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quinta-feira, 8 de fevereiro de 2024

ANJO DA GUARDA- A VISÃO DO ESPIRITISMO; EM BUSCA VERDADE COM O PROFESSOR

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Várias gerações influenciadas por ensinos religiosos se formaram acreditando na existência do Anjo da Guarda, o personagem capaz de proteger-nos ou livrar-nos de perigos eminentes ou atitudes de consequências imprevisíveis. Seria apenas uma fantasia ou ficção? No número de janeiro de 1859 da REVISTA ESPÍRITA, Allan Kardec reproduz mensagem espontânea assinada conjuntamente pelos Espíritos São Luiz e Santo Agostinho, oferecendo dados importantes para nossa reflexão sobre o tema. Indagam: -“Pensar que tendes sempre junto a vós seres que vos são superiores, que aí estão sempre para vos aconselhar, sustentar, ajudar a subir a áspera montanha do Bem, que são os amigos mais certos e mais delicados que as mais íntimas ligações que possais estabelecer nesta Terra, não é uma ideia consoladora?”, acrescentando: -“Estes seres aí estão por ordem de Deus; foi ele que os pôs ao vosso lado; aí se acham por amor a Ele e junto a vós realizam bela e penosa missão. Sim; onde quer que estejais, estarão convosco: os calabouços, os hospitais, os lugares de deboche, a solidão, nada vos separa destes amigos que não vedes, mas cujos suaves impulsos vossa alma sente, como escuta os sábios conselhos”. Em outro trecho afirmam: - “Cada Anjo da Guarda tem o seu protegido, sobre o qual vela, como um pai sobre o filho; é feliz quando o vê seguir o bom caminho e sofre quando seus conselhos são desprezados”. Meses depois, a versão definitiva d’ O LIVRO DOS ESPÍRITOS dedicaria trinta e três perguntas ao assunto, disponibilizando mais elementos para ampliar nosso entendimento, inserindo a referida mensagem como um adendo à questão 495. Dentre eles, destacamos: 1- Trata-se de um Espírito protetor de uma ordem elevada; 2- Acompanha seu tutelado do o nascimento até a morte, frequentemente o seguindo depois dela, na vida espiritual, e mesmo através de numerosas experiências corpóreas, consideradas fases bem curtas na vida do Espírito; 3- Para o protetor é, às vezes, um prazer, noutras uma missão ou um dever; 4- Em caso de deixar sua posição para cumprir diversas missões, são substituídos; 5- Afasta-se quando vê que seus conselhos são inúteis pela vontade mais forte do protegido em submeter-se à influência dos Espíritos inferiores, não o abandonando completamente, sempre se fazendo ouvir, voltando logo que chamado; 6- Jamais fazem o mal, deixando que o façam os que lhe tomam o lugar; 7- Quando deixa seu protegido se extraviar na vida, não é por incompetência sua, mas porque ele não o quer, saindo seu protegido mais instruído e perfeito, assistindo-o, porém, com seus conselhos, pelos bons pensamentos que lhe sugere, infelizmente nem sempre ouvidos; 8- Há circunstâncias em que a presença do Espírito protetor não é necessária; 9- Sua ação não é ostensiva pelo fato de que se o fosse o protegido não agiria por si mesmos e não progrediria, visto necessitar da experiência, exercitar suas forças, sendo a ação dos Bons Espíritos efetuada de forma a lhe deixar o livre arbítrio; 10- Quando vê seu protegido seguir o mau caminho, sofre com seus erros e os lamenta mas essa aflição nada tem das angústias da paternidade terrena, porque ele sabe que há remédio para o mal, e que o que hoje não se fez, amanhã se fará. Em nota, Allan Kardec, comenta: Dessas explicações e das observações feitas sobre a natureza dos Espíritos que se ligam ao homem podemos deduzir o seguinte: 1- O Espírito Protetor, anjo da guarda ou bom gênio, é aquele que tem por missão seguir o homem na vida e o ajudar a progredir, sendo sempre de natureza superior à do protegido; 2- Os Espíritos familiares se ligam a certas pessoas por meio de laços mais ou menos duráveis, com o fim de ajuda-las na medida de seu poder., frequentemente bastante limitado, sendo bons, mas às vezes pouco adiantados.



