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domingo, 30 de junho de 2024

FATALIDADE - O QUE DIZ O ESPIRITISMO; EM BUSCA DA VERDADE COM O PROFESSOR

 

Estarão os acontecimentos mais marcantes de nossa vida realmente marcados para acontecer? Quase um ano após o lançamento d’O LIVRO DOS ESPÍRITOS, no número de março de 1858 da REVISTA ESPÍRITA, Allan Kardec inclui a matéria A FATALIDADE E OS PRESENTIMENTOS, nascida da dúvida levantada por um correspondente sobre experiência pessoal na qual escapara de morrer mais de uma vez testemunhando, entretanto, desfecho trágico para quatro das pessoas – entre os quais dois religiosos -, que com ele viajavam, enquanto ele e outros três sobreviveram. Revelando ter escapado seis ou sete vezes da morte propôs algumas questões, respondidas por São Luiz, um dos orientadores do trabalho da Codificação Espírita: 1- Quando um perigo iminente ameaça alguém, é um Espírito que dirige o perigo, e quando dele escapa, é outro Espírito que o afasta? – Quando um Espírito se encarna, escolhe uma prova; elegendo-a, estabelece-se uma espécie de destino que não pode mais conjurar, uma vez que a ele está submetido; falo das provas físicas. Conservando seu livre-arbítrio sobre o bem e o mal, o Espírito é sempre senhor de suportar ou de repelir a prova; vendo-o fraquejar, um Espírito bom pode vir em seu auxílio, mas não pode influir sobre ele de maneira a dominar sua vontade. Um Espírito mau, isto é, inferior, mostrando-lhe ou exagerando um perigo físico, pode abalá-lo e apavorá-lo, mas nem por isso a vontade do Espírito encarnado fica menos livre de qualquer entrave. 2. Quando um homem está na iminência de perecer por acidente, parece-me que o livre-arbítrio nada vale. Pergunto, pois, se é um Espírito mau que provoca esse acidente; se, de alguma sorte, é o seu agente; e, caso se livre do perigo, se um Espírito bom veio em seu auxílio? – Os Espíritos bons e maus não podem sugerir senão pensamentos bons ou maus, conforme sua natureza. O acidente está assinalado no destino do homem. Quando tua vida é posta em perigo, é uma advertência que tu mesmo desejaste, a fim de te desviares do mal e de te tornares melhor. Quando escapas a esse perigo, ainda sob a influência do perigo que correste, pensas mais ou menos vivamente, segundo a ação mais ou menos forte dos Espíritos bons , em te tornares melhor. Sobrevindo o Espírito mau – e digo mau, subentendendo o mal que nele ainda persiste – pensas que igualmente escaparás a outros perigos, e deixas, de novo, tuas paixões se desencadearem. 3. A fatalidade que parece presidir aos destinos materiais de nossa vida também é resultante do nosso livre-arbítrio? – Tu mesmo escolheste a tua prova. Quanto mais rude ela for e melhor a suportares, tanto mais te elevarás. (...). 4. Compreendemos perfeitamente essa doutrina, mas isso não nos explica se certos Espíritos exercem uma ação direta sobre a causa material do acidente (...)? – Quando um homem passa sobre uma ponte que deve cair, não é um Espírito que o leva a passar ali, é o instinto de seu destino que o conduz a ela. 5. Quem fez a ponte desmoronar? – As circunstâncias naturais. A matéria tem em si as causas da destruição. No presente caso, tendo o Espírito necessidade de recorrer a um elemento estranho à sua natureza para movimentar forças materiais, recorrerá de preferência à intuição espiritual. (...) O Espírito, digamos, insinuará ao homem que passe por essa ponte, em vez de passar por outro local. Tendes, aliás, uma prova material do que digo: seja qual for o acidente, ocorre sempre naturalmente, isto é, por causas que se ligam às outras e o produzem insensivelmente. 6. Tomemos um outro caso, em que a destruição da matéria não seja a causa do acidente. Um homem mal-intencionado atira em mim, a bala passa de raspão, mas não me atinge. Poderá ter sucedido que um Espírito bondoso haja desviado o projétil? – Não.. Podem os Espíritos advertir-nos diretamente de um perigo? Eis um fato que parece confirmá-lo: Uma mulher saiu de casa e seguia pelo bulevar. Uma voz íntima lhe diz: Vai embora; retorna para tua casa. Ela hesita. A mesma voz faz-se ouvir várias vezes; então ela volta; mas, pensando melhor, diz a si mesma: O que vou fazer em minha casa? Acabo de sair de lá; sem dúvida é efeito da minha imaginação. Então, continua o seu caminho. Alguns passos mais adiante, uma viga que tiravam de uma casa atinge-lhe a cabeça e a derruba, inconsciente. Que voz era aquela? 7 -Não era um pressentimento do que ia acontecer a essa mulher? – A voz do instinto; nenhum pressentimento, aliás, apresenta tais caracteres: são sempre vagos. 8. Que entendeis por voz do instinto? Resp. – Entendo que, antes de encarnar-se, o Espírito tem conhecimento de todas as fases de sua existência; quando estas fases têm um caráter fundamental, conserva ele uma espécie de impressão em seu foro íntimo e tal impressão, despertando quando o momento se aproxima, torna-se pressentimento.



Qual a relação entre lei de ação e reação com a frase do apóstolo Pedro, que diz “a caridade cobre a multidão de pecados”.

Há certas verdades, Cristiano, que atravessam séculos e até milênios, e que tanto podem ser compreendidas na época em que elas foram proferidas como nos dias de hoje.

Quando Pedro disse que a caridade cobre a multidão de pecados, certamente ele queria dizer que eu, você –qualquer um de nós – pode se redimir de seus erros praticando o bem. Caridade é a prática do bem, é qualquer atitude ou ato com que podemos beneficiar alguém, de tal modo que uma boa ação sempre será uma boa ação e sempre nos ajudará a encontrar o caminho da paz íntima.

Lei de ação e reação –também conhecida como lei de causa e efeito no campo moral – é uma lei da natureza, segundo o qual nada acontece por acaso, ou seja, se eu praticar uma boa ação colherei uma boa ação em meu favor; mas, se seu fizer o mal, mais cedo ou mais tarde, serei vítima do mal.

Em nossa vida, Cristiano, geralmente agimos no bem e no mal; no bem quando queremos ajudar, no mal quando pretendemos prejudicar. Se fizermos um retrospecto do que já fizemos, vamos perceber, portanto, que já praticamos boas e más ações.

