INFORME-SE DIARIAMENTE NO INSTAGRAM luizarmandoff ampliando horizontes sobre o ESPIRITISMO
Estarão os acontecimentos mais marcantes de nossa vida realmente marcados para acontecer? Quase um ano após o lançamento d’O LIVRO DOS ESPÍRITOS, no número de março de 1858 da REVISTA ESPÍRITA, Allan Kardec inclui a matéria A FATALIDADE E OS PRESENTIMENTOS, nascida da dúvida levantada por um correspondente sobre experiência pessoal na qual escapara de morrer mais de uma vez testemunhando, entretanto, desfecho trágico para quatro das pessoas – entre os quais dois religiosos -, que com ele viajavam, enquanto ele e outros três sobreviveram. Revelando ter escapado seis ou sete vezes da morte propôs algumas questões, respondidas por São Luiz, um dos orientadores do trabalho da Codificação Espírita: 1- Quando um perigo iminente ameaça alguém, é um Espírito que dirige o perigo, e quando dele escapa, é outro Espírito que o afasta? – Quando um Espírito se encarna, escolhe uma prova; elegendo-a, estabelece-se uma espécie de destino que não pode mais conjurar, uma vez que a ele está submetido; falo das provas físicas. Conservando seu livre-arbítrio sobre o bem e o mal, o Espírito é sempre senhor de suportar ou de repelir a prova; vendo-o fraquejar, um Espírito bom pode vir em seu auxílio, mas não pode influir sobre ele de maneira a dominar sua vontade. Um Espírito mau, isto é, inferior, mostrando-lhe ou exagerando um perigo físico, pode abalá-lo e apavorá-lo, mas nem por isso a vontade do Espírito encarnado fica menos livre de qualquer entrave. 2. Quando um homem está na iminência de perecer por acidente, parece-me que o livre-arbítrio nada vale. Pergunto, pois, se é um Espírito mau que provoca esse acidente; se, de alguma sorte, é o seu agente; e, caso se livre do perigo, se um Espírito bom veio em seu auxílio? – Os Espíritos bons e maus não podem sugerir senão pensamentos bons ou maus, conforme sua natureza. O acidente está assinalado no destino do homem. Quando tua vida é posta em perigo, é uma advertência que tu mesmo desejaste, a fim de te desviares do mal e de te tornares melhor. Quando escapas a esse perigo, ainda sob a influência do perigo que correste, pensas mais ou menos vivamente, segundo a ação mais ou menos forte dos Espíritos bons , em te tornares melhor. Sobrevindo o Espírito mau – e digo mau, subentendendo o mal que nele ainda persiste – pensas que igualmente escaparás a outros perigos, e deixas, de novo, tuas paixões se desencadearem. 3. A fatalidade que parece presidir aos destinos materiais de nossa vida também é resultante do nosso livre-arbítrio? – Tu mesmo escolheste a tua prova. Quanto mais rude ela for e melhor a suportares, tanto mais te elevarás. (...). 4. Compreendemos perfeitamente essa doutrina, mas isso não nos explica se certos Espíritos exercem uma ação direta sobre a causa material do acidente (...)? – Quando um homem passa sobre uma ponte que deve cair, não é um Espírito que o leva a passar ali, é o instinto de seu destino que o conduz a ela. 5. Quem fez a ponte desmoronar? – As circunstâncias naturais. A matéria tem em si as causas da destruição. No presente caso, tendo o Espírito necessidade de recorrer a um elemento estranho à sua natureza para movimentar forças materiais, recorrerá de preferência à intuição espiritual. (...) O Espírito, digamos, insinuará ao homem que passe por essa ponte, em vez de passar por outro local. Tendes, aliás, uma prova material do que digo: seja qual for o acidente, ocorre sempre naturalmente, isto é, por causas que se ligam às outras e o produzem insensivelmente. 6. Tomemos um outro caso, em que a destruição da matéria não seja a causa do acidente. Um homem mal-intencionado atira em mim, a bala passa de raspão, mas não me atinge. Poderá ter sucedido que um Espírito bondoso haja desviado o projétil? – Não.. Podem os Espíritos advertir-nos diretamente de um perigo? Eis um fato que parece confirmá-lo: Uma mulher saiu de casa e seguia pelo bulevar. Uma voz íntima lhe diz: Vai embora; retorna para tua casa. Ela hesita. A mesma voz faz-se ouvir várias vezes; então ela volta; mas, pensando melhor, diz a si mesma: O que vou fazer em minha casa? Acabo de sair de lá; sem dúvida é efeito da minha imaginação. Então, continua o seu caminho. Alguns passos mais adiante, uma viga que tiravam de uma casa atinge-lhe a cabeça e a derruba, inconsciente. Que voz era aquela? 7 -Não era um pressentimento do que ia acontecer a essa mulher? – A voz do instinto; nenhum pressentimento, aliás, apresenta tais caracteres: são sempre vagos. 8. Que entendeis por voz do instinto? Resp. – Entendo que, antes de encarnar-se, o Espírito tem conhecimento de todas as fases de sua existência; quando estas fases têm um caráter fundamental, conserva ele uma espécie de impressão em seu foro íntimo e tal impressão, despertando quando o momento se aproxima, torna-se pressentimento.
