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quarta-feira, 5 de junho de 2024

O COMEÇO DE TUDO; EM BUSCA DA VERDADE COM O PROFESSOR

 Fazia frio na noite da sexta feira, 8 de julho de 1927 na cidade de Pedro Leopoldo, a poucos quilometros da capital do Estado de Belo Horizonte. Na sala de modesta casa numa das ruas da pequena localidade, um grupo de pessoas se reunia para uma reunião em torno dos ensinamentos do Espiritismo coordenada por uma senhora de nome Carmem Perácio. Embora moradora de Curvelo, localidade distante cem quilômetros, ali se encontrava atendendo pedido recebido semanas antes do amigo João Candido, cuja filha encontrava-se acometida por sérios transtornos comportamentais e que através dela já encontrara alívio, neutralizando influências ditas espirituais. Entre os participantes, Chico, irmão de 17 anos da referida moça que testemunhara a extraordinária mudança havida no quadro mental de Maria Pena Xavier. A reunião começara com uma prece e em meio a etapas conduzidas por Dona Carmem, repassando instrução de um Benfeitor presente, sugeriu que Chico tomasse de papel e lápis e aguardasse alguns instantes. O que se seguiu, segundo lembraria anos depois Chico foi um fenômeno inesquecível. Deixando de perceber a friagem que dominava o ambiente, sentiu-se como que crescendo, tendo a impressão que o próprio telhado do cômodo em quem se encontravam desapareceu e avistando o esplendor da noite estrelada típica do Inverno, enquanto seu braço corria célere e mecanicamente sobre as folhas de papel como que passando a limpo em 17 páginas psicografadas o pensamento de Um Amigo Espiritual exortando ao trabalho em nome de Jesus. Começava ali uma das mais extraordinárias histórias no campo do intercâmbio entre diferentes Dimensões, resultando após mais de 8 décadas em mais de 400 livros contendo ensinamentos, instruções, histórias em prosa e verso escritas por personalidades reconhecidas ou não na realidade em que nos encontramos. Ser humano invulgar, aquele jovem simples e humilde, fascinado com a explicação do que lhe ocorria pelas palavras de Dona Carmem, renunciaria à sua fé católica e passando a seguir o Espiritismo, estudando-o e exercitando a mediunidade que lhe era natural ao longo dos próximos anos até que o Amigo Espiritual da primeira mensagem se apresentou objetivamente numa tarde de domingo em local de beleza natural invulgar nas cercanias da cidade em que viveria até os 48 anos quando se transferiu para a cidade de Uberaba no Triangulo Mineiro. Esse Amigo identificado como Emmanuel lhe informou a tarefa que deveriam desenvolver em conjunto na produção de livros que divulgassem a Doutrina Espírita codificada por Allan Kardec, assumindo a coordenação de tal trabalho que marcou gerações, inspirando o surgimento de extraordinários trabalhos, sobretudo, em favor da caridade dirigida aos menos favorecidos. Instruiu-o que se em algum momento dissesse algo que contradissesse Jesus e Allan Kardec que o esquecesse e ficasse com os dois. Fiel, Chico elegeu a recomendação como norma de conduta não só no trabalho doutrinário como na vida pessoal, alcançando um nível de iluminação extraordinário, inspirando milhares de pessoas que reconheceram nela uma luz entre as sombras do mundo em mudança em que nos encontramos. Um detalhe interessante que revela ter Chico cumprido a missão pela qual renasceu está preservado no livro CHICO XAVIER EM PEDRO LEOPOLDO (Didier, 2000) de Divaldinho Matos. Revela que o casal Carmem e José Hermínio Perácio transferiu residência para Pedro Leopoldo após terem conhecido Chico atendendo orientação de médium de suas relações em Belo Horizonte, Paschoal Comanducci que afirmou: - A principal missão de vocês agora é ajudar Chico Xavier. Ele possui recursos mediúnicos múltiplos. Está cercado de falanges tão poderosas como as que assistiam Jesus. Esse menino assombrará o mundo. Escreverá mediunicamente centenas de livros e será intransigente defensor e divulgador do Espiritismo codificado por Allan Kardec. Viverá muito. Desencarnado, não terá substitutos. Da mesma forma que Jesus, Chico é único no Planeta. Só ele, em reencarnação posterior, poderá retomar o leme e dar continuidade à obra específica que lhe foi confiada pelo Altíssimo. Poderá ter, em princípio, sucessores. Substitutos, reafirmo, jamais”.


