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segunda-feira, 4 de março de 2024

O PONTO DE PARTIDA, POIS NÃO EXISTEM MILAGRES; EM BUSCA DA VERDADE COM O PROFESSOR

 

-“Seria conhecer bem pouco os homens, pensar que uma causa qualquer pudesse transformá-los por encanto. As ideias se modificam pouco a pouco, com os indivíduos, e são necessárias gerações para que se apaguem completamente os traços dos velhos hábitos. A transformação, portanto, não pode operar-se a não ser com o tempo, gradualmente, pouco a pouco. Em cada geração uma parte do véu se dissipa”, responderam os Espíritos a Allan Kardec quando questionados (pergunta 800) sobre a possibilidade, por exemplo, do Espiritismo “vencer a indiferença dos homens e seu apego às coisas materiais”. Vivia-se apenas metade do século 19 e o materialismo já se constituía no grande obstáculo ao progresso da paz e da felicidade na sociedade humana. Sua destruição, aliada à destruição dos preconceitos de seita, de casta e de cor, conduziriam naturalmente os homens à grande solidariedade que os deve unir como irmãos. Ponderando que “nem o próprio Cristo convenceu seus contemporâneos com os prodígios que realizou”, apontaram a razão, a lógica, como o meio através do qual as mudanças se operariam. O próprio Jesus disse ser necessário “a ocorrência do escândalo” para - quem sabe - sair-se da inércia, da acomodação, da zona de conforto, em que parcela menor da sociedade se mantem. Porque a maioria sofre apenas os efeitos do descaso dos egoístas e orgulhosos. Necessário, porém, dar o primeiro passo. Inteligências astutas e dissimuladas, em nome de ideologias pessoais, certamente estudam o movimento das massas no sentido de encontrar a melhor forma de manobrá-las na direção de conhecidos interesses. Provavelmente vençam mais uma vez. A Educação Moral não é nem cogitada por aqueles cujos gritos acordam os letárgicos, liderando-os não se sabe em que direção. Em comentário à questão 685 d’O LIVRO DOS ESPÍRITOS, Kardec escreve: -“ Quando se pensa na massa de indivíduos diariamente lançados na corrente da população, sem princípios, em freios, entregues aos próprios instintos, deve-se admirar das consequências desastrosas desse fato?”. Linhas antes, ele ponderara: “Não basta dizer ao homem que ele deve trabalhar., é necessário também que o que vive do seu trabalho encontre ocupação, e isso nem sempre acontece. Quando a falta de trabalho se generaliza, toma as proporções de um flagelo, como a escassez. A ciência econômica procura o remédio no equilíbrio entre a produção e o consumo, mas esse equilíbrio, supondo-se que seja possível, sofrerá intermitências e durante essas fases o trabalhador tem necessidade de viver. Há um elemento que não se ponderou bastante, e sem o qual a ciência econômica não passa de teoria: a educação. Não a educação intelectual, mas a moral, e nem ainda a educação moral pelos livros, mas a que consiste na arte de formar caracteres, aquela que cria hábitos, porque educação é conjunto de hábitos adquiridos”. Concluindo suas ilações, Kardec diz: “-Quando essa arte for conhecida, compreendida e praticada, o homem seguirá no mundo os hábitos de ordem e previdência para si e para os seus, de respeito pelo que é respeitável, hábitos que lhe permitirão atravessar de maneira menos penosa os maus dias inevitáveis. A desordem e a imprevidência são duas chagas que somente uma educação bem compreendida pode curar. Nisso está o ponto de partida, o elemento real do bem estar, a garantia da segurança de todos”. Como se vê não é tarefa de um governante durante seu mandato, nem de uma geração. Resultados a médio e longo prazo. Será que o imediatismo derivado da ambição permitirá que se trabalhe para o futuro, no agora?



Existe uma explicação espiritual para o fato de o Brasil ter sido eliminado da Copa do Mundo? De que serviram as mandingas e as rezas que os brasileiros fizeram para levar a seleção pra frente e parar os adversários? ( Alexandre)


Tudo na vida, Alexandre, inclusive o futebol funciona de acordo com a Lei de Causa e Efeito. As coisas não acontecem por acaso: os acertos sempre nos levam a bons resultados, enquanto que os erros a resultados negativos. Como ninguém é perfeito, todos estão sujeitos a erros e acertos. Não há dúvida de que o Brasil todo, torcendo para a vitória de sua seleção, teve influência sobre o seu trabalho,mas essa influência é muito pequena em relação às decisões e aos atos efetivamente praticados e, principalmente, quanto ao desempenho da equipe em campo.


Não existe milagre que possa transformar de uma hora a para outra o desempenho de um time de futebol ou o resultado de uma partida. Durante todos os jogos, não percebemos que alguma força mágica ou misteriosa decidiu alguma coisa em algum momento, mas verificamos que o resultado de cada jogo é sempre uma somatória de fatores, entre os quais a qualidade dos atletas e seu estado emocional. Com certeza, somente aquilo que os comentaristas chamam de “fator sorte”, e que decorre de situações muito especiais, pode ter algum componente espiritual. Contudo, devemos considerar que, se nós, aqui do Brasil, mandamos bons pensamentos para a seleção brasileira, os outros países também mandaram para os seus.


Geralmente as pessoas desconhecem que o plano espiritual funciona também de acordo com leis da natureza, como o mundo onde vivemos. Os Espíritos, por mais bem intencionados que estejam para ajudar alguém ou atuarem em favor de uma causa, não podem tudo. Eles são apenas seres humanos desencarnados e, portanto, também têm limitações e dificuldades. Tanto assim que, para atuarem no plano físico – como, por exemplo, para dar uma transmitirem uma mensagem - precisam da intermediação dos seres humanos, que chamamos de médiuns. O que fazem, quase sempre, é inspirar para uma decisão, mas se a pessoa estiver aberta para isso.



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