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domingo, 30 de junho de 2024

FATALIDADE - O QUE DIZ O ESPIRITISMO; EM BUSCA DA VERDADE COM O PROFESSOR

 

Estarão os acontecimentos mais marcantes de nossa vida realmente marcados para acontecer? Quase um ano após o lançamento d’O LIVRO DOS ESPÍRITOS, no número de março de 1858 da REVISTA ESPÍRITA, Allan Kardec inclui a matéria A FATALIDADE E OS PRESENTIMENTOS, nascida da dúvida levantada por um correspondente sobre experiência pessoal na qual escapara de morrer mais de uma vez testemunhando, entretanto, desfecho trágico para quatro das pessoas – entre os quais dois religiosos -, que com ele viajavam, enquanto ele e outros três sobreviveram. Revelando ter escapado seis ou sete vezes da morte propôs algumas questões, respondidas por São Luiz, um dos orientadores do trabalho da Codificação Espírita: 1- Quando um perigo iminente ameaça alguém, é um Espírito que dirige o perigo, e quando dele escapa, é outro Espírito que o afasta? – Quando um Espírito se encarna, escolhe uma prova; elegendo-a, estabelece-se uma espécie de destino que não pode mais conjurar, uma vez que a ele está submetido; falo das provas físicas. Conservando seu livre-arbítrio sobre o bem e o mal, o Espírito é sempre senhor de suportar ou de repelir a prova; vendo-o fraquejar, um Espírito bom pode vir em seu auxílio, mas não pode influir sobre ele de maneira a dominar sua vontade. Um Espírito mau, isto é, inferior, mostrando-lhe ou exagerando um perigo físico, pode abalá-lo e apavorá-lo, mas nem por isso a vontade do Espírito encarnado fica menos livre de qualquer entrave. 2. Quando um homem está na iminência de perecer por acidente, parece-me que o livre-arbítrio nada vale. Pergunto, pois, se é um Espírito mau que provoca esse acidente; se, de alguma sorte, é o seu agente; e, caso se livre do perigo, se um Espírito bom veio em seu auxílio? – Os Espíritos bons e maus não podem sugerir senão pensamentos bons ou maus, conforme sua natureza. O acidente está assinalado no destino do homem. Quando tua vida é posta em perigo, é uma advertência que tu mesmo desejaste, a fim de te desviares do mal e de te tornares melhor. Quando escapas a esse perigo, ainda sob a influência do perigo que correste, pensas mais ou menos vivamente, segundo a ação mais ou menos forte dos Espíritos bons , em te tornares melhor. Sobrevindo o Espírito mau – e digo mau, subentendendo o mal que nele ainda persiste – pensas que igualmente escaparás a outros perigos, e deixas, de novo, tuas paixões se desencadearem. 3. A fatalidade que parece presidir aos destinos materiais de nossa vida também é resultante do nosso livre-arbítrio? – Tu mesmo escolheste a tua prova. Quanto mais rude ela for e melhor a suportares, tanto mais te elevarás. (...). 4. Compreendemos perfeitamente essa doutrina, mas isso não nos explica se certos Espíritos exercem uma ação direta sobre a causa material do acidente (...)? – Quando um homem passa sobre uma ponte que deve cair, não é um Espírito que o leva a passar ali, é o instinto de seu destino que o conduz a ela. 5. Quem fez a ponte desmoronar? – As circunstâncias naturais. A matéria tem em si as causas da destruição. No presente caso, tendo o Espírito necessidade de recorrer a um elemento estranho à sua natureza para movimentar forças materiais, recorrerá de preferência à intuição espiritual. (...) O Espírito, digamos, insinuará ao homem que passe por essa ponte, em vez de passar por outro local. Tendes, aliás, uma prova material do que digo: seja qual for o acidente, ocorre sempre naturalmente, isto é, por causas que se ligam às outras e o produzem insensivelmente. 6. Tomemos um outro caso, em que a destruição da matéria não seja a causa do acidente. Um homem mal-intencionado atira em mim, a bala passa de raspão, mas não me atinge. Poderá ter sucedido que um Espírito bondoso haja desviado o projétil? – Não.. Podem os Espíritos advertir-nos diretamente de um perigo? Eis um fato que parece confirmá-lo: Uma mulher saiu de casa e seguia pelo bulevar. Uma voz íntima lhe diz: Vai embora; retorna para tua casa. Ela hesita. A mesma voz faz-se ouvir várias vezes; então ela volta; mas, pensando melhor, diz a si mesma: O que vou fazer em minha casa? Acabo de sair de lá; sem dúvida é efeito da minha imaginação. Então, continua o seu caminho. Alguns passos mais adiante, uma viga que tiravam de uma casa atinge-lhe a cabeça e a derruba, inconsciente. Que voz era aquela? 7 -Não era um pressentimento do que ia acontecer a essa mulher? – A voz do instinto; nenhum pressentimento, aliás, apresenta tais caracteres: são sempre vagos. 8. Que entendeis por voz do instinto? Resp. – Entendo que, antes de encarnar-se, o Espírito tem conhecimento de todas as fases de sua existência; quando estas fases têm um caráter fundamental, conserva ele uma espécie de impressão em seu foro íntimo e tal impressão, despertando quando o momento se aproxima, torna-se pressentimento.