Elias Domingos da Silva, nos telefonou domingo passado e fez a seguinte colocação: “Falam que os animais também têm alma. Eu pergunto: se os animais têm alma, como nós, então por que matamos os animais para nos alimentar? Essa prática de matança de animais não contraria a lei de Deus?”
Todos os seres vivos têm um princípio espiritual, Elias. É o que vem afirmando o Espiritismo há 157 anos. Quando falamos em “princípio espiritual”, estamos dizendo que cada ser vivo que existe neste planeta – o homem, o animal e o vegetal - é algo além do corpo físico e que, portanto, sua essência, sua verdadeira natureza, não desaparece com a morte desse corpo; pelo contrário, ela continua – até porque ela já existia antes de o corpo existir.
Nós ainda, apesar do Espiritismo, não conhecemos a fundo todos os aspectos da natureza, mas sabemos que em tudo existe algo além da matéria visível, sem o que a matéria não existiria. Se você abrir O LIVRO DOS ESPÍRITOS, vai encontrar logo o capítulo II, intitulado, “Elementos Gerais do Universo”. Ali estão o conceito de espírito e de matéria, No capítulo seguinte, capítulo III – intitulado “Criação” – você vai encontrar informações sofre a formação dos seres vivos e, no capítulo IX, sob o título, “Os três Reinos”, a visão espírita sobre a relação entre o ser humano, os animais e os vegetais.
Pensava-se que o conhecimento de tudo quanto existe no mundo chegaria ao fim neste século que passou, século XX, tal o acelerado progresso dos conhecimentos científicos. No entanto, mesmo a ciência, embora seu desenvolvimento, ainda está longe de penetrar nessa realidade mais profunda e mais ampla da natureza. Tanto assim que os estudos sobre a matéria e sobre o universo continuam a busca de explicações, com a elaboração de novas teorias para desvendar o que existe atrás do mundo que percebemos, mas que não é toda a realidade que existe.
O que queremos dizer, Elias, é que conhecemos muito pouco do mundo e de nós mesmos. No entanto, os Espíritos adiantaram a Kardec que há um princípio espiritual até na estrutura da matéria bruta e que, sem isso, a matéria do universo se desagregaria. Só com o desabrochar da Física Quântica, no século passado, é que pudemos avaliar o que realmente os Espíritos estavam querendo dizer. Nos seres vivos, esse princípio inteligente é mais evidente e podemos perceber isso pela sua organização física, bem mais complexa do que a dos seres não-vivos, como os minerais. Contudo, o fato de seres vivos se alimentarem de seres vivos – naquilo que a Ecologia chama de “cadeia alimentar” - também está na ordem da natureza.
Aliás, a busca da sobrevivência sempre dependeu dessa prática violenta de um matar o outro para dele se alimentar, como ainda vemos nos documentários de televisão sobre o mundo animal. Na espécie humana, contudo – a mais evoluída das espécies vivas sobre a Terra - com o despertar da inteligência e da consciência moral, temos condições de conhecer outro aspecto da lei natural, que nos faz superiores na escala evolutiva. Trata-se, na verdade, de uma nova etapa de progresso espiritual, onde o ser já é capaz de cultivar o amor e, portanto, de compreender a necessidade da cooperação e da solidariedade.
Desse modo, Elias, haverá um tempo em nosso planeta ( não sabemos quando isso vai acontecer, mas sabemos que a lei de evolução nos aponta para essa meta) em que o ser humano não mais terá necessidade de se nutrir da carne animal. Ele amará os animais como ama seus irmãos humanos, e amará de fato a natureza, da qual faz parte E embora ainda não tenhamos alcançado esta etapa, já estamos acordando para a nova realidade, e já é tempo de nos preparar para essa nova etapa de progresso espiritual.
Nenhum comentário:
Postar um comentário