As boas ações nos engrandecem, porque atendem plenamente aos conselhos de nossa consciência. Quando agimos pelo bem de alguém, sentimo-nos realizados como pessoas humanas, filhos de Deus. Quando agimos mal, sentimos um mal-estar que parte da consciência culpada.

É claro que a consciência culpada quase sempre não se revela imediatamente ao ato praticado. Ela pode se manifestar mais tarde. Mas tudo é uma questão de tempo. Já vimos muita gente arrependida que, nos derradeiros momentos de sua vida, pediu para chamar uma pessoa de quem precisava do perdão.

Ora, não é difícil perceber que nossa consciência moral funciona como uma balança comum. Num prato as boas ações, no outro as más ações. E a tendência de cada um de nós é perceber que o prato das más ações pesa mais que os das boas ações.

É quando, sufocados pelo arrependimento e pelo remorso, pedimos socorro, porque não queremos partir deste mundo com uma dívida que pesa em nossa consciência. No entanto, nem sempre vamos resolver esse problema, apenas chamando alguém para pedir perdão.

Muitas vezes, nossos erros foram muitos, ou seja, várias são as pessoas a quem prejudicamos – muitas vezes, sem querer –mas prejudicando.

Desse modo, o apóstolo Pedro chama a atenção dos seguidores de Jesus para que não partam desta vida com a consciência pesada, que procurem resolver seus problemas ainda nesta encarnação.

Não foi por outro motivo que o próprio Jesus recomendou. “Quando fores orar, deixa a tua oferta em frente ao altar e vai primeiro reconciliar com o teu adversário. Depois, venha e faças a tua oferta”.

Ou seja, procure resolver agora os seus problemas, antes que seja tarde. Por isso, Pedro recomenda a prática do bem (que costumamos chamar de caridade). Por quê? Porque, semeando o bem à sua volta, você vem ao encontro de sua consciência (onde está escrita a Lei de Deus) e faz com que o prato das boas ações pese mais que o outro, aliviando suas dores e abençoando sua vida.

Quem não quer partir desta vida com a consciência tranquila? A final, a consciência é a única coisa que levamos e o único tesouro que nos resta.

sábado, 29 de junho de 2024

MEMÓRIAS REMOTAS NO COMPORTAMENTO SOCIAL; EM BUSCA DA VERDADE COM O PROFESSOR

 

Atavismo segundo o dicionário é o reaparecimento numa pessoa das características de um antepassado que permaneceram escondidas por muitas gerações. No sentido figurado é sinônimo de hereditariedade ou o aparecimento de características biológicas, intelectuais ou comportamentais. Analisado o fenômeno do ponto de vista do Espiritismo, é o ressurgimento nas ações e reações do indivíduo de referências arquivadas na memória integral do Ser, da Individualidade, do Espírito. Conforme explicações possíveis de serem acessadas num estudo criterioso da questão da reencarnação explicada pela Doutrina Espírita, a hereditariedade biológica subordina-se à hereditariedade psicológica. O Psiquiatra Jorge Andreia que o fez concluiu que “o Espírito aproveita os potenciais genéticos dos pais, manipulando a dança dos cromossomos na destinação dos fatores hereditários”. Nas obras do Espírito - também médico - conhecido como André Luiz, recolhemos que “quanto mais vastos os recursos espirituais de quem retorna à carne, mais complexo é o mapa de trabalho a ser obedecido”. Historicamente sabe-se que as religiões institucionalizadas causaram grande prejuízo à evolução do pensamento científico da Humanidade da Terra. A sujeição da Ciência no lado Ocidental do Planeta não tem dois séculos. Associando a visão do atavismo com o desenvolvimento da ciência, da formação de pesquisadores, enfim daqueles que buscam a Verdade naturalmente conclui-se que a isenção certamente não garante que conceitos e preconceitos gravados na memória de profundidade dos diretamente envolvidos no meio que persegue respostas interfiram nos resultados. No século 20, por exemplo, inúmeras obras, algumas relatando trabalhos desenvolvidos dentro de critérios considerados científicos na visão acadêmica do termo, foram publicados, sem que tenham sido reconhecidos ou considerados pelo meio. Mais ou menos como aconteceu com as proposições do médico Franz Anton Mesmer sobre o magnetismo humano; com a hipnose de James Braid e do Abade Faria; da Homeopatia do médico Samuel Hannemman, superficialmente avaliados pela Comunidade Científica à época do seu surgimento. Sabe-se que à época, inicio do século 19, da França se irradiava a grande virada no campo da cultura que influenciaria o porvir, operando grandes mudanças na visão das coisas. A intolerância, filha preferida da ignorância limitou o aprofundamento das pesquisas sobre, por exemplo, reencarnação do Engenheiro Albert De Rochas descritas no livro VIDAS SUCESSIVAS (1905) que foi por causa das revelações contidas em seu livro foi afastado do cargo de dirigente da Escola Politécnica de Paris; não considerou o respeitável trabalho do Psiquiatra Ian Stevenson descrito na obra VINTE CASOS DE REENCARNAÇÃO (1966); não avaliou o resultado das experiências de Morey Bernstein apresentados no livro O CASO BRIDEY MURPHY; o fenômeno Edgard Cayce relatado em O PROFETA ADORMECIDO. No Brasil, as pioneiras experiências do Psiquiatra Inácio Ferreira contadas no livro NOVOS RUMOS À MEDICINA (1946) ou do Engenheiro Hernani Guimarães Andrade reunidos em A REENCARNAÇAO NO BRASIL; Hermínio Correia de Miranda com A MEMÓRIA E O TEMPO e EU SOU CAMILLE DEMOULIN ou mesmo dos profissionais da saúde mental e comportamental Hellen Wanbach; Edite Fiore ou Brian Weiss. Foram 16 séculos e milhares de gerações desde que o assunto foi proibido por decisão político-religiosa. Dependeremos de quantas gerações para que sejam franqueadas as portas do conhecimento para que as questões da saúde sejam avaliadas de uma forma mais ampla, considerada a condição integral do Ser Humano?




O Espiritismo afirma que todos os mundos são habitados, mas não é bem isso que a ciência vem mostrando. Aliás, existe um esforço da NASA e de outras empresas espaciais para descobrir vida em outros planetas, o que até agora pareceu infrutífero. Como explicar?

Realmente, um dos princípios do Espiritismo é a pluralidade dos mundos habitados, conforme lemos nas obras de Allan Kardec. Mas isso não quer dizer que os habitantes dos referidos mundos tenham um corpo físico como o nosso e nem que desfrutem do mesmo tipo de ambiente natural que desfrutamos aqui na Terra, onde existem rios, montanhas, oceanos e mares, etc.

