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quinta-feira, 21 de dezembro de 2023

O APOCALIPSE E A REGENERAÇÃO; EM BUSCA DA VERDADE COM O PROFESSOR

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Uma dentre as muitas revelações oferecidas pelo Espiritismo para se entender a vida e o mundo em que vivemos é a que diz respeito à classificação evolutiva-espiritual dos Mundos Habitados que, por sinal diz serem muitos. Embora também se refera ao aspecto físico dos Planetas, associa-se à condição dos Espíritos que os habitam, acentuando que um dos vários períodos de transição observados na Terra, repetia-se, requerendo alguns séculos para se consumar, diante da população encarnada e desencarnada nele presente. Fechando o número de março de 1868, da REVISTA ESPÍRITA, Allan Kardec reproduz curiosa psicografia obtida pela médium Sra B., na cidade de Lon, da qual destacamos alguns tópicos: -"Naquele tempo não haverá mais nem gritos nem luto, nem trabalho, porque o que era antes terá passado." Esta predição do Apocalipse foi ditada há dezoito séculos, e se espera ainda que essas palavras se realizem, porque se olham sempre os acontecimentos quando eles já se passaram, e não quando se desenrolam aos nossos olhos. No entanto, essa época predita é chegada; não há mais dor para aquele que soube se colocar na margem do caminho, a fim de deixar passarem as mesquinharias da vida sem detê-las para delas fazer uma arma ofensiva contra a sociedade. Estais no meio desses tempos como a espiga dourada está na colheita; viveis sob o olhar de Deus, e sua irradiação vos ilumina! De onde vem que vos inquietais com a marcha dos acontecimentos que foram previstos por Deus, então que não éreis ainda senão as crianças da geração da qual Jesus falava quando dizia: "antes que esta geração passe acontecerão grandes coisas?" O que sois, Deus o sabe; o que sereis, Deus o vê. Cabe a vós muito vos compenetrar do caminho que vos esta traçado, porque vossa tarefa é de vos submeter a tudo o que Deus decidiu. Vossa resignação, e sobretudo vossa amenidade, não são senão os testemunhos de vossa inteligência e de vossa fé na Eternidade. Acima de vós, neste Universo onde vosso mundo se coloca, planam os Espíritos mensageiros que receberam a missão de vos guiar. Eles sabem quando se cumprirão os acontecimentos preditos; é por isso que vos dizem: "Não haverá mais, então, nem gritos, nem luto, nem trabalho." Sem dúvida, não pode mais ali haver grito para aquele que se submete às vontades de Deus e que aceita suas provas. Não há mais luto uma vez que sabeis que os Espíritos que vos precederam não estão perdidos para vós, mas que estão em viagem; ora, não se fica de luto quando um amigo se ausenta. O próprio trabalho se torna um favor, uma vez que se sabe que ele é um concurso à obra harmônica que Deus dirige; executa-se, então, sua parte de trabalho com a solicitude que o estatuário põe para polir sua estátua. É uma recompensa Infinita que Deus vos concede. No entanto, reencontrarei ainda entraves em vossas tentativas para chegar à melhoria social. E que não se chega jamais ao resultado sem que a luta venha afirmar seus esforços. (...) A ideia que surgiu foi semeada pelos Espíritos quando Deus lhe disse: "Ide e instruí as nações; ide e derramai a luz." Esta ideia que cresceu com a rapidez de uma inundação, naturalmente, deveu encontrar contraditares, oponentes e incrédulos. Ela não seria a fonte de vida, se devesse sucumbir sob as zombarias que a acolheram em seu início. Mas o próprio Deus guia esse pensamento através da Imensidão; o fecunda sobre a Terra, e ninguém o destruirá! Inutilmente que se procuraria lhe extirpar as raízes; trabalhar-se-ia em vão para aniquilá-lo nos corações; em nascendo, as crianças o trazem, e dir-se-ia que um sopro de Deus o incrusta em seu berço, como outrora a Estrela do Oriente clareou aqueles que vinham diante de Jesus trazendo ele mesmo a ideia regeneradora do Cristianismo. Vedes bem, pois, que esta geração não passará sem que cheguem grandes coisas, uma vez que, com a ideia, a fé se eleva e a esperança irradia... Coragem! o que foi predito pelo Cristo deve-se realizar. (...) Perseverai na luta, sede firmes e desconfiai das armadilhas que vos são estendidas; ficai ligados a esta bandeira onde vós haveis escrito: Fora da caridade não há salvação, e depois esperai, porque aquele que recebeu a missão de vos regenerar retorna, e ele disse: Bem aventurados aqueles que conhecerem o meu novo nome!



