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domingo, 28 de janeiro de 2024

MUITO ALÉM DO QUE VOCÊ VÊ ; EM BUSCA DA VERDADE COM O PROFESSOR

A explicação é de Allan Kardec, fundamentada nas observações e informações reveladas pelos Espíritos que o auxiliaram na formulação dos conteúdos do Espiritismo. Segundo ele, o ponto de partida de tudo que há é o que chama de Fluido Cósmico Universal. Diz que “o fluído cósmico, conquanto emane de uma fonte universal, se individualiza, por assim dizer, em cada Ser, adquirindo propriedades características, que permitem distingui-lo de todos os outros. Nem mesmo a morte apaga esses caracteres de individualização, que persistem longos anos após a cessação da vida (...). Cada um de nós tem, pois, seu fluido próprio, que o envolve e acompanha em todos os movimentos, como a atmosfera acompanha cada planeta. É muito variável a extensão da irradiação dessas atmosferas individuais. Achando-se o Espírito em estado de absoluto repouso, pode essa irradiação ficar circunscrita nos limites de alguns passos; mas, atuando a vontade, pode alcançar distâncias infinitas. A vontade como que dilata o fluido, do mesmo modo que o calor dilata os gases. As diferentes atmosferas individuais se entrecruzam e misturam, sem jamais se confundirem, exatamente como as ondas sonoras que se conservam distintas, a despeito da imensidade de sons que simultaneamente abalam o ar. Pode-se, por conseguinte, dizer que cada indivíduo é centro de uma onda fluídica, cuja extensão se acha em relação com a força da vontade, do mesmo modo que cada ponto brilhante é centro de uma onda sonora, cuja extensão está na razão propulsora do fluido, como o choque é a causa de vibração do ar e propulsor das ondas sonoras. Das qualidades peculiares a cada fluido resulta uma espécie de harmonia ou desacordo entre eles, uma tendência a se unirem ou evitarem, uma atração ou repulsão, numa palavra: as simpatias ou antipatias que se experimentam, muitas vezes sem manifestas causas determinantes. Se nos colocamos na esfera de atividade de um indivíduo, sua presença não raro se nos revela pela impressão agradável ou desagradável que nos produz seu fluido. Se estamos entre pessoas de cujos sentimentos não partilhamos, cujos fluidos não se harmonizam com os nossos, penosa reação entra a oprimir-nos e sentimo-nos ali como nota dissonante num concerto! Se, ao contrário, muitos indivíduos se acham reunidos em comunhão de propósitos e intenções, os sentimentos de cada um se exaltam na proporção mesma da massa das forças atuantes. Quem não conhece a força de arrastamento que domina as aglomerações onde há homogeneidade de pensamentos e de vontades? Ninguém pode imaginar, a quantas influências estamos assim submetidos, à nossa revelia”. Embora reconhecendo não poder pronunciar-se afirmativamente sobre a possibilidade, Kardec cogita: -“Não podem essas influências ser a causa determinante de certas ideias, dessas ideias que em dado momento se nos tornam comuns e a outras pessoas, desses pressentimentos que nos levam a dizer: paira alguma coisa no ar, pressagiando tal ou tal acontecimento? Enfim, certas sensações indefiníveis de bem estar ou mal estar moral, de alegria ou tristeza, não serão efeitos da reação do meio fluídico em que nos encontramos, dos eflúvios simpáticos ou antipáticos que recebemos e que nos envolvem como as emanações de um corpo odorífico?”. Acrescenta “que é preciso convir, pelo menos, que a teoria do Fluido Cósmico individualizado em cada Ser sob o nome de fluido perispirítico, abre um campo inteiramente novo para a solução de uma infinidade de problemas até agora insolúveis”. Evoluindo seu raciocínio, afirma que “em seu movimento de translação, cada um de nós leva consigo a sua atmosfera fluídica, como caracol leva sua concha; esse fluido, porém, deixa vestígios da sua passagem; deixa um como sulco luminoso, inacessível aos nossos sentidos, no estado de vigília, mas que serve para que os sonâmbulos reconstituam os fatos ocorridos e examinem os motivos que os ocasionaram. Toda ação física ou moral, ostensiva ou não, de um Ser sobre si mesmo, ou sobre outro, pressupõem, de um lado, uma força atuante e, de outro, uma sensibilidade passiva. Em todas as coisas, duas forças iguais se neutralizam e a fraqueza cede à força. Ora, não sendo todos os homens dotados da mesma energia fluídica, ou, não tendo o fluido perispirítico, em todos, a mesma potência ativa, explicado fica por que, nuns, essa potência é quase irresistível, ao passo que, noutros, é nula; por que algumas pessoas são muito sensíveis à sua ação, enquanto outras refratárias”. 