Nesse particular, a área de atuação do Espiritismo é diferente da área de atuação da ciência. A ciência cuida da matéria, o Espiritismo do espírito. A ciência está procurando vestígios materiais no universo que ela conseguiu entrever, buscando comprovação de ordem física ou material. O Espiritismo lida com o aspecto espiritual, tanto dos habitantes da Terra como dos habitantes de outros mundos.

Não existe, por parte da doutrina, um anseio ou uma pretensão de desvendar tudo que existe no universo e, portanto, não encontramos essa preocupação de saber como é a vida em outros mundos, quando ainda não conseguimos resolver sequer a nossa.

Por outro lado, dentro da concepção científica atual, a vida no planeta Terra está restrita ao mundo físico, onde vivem vegetais, animais e Espíritos encarnados. No entanto, sabemos pelas obras espíritas, que a própria Terra, planeta que habitamos, tem dimensões para as quais a ciência ainda não tem alcance.

Lendo Allan Kardec e depois André Luiz, que veio um século depois de Kardec, vamos perceber que existe uma parte considerável do planeta Terra que não é visível ou perceptível pelos instrumentos humanos. É o mundo dos Espíritos, justamente o principal enfoque da doutrina espírita.

No livro NOSSA VIDA NO ALÉM, edição de 1988, a dra. Marlene Nobre afirma que “existem mais de 20 bilhões de Espíritos que compõem a humanidade desencarnada”. Hoje, mais de 20 anos depois, os encarnados chegam a 8 bilhões.

Na mesma obra, segundo o Espírito Efigênio S. Vitor, “acima da crosta terrestre, temos uma cinta atmosférica classificada por ‘cinta densa’, com a profundidade de 50 quilômetros” e “além dela, estende-se a ‘cinta leve’ com profundidade de 950 quilômetros”.

Logo essa região, com aproximadamente mil quilômetros acima da superfície terrestre” e habitadas por Espíritos, é completamente desconhecida da ciência, pois a ciência não tem acesso a informações espirituais.

Ora, se a Terra onde habitamos tem a grande parte de seus habitantes completamente desconhecida da ciência, o que não terá outros mundos, mesmo aqueles que aparentemente não apresentam sinais de vida biológica, como Marte, Júpiter ou Saturno?

Não obstante, as verdades científicas são aceitas como verdade até o ponto em que elas possam se comprovar com a utilização de aparelhos apropriados e métodos de cálculos matemáticos, mas, seguramente, elas não dizem tudo – nem em relação à Terra, nem tampouco em relação a outros mundos desta ou de outras galáxias.






sexta-feira, 28 de junho de 2024

OS PRIMEIROS PASSOS; EM BUSCA DA VERDADE COM O PROFESSOR

 No número de janeiro de 1864 da REVISTA ESPÍRITA, Allan Kardec responde a uma pergunta cuja resposta certamente é procurada por muitos. A indagação propõe a seguinte situação: “-Duas almas, criadas simples e ignorantes, nem conhecem o bem, nem o mal, ao virem à Terra. Se, numa primeira existência, uma seguir a via do bem e a outra, a do mal, como, de certo modo, é o casos que as conduz, nem merecem expiação nem recompensa. Essa primeira encarnação não deve ter servido senão para dar a cada uma delas a consciência de sua existência, consciência que antes não tinham. Para ser lógico, seria preciso admitir que as expiações e as recompensas não começariam a ser inflingidas ou concedidas senão a partir da segunda encarnação, quando os Espíritos já soubessem distinguir entre o Bem e o mal, experiência que lhes faltaria quando de sua criação, mas que adquiriam por meio da primeira encarnação. Tal opinião tem fundamento?”. Como consta n’ O LIVRO DOS ESPÍRITOS, “o princípio inteligente se elabora, se individualiza pouco a pouco, após o que sofre uma transformação e se torna Espírito, começando para ele o período de Humanidade. Essa primeira fase – embora existam exceções -, é geralmente cumprida numa série de existências que precedem o período chamado humanidade, não sendo a Terra o ponto de partida da primeira encarnação humana, iniciada em mundos ainda mais inferiores”. .Dizem ainda que “como na natureza nada se faz de maneira brusca, durante algumas gerações o Espírito pode conservar um reflexo mais ou menos pronunciado do estado primitivo, traços que desaparecem com o desenvolvimento do livre arbítrio. Os primeiros progressos se realizam lentamente, porque não são ainda secundados pela vontade, mas seguem uma progressão mais rápida à medida que o Espírito adquire consciência mais perfeita de si mesmo. Esclarecendo a dúvida levantada. Kardec escreveu: “- Ignoramos absolutamente em que condições se dão as primeiras encarnações do Espírito(...). Apenas sabemos que são criadas simples e ignorantes, tendo todas, assim, o mesmo ponto de partida, o que é conforme à justiça; o que sabemos ainda é que o livre arbítrio só se desenvolve pouco a pouco, após numerosas evoluções na vida corpórea. Não é, pois, nem após a primeira, nem após a segunda encarnação que a alma tem consciência bastante nítida de si mesma, para ser responsável por seus atos; talvez só após a centésima ou milésima. Dá-se o mesmo com a criança, que não goza da plenitude de suas faculdades nem um, nem dois dias após o nascimento, mas depois de anos. E, ainda, quando a alma goza do livre-arbítrio, a responsabilidade cresce em razão do desenvolvimento da inteligência. Assim, por exemplo, um selvagem que come os seus semelhantes é menos castigado que o homem civilizado, que comete uma simples injustiça. Sem dúvida os nossos selvagens estão muito atrasados em relação a nós e, contudo, já estão bem longe de seu ponto de partida. Durante longos períodos a alma encarnada é submetida a influência exclusiva dos instintos de conservação; pouco a pouco esses instintos se transformam em instintos inteligentes ou, melhor dito, se equilibram com a inteligência; mais trade, e sempre gradativamente, a inteligência domina os instintos. Só então é que começa a séria responsabilidade. Além disso, o autor da pergunta comete dois erros graves: o primeiro é o de admitir que o acaso decida do bom ou do mau caminho que o Espírito segue em seu princípio. Se houvesse acaso ou fatalidade, toda responsabilidade seria injusta. Como dissemos, o Espírito fica num estado inconsciente durante numerosas encarnações; a luz da inteligência só se faz pouco a pouco e a responsabilidade real só começa quando o Espírito age livremente e com conhecimento de causa. O segundo erro é o de admitir que as primeiras encarnações ocorram na Terra. A Terra foi, mas não é mais, um mundo primitivo; os mais atrasados seres humanos encontrados na sua superfície já se despojaram das primeiras fraldas da encarnação e os nossos selvagens estã em progresso, comparativamente ao que eram antes que seu Espírito viesse a encarnar neste Globo. Julgue-se agora o número de existências necessárias a esses selvagens para transporem todos os degraus que os separam da mais adiantada Civilização. Todos esses degraus intermediários se acham na Terra sem interrupção, e podem ser seguidos observando as nuanças que distinguem os vários povos; só o começo e o fim aí não se encontram.; o começo se perde nas profundezas do passado, que não nos é dado penetrar. Alias isto pouco importa, pis tal conhecimento em nada nos adiantaria. Não somos perfeitos, eis o que é positivo; sabemos que nossas imperfeições são o único obstáculo à felicidade futura; assim, estudemo-nos, a fim de nos aperfeiçoarmos. No ponto em que estamos, a inteligência está bastante desenvolvida para permitir ao homem julgar sadiamente o bem e o mal; e é também deste ponto que a sua responsabilidade é mais seriamente empenhada, porque não mais se pode dizer o que dizia Jesus: “-Perdoai-lhes, Senhor, pois não sabem o que fazem.”