AUTO PERDÃO

A necessidade do perdão surge quando eu preciso me libertar de uma ferida que me dói na alma (uma ferida chamada mágoa) e que foi causada pela atitude de alguém que me atingiu no meu orgulho, deixando-me mal comigo mesmo.

A ferida da alma comporta-se assim: quanto mais eu me lembro de que como fui ferido, mais a ferida dói; quanto mais eu conto para alguém ou espalho a notícia de como fui ferido, mais ela me incomoda, ou seja, mais ela me faz sofrer. A única maneira pela qual eu posso me livrar dessa ferida, se eu estiver determinado a isso, é curá-la e o único remédio para essa cura se chama perdão.

Para que haja o perdão é preciso haver a ofensa, ou seja, é preciso que alguém se sinta atingido pela atitude do outro, o que nos leva a concluir que:

1º - se a pessoa quis me ofender com uma determinada atitude, mas eu não me senti ofendido, não há necessidade do perdão, simplesmente porque não houve ofensa e nem mágoa;

2º – se a pessoa não quis me ofender, mas eu me senti ofendido com sua atitude, embora ela não consciência disso, só o perdão me pode extirpar a dor da mágoa.

3º - se eu ofendi alguém e esse alguém me perdoou, esse perdão salva esse alguém da mágoa, mas pode deixar em mim um sentimento de culpa ainda maior.

Logo, para eu me libertar da culpa que me pode causar doenças do corpo e transtornos emocionais, não basta que o ofendido me perdoe. Pelo contrário, muitas vezes é o perdão do ofendido que faz com que eu me sinta ainda mais culpado.

Nesse caso, para eu me libertar do peso da culpa, preciso aprender a me perdoar. É o que chamamos de auto perdão.

Há quem não entenda por que precisamos nos perdoar, alegando que o auto perdão é uma porta para eu continuar cometendo erros e me perdoando indefinidamente. No entanto, o auto perdão ou auto compreensão é necessário para eu poder perdoar meu ofensor, mesmo porque. para compreendê-lo, primeiro preciso compreender meus próprios defeitos e limitações.

É nesse sentido que vou desenvolver o senso de responsabilidade, procurando estar disposto a reparar o meu erro.

Exemplos: Judas e Pedro traíram a confiança de Jesus. O primeiro. Judas Iscariotes, entregou-o aos inimigos e Pedro o negou por três vezes consecutivas logo que Jesus foi preso. Por alguns instantes, Judas pensou que levara alguma vantagem com sua traição (talvez, por conta das moedas), mas logo caiu em si, percebendo que Jesus o perdoaria e que ele se sentiria mais culpado ainda. O que fez, então? Tomado pelo remorso, não suportou a acusação que fazia contra si e, desesperado, procurou fugir da acusação da consciência pela porta enganosa do suicídio. Neste caso, temos um exemplo típico de quem deu uma dimensão muito grande ao erro que cometeu e não se perdoou.

Pedro, que acabara de prometer completa fidelidade a Jesus, fraquejou na presença dos soldados romanos e o negou por três vezes. Mas, em seguida, quando Jesus passou por ele, levado pelos soldados e seus olhares se cruzaram, ao perceber o olhar compassivo do mestre, Pedro sentiu o amargor da culpa. Contudo, ao contrário de Judas, que se deixou vencer pela culpa, Pedro ali mesmo assumiu a responsabilidade de trabalhar até o supremo sacrifício pela causa de Jesus. Neste caso temos um exemplo típico de quem se perdoou.

O aluno, que foi reprovado na escola, não deve se agarrar à culpa por não ter estudado o suficiente. Ele tem que se entender, admitir para si mesmo que a falha foi sua e, ao mesmo tempo, dar-se a oportunidade de retomar o estudo para, então, atingir seu intento.

Na linguagem espírita, perdoar-se é dar-se outra oportunidade para reconstruir a própria vida, no firme propósito de reparar o mal que causou.






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