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segunda-feira, 1 de janeiro de 2024

A ESCRAVIDÃO NO BRASIL E A LEI DE CAUSA E EFEITO; EM BUSCA DA VERDADE COM O PROFESSOR

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EM luizarmandoff


Foram 300 anos de exploração, violência, dores e amores que, certamente, gerou não só dívidas coletivas, mas também individuais para os pioneiros que ajudaram a construir a nação brasileira. Historiadores, por outro lado, consideram que o braço cativo foi o elemento propulsor da nossa economia. Caçados, aprisionados, transportados acorrentados em porões de navios infectos, vendidos em lotes ou individualmente como mercadoria a que se atribuía valor pela dentição ou massa muscular, tratados como animais capazes de gerar crias, castigados cruel e selvagemente, às vezes morriam em função das agressões físicas a que eram submetidos. Fêmeas, como eram tratadas, vítimas de estupros, tinham seus filhotes separados para venda, mal nasciam. Oriundos do Continente Africano estima-se chegassem ao Brasil em torno de 130 mil anualmente, procedentes de Luanda e Benguela, Congo, Guiné Moçambique. Entre seis e nove milhões em três séculos. Como sabemos, a interpretação da Lei de Causa e Efeito explica que além das transgressões cometidas pelo indivíduo, há aquelas que podem ser assumidas por uma família, uma nação, uma raça, ao conjunto de habitantes dos mundos, os quais formam individualidades coletivas.. A mediunidade em nossa Dimensão, tem contribuído para o reequilíbrio de muitas criaturas presas a fatos por elas gerados durante a referida época. Na incalculável legião de necessitados que o abordaram ao longo das décadas em que serviu ao próximo em nome do Espiritismo, Chico Xavier, se fez instrumento para que muitos casos dolorosos e enigmáticos pudessem ser avaliados sob a ótica de Lei de Causa e Efeito. Dentre os que ficaram registrados em livro, selecionamos alguns, que apresentaremos começando pelo Efeito, remontando a Causa. CASO 1 – EFEITO – Menino, 10 anos, mudo, conduzido pela mão pelo pai, acometido por convulsões intermitentes epilépticas. CAUSA – Ações em encarnação anterior, em que ele, senhor de escravos, se comprazia em exercitar sua crueldade na boca dos cativos, aplicando ferro em brasa na boca dos coitados. Os acessos que tem são provocados pelo aflorar das lembranças das surras e castigos impostos aos escravos. CASO 2 – EFEITO – Mulher, cujo corpo era acometido de estranha moléstia que lhe impunha constantes cirurgias pelo aparecimento nos tendões nervosos, vermes, provocando-lhe dores atrozes, até serem extraídos pelas operações. CAUSA - Em vida passada, rica fazendeira, ao perceber a atração de seu marido por escrava moça recem comprada, roída pelo ciúme, a enclausurou num dos quartos da Fazenda, em lugar ermo, deixando-a morrer de fome e sede. Localizado o quarto, dias depois, pelo mau cheiro exalado, aberta a porta, foi encontrado o corpo da bela escrava todo coberto de vermes. CASO 3 – EFEITO – Homem, braço direito deformado com uns babados de carne mole, arroxeada, esquisita, mais parecendo um açoite enrolado, cheio de nós. CAUSA – Ações praticadas em encarnação anterior em que na condição de capataz, açoitou uma infinidade de escravos, levando muitos ao desencarne, por sua impiedade. Na existência atual, traz no braço o que lhe está no Espírito, um eco dos açoites irados que deu, impondo sofrimentos indescritíveis nas suas vítimas, que experimentará com o endurecimento gradual dos tais babados que se converterão num câncer que o ajudará a se livrar da culpa que carrega. CASO 4 – EFEITO - Três moças tratadas nos trabalhos de desobsessão no Centro Espírita Luiz Gonzaga, em Pedro Leopoldo (MG), uma das quais tinha o estranho hábito de mastigar vidros, o que deixava os anfitriões que as hospedavam em sua casa, assustados e preocupados. CAUSA – Tratamento impiedoso aplicado a escravos de sua propriedade em vida anterior. Como ”Sinhás” da fazenda, usavam a força e o poder através de cruéis capatazes. Uma delas, por motivo fútil, fez enterrar um escravo – o Espirito que se manifestava – deixando apenas a cabeça de fora, mandando a besuntassem com mel, a fim de atrair insetos, onde permaneceu sozinho, em intermináveis sofrimentos, até encontrar a morte. Nas horas finais, em desespero ele clamava: “- Sinhá! Se existe alma depois desta vida, eu vou me vingar”, convertendo-se a jura, atualmente, na forte obsessão que acometera as três jovens...