Qual a relação entre lei de ação e reação com a frase do apóstolo Pedro, que diz “a caridade cobre a multidão de pecados”.

Há certas verdades, Cristiano, que atravessam séculos e até milênios, e que tanto podem ser compreendidas na época em que elas foram proferidas como nos dias de hoje.

Quando Pedro disse que a caridade cobre a multidão de pecados, certamente ele queria dizer que eu, você –qualquer um de nós – pode se redimir de seus erros praticando o bem. Caridade é a prática do bem, é qualquer atitude ou ato com que podemos beneficiar alguém, de tal modo que uma boa ação sempre será uma boa ação e sempre nos ajudará a encontrar o caminho da paz íntima.

Lei de ação e reação –também conhecida como lei de causa e efeito no campo moral – é uma lei da natureza, segundo o qual nada acontece por acaso, ou seja, se eu praticar uma boa ação colherei uma boa ação em meu favor; mas, se seu fizer o mal, mais cedo ou mais tarde, serei vítima do mal.

Em nossa vida, Cristiano, geralmente agimos no bem e no mal; no bem quando queremos ajudar, no mal quando pretendemos prejudicar. Se fizermos um retrospecto do que já fizemos, vamos perceber, portanto, que já praticamos boas e más ações.

As boas ações nos engrandecem, porque atendem plenamente aos conselhos de nossa consciência. Quando agimos pelo bem de alguém, sentimo-nos realizados como pessoas humanas, filhos de Deus. Quando agimos mal, sentimos um mal-estar que parte da consciência culpada.

É claro que a consciência culpada quase sempre não se revela imediatamente ao ato praticado. Ela pode se manifestar mais tarde. Mas tudo é uma questão de tempo. Já vimos muita gente arrependida que, nos derradeiros momentos de sua vida, pediu para chamar uma pessoa de quem precisava do perdão.

Ora, não é difícil perceber que nossa consciência moral funciona como uma balança comum. Num prato as boas ações, no outro as más ações. E a tendência de cada um de nós é perceber que o prato das más ações pesa mais que os das boas ações.

É quando, sufocados pelo arrependimento e pelo remorso, pedimos socorro, porque não queremos partir deste mundo com uma dívida que pesa em nossa consciência. No entanto, nem sempre vamos resolver esse problema, apenas chamando alguém para pedir perdão.

Muitas vezes, nossos erros foram muitos, ou seja, várias são as pessoas a quem prejudicamos – muitas vezes, sem querer –mas prejudicando.

Desse modo, o apóstolo Pedro chama a atenção dos seguidores de Jesus para que não partam desta vida com a consciência pesada, que procurem resolver seus problemas ainda nesta encarnação.

Não foi por outro motivo que o próprio Jesus recomendou. “Quando fores orar, deixa a tua oferta em frente ao altar e vai primeiro reconciliar com o teu adversário. Depois, venha e faças a tua oferta”.

Ou seja, procure resolver agora os seus problemas, antes que seja tarde. Por isso, Pedro recomenda a prática do bem (que costumamos chamar de caridade). Por quê? Porque, semeando o bem à sua volta, você vem ao encontro de sua consciência (onde está escrita a Lei de Deus) e faz com que o prato das boas ações pese mais que o outro, aliviando suas dores e abençoando sua vida.

Quem não quer partir desta vida com a consciência tranquila? A final, a consciência é a única coisa que levamos e o único tesouro que nos resta.

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