faça sua pesquisa

quarta-feira, 12 de junho de 2024

EXISTE MAL OLHADO; EM BUSCA DA VERDADE COM O PROFESSOR

 Sensação de mal estar ao cruzarmos com alguém ou recebermos uma visita. Existe isso de alguém atingir alguém com vibrações negativas? Se afirmativo como explicar. No número de dezembro de 1862 da REVISTA ESPÍRITA, encontramos argumentos de Allan Kardec para esse tema interpretado como superstição. Diz ele: “- Por sua natureza fluídica, essencialmente móvel e elástica, se assim nos podemos exprimir, como agente direto do Espírito, o perispírito é posto em ação e projeta raios pela vontade do Espírito. Por esses raios ele serve à transmissão do pensamento, porque, de certa forma, está animado pelo pensamento do Espírito. Sendo o perispírito o laço que une o Espírito ao corpo, é por seu intermédio que o Espírito transmite aos órgãos, não a vida vegetativa, mas os movimentos que exprimem a sua vontade; é, também, por seu intermédio que as sensações do corpo são transmitidas ao Espírito. Destruído o corpo sólido pela morte, o Espírito não age mais e não percebe senão pelo seu corpo fluídico, ou perispírito, razão por que age mais facilmente e percebe melhor, já que o corpo é um entrave. Tudo isto é ainda resultado da observação. Suponhamos agora duas pessoas próximas, cada qual envolvida – que nos permitam o neologismo – por sua atmosfera perispiritual. Esses dois fluidos põem-se em contato e se interpenetram; se forem de natureza antipática, repelem-se e os dois indivíduos sentirão uma espécie de mal-estar ao se aproximarem um do outro, sem disso se darem conta; se, ao contrário, forem movidos por sentimentos de benevolência, terão um pensamento benevolente, que atrai. Tal a causa pela qual duas pessoas se compreendem e se adivinham sem se falarem. Um certo não sei quê por vezes nos diz que a pessoa com a qual nos defrontamos deve ser animada por tal ou qual sentimento. Ora, esse não ‘sei quê’ é a expansão do fluido perispiritual da pessoa em contato com o nosso, espécie de fio elétrico condutor do pensamento. Desde logo se compreende que os Espíritos, cujo envoltório fluídico é muito mais livre do que no estado de encarnação, já não necessitam de sons articulados para se entenderem. O fluido perispiritual do encarnado é, pois, acionado pelo Espírito. Se, por sua vontade, o Espírito, por assim dizer, dardeja raios sobre outro indivíduo, os raios o penetram. Daí a ação magnética mais ou menos poderosa, conforme a vontade; mais ou menos benfazeja, conforme sejam os raios de natureza melhor ou pior, mais ou menos vivificante. Porque podem, por sua ação, penetrar os órgãos e, em certos casos, restabelecer o estado normal. Sabe-se da importância das qualidades morais do magnetizador. Aquilo que pode fazer o Espírito encarnado, dardejando seu próprio fluido sobre uma pessoa, um Espírito desencarnado também o pode, visto ter o mesmo fluido, ou seja, pode magnetizar. Conforme seja bom ou mau o fluido, sua ação será benéfica ou prejudicial. Assim, facilmente nos damos conta da natureza das impressões que recebemos, de acordo com o meio onde nos encontramos. Se uma assembleia for composta de pessoas animadas de maus sentimentos, o ar ambiente será saturado com o fluido impregnado de seus sentimentos. Daí, para as almas boas, um mal-estar moral análogo ao mal-estar físico causado pelas emanações mefíticas: a alma fica asfixiada. Se, ao contrário, as pessoas tiverem intenções puras, encontramo-nos em sua atmosfera como se estivéssemos num ar vivificante e salubre. Naturalmente o efeito será o mesmo num ambiente repleto de Espíritos, conforme sejam bons ou maus”.