(Leninha) Por que tanta polêmica em torno das células-tronco? Existem ou não espíritos nesses embriões?


A questão não é simples, Leninha e não há única posição a respeito. Gostaríamos de ter respostas seguras e definitivas para todas as perguntas. Entretanto, muitas coisas ainda ignoramos, mas estamos em busca de explicações. Para os ouvintes se situarem na questão, gostaríamos de dizer que, no Brasil, a despeito de várias campanhas contra, já temos uma lei que autoriza os cientistas a fazerem pesquisas com células-tronco embrionárias. Mas o que são células-tronco e por que existe tanta polêmica em torno delas?


|Já falamos disso, mas não custa repetir, porque o tema está em voga. Células-tronco embrionárias são as células que formam o embrião humano. Embrião é a fase inicial do ser humano no útero materno. Após a fecundação do óvulo da mãe pelo espermatozóide do pai, temos a concepção, ou seja, a geração de uma célula-ovo que, inicialmente, é apenas uma célula, mas que, em seguida, começa a se dividir e a se multiplicar rapidamente, formando o embrião. Após a fase de embrião vem o feto e, num período aproximado de 9 meses de gestação, o corpo desse novo ser vai passar por várias fases de evolução dentro do útero materno, até seu nascimento.


Acontece que, desde a década de 1970, já temos a chamada reprodução assistida, em que é possível provocar, fora do corpo da mulher, a fecundação artificial, obtendo-se embriões. Tais embriões são introduzidos no útero de mulheres que têm dificuldades ou estão impedidas de engravidar, a fim de que tenham filhos. Uma grande quantidade desses embriões congelados em laboratório, não são utilizados e, mais tarde, serão descartados. A lei, recentemente aprovada, permite que eles possam ser usados para pesquisas no tratamento de doenças degenerativas, principalmente as que afetam o sistema nervoso, como o Mal de Parkinson e o Mal de Alzheimer e as lesões que causam paralisias irreversíveis.


As células-tronco embrionárias, ao que tudo indica, têm uma propriedade extraordinária. Elas podem produzir qualquer tipo de célula, ou seja, célula de qualquer tecido do corpo, até mesmo células nervosas. Desse modo, a partir da implantação dessas células, teoricamente, seria possível obter a regeneração de tecidos lesados e, conseqüente, a cura de pacientes acometidos dessas doenças, até hoje consideradas incuráveis. Contudo, há uma parcela da população, notadamente religiosos, que são contra a utilização dessas células, pois consideram que a vida humana começa já na fecundação e, desse modo, ao se usarem embriões para pesquisa, estariam sacrificando vidas humanas. Eis o problema.


Contrários à lei está a Igreja Católica, outras religiões e até mesmo segmentos do movimento espírita. Segundo O LIVRO DOS ESPÍRITOS, a reencarnação começa na concepção, mas só se completa com o nascimento. Se isso for levado ao pé da letra, a morte de um embrião significaria a interrupção de um processo reencarnatório iniciado. Entretanto, n’O LIVRO DOS ESPÍRITOS, a questão 356 diz que pode haver concepção sem reencarnação e, nesses casos, o ser não sobrevive.


Assim, temos conosco que é possível que, no caso dos embriões congelados ( que, mais cedo ou mais tarde, serão descartados) pode não haver Espíritos, mesmo porque , nos projetos da Espiritualidade, que sempre precedem os projetos humanos, devem existir planos referentes a pesquisas nesse campo, onde podem ser utilizados embriões. Entretanto, isso é apenas uma hipótese. Baseado nisso é que alguns segmentos do movimento espírita, mais cuidadosos, manifestaram-se contra a lei, notadamente a Associação Médico-Espírita do Brasil. Ela defende a tese de que, para possíveis tratamentos de pacientes, é possível utilizar células-tronco de adultos, extraídas da medula e da pele, não havendo necessidade de se recorrer às embrionárias, que representa um obstáculo à reencarnação. Esta também é uma possibilidade, já que existem pesquisas nesse campo, que já deram sinal de sucesso no tratamento de alguns pacientes.



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