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terça-feira, 20 de fevereiro de 2024

O DEPOIMENTO ESPONTÂNEO DE UM EX MEDIUM; EM BUSCA DA VERDADE COM O PROFESSOR

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As reuniões da Sociedade Parisiense de Estudos Espíritas, seguiam um roteiro que compreendia variados estudos conduzidos por Allan Kardec, analisando em conjunto com os demais integrantes questões recebidas de várias regiões da Terra, outras propostas a Espíritos evocados além de comunicações espontâneas, atendendo a programação elaborada pelos Espíritos responsáveis pelo objetivo pretendido, ou seja, a geração de um banco de dados que dessem consistência à proposta do Espiritismo. Os resultados sempre foram publicados na REVISTA ESPÍRITA. No número de dezembro de 1859, por exemplo, uma das mensagens psicografadas por um dos médiuns presentes na noite de 20 de setembro daquele ano, surpreendeu pelo seu teor e, em segundo lugar, pela autoria. Dizia o texto: -“Pedi a Deus que me deixasse vir um instante entre vós, para vos dar o conselho de jamais ter disputas religiosas. Não digo guerras religiosas, pois os tempos estão agora muito adiantados para isso. No século em que vivi, isto era uma desgraça geral, e eu não pude evita-la. A fatalidade arrastou-me, e eu empurrei os outros quando deveria tê-los retido. Assim tive a minha punição, a princípio na Terra e há três séculos que espio cruelmente o meu crime. Sede mansos e pacientes para com aqueles a quem ensinardes. Se a princípio não querem vir a vós, virão mais tarde, quando virem a vossa abnegação e o vosso devotamento. Meus amigos, meus irmãos, nunca seria demais vos recomendar, nada há realmente de mais horrível do que a gente se estraçalhar reciprocamente, em nome de um Deus clemente, em nome de uma religião santa, que não prega senão a misericórdia, a bondade e a caridade!. Em vez disso, a gente se mata, se massacra a fim de forçar as criaturas que se quer converter a um Deus bom, conforme se diz. Em lugar de acreditar em vossa palavra, os que sobrevivem se apressam em vos deixar, em se afastarem, como se fosseis animais ferozes. Sede bons, eu vô-lo repito, e sobretudo cheios de amenidade para com aqueles que não creem como vos”. A assinatura era de Carlos IX, o mandatário que autorizou o massacre havido na França na noite de 24 de agosto de 1572, conhecido historicamente como Noite de São Bartolomeu. Sua responsabilidade, contudo foi parcial, segundo se apura em mensagem do Orientador Espiritual Emmanuel, através do médium Chico Xavier, contida no capítulo 4 do livro O ESPINHO DA INSATISFAÇÃO (feb), de autoria de Newton Boechat. Isto porque a mentora do sinistro plano foi um grupo que cercava sua mãe, a rainha Catarina De Médicis, mais precisamente, uma conselheira de nome duquesa de Nemours. Pretendiam situar a França católica no nível dos países que alcançaram destaque perante o poder central da maior estrutura religiosa do Ocidente à época pela instituição do Tribunal do Santo Ofício, a famigerada Inquisição. O meio era o extermínio dos seguidores do nascente Protestantismo, aproveitando-se da grande concentração deles na capital francesa, ante o casamento politicamente arranjado entre Margot, a filha da rainha, com Henrique de Navarra, adepto da nova corrente religiosa. Pressionado pela ardilosa mãe, que o perturbava e subjugava, Carlos IX, assinou o documento a ele levado. Sua inesperada manifestação na reunião da noite citada, suscitou em Kardec o interesse em entrevistá-lo, o que o fez, obtendo entre outros, os seguintes esclarecimentos: 1- Expiava suas faltas pelo remorso; 2- Depois da existência como Carlos IX, tivera uma, reencanado como um escravo das duas Américas, sofrendo muito, reconhecendo, porém, que tal experiência adiantou-lhe a evolução; 3- Que sua mãe sofreu também, encontrando-se em outro Planeta onde desempenha uma vida de devotamento; 4- Que, a exemplo de Luiz IX, Luiz XI, poderia escrever mediunicamente sua história; 5- Comprometia-se a fazê-lo oportunamente. Para os que querem conhecer um pouco dos bastidores desse pedaço da História mundial, basta ler NAS VORAGENS DO PECADO(feb), do Espírito Charles pela médium Yvonne Pereira, o início da trilogia completada por O DRAMA DA BRETANHA (feb) e O CAVALHEIRO DE NUMIERS(feb) ou A NOITE DE SÃO BARTOLOMEU, escrita pelo Espírito Rochester pela médium Wera Krijanovski.