Este comentário tem se repetido muito ultimamente e não vem de uma pessoa apenas, mas de várias. Embora seja um assunto de que já tratamos aqui, vamos voltar para novas considerações. A preocupação é a seguinte:

A gente ouve falar no mundo de regeneração onde é o bem predomina sobre o mal. Dizem que estamos na fase de transição - quer dizer, de passagem para esse mundo. É difícil acreditar que isso realmente esteja acontecendo diante de tantos problemas que o ser humano vem criando, como as crises políticas, as guerras, a violência, a corrupção. Não sabemos nem mesmo se vamos sobreviver a essa reviravolta do clima ou até mesmo a uma guerra nuclear que parece cada vez mais próxima.

A humanidade é a autora de seu próprio destino. Embora haja uma meta cobiçada por muitos, ainda não conseguimos erguer o pé da lama que nós próprios criamos.

Quando a chegada do terceiro milênio era esperada, alguns anos antes do ano 2.000, havia por parte de muita gente a expectativa de que estávamos saindo de uma crise moral para entrarmos num mundo melhor, mais humano, mais solidário, mais fraterno.

Na verdade, até mesmo no meio espírita, havia um prognóstico favorável para que isso acontecesse.

Alguns Espíritos mais afoitos afirmavam que o novo século seria um século de libertação mais dedicado aos sentimentos; que surgiram novas ideias e que as atividades artísticas predominariam no terceiro milênio para sensibilizar a população.

Mas, até o momento, segundo a nossa acanhada percepção, não é bem o que está acontecendo, porque estamos vendo um cenário que marca quase que um retorno aos momentos mais críticos do século XX, quando tivemos duas grandes guerras e passamos a viver durante muitos anos sob a ameaça da chamada “guerra fria”.

A violência e a corrupção, vemos todos os dias, tomam conta dos noticiários. Os conflitos armados cresceram por toda parte.

Existe enorme dificuldade de todos os países, principalmente dos mais ricos, entrarem em acordo em relação às providências indispensáveis para evitar um grande colapso climático no mundo.

O desmatamento, a poluição do meio ambiente e a emissão do gás carbônico continuam comprometendo a atmosfera do planeta e os desastres naturais, por conta disso, crescem cada vez mais.

O meio religioso, de onde poderiam surgir elevadas mensagens de união em torno o ideal do bem, está sendo abalado por muitos escândalos de ordem moral.

Os problemas internos dos países são quais os mesmos em todos os lugares, demonstrando em muitos casos um enfraquecimento dos princípios democráticos.

É bem verdade que muitas bandeiras, que defendem a paz e o amor, se levantaram em todo o mundo, mas ainda de maneira tímida e ineficaz.

No Brasil, por exemplo, surgiram novas leis que combatem todo tipo de preconceito, mas que acabaram por revelar o quanto ainda estamos distantes de uma educação cristã.

Mesmo diante desse quadro, não devemos perder as esperanças, até porque não sabemos que o plano espiritual reserva para nós.

Precisamos fazer a nossa parte, no dia a dia da vida, levando mensagens positivas para aqueles com quem convivemos e não deixando que o pessimismo tome conta de nossas conversas.

Através do Espiritismo sabemos que a mente humana gera energia; que possamos utilizá-la para projetar coisas boas para o mundo, não apenas por meio das orações, mas muito mais por meio de nossas atitudes e comportamento uns diante dos outros.

Chico Xavier dizia que “devemos combater os maus pensamentos com a mesma determinação com que combatemos uma infecção, pois, através da invigilância mental os agentes das trevas nos parasitam, estabelecendo conosco um processo de vampirismo”.

Portanto, independente do que esteja acontecendo ao redor, se somos cristãos, não podemos perder o vínculo com Jesus.

Somente assim, poderemos dizer que somos seus discípulos e que acreditamos, como ele acreditou, no futuro da humanidade.