Esta mensagem – aliás, interessante e oportuna para todos nós – veio de um ouvinte, que não quis se identificar e que disse o seguinte. Prestem atenção: “Jesus Cristo perdoou, mas ele era Jesus. As mensagens e os livros espíritas sempre recomendam o perdão. Eu também acho que me sentirei muito melhor, se conseguir perdoar. Já tentei e não consegui, mas isso não quer dizer que não quero perdoar. Se vocês tiverem uma fórmula, me mandem, que eu agradeço.”

Primeiro, precisamos considerar que se nós não conseguíssemos perdoar, Jesus, com certeza, não nos recomendaria o perdão. Se ele recomendou e insistiu nisso, até os últimos momento de sua vida, é porque temos condições de chegar lá. Que é difícil, todos sabemos. Se fosse fácil, não haveria tanto ódio no mundo. Mas, por ser difícil e exigir muito de cada um de nós, é que o mundo ainda precisa aprender muito para chegar àquele ideal que Jesus estabeleceu.

De fato, como você mesmo diz, não basta querer perdoar. No entanto, querer perdoar é o passo mais significativo, talvez o mais difícil, até porque a maioria das pessoas nunca pensou nessa possibilidade e nem se interessa em perdoar o ofensor; antes, deseja-lhe o mal e, em muitos casos, pensa até mesmo em vingança. É que essas pessoas não avaliam o mal que elas próprias fazem aos outros e pensam que são apenas vítimas inocentes.

Na verdade, todos nós nos encontramos, ora na condição de ofendidos, ora na condição de ofensores; às vezes, nas duas condições ao mesmo tempo, quando trocamos ofensas uns com os outros. Quem já decidiu perdoar, como você decidiu (embora ainda não tenha conseguido), é porque já amadureceu o suficiente para entender que, na vida, todos precisamos de perdão e, por isso, não é difícil compreender que todos precisamos perdoar, se quisermos viver bem com a própria consciência.

A questão, que você muito bem coloca, caro ouvinte, é como fazê-lo. Bem, esse é o lado prático da questão. Muita gente acha que perdoar é fácil e, por isso, vive dizendo que perdoa, mas no fundo ainda alimenta ódio e preconceito contra seus ofensores. Nossas palavras nem sempre traduzem a verdade que sentimos. Às vezes, falamos apenas por educação ou porque queremos evitar um problema maior. De outras, porque queremos demonstrar virtudes que ainda não alcançamos, no intuito de enganar os outros e a nós mesmos.

Logo, ao dizer que quer perdoar alguém e não consegue, você está dizendo uma verdade, digna de respeito. Está reconhecendo que tem diante de si um grave problema para resolver. Não pense, no entanto, que o problema é com seu pretenso ofensor; o problema maior é você com você mesmo. Todos trazemos arraigados no coração sentimentos de que ainda não conseguimentos nos desvencilhar. Gostaríamos de não tê-los, mas nos sentimos impotentes para afastá-los de nós.

Tudo isso é perfeitamente compreensível, caro ouvinte. Não desanime. O perdão será possível, se você continuar buscando-o; é como uma meta qualquer que parece estar um tanto distante para ser alcançada. No entanto, pode estar mais próxima do que você imagina. Para perdoar, você precisa, primeiramente, se convencer de que não é perfeito, que também erra, que também desagrada e ofende, que o outro têm tanta dificuldade com você como você tem com ele.

Logo, você precisa compreender seus defeitos e limites, e se convencer de que seu ofensor também tem essa limitação. Em seguida, precisa se colocar no lugar dele, como se você fosse o ofensor, procurando perceber que há motivos, que você desconhece e que o levaram a cometer tal ofensa. Será que não faría o mesmo, se estivesse no lugar dele? Essa autoanálise e essa análise o ajudará buscar seu ponto de harmonia com as leis da vida.

Em terceiro lugar, você precisa pedir a Deus lhe dê condições íntimas para poder orar pelo seu ofensor, desejando-lhe o bem. Se insistir nisso, com o tempo, você vai desenvolver em seu mundo íntimo uma condição de equilíbrio que o ajudará a orar de verdade por ele. Quando vocêw conseguirmos isso com serenidade, então poderá dizer que realmente perdoou. Para tanto, leia O EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO, leia mensagens e livros que falem sobre o perdão. As leituras também o ajudarão a amadurecer o sentimento. Lembre-se no entanto que, quando não mudamos pelo amor, no futuro mudaremos pela dor. A escolha é nossa.

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