Esta pergunta, que vamos apresentar agora, foi formulada pelo Ailton, e diz o seguinte: “ Por que uma pessoa, que só aprendeu coisas boas com sua família, que teve do bom e do melhor que os pais lhe deram, ainda assim, se desvia para o mau caminho, contrariando tudo aquilo que seus pais lhe ensinaram?”


Primeiro, uma justificativa, Ailton. Nós só podemos responder essa pergunta para os casos em geral, prezada ouvinte, e não para um caso particular. Para o caso particular, precisaríamos ter muitas informações sobre esse filho e sua família, e saber que tipo de relação existiram entre pais e filhos. Mesmo assim, só poderíamos dizer sobre esta vida; não sabemos dos antecedentes do Espírito e por que ele veio reencarnar justamente nessa família. No mais, o que podemos fazer são abordagens sobre a educação em geral.


Nós, pais, na verdade, só aprendemos a ser pais, depois que o somos; depois de cometermos uma série de erros e enganos na condução da vida familiar. Mas isso tudo faz parte de nosso aprendizado. Por isso, estamos sempre reencarnando, para aprender, para amadurecer nessa elevada função, que é a paternidade, que é a maternidade, enfim. Não existem pais perfeitos, tampouco filhos perfeitos. Os filhos são Espíritos, que vem para aprender mais, principalmente durante a infância; alguns com problemas mais complicados. Esses filhos se tornarão pais depois e tentarão fazer o melhor para se desincumbirem do difícil encargo.


O Espírito reencarna para aprender e se elevar. O lar é sua primeira e mais importante escola; os pais seus primeiros e mais importantes mestres. Entretanto, cada Espírito é um Espírito. Alguns, desde cedo, já se mostram mais receptivos e integrados no ambiente afetivo da família; outros demonstram resistência e dificuldades em aceitar a autoridade dos pais. É claro que aos pais compete observar e estudar cada filho, procurando orientá-lo para o caminho do bem. Mais do que falar, os pais precisam se esforçar para dar exemplo daquilo que ensinam. Pais ausentes contribuem para o surgimento de filhos-problemas.


Não estamos falando apenas de ausência física, mas sobretudo de ausência moral. Presença moral é atenção, interesse, respeito, afeição. Pais, que se fazem presentes moralmente com os filhos, não precisam permanecer todo o tempo ao lado deles. Há pais, que se ausentam para o trabalho, que não podem dar a atenção que queriam, mas que sabem compensar essa ausência com respeito e afeto, principalmente nos primeiros anos da infância de seus filhos.


Por outro lado, filhos são Espíritos que nos vêm às mãos para que possamos ajudá-los a caminhar na estrada da vida. Cada um é um; são todos diferentes. As necessidades de um não são as necessidades do outro. A relação, portanto, não pode ser a mesma para todos. Mas aqueles, que não se sentem amados, costumam dar mais trabalho, principalmente na adolescência, que é a idade da rebeldia. É nesse período que o Espírito começa a se descobrir a si mesmo através do raciocínio.

É quando descobre também os pais, e é quando vão perceber que os adultos também erram, também mentem, também fazem suas chantagens. Se eles trazem uma disposição muito forte para contrariar, principalmente tendências agressivas de outras encarnações, e se não se consideram amados ou se sentem rejeitados, com mais facilidade podem se desviar por um caminho indesejável, que só muito amor e dedicação poderão contê-los.


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