Esta pergunta, que vamos responder agora, vem da cidade de Gália, e diz o seguinte: “ O que acontece com o espírito quando o corpo é cremado? Não seria melhor que ele fosse sepultado? Será que o espírito, já desencarnado, pode sofrer os efeitos do fogo?”

Esta é uma dúvida muito comum. Sobre isso, há duas posições radicais: a daqueles que são totalmente contra a cremação e os que se manifestam abertamente a favor. Mas o problema não é tão simples assim. Cada caso é um caso. A cremação de cadáveres é um dos processos mais antigos praticados pelo homem. Em algumas sociedades este costume era considerado corriqueiro e fazia parte do cotidiano da população, por se tratar de uma medida prática e higiênica.

Alguns povos utilizavam a cremação para rituais fúnebres: os gregos, por exemplo, cremavam seus cadáveres por volta de 1.000 A.C. e os romanos, seguindo a mesma lista de tradição, adotaram a prática por volta do ano 750 A.C. Nessas civilizações, como a cremação era considerada um destino nobre aos mortos, o sepultamento era reservado aos criminosos, assassinos, suicidas e aos fulminados por raios (considerada até então uma "maldição" de Júpiter). As crianças falecidas mesmo antes de nascerem os dentes também eram enterradas.

No Japão, a cremação foi adotada com o advento do Budismo, em 552 D.C, importado da China. Como em outras localidades, ela foi aceita primeiramente pela aristocracia e a seguir pelo povo. Incentivados pela falta de lugares para sepultamento, pois o Japão possui pouquíssimo espaço territorial, os japoneses incrementaram significativamente a prática. Em 1867, foi promulgada uma lei que tornava obrigatório incinerar as pessoas mortas por doenças contagiosas para um controle sanitário eficaz e eficiente, bem como para racionalizar e obter melhor uso da terra. Os cidadãos passaram a considerar normal cremar todos os mortos e todas as religiões passaram a recomendá-la.

Na verdade, somos um povo que temos por tradição o sepultamento de cadáveres, diferentemente desses outros povos. O que pesa muito nessa decisão são os valores religiosos. Já, no Espiritismo – que é uma doutrina racional - pensamos primeiramente se o fato de o corpo ser incinerado não traria consequências desagradáveis para o Espírito. Isso realmente pode acontecer, quando o Espírito é dema0siado apegado ao corpo e se recusa a desencarnar.

Mas, como pode acontecer isso? Quem é muito apegado a valores materiais, no sentido de que não admite a idéia de que possa ter de deixar todos os seus bens materiais, evidentemente sofre para desencarnar. É a consequência do apego. Mas não sofre apenas porque terá o corpo cremado ( e poderá se apavorar diante dessa perspectiva), mas sofre também porque terá seu corpo enterrado, decomposto ou devorado pelos vermes. Trata-se de uma reação natural a quem não consegue se desligar com facilidade daquilo que acha que lhe pertence. Aliás, o apego sempre é um obstáculo no momento de qualquer separação.

Na verdade, o períspirito – formado de uma matéria muito sútil e, portanto, invulnerável aos agentes físicos, como o fogo - não sofre diretamente seus efeitos. O que pode acontecer, em certos casos, é o Espírito, tendo consciência do que está acontecendo, guardar a impressão de que está sendo queimado, e ficar apavorado. Não se tem notícia, na literatura espírita, de que uma cremação possa ter provocado algum problema mais grave ao espírito. O que se sabe é que o apego demasiado à matéria – seja ao corpo, seja a qualquer outro bem passageiro – sempre será um obstáculo à desencarnação.

Independente disso, o uso da cremação está se generalizando no mundo e, também, no Brasil, considerado como uma medida de higiene pública. Quando a pessoa se sente bem com a idéia de que seu cadáver será cremado e aceita isso com naturalidade, ela deve comunicar à família que prefere a cremação; mas quando isso não acontecer, por cautela, ainda é preferível que se faça uso do sepultamento comum. Todavia, Emmanuel recomenda, no livro “O CONSOLADOR”, que se aguarde 72 horas do óbito para o procedimento da cremação.


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