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O advento do ESPIRITISMO em meados do século 19, numa análise racional, no que tange a sua expansão pelo Planeta não parece corresponder ao entusiasmo expresso por Allan Kardec em varias paginas de sua REVISTA. Bem verdade, como dito pelo Espirito Gabriel Dellanne em entrevista a André Luiz na noite de 20 Agosto de 1965 “nas questões do Espírito um século é pouco tempo”. Na Europa, excetuando se o AUTO DE FÉ de Barcelona que parece ter tido alguma repercussão, o ESPIRITISMO com a morte de seu Codificador, posteriormente de Léon Denis, Gabriel Dellane e Camille Flamarion o ritmo da expansão inicial foi diminuindo.
Transplantada a ideia para o Brasil segundo mensagem do próprio Kardec no final daquele século e a chegada em terras brasileiras de muitos dos que ajudaram no início como revelado pelo Espírito Emmanuel através de Chico Xavier em 1965, esbarraram no preconceito da escola religiosa dominante então; na dificuldade de acesso a livros; mais a frente na vaidade de dirigentes; nas disputas pelo poder;na pouco interiorização dos ensinos tão bem falados na catedra dos Centros Espíritas; na “igrejificação”; na forte presença das crenças católicas no comportamento observado em casas espíritas,etc
A sociedade humana, em meio às frustrações resultantes do materialismo que a entorpece desde meados do século XX, agravada essa situação pelo adensamento acelerado da população dos encarnados, precisa conhecer a proposta Espírita, pela insanidade de dirigentes politicos que parecem preferir a guerra e não a paz. Ademais, a pressão do tempo exige atitudes firmes dos que se apercebem do risco que o Espiritismo corre de ser engolido como foi o Cristianismo após se tornar reconhecido pelo Edito de Milão do Imperador Constantino.
Allan Kardec pondera: - Antes de procurar novamente não é de se fazer a aplicação daquilo que se sabe? É precisamente para dar aos homens o tempo de assimilar, de aplicar e de vulgarizar o que sabem, que a Providência põe um tempo de parada na marcha para a frente.
A história aí está para nos mostrar que as ciências não seguem marcha ascendente contínua, pelo menos ostensivamente; os grandes movimentos que fazem revolução numa ideia não se operam senão em intervalos mais ou menos afastados.
Não há estagnação por isto, mas elaboração, aplicação, e frutificação daquilo que se sabe, o que é sempre do progresso.
O Espírito humano poderia absorver sem cessar ideias novas? A própria Terra não tem necessidade de tempo de repouso antes de reproduzir? Que se diria de um professor que ensinasse todos os dias novas regras aos seus alunos, sem lhes dar o tempo de se aplicar sobre aquelas que aprenderam, de se identificar com elas e de aplicá-las? Deus seria, pois, menos previdente e menos hábil do que um professor?
Em todas as ideias novas devem se encaixar nas idéias adquiridas; se estas não estão suficientemente elaboradas e consolidadas no cérebro; se o Espírito não as assimilou, as que se quer nele implantar não tomam raiz; semeia-se no vazio. Ocorre o mesmo com relação ao Espiritismo. Os adeptos aproveitaram de tal modo o que ele ensinou até este dia, que nada tenham mais a fazer? São de tal modo caridosos, desprovidos de orgulho, desinteressados, benevolentes para os seus semelhantes; de tal modo moderaram suas paixões, abjuraram o ódio, a inveja e o ciúme; enfim, são de tal modo perfeitos que seja doravante supérfluo pregar-lhes a caridade, a humildade, a abnegação, em uma palavra, a moral? Só esta pretensão provaria a ela o quanto têm ainda necessidade dessas lições elementares, que alguns acham fastidiosas e pueris; no entanto, é somente com ajuda dessas instruções, se as colocam em proveito, que podem se elevar bastante alto para serem dignos de receber um ensinamento superior.
