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segunda-feira, 6 de maio de 2024

ALLAN KARDEC E O CRITERIO PARA IDENTIFICAR BONS ESPÍRITOS E MÉDIUNS; EM BUSCA DA VERDADE COM O PROFESSOR

 

Observa-se nesses tempos de comunicação rápida e fácil, grande quantidade de mensagens ditas espirituais tratando de posicionamentos diante das turbulências sociais típicas de uma fase de transição, aliás, como previstas no capítulo 18 do livro A GÊNESE, de Allan Kardec. Muitos se empolgam com seus conteúdos geralmente óbvios para os que estudam as crises da Humanidade da Terra sob o ponto de vista do Espiritismo. Fatos desse tipo, não eram incomuns ao tempo do surgimento da Doutrina Espírita. No número de julho de 1860 da REVISTA ESPÍRITA, Kardec analisa um caso, apresentando orientações sobre critérios que ele julga validos e dos quais extraímos algumas orientações sobre os ‘falsos profetas’ e os médiuns que os servem. Diz o Mestre: -“O que ainda é próprio desses Espíritos orgulhosos é a espécie de fascinação que exercem sobre seus médiuns, por meio da qual algumas vezes os fazem compartilhar dos mesmos sentimentos. Dizemos de propósito seus médiuns, porque deles se apoderam e neles querem ter instrumentos que agem de olhos fechados. De maneira alguma se acomodariam a um médium perscrutador ou que visse bem claro. Não se dá também o mesmo entre os homens? Quando o encontram, temendo que lhes escape, lhe inspiram o afastamento de quem quer que o possa esclarecer. Isolam-no de certo modo, a fim de poderem agir com inteira liberdade, ou só o aproximam daqueles de quem nada têm a temer. E, para melhor lhes captar a confiança, se fazem de bons apóstolos, usurpando os nomes de Espíritos venerados, cuja linguagem procuram imitar. Mas, por mais que façam, jamais a ignorância poderá simular o verdadeiro saber, nem uma natureza má a verdadeira virtude. O orgulho sempre se mostrará sob o manto de uma falsa humildade; e porque temem ser desmascarados, evitam a discussão e afastam seus médiuns. Entre os numerosos escritos publicados sobre o Espiritismo, sem dúvida alguns poderiam ensejar uma crítica fundada; mas não os pomos todos na mesma linha; indicamos um meio de os apreciar e cada um fará como entender. (...) A base de nossa apreciação: esta base será a lógica, da qual cada um poderá fazer seu próprio uso, pois não alimentamos a tola pretensão de lhe ter o privilégio. A lógica, com efeito, é o grande critério de toda comunicação espírita, como o é de todos os trabalhos humanos. Sabemos perfeitamente que aquele que raciocina de maneira errada julga ser lógico. Ele o é à sua maneira, mas apenas para si e não para os outros. Quando uma lógica é rigorosa como dois e dois são quatro, e as consequências são deduzidas de axiomas evidentes, o bom-senso geral cedo ou tarde faz justiça a todos esses sofismas. Acreditamos que as proposições seguintes têm este caráter: 1- Os Espíritos bons não podem ensinar e inspirar senão o bem; assim, tudo que não é rigorosamente bem não pode vir de um Espírito bom; 2- Os Espíritos esclarecidos e verdadeiramente superiores não podem ensinar coisas absurdas; assim, toda comunicação eivada de erros manifestos ou contrários aos dados mais vulgares da ciência e da observação, só por isso atesta a inferioridade de sua origem.



É verdade que existem médiuns que curam? Se esses médiuns fazem isso em nome de médicos espirituais, não seria mais produtivo se o governo investisse nesses médiuns para garantir a saúde da população, ao invés de esperar que os médicos da Terra resolvam nossos problemas?


Sim, existem médiuns, embora raros, que servem de instrumentos para médicos desencarnados, que podem realizar curas. Contudo, essa prática, embora reconhecida pela Doutrina Espírita e aceita dentro do meio espírita, não deve constituir regra geral. Primeiro, porque a finalidade do Espiritismo é educativa – é a reforma moral do homem e não a solução fácil e mágica de problemas de saúde ou de qualquer outro tipo de problema material. Em segundo lugar, porque esse é um campo muito propício para o charlatanismo e a exploração da boa fé das pessoas.


Jesus também utilizou desse recurso para atrair a atenção. Mas não fez da cura o principal objetivo de sua missão. Apenas quis mostrar que existe algo além desta vida, que precisamos considerar. Mas Jesus foi incisivo em seus ensinos, quando mostrou que as conquistas mais importantes da vida são aquelas que realizamos pelo nosso próprio esforço. “A cada um segundo as suas obras” – disse.


Todo mundo se encanta com os fatos mágicos e miraculosos, porque eles encantam e fascinam as pessoas, que gostariam que tudo fosse muito fácil e que as soluções de seus problemas caíssem milagrosamente do céu. Mas não é assim e precisamos ser cautelosos no sentido de abraçar o que é fácil, simplesmente porque é fácil. Alguns médicos desencarnados, por conta própria, muitas vezes decidem realizar um trabalho através de algum médium, como foi o caso do médium José Arigó, o caso mais espantoso que tivemos no Brasil.


Entretanto, esse trabalho tem uma finalidade específica, como elemento de convicção na vida espiritual, mas nem sempre é bem sucedido. É claro que não se trata de milagres, mas de tentativa de cura com outros recursos que não o da medicina convencional, mas que é também limitada. Logo, não é verdade que esses médiuns curam todos os enfermos ou curam qualquer doença. Do mesmo modo que a medicina, eles procuram encontrar a melhor solução para cada caso, o que nem sempre é viável, uma vez que as doenças fazem parte da experiência reencarnatória de cada um.


Do nosso ponto de vista, enquanto estamos encarnados, não queremos ter qualquer doença e achamos, até mesmo, que as doenças são fatores negativos, que não deveriam existir, pois ela nos atrapalham na busca de nossas metas. Todavia, as doenças, de um modo geral, servem de estimulo para cuidarmos melhor de nós mesmos, para sermos mais cautelosos e responsáveis, para buscarmos uma condição melhor de vida, para superarmos as nossas limitações e também para aprendermos a não cometer abusos. Alguns Espíritos, antes de reencarnar, pedem limitações para seu corpo físico, a fim de não reincidirem em graves erros do passado.


Desse modo, a doença ocupa um lugar importante em nossa vida. É claro que há doenças que poderiam ser evitadas, mas como ainda abusamos da saúde e não assumimos a responsabilidade perante o próprio corpo, acabamos sendo vítimas delas. Porém, vendo-a do ponto de vista espiritual, devemos reconhecer que ela sempre quer nos quer dizer alguma coisa ou, então, nos quer livrar de um mal maior. Assim, não é difícil entender que nem toda doença pode ter cura – ou, pelo menos, a cura que queremos – seja pela medicina humana ( que existe precisamente para isso), seja pela medicina espiritual.


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