quinta-feira, 27 de junho de 2024

ALERTA; EM BUSCA DA VERDADE COM O PROFESSOR

 Na edição de março de 1859 da REVISTA ESPÍRITA, Allan Kardec incluiu um artigo comentando a atitude daqueles que se beneficiam de sua condição de canal de comunicação entre diferentes Dimensões intitulado MEDIUNS INTERESSEIROS. O Codificador, logo no início, considera esse “defeito como um dos que podem dar acesso aos Espíritos imperfeitos”. Analisando essas considerações, observamos sua atualidade, não só diante dos médiuns por trás daqueles panfletos que prometem “soluções” e “revelações” sobre problemas existenciais como relacionamento afetivo e trabalho, mas também dos transformam livros mediúnicos em meios de vida. Vejamos a opinião de Kardec: “-Na primeira linha dos médiuns interesseiros devem colocar-se aqueles que poderiam fazer de sua faculdade uma profissão, dando o que se costuma chamar de sessões ou consultas remuneradas (..). Como, porém, tudo pode tornar-se objeto de exploração, não seria de admirar que um dia quisessem explorar os Espíritos. Resta saber como eles encarariam o fato, se acaso se tentasse introduzir uma tal especulação. Mesmo sem iniciação ao Espiritismo, compreende-se quanto isso representa de aviltante; mas quem quer que conheça um pouco o quanto é difícil aos bons Espíritos virem comunicar-se conosco e quão pouco é preciso para os afastar, bem como sua repulsa por tudo quanto represente interesse egoístico, jamais poderá admitir que os Espíritos superiores sirvam ao capricho do primeiro que os evocasse a tanto por hora. O simples bom senso repele tal suposição. Não será ainda uma profanação evocar pai, mãe, filhos e amigos por semelhante meio? Sem dúvida que dessa maneira se podem ter comunicações; mas só Deus sabe de que fonte! Os Espíritos levianos, mentirosos, travessos, zombeteiros e toda a caterva de Espíritos inferiores vem sempre: estão sempre prontos a tudo responder. São Luiz nos dizia outro dia, na Sociedade: Evocai um rochedo, e ele vos responderá. Quem quiser comunicações sérias deve antes de tudo informar-se quanto às simpatias do médium com os seres do Plano Espiritual; aquelas que são dadas pela ambição do lucro só podem inspirar uma confiança falsa e precária. Médiuns interesseiros não são apenas os que poderiam exigir uma determinada importância: o interesse nem sempre se traduz na esperança de um lucro material, mas também nos pontos de vista ambiciosos de qualquer natureza, sobre os quais pode fundar-se a esperança pessoal. É ainda um tropeço que os Espíritos zombadores sabem utilizar muito bem, e de que se aproveitam com uma destreza e com uma desfaçatez verdadeiramente notáveis, acalentando enganadoras ilusões naqueles que assim se colocam sob sua dependência. Em resumo, a mediunidade é uma faculdade dada para o Bem e os bons Espíritos se afastam de quem quer que pretenda transformá-la em escada para alcançar seja o que for que não corresponda aos desígnios da Providência. O egoísmo é a chaga da sociedade; os Bons Espíritos o combatem e, portanto, não é possível supor que venham servi-lo. Isto é tão racional, que sobre tal ponto seria inútil insistir. Os médiuns de efeitos físicos não estão nas mesmas condições: seus efeitos sendo produzidos por Espíritos inferiores, pouco escrupulosos quanto aos sentimentos morais, um médium dessa natureza, que quisesse explorar sua faculdade, poderia encontrar os que o assistissem sem muita repugnância. Mas teríamos ainda outro inconveniente. Assim como o médium de comunicações inteligentes, o de efeitos físicos não recebeu sua faculdade para seu prazer; esta lhe foi dada com a condição de usá-la bem e, se abusar, ela lhe pode ser retirada ou revertida em seu prejuízo porque, afinal de contas, os Espíritos inferiores estão às ordens dos Espíritos Superiores. Os inferiores gostam de mistificar, mas não gostam de ser mistificados; se de boa vontade se prestam às brincadeiras e questões de curiosidade, como os demais, não gostam de ser explorados e, a cada momento, provam que tem vontade própria, que agem quando e como bem entendem, o que faz com que o médium de efeitos físicos esteja ainda menos seguro da regularidade das manifestações que os médiuns escreventes. Pretender as produzir em dias e horas predeterminados seria dar mostras de profunda ignorância. Que fazer então para ganhar o seu dinheiro? Simular os fenômenos. Eis o que pode acontecer, não só aos que disso fizessem uma profissão declarada, como também às criaturas aparentemente simples, que se limitam a receber uma retribuição qualquer dos visitantes. Se o Espírito nada produz, elas produzem: a imaginação é muito fecunda quando se trata de ganhar dinheiro”.



Eu gostaria de saber se é verdade que o Espírito só sai do seu corpo depois do velório, quando o corpo está entrando no cemitério.

Isso até pode acontecer num caso isolado, mas não é comum. Na maioria das vezes, quando a morte é natural e mais ou menos lenta, o espírito começa a se desprender antes mesmo da morte e só completará o desprendimento quando o corpo não tiver mais vida.

Isso, porém, pode levar horas. N’O LIVRO DOS ESPÍRITOS lemos que “a alma se liberta gradualmente e não escapa como um pássaro cativo que ganha subitamente a liberdade”.

Ainda conforme Kardec e em exemplos dados pelo Espírito André Luiz, se a pessoa é demasiada apegada a bens materiais e principalmente ao corpo, o desprendimento pode levar dias.

Desse modo, o fenômeno da desencarnação, que sucede a morte física pode demorar mais ou menos horas, dependendo da condição espiritual de cada um e do ambiente mental criado pelos familiares.

Nos casos mais comuns de morte natural, os Espíritos afirmam na questão 155: “Esses dois estados ( ou seja, o de encarnado e o de desencarnado) se tocam e se confundem.

E concluem: “Assim o Espírito se liberta pouco a pouco de seus laços: os laços se desatam, mas não se rompem”.

Sobre este tema, a separação da alma do corpo, você vai encontrar informações mais precisas n’O LIVRO DOS ESPÍRITOS de Allan Kardec, a partir da questão 154.

Um exemplo muito citado, do livro OBREIROS DA VIDA ETERNA, é o da desencarnação de Dimas, que foi um homem de bem.

Assim mesmo, ele teve certa dificuldade de se desprender por si só, mas foi auxiliado pela mãe que veio ajudá-lo no desencarne que durou cerca de 12 horas.

O aspecto mais importante, que queremos salientar, é a postura dos familiares mais próximos.

A lamentação e o desespero de familiares geram ondas de perturbação que atormentam o desencarnante e, por conta disso, são um fator de retardamento do processo de desencarnação, como ocorreu com Dimas.

O ideal, durante um velório, é que os familiares e visitantes mantenham uma postura de maior equilíbrio possível, sobretudo recorrendo a preces.

Geralmente os espíritos assistentes podem contar com alguns momentos de oração solicitados pela família.

A oração, qualquer que seja a religião, convida os presentes à meditação, o que facilita a ação dos benfeitores espirituais.

quarta-feira, 26 de junho de 2024

OBSESSÃO, EM BUSCA DA VERDADE COM O PROFESSOR

 

