Advertem os Espíritos devotados ao Bem que a influência espiritual é coisa corriqueira na sociedade em nossa Dimensão na atualidade. O Espiritismo pela essência de sua constituição detém muitas informações sobre o tema. Do repertório extraordinário por ele disponibilizado desde seu surgimento, destacamos algumas questões Vamos a elas: Todos estão então sujeitos ao assédio e influência obsessiva? Os Espíritos não são iguais nem em poder, nem em conhecimento, nem em sabedoria. Como não passam de almas humanas desembaraçadas de seu invólucro corporal, ainda apresentam uma variedade de tipos maior que a que encontramos entre os homens da Terra. Estamos incessantemente cercados por uma nuvem de Espíritos que nem por serem invisíveis aos nossos olhos materiais deixam de estar no espaço, em redor de nós, ao nosso lado, espiando os nossos atos, lendo nossos pensamentos, uns para nos fazer bem, outros para nos fazer mal, segundo os Espíritos bons ou maus. Pela inferioridade física e moral de nosso Globo na hierarquia dos mundos, os Espíritos inferiores aqui são mais numerosos que os superiores. (RE; 10/1858) Os maus Espíritos só se dirigem àqueles a quem sabem poder dominar e não àqueles a quem a superioridade moral – não dizemos intelectual, encouraça contra os ataques. (RE; 5/1863) O que é auto-obsessão? A memória é um disco vivo e milagroso. Fotografa as imagens de nossas ações e recolhe o som de quanto falamos e ouvimos. Por intermédio dela, somos condenados ou absolvidos, dentro de nós mesmos. Não importa o tempo que mantenhamos o remorso a distância. Cada pensamento de indignação das vítimas que se faz nas vivências que se tem, circula na atmosfera psíquica do agressor, esperando ensejo de fazer-se sentir. Além disso, com a maneira cruel de proceder, atrai-se a convivência constante de entidades de péssimo comportamento que vão lhe arruinando o teor da vida mental, até que o remorso abra brecha na fortaleza em que o agressor se entrincheira. As forças acumuladas dos pensamentos destrutivos que a pessoa provoca sobre si mesma, através da conduta irrefletida a que se entrega levianamente, libertas de súbito pela aflição e pelo medo, quebram a fantasiosa resistência orgânica, quais tempestades que se sucedem furiosas. Sobrevindo a crise, energias desequilibradas da mente em desvario vergastam os delicados órgãos do corpo físico. Os mais vulneráveis sofrem consequências terríveis. (L; 11) Obsessão e Vampirismo Espiritual são a mesma coisa? A perda do veículo físico na deficiência espiritual em que se encontram os viciados (químicos ou sensoriais como no campo do sexo), deixam o Espírito integralmente desarvorado, como naufrago dentro da noite. Sintoniza-se com o organismo da criatura com que se afinisa a quem passa a obsediar, nela encontrando novo instrumento de sensação, vendo por seus olhos, ouvindo por seus ouvidos, muitas vezes falando por sua boca, vitalizando-se com os alimentos comuns consumidos pela vítima. Nessa simbiose vivem ambos, por vezes, por anos seguidos, requerendo para se curar das fobias que se refletem da mente do obsessor, sejam afastados os fluidos que envolvem o obssediado, assim como a coluna, abalada pelo abraço constringente da hera reclama limpeza em favor do reajuste. (NDM; 6) Um Espírito bom pode obsediar alguém? A obsessão não pode jamais ser o efeito causado por um bom Espírito. A questão essencial é saber reconhecer a natureza daqueles que se apresentam. O conhecimento prévio dos meios de distinção dos bons Espíritos e dos maus é, portanto, indispensável. É importante para o simples observador que pode, por esse meio, apreciar o valor do que vê, lê ou escuta. (OQE; 77)
Esta foi mais uma questão proposta durante a realização do último Pinga-Fogo, na cidade de Gália no início deste ano. “Como os espíritos desencarnados de culturas diferentes, por exemplo os orientais, se ajustam no Plano Espiritual, segundo o evangelho de Jesus Cristo?”
Relatos trazidos por André Luiz, pela mediunidade de Chico Xavier, mostram que a convivência ou as relações entre os Espíritos no plano espiritual são semelhantes às relações dos homens na Terra. Assim como aqui entre diferentes povos e países, há culturas diferentes, que se revelam através de seus usos, costumes e tradições, elas também se manifestam no mundo dos Espíritos. Kardec deixou bem claro, desde a época da codificação, que os Espíritos desencarnados nada mais são do que os homens e mulheres que viveram na Terra. A morte não muda substancialmente as pessoas, nem no seu caráter e nem tampouco seus valores culturais.
André Luiz deixa claro que os desencarnados, como aqui, costumam se reunir em comunidades que trazem algo em comum, como o idioma, a religião, a arte, as indumentárias e os diversos implementos que fazem parte da cultura de cada povo. Desse modo devem existir comunidades orientais, ocidentais, aborígenes, etc. No entanto, assim como na Terra as culturas, apesar das tradições, continuam evoluindo, principalmente em razão do contato entre os diferentes povos, o mesmo está acontecendo no plano espiritual: os Espíritos de diferentes culturas podem se encontrar e até conviver.
No Brasil, há um século atrás, havia uma separação acentuada entre diferentes comunidades, dependendo de sua origem: afrodescendentes, indígenas, europeus, asiáticos. Temos ainda, em nosso pais, alguns núcleos com traços culturais bastante acentuados, verdadeiros bolsões culturais, como acontece no sul com povos que vieram de várias procedências da Europa. Os contatos que eles acabam tendo com a sociedade, no entanto, vão fazendo com que essas diferenças vão diminuindo e intensificando o processo de miscigenação – ou seja, de cruzamento de tipos humanos e valores culturais.
Com o tempo, a mestiçagem vai ocorrer, cada vez mais intensidade e, todo o mundo, e a tendência da cultura – embora guardando certos traços típicos de cada povo – é se universalizar, fenômeno que estamos constatando hoje em dia. O mesmo se dá no plano espiritual, pois as idéias e os sentimentos vão se universalizando, tendendo à uma espécie de unificação, por mais que certos grupos ainda procurem resistir. Mensageiros da paz e do amor - como Jesus, Buda, Gandhi, Maomé, Lao Tsé – continuam liderando o movimento que deve impulsionar a evolução da humanidade, tanto encarnada quanto desencarnada.
Logo, não é difícil concluir, caro ouvinte, que os princípios morais, que norteiam o evangelho de Jesus, são da mesma ordem daqueles que, nos diferentes povos e ao longo de toda a história, vieram instruindo os homens de todos os lugares e origens, malgrado as diferenças culturais. Entre esses grandes líderes que acabamos de citar, por exemplo, o amor é a base e o objetivo de todo ensinamento, pois todos eles, desde épocas remotas, estão trabalhando pela paz no mundo e pela confraternização universal.
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