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quarta-feira, 13 de dezembro de 2023

PERIGO; EM BUSCA DA VERDADE COM O PROFESSOR

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 “O que se verificou foi a hipnose por parte de criaturas desencarnadas que me seguiam e junto das quais não me furto às responsabilidades do meu gesto infeliz. A minha vontade era uma alavanca de Deus em minhas mãos(...). Ideias lamentáveis pareciam maribondos em meu cérebro, sugerindo-me pusesse termo à existência de rapaz errante, em busca de um emprego que não aparecia. Deixei-me invadir por aqueles pensamentos amargos, quando me falaram de almoço. Antes que me retirasse do trabalho, alvejei o meu próprio coração com um tiro certo”.(Wladimir Cezar Ranieri,25) / “...me via insuflada pelas inteligências sombrias...mão pesada que comandava os meus dedos. Sentia-me possuída por uma vontade que não era minha vontade e um constrangimento imbatível para a minha fraqueza com o que me hipnotizava, mostrando-me o pessimismo de quem fracassara por dentro de si mesma”.( Claudia Pinheiro Galasse, 18) / “Seu filho lhe pede perdão pelo que fez, conquanto saiba que agiu sob a pressão de inimigos invisíveis que golpearam a mente...eu fui um simples autômato para aquele ou aqueles que me indicaram o suicídio como sendo o melhor a fazer. Tinha um monte de desculpas dentro de mim”. (Dimas Luiz Zornetta, ) / “Ainda não sei que força me tomou naquela quarta-feira. Tive a ideia de que uma ventania me abraçava e me atirava fora pela janela. Certamente devia mobilizar minha vontade e impedir que o absurdo daquele momento me enlouquecesse. Obedecia maquinalmente àquela voz que me ordenava projetar-me no vácuo. Quis recuar, mudar o sentido da situação, não consegui(...). O que sei é que agi na condição de uma rã que uma serpente atraísse”. (Renata Zaccaro de Queiroz,18). Esses depoimentos fazem parte de algumas das centenas de cartas de jovens, psicografadas pelo médium Chico Xavier, ilustrando grave problema: o suicídio decorrente de influências espirituais. Desemprego, decepções amorosas, cabeça vazia são alguns fatores predisponentes à depressão que, por sua vez, abre espaço para as sugestões mentais de entidades espirituais desequilibradas ou mal intencionadas que arrastam suas vítimas para gestos extremos. O mundo não tomou conhecimento seja pelo preconceito e intolerância religiosa, mas desde meados do século dezenove uma informação altamente reveladora – entre outras -, encontra-se disponível alertando as criaturas humanas sobre os riscos a que vivem permanentemente expostas. Inclui se entre mais de 130 perguntas formuladas sobre o tema INFLUÊNCIA OCULTA DOS ESPÍRITOS SOBRE OS NOSSOS PENSAMENTOS E AÇÕES pelo educador francês conhecido como Allan Kardec aos Espíritos que o auxiliaram a compor O LIVRO DOS ESPÍRITOS. Numa delas, por sinal, a 459, a resposta é enfática: “-A influência dos Espíritos sobre nossos pensamentos e ações é maior que supondes, porque muito frequentemente são eles que vos conduzem”. Diante disso fica evidenciado que podemos ser induzidos a atitudes e comportamentos diante dos quais até nos surpreendemos. Evidente que não se trata de algo ostensivo, declarado. É sutil, discreta, quase imperceptível, já que se mistura ao fluxo inestancável de nossos pensamentos. Em sua incessante busca por respostas, Kardec reuniria outras descobertas n’ O LIVRO DOS MÉDIUNS, publicado quatro anos depois. Nele escreveu: “-Toda pessoa que sente a influência dos Espíritos, em qualquer grau de intensidade, é médium. Essa faculdade é inerente ao homem. Por isso mesmo não constitui privilégio e são raras as pessoas que não a possuem pelo menos em estado rudimentar”. Aprofundando-se no assunto, reproduziu no item 226 da mesma obra afirmação de Instrutor Espiritual segundo a qual “a faculdade propriamente dita é orgânica”. A fisiologia já sabia desde antes de Galeno sobre a existência da diminuta glândula ‘batizada’ Pineal ou Epífise, incrustrada em nossa região cerebral, desconhecendo, todavia, muito do que a Escola Mecanicista descobriria ao longo do Século Vinte. Varias correntes de estudiosos da Antiguidade - especialmente Orientais – atribuíam, porém, ela o papel de conexão com as dimensões extrafísicas hoje consideradas pela Teoria das Supercordas. René Descartes, o grande matemático e filósofo do século 17, afirmava ser a Pineal, o local de atividade da alma. Para que formemos uma ideia do que se sabe atualmente sobre a Pineal ou Epífise, alinhamos algumas de suas características: 1- Localiza-se no centro do cérebro humano; 2- tamanho: equivale a um grão de arroz ou ervilha; 3- Pesa entre 100/180 miligramas; 4- Surge 30 a 36 dias de gestação a partir de duas pequenas massas de células que se juntam; 5- Comum a todos animais vertebrados; 6- Nos répteis e aves, está próximo à pele, não precisando de interação com o olho; 7- Única parte sólida em todo o cérebro; 8- Glândula magneto-sensível; 9- comanda todas as glândulas endócrinas que controla o sistema humoral; 10- controla todo sistema circadiano, ciclos de sono e vigília, retarda processo de envelhecimento; 11- tem efeito estimulante sobre o sistema endócrino; 12- produz uma “farmacopeia” de químicos, psicoativos, regulando todas as demais glândulas e as operações cerebrais; 13- um deles, a serotonina, que como se sabe, tem grande influência no controle da atividade elétrica do cérebro, sendo que as mulheres tem maiores níveis, tendo sua produção inibida em função da luz, agindo no cérebro como indutora do sono, no coração e sistema circulatório, reduzindo formação de coágulos. Entre 1994/96 ficou demonstrada a presença de cristais de magnetita no cérebro humano, mais precisamente na Epífise e, em 2004 foi comprovado que ondas eletromagnéticas transformam-se em estímulos neuroquímicos. Descobriu-se também que cristais de apatita produzidos por sistemas biológicos vibram conforme ondas eletromagnéticas captadas; que o corpo humano está cheio de materiais magnéticos constituindo-se cada célula e átomo do corpo um pequeno dínamo magnético. Bem, sabemos que pensamento é onda e ondas são fenômenos periódicos que transportam energia, sem haver transporte de matéria. Aprendemos que a mente humana é fonte de um campo – o campo mental e que o corpo humano flutua num mar de variados campos magnéticos – da Terra, Lua, Sol e outras áreas da Galáxia. O médico Nubor Facure explica que “a pineal é sensível às irradiações eletromagnéticas, é um sintonizador dos fenômenos de comunicação mental, numa mesma faixa de vibração”. Assim sendo, ela é uma estrutura cerebral capaz de captar ondas eletromagnéticas do pensamento e decodificá-los para as demais partes do cérebro e, portanto, do organismo. Exames neurológicos (tomo/eletro) durante transe mostram que a atividade na epífise a torna uma espécie de antena que capta estímulos da alma de outras pessoas, vivas ou mortas, como se fosse um olho sensível à energia eletromagnética. O Espírito André Luiz, considera queo pensamento do espírito, antes de chegar ao cérebro físico do médium, passa pelo cérebro perispirítico, resultando daí a característica do médium, de fazer ou não o que a entidade pretende(...)A epífise capta o campo eletromagnético, impregnado de informações, sendo interpretadas em áreas cerebraisPrognostica que “é nela, na Epífise, que reside o sentido novo dos homens”... Por tudo isso, fica evidenciado que os depoimentos dos comunicantes com que abrimos esses comentários, fundamentam-se em fatos reais.