Obsessão é uma das mais importantes revelações do Espiritismo. Atinge níveis maiores do que se supõem. Na sequência Allan Kardec esclarece algumas das dúvidas mais comuns. Qual a diferença entre loucura patológica e loucura obsessional? A primeira é produzida por uma desordem nos órgãos da manifestação do pensamento. Notemos que, nesse estado de coisas, não é o Espírito que é louco: ele conserva a plenitude de suas faculdades, como o demonstra a observação; apenas estando desorganizado o instrumento de que se serve para se manifestar, o pensamento ou, melhor dito, a expressão do pensamento é incoerente. Na loucura obsessional não há lesão orgânica. É o próprio Espírito que se acha afetado pela subjugação de um Espírito estranho que o domina e comanda. No primeiro caso é preciso curar o órgão doente; no segundo basta livrar o Espírito doente do hóspede inoportuno, a fim de lhe restituir a liberdade. Casos semelhantes são muito frequentes e comumente tomam como loucura o que não se passa de obsessão, para a qual deveriam empregar-se meios morais e não duchas. Pelo tratamento físico, e, sobretudo, pelo contato dos verdadeiros alienados, muitas vezes tem sido determinada uma verdadeira loucura onde esta não existia. (RE;5/1862) Existe uma forma mais eficaz para afastar o Espírito causador do processo obsessivo? Só uma força moral pode opor-se a outra força moral e, esta não pode vir senão do acometido pelo processo obsessivo. É preciso esforçar-se por adquirir a maior soma possível de superioridade pela vontade, pela energia e pelas qualidades morais. Não será com a espada de coronel que vencereis, mas com a espada do Anjo, isto é, a virtude e a prece. A espécie de terror e angústia que experimentais nesses momentos é um sinal de fraqueza que o Espírito aproveita. Dominai o medo e com a vontade triunfareis. Tomai a iniciativa resolutamente, como fazeis ante qualquer inimigo. (RE; 12/1862) Um Espírito bom pode obsediar alguém? A obsessão não pode jamais ser o efeito causado por um bom Espírito. A questão essencial é saber reconhecer a natureza daqueles que se apresentam. O conhecimento prévio dos meios de distinção dos bons Espíritos e dos maus é, portanto, indispensável. É importante para o simples observador que pode, por esse meio, apreciar o valor do que vê, lê ou escuta. (OQE; 77) A morte livra a pessoa da obsessão ? A morte não liberta o homem da obsessão dos maus Espíritos: é a figura dos demônios, atormentando as almas sofredoras. Sim, esses Espíritos os perseguem após a morte e lhes causam sofrimentos horríveis, porque o Espírito atormentado se sente num abraço de que não se pode libertar. Ao contrário, o que se libertou da obsessão em vida é forte, e os maus Espíritos o encaram com medo e respeito: encontraram o seu superior. (RE;6/1860) Procede a ideia de que todas as perturbações são oriundas da influência espiritual? A gente, muitas vezes, responsabiliza os Espíritos estranhos por maldades de que não são responsáveis. Certos estados mórbidos e certas aberrações, que são atribuídas a uma causa oculta, são, por vezes, devidas exclusivamente ao Espírito do indivíduo. As contrariedades, frequentemente, concentradas em si próprio, os sofrimentos amorosos, principalmente, tem levado ao cometimento de muitos atos excêntricos, que erradamente são levados à conta de obsessão. Muitas vezes a criatura é seu próprio obsessor. (RE;12/1862) Obsessão depende de mediunidade? A obsessão de qualquer natureza que seja, independe da mediunidade e é encontrada em todos os graus, numa multidão de indivíduos, os quais jamais ouviram falar de Espiritismo. Como os Espíritos sempre existiram, sempre exerceram a mesma influência; a mediunidade não é uma causa, é apenas uma forma de manifestação dessa influência.(...). Aqueles que nada admitem fora da Natureza não podem admitir causas ocultas. Mas quando a Ciência tiver saído da rotina materialista reconhecerá na ação do Mundo Invisível que nos rodeia, e no meio do qual vivemos, uma potência que tanto age sobre as coisas físicas quanto sobre as condições morais. E este será um novo caminho aberto ao progresso. A chave de uma quantidade de fenômenos mal compreendidos. (OQE; 76)

Por que só existe mediunidade no Espiritismo. A gente não vê as outras religiões se ocuparem com médiuns e Espíritos.

Uma boa pergunta, face àquilo que vulgarmente se considera mediunidade. Logo, para responder à pergunta, primeiro precisamos dizer o que são médiuns e o que é mediunidade.

Médium é a pessoa que serve de intermediária para a manifestação de Espíritos desencarnados.

Falamos em “espíritos desencarnados”, porque nós, seres humanos, que vivemos neste mundo físico, material, também somos espíritos, mas somos espíritos encarnados, ou seja, espíritos que momentaneamente estamos ocupando um corpo de carne.

Com a ocorrência da morte o espírito se desprende naturalmente do corpo, de modo que, enquanto a pessoa está viva, ela é um corpo animado por um espírito. O espírito é quem pensa, decide, mas é o corpo que faz.

Logo, a essência do indivíduo é o espírito imortal; o corpo é o seu instrumento de ação no mundo material.

O espírito é imortal e o corpo mortal. O espírito encarna neste mundo para assumir um corpo e, quando esse corpo morre, como dissemos, o espírito se desprende.

Então, dizemos que ele desencarnou. Desencarnado, como ele é dotado de um corpo espiritual, que chamamos de “perispírito”, que vai viver inteiramente no mundo espiritual.

Logo, podemos dizer que o ser humano é dotado de espírito, perispírito e corpo, O perispírito, a que Paulo de Tarso chamou de corpo espiritual, é um intermediário entre o espírito e corpo.

Em uma de suas cartas aos Coríntios, Paulo já dizia há dois mil anos atrás: vivemos num corpo carnal e ressuscitamos num corpo espiritual. Paulo estava se referindo à vida física e ao que acontece depois da morte.

Se esse Espírito desencarnado puder ou quiser se manifestar para as pessoas do mundo físico ele terá que se valer de alguém com quem entra em sintonia mental.










terça-feira, 25 de junho de 2024

PROVA E EXPIAÇÃO; EM BUSCA DA VERDADE COM O PROFESSOR

 