O Espiritismo adota a prática de falar com os mortos, mas a Bíblia condena essa prática, conforme Deuteronômio, 18:9 a 12: “Não se ache entre vós quem purifique seu filho ou sua filha, fazendo-os passar pelo fogo, nem quem consulte os adivinhos ou observe sonhos e agouros, nem quem use malefícios, nem quem seja encantador, nem quem consulte os pitões ou adivinhos, ou indague dos mortos a verdade. Porque o Senhor abomina todas essas coisas e por tais maldades exterminará estes povos à tua entrada”.


Não temos dúvida de que as práticas, a que Moisés se refere nesse texto, estavam de fato atrapalhando seus planos e contribuindo para a indisciplina do povo. Ele devia ter, pois, suas razões para isso, pois até hoje essas práticas existem e, muitas vezes ( talvez, na maioria das vezes) são perniciosas. Entretanto, para se entender por que Moisés proibia tais práticas no seio daquele povo, precisamos conhecer a história do povo hebreu, saber o que estava acontecendo naquela época, pois nenhum fato humano acontece fora de um contexto social.


As adivinhações, os malefícios, a consulta aos videntes – tudo isso feito sem critério, sem orientação - não são práticas espíritas: nunca foram. A consulta aos Espíritos, sim, mas somente quando criteriosa e disciplinada e apenas para os bons propósitos, dentro dos princípios do amor e da caridade. Nesse sentido João, na sua primeira carta, capítulo 4, versículo 1, alertava: “Caríssimos, não queirais crer em todo Espírito, mas examinai para ver se esses Espíritos vêm de Deus...” É claro que João viveu mais de 1300 anos depois de Moisés, mas a prática de comunicação espiritual entre os primeiros cristãos era comum; tanto assim que Paulo fala dos dons espirituais, que nada mais é do que a mediunidade.


As práticas mediúnicas sempre existiram, mas tomaram os mais variados rumos, serviram a interesses espúrios, contrariando a moral e a dignidade humana. Nesse sentido, elas também são condenadas pelo Espiritismo. Mas, na Bíblia, encontramos vários casos de comunicação mediúnica, como aquela em que Samuel falou com Saul ( no Antigo Testamento) ou, até mesmo, o conhecido episódio dos evangelhos, em que Moises e Elias apareceram materializados diante de Jesus para conversarem com ele – ou, ainda, as próprias manifestações de Jesus, após sua morte.


Entretanto, ao tempo de Moises, comunicação com o mundo espiritual, na verdade, só atrapalhava seu esforço em disciplinar o povo e consolidar as bases da religião. Contudo, quando as pessoas falam da Bíblia, elas só vêem aquilo que lhes interessam ou que servem de base para o seu modo de pensar. Mas, elas não percebem que na Bíblia encontramos de tudo e cada um dá a interpretação que melhor lhe convém. Os fatos obscuros ou contraditórios, que se repetem muito, principalmente no Antigo Testamento, geralmente não são considerados.


Quanto à proibição de Moisés, para os objetivos que ele procurava alcançar, foi válida e não poderia ser de outra forma. A Doutrina Espírita, que só surgiu recentemente, também tem suas restrições em relação à mediunidade praticada indiscriminadamente, tanto quanto ao charlatanismo que só serve para explorar a credulidade do povo. A questão fundamental, portanto, está em se saber diferenciar as coisas, agindo com critério e pureza de sentimentos. Ainda uma vez, lembramos do alerta de Jesus: “veja quem tem olhos de ver e ouça quem tem ouvidos de ouvir”.



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