O Espiritismo tende para a regeneração da Humanidade; este é um fato adquirido; ora, esta regeneração não podendo se operar senão pelo progresso moral, disto resulta que seu objetivo essencial, providencial, é a melhoria de cada um; os mistérios que pode nos revelar são o acessório, porque nos abre o santuário de todos os conhecimentos, não seríamos mais avançados para o nosso estado futuro, se não fôssemos melhores. Para admitir ao banquete da suprema felicidade, Deus não pede o que se sabe nem p que se possui, mas o que se vale e o que se terá feito de bem.
É, pois, à sua melhoria individual que todo espírita sincero deve trabalhar antes de tudo. Só aquele que domou seus maus pendores, realmente tem aproveitado do Espiritismo e disso reserva a recompensa; é por isto que os bons Espíritos, por ordem de Deus, multiplicam suas instruções e as repetem à saciedade; só um orgulho insensato pode dizer: delas não tenho mais necessidade. Só Deus sabe quando serão inúteis, e só a ele pertence dirigir o ensino de seus mensageiros, e de proporcioná-lo ao nosso adiantamento. (RE/8/65)
Existem pessoas que matam, que fazem maldades e nunca se arrependem. Para onde elas vão depois da morte, se só usam de violência e não têm piedade do semelhante? Não seriam essas que iriam para o inferno?
Esse tema vem tratado n”O LIVRO DOS ESPÍRITOS”, a partir da questão 990. Muitas vezes, nós achamos que existem pessoas, que nunca se arrependem, porque só levamos em consideração o tempo de duração desta vida – de 20, 40, 60 ou 80 anos. De fato, se esta vida fosse a única, então haveria pessoas que nunca se arrependem do mal que fizeram, porque elas não teriam tempo suficiente para se arrepender. Mas acontece que existem inúmeras existências e que um Espírito, que hoje não se arrepende do que fez, mais cedo ou mais tarde, aqui ou na Espiritualidade, despertarão para a gravidade do mal que fizeram.
A lei de Deus é tão perfeita que o arrependimento não precisa acontecer agora, hoje ou amanhã. Se, por exemplo, um indivíduo mata alguém, cometendo um crime hediondo e morre em seguida, não terá tempo de se arrepender aqui. Se o seu futuro é a eternidade e se a sua sorte foi definida após a morte, ele não teria salvação. Acontece que o arrependimento não se dá da mesma forma e nem tampouco no mesmo tempo em todos os indivíduos. Isso vai depender de seu amadurecimento espiritual. Pode haver quem se arrependa logo depois do crime, mas isso não é regra; é exceção. E, além do mais, cada um terá o seu próprio tempo para se arrepender: alguns na Espiritualidade, outros ainda precisarão de várias encarnações, necessárias para seu amadurecimento.
Se existisse o inferno de condenação eterna, como pintam as religiões, quase todos estaríamos perdidos, pois, para uma boa parte dos erros que cometemos, nem temos consciência do mal que fizemos. Que sentido teria o apelo de Jesus quando, diante de seus algozes, ainda exclamou, “Pai, perdoai-lhes, porque eles não sabem o que fazem”, se essas pessoas, que usam de tanta crueldade, não tivessem outra oportunidade? Entretanto, o que chamamos de misericórdia divina é a oportunidade do arrependimento, da reparação e da regeneração, através das reencarnações.
Não basta arrepender-se. Muitos se arrependem para cometer outro crimeem seguida. Para que fiquemos quites com a própria consciência, precisamos reparar o mal que fizemos – o que, na linguagem mais simples do povo - significa, “pagar o que devemos” ou devolver o que tiramos de nossas vítimas. Não há ninguém que não se arrependa um dia, por mais distante que esteja esse dia. Ou aqui, ou depois, todos nos arrependeremos dos erros cometidos, quando tomarmos consciência dos males que eles causaram. Alguns se arrependerão mais depressa, outros demorarão muito, pois cada um tem seu próprio ritmo de progresso moral, mas a lei de Deus, que é a lei de evolução, nos proporcionará sempre oportunidade para nos arrepender.
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