A seção Questões e Problemas da REVISTA ESPÍRITA de setembro de 1863, ocupou--se em esclarecer dúvida levantada por pequeno grupo espírita da cidade francesa de Moullins, a respeito da diferença e em que Plano existencial ocorre a chamada expiação e a prova para o Espírito em processo de evolução. Respondendo-a, Allan Kardec escreveu: “A expiação implica necessariamente a ideia de um castigo mais ou menos penoso resultante de uma falta cometida; a prova implica sempre a de uma inferioridade real ou presumível, porque o que chegou ao ponto culminante a que aspira, não mais necessita de provas. Em certos casos, a prova se confunde com a expiação, isto é, a expiação pode servir de prova, e reciprocamente (...). Como todo efeito tem uma causa, as misérias humanas são efeitos que devem ter a sua; se esta não estiver na vida atual, deve estar numa vida anterior. Além disso, admitindo a Justiça de Deus, tais efeitos devem ter uma relação mais ou menos íntima com os atos precedentes, dos quais são, ao mesmo tempo, castigo para o passado e prova para o futuro. São expiações no sentido de que são consequência de uma falta e provas em relação ao proveito delas tirado. Diz-nos a razão que Deus não pode ferir um inocente. Assim, se formos feridos e se não somos inocentes: o mal que sentimos é o castigo, a maneira por que o suportamos é a prova. Mas acontece, por vezes, que a falta não se acha nesta vida. Então acusa-se a Justiça de Deus, nega-se a sua bondade, duvida-se, até, de sua existência. Aí, precisamente, está a prova mais escabrosa: a dúvida sobre a Divindade. Quem quer que admita um Deus soberanamente justo e bom deve dizer que só agirá com sabedoria, mesmo naquilo que não compreendemos; e que se sofremos uma pena, é porque o merecemos; é, pois, uma expiação. Pela grande Lei da Pluralidade das Existências, o Espiritismo levanta completamente o véu sob o qual esta questão deixava obscuridade. Ele nos ensina que se falta não tiver sido cometida nesta vida, tê-lo-á sido em outra; e, assim, a Justiça de Deus segue seu curso, punindo-nos por onde havíamos errado. Vem a seguir a grave questão do esquecimento que, segundo nosso correspondente, tira aos males da vida o caráter de expiação. É um erro. Dai-lhe o nome que quiserdes: não fareis que não sejam a consequência de uma falta (...). A lembrança precisa dessas faltas teria inconvenientes extremamente graves, por isso que nos perturbaria, nos humilharia aos nossos próprios olhos e aos do próximo; trariam uma perturbação nas relações sociais e, por isto mesmo, travaria nosso livre-arbítrio. Por outro lado, o esquecimento não é tão absoluto quanto o supõem. Ele só se dá na vida exterior de relação (...). Tanto na erraticidade, quanto nos momentos de emancipação, o Espírito se lembra perfeitamente e essa lembrança lhe deixa uma intuição que se traduz na voz da consciência, que o adverte do que deve, ou não deve, fazer. Se não a escuta, então é culpa sua (...). Das tribulações que suporta, das expiações e provas deve concluir que foi culpado; da natureza dessas tribulações, ajudado pelo estudo de suas tendências instintivas, apoiando-se no princípio que a mais justa punição é a consequência da falta, pode deduzir seu passado moral. Suas tendências más lhe ensinam o que resta de imperfeito a corrigir em si. A vida atual é para ele um novo ponto de partida: aí chega rico ou pobre de boas qualidades; basta-lhe, pois, estudar-se a si mesmo para ver o que lhe falta dizer: “Se sou punido, é porque errei”. E a mesma punição lhe dirá o que fez (...). É erro pensar que o caráter essencial da expiação seja o de ser imposta. Vemos diariamente na vida expiações voluntárias, sem falar dos monges que se maceram e se fustigam com a disciplina e o cilício. Assim, nada há de irracional em admitir que um Espírito, na Erraticidade, escolha ou solicite uma existência terrena que o leve a reparar seus erros passados (...). As misérias daqui são, pois, expiação, por seu lado efetivo e material, e provas, por suas consequências morais. Seja qual for o nome que se lhes dê, o resultado deve ser o mesmo: o aperfeiçoamento”.



Sempre fui muito apegada a minha mãe e ela a mim até adolescência, quando ela faleceu. Hoje, passados mais de 30 anos, eu sinto que ela me ajuda, quando estou com um problema e penso nela. Hoje sou uma pessoa adulta, mais velha do que minha mãe quando ela ainda estava aqui. Então, pergunto: como será que minha mãe me vê hoje como adulta, e como ela cuida de mim”?

Mãe é sempre um anjo em nossa vida, aqui e no além, até porque os laços de afeto que une mãe e filhos são profundos e duradouros. A questão é saber se sua mãe ainda está no mundo espiritual ou se está reencarnada.

Na verdade, todos nós, além dos protetores espirituais, sempre contamos com o apoio e o auxílio de Espíritos amigos e, como você sabe, em questão de proteção mãe é sempre mãe. Quem tem uma mãe na espiritualidade, certamente conta com ela.

Os Espíritos não podem tudo. Assim como nós temos as nossas limitações na Terra, eles também têm suas limitações no plano espiritual, dependendo do nível de evolução que alcançaram. Mesmo assim, é possível contar com eles, quando lhes aparece a oportunidade de nos ajudar.

Um exemplo de proteção de mãe vamos encontrar na obra NOSSO LAR de André Luiz. Felizmente, para ele, sua mãe – ao contrário de seu pai – era um Espírito bom e esclarecido que, no mundo espiritual, já havia alcançado um desenvolvimento apreciável em termos de virtudes morais.

André Luiz, como você deve saber, foi um médico que atuou no Rio de Janeiro, no início do século passado. Embora fosse um bom profissional, ele não se preocupou em se harmonizar com a própria consciência para evitar o mal e fazer o bem que podia, de modo que teve muitos problemas dentro e fora do lar.

Quando desencarnou, para sua surpresa (visto que não acreditava na vida espiritual) ele se encontrou numa região de Espíritos em situação semelhante a dele, enfrentando conflitos com a própria consciência – região essa que ele denominou de umbral.

Algum tempo nessas condições desfavoráveis (anos se passaram), eis que chega um momento em que é resgatado por Espíritos bondosos que o levam para ser atendido na colônia Nosso Lar. Mais tarde ele vai saber que conseguiu isso graças à intervenção oculta daquele que foi sua mãe na Terra que, como Espírito, morava num plano mais elevado.

Na obra NOSSO LAR – e também no filme – depois de muita insistência, ele acaba se encontrando com sua mãe, que precisou descer de um plano superior e materializar-se naquela colônia para poder ter um contato direto com ele. Foi aí que André Luiz soube avaliar os apreciáveis méritos de sua mãe, de quem vinha recebendo proteção sem o saber.

Desse modo, cara ouvinte – seja neste plano de vida ou no mundo espiritual – sempre que possível, podemos contar com a ajuda de nossas mães, que continuam sendo mães do coração, até porque esses laços que se criam numa encarnação permanecem vibrando de amor, mesmo depois que nos separamos momentaneamente.