Comentário de um participante de nossas reuniões. Recentemente vimos um filme-documentário sobre a hora da partida, mostrando como, numa clínica norte americana, pacientes terminais são tratados até o desfecho final da vida. Só faltou o aspecto espiritual da questão.

Hoje, a partir dos trabalhos pioneiros da médica psiquiatra, dra. Elizabeth Kübler Ross nos Estados Unidos, essa área dos cuidados aos pacientes terminais se desenvolveu muito, uma vez que, no passado, décadas atrás, esses doentes ficavam quase esquecidos em seus leitos de hospital, a partir do momento que a medicina os desenganava.

Atualmente, a medicina vem assumindo outra postura, mostrando que os momentos finais da vida de uma pessoa são muito importantes para não serem considerados, pois representam o desfecho da vida na Terra, resultado de toda uma história de trabalho, de lutas e até de sacrifícios. A morte é o coroamento da vida; por isso merece atenção especial.

O tratamento, além do médico-convencional, implica em atenção, presença de entes queridos, conversas, lembranças e tudo que possa ter significado especial para o paciente nesses momentos.

De fato, no filme-documentário, que vimos no Lar Meimei, só foi mostrado o aspecto físico-material do quadro terminal. Ninguém perguntou aos pacientes qual sua crença, qual sua religião e também quais suas expectativas diante da vida espiritual.

Existe hoje um movimento dentro da área médica, que incentiva os cuidados paliativos aliados à espiritualidade dos pacientes, a fim de que eles, principalmente os pacientes que têm religião, partam desta vida com uma expectativa positiva em relação à vida futura.

Essa passagem ( que no linguajar comum é a morte), do ponto de vista espírita, é a desencarnação, extremamente significativa, pois ajuda a fazer uma ponte entre uma vida e outra e, ainda, possibilitar ao paciente a avaliação de sua trajetória ao longo desta existência, valorizando principalmente seus relacionamentos com os entes queridos.

A psiquiatra Elizabeth Kübler-Ross, de quem falamos há pouco, depois de amplo trabalho em favor de pacientes terminais durante anos, ajudando-os a vencer o medo e a se sentirem realizados como seres humanos, teve uma experiência inusitada, conforme ela mesma descreve na sua autobiografia intitulada RODA DA VIDA.

Ela conta nesse livro que teve a oportunidade de se reencontrar com uma paciente, que havia desencarnado sob seus cuidados, numa situação extraordinária. A médica, que nunca tivera uma experiência psíquica em sua vida, encontrou-se de repente com essa senhora já desencarnada há algum tempo, numa situação que ela mesma custou acreditar, mas através da qual a paciente veio agradecê-la por tudo quanto lhe fizera para que tivesse uma partida menos traumática possível.

A sra. Schwartz – esse era o nome da mulher – apresentou-se para a dra. Elizabeth como um Espírito materializado e contou que só conseguiu partir em paz desta vida, a partir do momento em que percebeu que a médica tinha tomado providências adequadas para a proteção de seu filho deficiente que, sem isso, ficaria ao desamparo.

A partir dessa primeira experiência de encontro com a espíritualidade, a mediunidade de Kübler-Ross aflorou de tal maneira e ela passou a perceber o cenário espiritual que cercava cada paciente terminal, ajudando-o a fortalecer sua fé e desencarnar com emocionalmente equilibrado, na certeza de que tinha cumprido sua missão na Terra.

Elizabeth Kübler-Ross escreveu várias obras importantes sobre o tema, juntamente com seus colegas de pesquisa, fez diversas conferências em vários países do mundo e esteve em nosso país trazendo sua contribuição a um congresso da Associação Médico-Espírita do Brasil, que aconteceu em São Paulo.

Ela é autora da teoria sobre as cinco fases do luto, hoje muito utilizada por psiquiatras e psicólogos na abordagem sobre famílias que perdem seus entes queridos, além do que existe nos Estados Unidos a Fundação Elizabeth Kübler-Ross dedicado aos estudos sobre a questão da morte e o atendimento paliativo aos pacientes.


Nenhum comentário:

Postar um comentário