O nosso atento Benê, ligou para MOMENTO ESPIRITA, domingo passado, pedindo que falássemos sobre as proibições da Bíblia em relação à comunicação com os mortos, que ele acha um tema muito oportuno para o momento.

Não temos dúvida, Benê, que o tema é oportuno. Contudo, o problema está na forma como se vê e se interpreta a Bíblia. Evidentemente, os espíritas têm a sua própria forma de ler os textos bíblicos, que não é a mesma da maioria que se atém ao significado literal das palavras (nem sempre bem traduzidas), sem se dedicar a um estudo e a uma análise mais profunda.

Em primeiro lugar, entendemos que os textos que hoje fazem parte da Bíblia, referem-se a um período muito distante de nós e a um povo culturalmente muito diferente do nosso, com idéias, crenças e necessidades próprias para uma determinada época. A concepção da comunicação dos mortos, por exemplo, é muito antiga: praticamente todos os povos da antiguidade adotavam essa prática, hoje conhecida por necromancia.

Acreditava-se que, depois da morte, os Espíritos adquiriam uma sabedoria sobre-humana, quase divina, e que assim poderiam responder qualquer pergunta ou dar a solução a qualquer problema. Aliás, uma visão que o Espiritismo nunca adotou. No entanto, a necromancia existia entre os hebreus, até porque as pessoas, de um modo geral – e isso também acontece hoje – querem respostas prontas, soluções fáceis e milagres, e acham que os Espíritos podem fazer tudo isso.

Médiuns sempre existiram. Mas não existia a palavra “médium”, pois esta palavra foi introduzida há 150 anos por Allan Kardec. Também não existia a Doutrina Espírita, que é uma doutrina moderna. Mas existiam essas práticas, consideradas mágicas ou sobrenaturais, - como a necromancia, a feitiçaria, a magia e outras. Os médiuns da época, portanto, recebiam outras denominações. Mas, como não existia o Espiritismo, tudo era visto como um grande mistério. Para uns, uma saída para seus problemas; para outros, apenas charlatanismo ou práticas condenáveis.