Todavia, mesmo que sua mãe esteja encarnada, é bem possível que ela tenha providenciado o auxílio de mais alguém para ajudá-la - seja encarnado, seja desencarnado – e, mesmo assim, é possível que você perceba pelos sentidos espirituais a sua proximidade nos momentos difíceis.

segunda-feira, 24 de junho de 2024

O ESPIRITISMO E O SEXO; EM BUSCA DA VERDADE COM O PROFESSOR

 

Polemicas e discussões acaloradas em torno da cura das chamadas inversões na área da sexualidade circunscrevem-se mais aos efeitos que as prováveis causas. O Espiritismo já na sua origem oferece bases para pelo menos reflexões mais objetivas sobre a questão. Na sequencia alguns pontos para embasar estudos mais aprofundados em torno da questão:1- Os Espíritos encarnam nos diferentes sexos; aquele que foi homem, poderá renascer mulher e aquele que foi mulher poderá renascer homem, a fim de realizar os deveres de cada uma dessas posições, e sofrer-lhes as provas. 2- Sofrendo o Espírito encarnado a influência do organismo, seu caráter se modifica conforme as circunstâncias e se dobra às necessidades e exigências impostas pelo mesmo organismo. Esta influência não se apaga imediatamente após a destruição do invólucro material, assim como não perde instantaneamente os gostos e hábitos terrenos. 3- Percorrendo uma série de existências no mesmo sexo, conserva durante muito tempo, no estado de Espirito, o caráter de homem ou de mulher, cuja marca nele ficou impressa. 4- Se esta influência se repercute da vida corporal para a espiritual, o mesmo se dá quando o Espírito passa da vida espiritual para a corporal. Numa nova encarnação trará o caráter e as inclinações que tinha como Espírito. Se for avançado, será um homem avançado; se for atrasado, será um homem atrasado. Mudando de sexo, poderá então, sob essa impressão e em sua encarnação, conservar os gostos, inclinações e o caráter inerente ao sexo que acaba de deixar. Assim se explicam certas anomalias aparentes, notadas no caráter de certos homens e de certas mulheres. 5- Não existe diferença entre o homem e a mulher, senão no organismo material, que se aniquila com a morte do corpo. Mas, quanto ao Espírito, à alma, o Ser essencial, imperecível, ela não existe, porque não há duas espécies de almas. 6- A sede real do sexo não se acha, no veículo físico, mas sim na entidade espiritual em sua estrutura complexa. 7- O sexo é mental em seus impulsos e manifestações. 8- Além da trama de recursos somáticos, a alma guarda a sua individualidade sexual intrínseca, a definir-se na feminilidade ou masculinidade, conforme os característicos acentuadamente passivos ou claramente ativos que lhe sejam próprios. 9- A energia natural do sexo, inerente à própria vida em si, gera cargas magnéticas em todos os seres, pela função criadora de que se reveste, caracterizadas com potenciais nítidos de atração no sistema psíquico de cada um. 10- O instinto sexual não é apenas agente de reprodução, mas reconstituinte de forças espirituais, pelo qual as criaturas encarnadas ou desencarnadas se alimentam mutuamente, na permuta de raios psíquico-magnéticos necessários ao seu progresso. 11- O Espírito reencarna em regime de inversão sexual, como pode renascer em condições transitórias de mutilação ou cegueira. Isso não quer dizer que homossexuais ou intersexos estejam em posição, endereçados ao escândalo ou à viciação, como aleijados e cegos não se encontram na inibição ou na sombra para serem delinquentes. 12- O conceito de normalidade ou anormalidade são relativos. Se a cegueira fosse a condição da maioria dos Espíritos reencarnados na Terra, o homem que pudesse enxergar seria positivamente minoria e exceção. 13- Ações praticadas contra pessoas do sexo oposto na busca de prazer a qualquer preço, impõem além da morte a desorganização mental do causador manifestada através da alienação mental exigindo para seu reequilíbrio muitas vezes pela intervenção os Agentes da Lei Divina, reencarnações compulsórias renascendo em corpo inversos às suas características momentâneas de masculinidades ou feminilidade, para que no corpo inverso, no extremo desconforto íntimo, aprenda a respeitar o semelhante lesado. 14- A inversão também ocorre por iniciativa daqueles que, valendo-se da renúncia construtiva para acelerar o passo no entendimento da vida e do progresso espiritual no intuito de operarem com mais segurança e valor o acrisolamento moral de si mesmos ou na execução de tarefas especializadas, através de estágio perigosos de solidão, em favor do campo social da Terra 15- Masculinidade ou feminilidade totais são inexistentes na personalidade humana, do ponto de vista psicológico, visto que homens e mulheres, em Espírito, apresentam certa percentagem de característicos viris ou feminis em cada indivíduo, o que não assegura possibilidades de comportamento íntimo normal para todos, segundo a conceituação de normalidade que a maioria dos homens estabeleceu para o meio social. 16- Homens e mulheres podem nascer homossexuais ou intersexos, seja como expiação ou em obediência a tarefas específicas –, como são suscetíveis de tomar o veículo físico na condição de mutilados ou inibidos em certos campos de manifestação para melhorar-se e nunca sob a destinação do mal. 17- A Terra, pouco a pouco, renovará princípios e conceitos, diretriz e legislação, em matéria de sexo, sob a inspiração da ciência, que situará o problema das relações sexuais no lugar que lhe é próprio .



Se todo Espírito tende à perfeição e todos serão perfeitos um dia, isso significa que todos seremos iguais a Jesus?

Todas as pessoas, que alimentam um ideal superior, vê em Jesus um guia e modelo e, se ela acredita na lei da evolução, com certeza aspira a uma condição semelhante a de Jesus.

No entanto, temos que considerar que, se Jesus já era um Espírito Superior há dois mil anos atrás, hoje sua condição espiritual ainda é mais elevada, porque o processo evolutivo não para.

Além disso, caro ouvinte, a Lei de Deus é tão perfeita que a perfeição, que aspiramos a alcançar, é própria de cada um, é exclusiva. Isso quer dizer que não existem duas perfeições iguais.

É o mesmo que se dá entre nós, aqui na Terra. Por mais que uma pessoa se aperfeiçoe numa determinada área de ação, a perfeição eu ela atingir será sempre dela e não de outro.

Isso por conta das diferenças individuais. Não existem duas pessoas iguais, não existem duas almas iguais, por mais que se assemelhem, porque cada um, na Lei de Deus, é dono exclusivo de sua própria perfeição.

Portanto, quando no Espiritismo falamos que caminhamos para a perfeição, que a perfeição é nossa meta, não queremos dizer que, ao final, todos seremos perfeitamente iguais. Não. As diferenças sempre existirão, porque são essas diferenças que fazem com que cada um seja ele mesmo com sua individualidade, diferente de todos os demais.

Perfeição absoluta é só Deus, prezado ouvinte. E, por isso mesmo, por ser absoluta é a única, inalcançável, mas sempre aspirada por todos nós.

Logo, a condição espiritual que Jesus alcançou é só dele. Ele é perfeito à sua maneira de ser. Ele nos ama e nos acolhe à sua maneira e foi dessa forma que ele reencarnou na Terra com a finalidade de nos ajudar a caminhar mais depressa rumo à nossa própria perfeição. “Sede perfeito como vosso Pai Celestial é perfeito”.