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quarta-feira, 24 de abril de 2024
OS DOIS VOLTAIRE; EM BUSCA DA VERDADE COM O PROFESSOR
Sagaz, oculto no pseudônimo Voltaire, Francois-Marie Arouet foi um escritor, historiador e filosofo, considerado um dos representantes do Iluminismo, ficou famoso por suas críticas ao Cristianismo e a escravidão. Tendo vivido entre 1694 e 1778, retornou em 1862 através de um grupo mediúnico que funcionava na Sociedade Espírita de Paris por um médium identificado como Sr E.Vézy, fato explicado através de Santo Agostinho em matéria com que Allan Kardec fecha a edição de abril da REVISTA ESPÍRITA, dizendo “deixei falar em meu lugar um dos vossos grandes filósofos, principal chefe do erro; quis que viesse vos dizer onde está a luz; que vos pareceu ele? Todos virão repetir-vos: Não há sabedoria sem amor nem caridade; e dizei-me, que doutrina mais suave para ensiná-lo que o Espiritismo? Não saberia muito vo-lo repetir: o amor e a caridade são as duas virtudes supremas que unem, como o disse Voltaire, a criatura ao Criador. SANTO AGOSTINHO. Escreveu o Filosofo: - Sou bem eu, mas não mais aquele Espírito zombador e cáustico de outrora; o pequeno reizinho do século dezoito, que comandava, pelo pensamento e o gênio, a tantos grandes soberanos, hoje não tem mais sobre os lábios aquele sorriso mordaz que fazia tremer inimigos, e mesmo amigos! Meu cinismo desapareceu diante da revelação das grandes coisas que eu queria tocar e que não as soube senão no além-túmulo! Pobres cérebros tão estreitos para conterem tanta maravilha! Humanos, calai-vos, humilhaivos, diante do poder supremo; admirai e contemplai, eis o que podeis fazer. Como quereis aprofundar Deus e seu grande trabalho? Apesar de todos esses recursos, vossa razão não se choca diante do átomo e o grão de areia que ela não pode definir? Usei minha vida, eu, a procurar e a conhecer Deus e seu princípio, minha razão nisso se enfraqueceu, e cheguei, não a negar Deus, mas sua glória, seu poder e sua grandeza. Eu me explicava esse desenvolvimento no tempo. Uma intuição celeste me dizia para rejeitar esse erro, mas não a escutava, e me fiz apóstolo de uma doutrina mentirosa... Sabeis por quê? Porque no tumulto e no fracasso de meus pensamentos, que se entrechocavam sem cessar, não via senão uma coisa: meu nome gravado no frontão do templo de memória das nações! Não via senão a glória que me prometia essa juventude universal que me cercava e parecia provar com suavidade e delícias o suco da doutrina que eu lhe ensinava. No entanto, impelido por não sabia quais remorsos de minha consciência, quis parar, mas era muito tarde; como uma utopia, todo o sistema que abraça vos arrasta; a torrente segue primeiro, depois vos leva e vos quebra, tanto sua queda é, às vezes, violenta e rápida. Crede-me, vós que estais aqui à procura da verdade, encontrá-la-eis quando tiverdes destacado de vosso coração o amor às lantejoulas, que fazem brilhar, aos vossos olhos, um tolo amor-próprio e um tolo orgulho. Não temais, no novo caminho que caminhais, combater o erro e abatê-lo quando se levantar diante de vós. Não é uma monstruosidade enaltecer uma mentira contra a qual não se ousa se defender, porque se fez discípulos que vos precederam em vossas crenças? Vós o vedes, meus amigos, o Voltaire de hoje não é mais aquele do século dezoito; sou mais cristão, porque venho aqui para vos fazer esquecer minha glória e vos lembrar o que eu era durante minha juventude, e o que eu amava durante minha infância. Oh! quanto gostava de me perder no mundo do pensamento! Minha imaginação, ardente e viva, corria os vales da Ásia em consequência daquele a quem chamais Redentor... Gostava de correr nos caminhos que ele percorrera; e como me parecia grande e sublime esse Cristo no meio da multidão! Acreditava ouvir sua voz poderosa, instruindo os povos da Galiléia, mas margens do lago de Tiberíades e da Judéia. Mais tarde, nas minhas noites de insônia, quantas vezes me levantei para abrir uma velha Bíblia e dela retirar as santas páginas! Então, minha cabeça se inclinava diante da cruz, esse sinal eterno da redenção que une a Terra ao céu, a criatura ao Criador!... Quantas vezes admirei esse poder de Deus, se subdividindo, por assim dizer, e do qual uma centelha se encarna para se fazer pequeno, vindo dar sua alma no Calvário para a expiação!... Vítima augusta, da qual neguei a divindade, e que me fiz dizer dela, no entanto: Teu Deus que traíste, teu Deus que blasfemas, Por ti, pelo universo, está morto nesses próprios lugares! Sofro, mas expio a resistência que opus a Deus. Tinha por missão instruir e esclarecer; primeiro o fiz, mas a minha luz se extinguiu em minhas mãos na hora marcada para a luz!... Felizes filhos dos séculos dezoito e dezenove, é a vós que está dado ver luzir a luz da verdade; fazei que vossos olhos vejam bem sua luz, porque para vós ela terá raios celestes e sua claridade será divina! VOLTAIRE.
– “Jesus disse: honrai pai e mãe.” Sobre isso,o ouvinte Cristiano Ricardo Alves, de Vera Cruz, faz a seguinte pergunta: o que dizer de um filho, que depende dos pais, que foi beneficiado por eles, e que os critica construtivamente de maneira enérgica? “
Disseram os Espíritos a Kardec que “o bem é sempre o bem e o mal é sempre o mal”. Nada impede que um filho critique seus pais, quando esses não estão pautando por uma conduta reta, principalmente se pode ajudá-los a não cometer erros e se comprometerem moralmente. Uma coisa é a dependência e a outra é o respeito.
O fato de o filho ser dependente financeiramente dos pais não quer dizer que ele não possa falar em nome da verdade e da justiça, ainda que desagradando os pais. Além disso, é melhor ser repreendido pelo filho do que por estranhos. O que o filho não deveria fazer é faltar com respeito e muito menos fazer algo que possa prejudicá-los.
Honrar pai e mãe não é simplesmente agradá-los, mas é fazer de tudo para dignificá-los e defendê-los moralmente. Assim como os pais devem agir com energia em relação aos filhos, sempre que esses estiverem errados, também os filhos ( que podem ser Espíritos até mais esclarecidos que os pais) podem ajudá-los no caminho do bem, da verdade e da justiça.
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