferente. Estamos vivendo um momento como nunca na humanidade. A cultura ( ou seja, os usos, os costumes, o modo de pensar) já não é necessariamente a mesma para todos. O progresso da comunicação e do transporte, facilitando o conhecimento e a mobilização das pessoas pelo planeta, fez com que numa mesma sociedade, como a nossa por exemplo, possamos encontrar pessoas com as mais diversas formas de pensar e de crer, com as mais diferentes religiões e até os que não professam religião alguma.

Esse fenômeno social é o que chamamos globalização. As ideias, hoje, correm o mundo; elas são globais, elas são universais. Tempos atrás, aqui nos países do ocidente – como é o caso do Brasil - não conhecíamos nada das religiões do oriente; hoje, temos adeptos de muitas religiões que vieram de culturais completamente diferentes da nossa.

Quanto ao ateísmo, ele surgiu justamente como uma forma de contestar a verdade religiosa. Cinco séculos antes de Cristo, já havia ateus se manifestando, através da filosofia, e hoje muitos o fazem, agarrando-se aos princípios materialistas da ciência. Mas são pessoas humanas como todos nós. Não é porque são ateus que eles não têm princípios morais ou que não acreditem em nada. Impossível alguém não acreditar em nada. Eles podem dizer que não acreditam em Deus – por exemplo – mas é preciso verificar em que deus eles dizem não acreditar.

Se uma pessoa, que se proclama ateu, acredita no Bem, no Amor, na Bondade – por exemplo – indiretamente ela acredita em Deus, porque para o crente Deus é justamente isso, é o ideal, o bem, a beleza, a felicidade. Seria condenável, segundo o Espiritismo, quem proclamasse o mal, que estimulasse a violência, a corrupção. Infelizmente, a maioria dos que praticam atos de maldade ou de desonestidade, não são ateus.

Não estamos defendendo o ateísmo – até porque o achamos pernicioso, até para a educação de nossas crianças. Estamos apenas defendendo o direito das pessoas decidirem no que devem crer, até porque – como disse Kardec – “para se crer é necessário compreender”, caso contrário a pessoa está sendo hipócrita; diz que acredita naquilo em que ainda não conseguiu acreditar. Para a Doutrina Espírita, a crença em si não é o problema; o problema é o que as pessoas fazem dela ou em nome dela.

Se o fato de alguém ser ateu, não compromete sua vida social, pois se trata de um bom cidadão, que contribui como todos os outros para o bem comum, nada existe que possa contestar sua crença, até porque o ato de crer é um direito pessoal. Mas, se em nome do ateísmo essa pessoa vier prejudicar a sociedade, causar problemas e transtornos, que possam comprometer a ordem social – é claro que ela precisa ser impedida em suas ações e ser passível das sanções da lei.


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