A idéia de que os Espíritos sabiam tudo e podiam apontar soluções para os problemas humanos sempre fascinaou o povo, que se via atraído pelo sobrenatural e pelos poderes miraculosos. Desse modo, como até hoje, muitos eram enganados e explorados na sua boa fé, vítimas de espertalhões e charlatães – pessoas que se passavam por adivinhos e consultores espirituais, quase sempre de mau caráter e muito habilidosos na arte de iludir o povo.

Fácil entender, portanto, que tais práticas prejudicavam os planos de Moisés, empenhado em manter o povo coeso e unificado, em torno da adoração de um Deus único. Ele tentava conduzir uma estratégia política para que seu povo conquistasse o grande sonho, que era chegar à Canaã, a Terra Prometida. Problemas decorrentes de falsas crenças e da ação de inimigos, através de espertalhões e enganadores, que atrapalhavam sua ação nesse sentido, levaram Moisés a estabelecer uma ordem rigorosa, proibindo, em certo momento, consultar videntes, adivinhos, feiticeiros, necromantes, etc., que é o encontramos em algumas citações bíblicas, especialmente no Deuteronômio, 18.

No entanto, a Bíblia em si é um manancial de fenômenos mediúnicos, pois nela tudo é revelação e contato com a espiritualidade, que ocorre a cada passo, a cada capítulo e cada novo livro. Mediunidade é contato com a Espiritualidade. Onde há Deus, anjos, mensageiros espirituais, visões, profecias, sonhos reveladores – há mediunidade. É por isso que a Bíblia e todos os livros religiosos da antiguidade, que trouxeram extraordinárias revelações, estão amparados no que hoje chamamos de fenômeno mediúnico.

Contudo, Benê, a idéia de que tudo no Espiritismo é evocar Espíritos e buscar a comunicação direta com os desencarnados é falsa. Na verdade, segundo a concepção espírita, nós somos Espíritos e estamos em contato com os desencarnados permanentemente. Não é preciso uma manifestação, através de um médium, para que isso aconteça. Além do mais, a mediunidade não tem um fim em si mesma: o que interessa para o Espiritismo é o mesmo que interessou a Jesus: a melhoria moral da humanidade.

Por outro lado, no Antigo Testamento, desde Moisés, há inúmeros casos de contato com os desencarnados que, por premência de tempo, não temos como narrar neste pequeno espaço do programa. Mas convidaríamos o ouvinte a ler, por exemplo, o livro do Prof. Herculano Pires, que tem por título VISÃO ESPÍRITA DA BÍBLIA, onde o autor, um profundo estudioso da Bíblia, mostra como é impossível separar a Biblia dos fenômenos mediúnicos. Na Biblioteca Batuíra temos diversas obras que tratam do assunto.

Mas, no livro bíblico, conhecido por “Números” – capítulo 11, vamos encontrar um fenômeno interessante e muito elucidativo que comprova que Moisés sabia muito bem com o que está lidando, pois é ele mesmo - o próprio Moisés, nesta passagem da Biblia - que está incentivando o fenômeno mediúnico – não, evidentemente, com essa expressão – pois, na época, os médiuns eram conhecidos por profetas ou adivinhos. Leias Números, capítulo 11.

No Novo Testamento – ou seja, a partir de Jesus de Nazaré - vamos encontrar o próprio Jesus em contato com Espíritos maus que atormentam pessoas, procurando afastá-los de seus intentos de vingança e incentivando os apóstolos a fazer o mesmo. Mas, por outro lado, vemos Jesus também falando diretamente com Espíritos desencarnados, o que aconteceu logo após o episódio da Transfiguração, que é outro fenômeno mediúnico. Naquele momento Jesus conversou longamente com Moisés e Elias ( espíritos materializados) na presença de Pedro, João e Tiago.

Fenômenos que ocorreram com Jesus ( como suas aparições após a morte), com seus apóstolos, com o próprio Paulo de Tarso ( como aparições, vozes diretas, curas espirituais, materializações, profecias, manifestações de Espíritos diversos e outras mais) fazem do Novo Testamento um repositório de fatos inusitados, que o Espiritismo chama de mediúnicos. Dessa maneira, as pessoas, que não conhecem o Espiritismo, que nunca leram nada a respeito e que, portanto, fazem uma idéia completamente distorcida da Doutrina – acabam emitindo opiniões que nada tem a ver com a realidade.

Faltam vontade e interesse em estudar seriamente o assunto, ir em busca de informações concretas e de fontes idôneas que possam esclarecer, em constatar o que é o Espiritismo de fato, pois é absurdo – e Kardec já dizia isso no seu tempo – que haja pessoas que se ponham a falar e a emitir opiniões sobre uma coisa que não conhecem, baseando-se apenas no que ouviram falar, muitas vezes de fontes suspeitas. 






 

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