faça sua pesquisa

sábado, 22 de junho de 2024

O ESPÍRITO NA EXPERIÊNCIA HUMANA; EM BUSCA DA VERDADE COM O PROFESSOR

 

A surpreendente resposta à questão 607ª d’ O LIVRO DOS ESPÍRITOS indica que a Individualidade em que nos tornamos é uma versão avançada do chamado Princípio Inteligente do Universo. E o também surpreendente Allan Kardec nas páginas de suas OBRAS BÁSICAS, particularmente da REVISTA ESPÍRITA preservou material instigante para nossas reflexões. Na sequência alguns pontos para pensarmos. Como teria se operado o início da fase Humanidade? Ignoramos absolutamente em que condições se dão as primeiras encarnações do Espírito; é um desses princípios das coisas que estão nos segredos de Deus. Apenas sabemos que são criados simples e ignorantes, tendo todos, assim, o mesmo ponto de partida, o que é conforme à justiça; o que sabemos ainda é que o livre-arbítrio só se desenvolve pouco a pouco e após numerosas evoluções na vida corpórea. Não é, pois, nem após a primeira, nem depois da segunda encarnação que o Espírito tem consciência bastante clara de si mesmo, para ser responsável por seus atos; não é senão após a centésima, talvez após a milésima. Dá-se o mesmo com a criança, que não goza da plenitude de suas faculdades, nem um, nem dois dias após o nascimento, mas depois de anos. (RE, 1864) O armazenamento do registro de percepções, sensações e experiências se dá naturalmente através da memória cujos rudimentos podem ser observados no Reino Mineral. Como o Espiritismo a explica? A memória pode ser comparada a placa sensível que, ao influxo da luz, guarda para sempre as imagens recolhidas pelo Espírito, no curso de seus inumeráveis aprendizados, dentro da vida. Cada existência de nossa alma, em determinada expressão da forma, é uma adição de experiência, conservada em prodigioso arquivo de imagens que, em se superpondo umas às outras, jamais se confundem. (ETC, 12) Que é a memória, senão uma espécie de álbum mais ou menos volumoso, que se folheia para encontrar de novo as ideias apagadas e reconstituir os acontecimentos que se foram? Esse álbum tem marcas nos pontos capitais. De alguns fatos o indivíduo imediatamente se recorda; para recordar-se de outros, é-lhe necessário folhear por longo tempo o álbum.(OP) A memória é como um livro! Aquele em que lemos algumas passagens facilmente no-las apresenta aos olhos; as folhas virgens ou raramente perlustradas têm que ser folheadas uma a uma, para que consigamos reconstituir um fato sobre o qual pouco tenhamos demorado a atenção. Quando o Espírito encarnado se lembra, sua memória lhe apresenta, de certo modo, a fotografia do fato que ele procura. A memória é um disco vivo e milagroso. Fotografa as imagens de nossas ações e recolhe o som de quanto falamos e ouvimos. Por intermédio dela, somos condenados ou absolvidos, dentro de nós mesmos. (LI, 11) O aprofundamento das pesquisas levadas a efeito por diferentes ramos da ciência permitiu concluir-se que o recurso chamado mente acompanha a evolução da nossa espécie. O Biólogo Bruce Lipton no livro BIOLOGIA DA CRENÇA (butterfly, 2006) explica essa evolução. O que diz? A evolução dos mamíferos mais desenvolvidos, incluindo os chimpanzés, os cetáceos e os humanos, criou um novo nível de consciência chamado "autoconsciência" ou mente consciente. Foi um passo muito importante em termos de desenvolvimento. A mente anterior, predominantemente subconsciente, é nosso "piloto automático"; já a mente consciente é nosso controle manual. Por exemplo: se uma bola é jogada em direção ao seu rosto, a mente consciente, mais lenta, pode não reagir em tempo de evitar a ameaça. Mas a mente inconsciente, capaz de processar cerca de 20 milhões de estímulos ambientais por segundo versus 40 estímulos interpretados pela mente consciente no mesmo segundo, nos fará piscar e nos desviar. A mente subconsciente, um dos processadores de informações mais poderosos de que se tem notícia até hoje, observa o mundo ao nosso redor e a consciência interna do corpo, interpreta os estímulos do ambiente e entra imediatamente em um processo de comportamento previamente adquirido (aprendido). Tudo isso sem ajuda ou supervisão da mente consciente. O subconsciente é um grande centro de dados e programas desprovido de emoção, cuja função é simplesmente ler os sinais do ambiente e seguir uma programação estabelecida sem nenhum tipo de questionamento ou julgamento prévio.





Lendo o Gênese – o primeiro livro da Bíblia - quando fala da criação, fico pensando como foi importante criar essa imagem do paraíso e criar o homem à imagem e semelhança de Deus, porque, não fossem assim, seria difícil ou quase impossível imaginar como Deus é?

Você tem razão. Como que as pessoas, no mundo antigo podiam imaginar Deus?

Não é difícil deduzir porque os povos da época acabaram por dar aos seus deuses certas formas, que brotavam de sua imaginação.

No Egito, por exemplo, esses deuses eram representados de diversas formas, como seres humanos, como animais e como animais e seres humanos ao mesmo tempo.

Como eles acreditavam que os deuses podiam se manifestar através de animais, com o tempo também passaram a adorar animais.

A deusa Isis, por exemplo, era representada em figura humana, Amon-Ra por um corpo humano e cabeça de animal, o crocodilo Suco representava um dos deuses, e assim por diante.

O homem da antiguidade não conseguia conceber um deus (um ser espiritual) que não coubesse na sua imaginação. Por isso criavam as imagens para representá-los.

Aliás, até hoje, no culto católico por exemplo, as imagens fazem parte dos rituais de adoração.

Por isso, naquela época, adorar animais ou imagens que representavam animais passou a fazer parte dos cultos e cerimoniais egípcios.

Contudo, durante o período em que os hebreus, povo de Abraão, permaneceu no Egito, muitos hebreus passaram a participar dos seus cultos.

Evidentemente, este foi um dos grandes problemas que Moisés teve de enfrentar para atender a um deus extremamente exigente e rigoroso.

Não foi por outra razão que, logo no início do Gênese (livro que foi escrito séculos depois de Moisés) , Deus aparece criando o homem à sua imagem e semelhança.

No capítulo 20 do Gênese, onde encontramos os dez mandamentos, logo de início Deus sinaliza: “Eu sou o senhor vosso Deus que vos tirou do Egito, da terra da servidão...”

E, em seguida Ele estabelece a seguinte proibição: ”Não terás outros deuses diante mim. Não farás para ti imagens de escultura do que está nos céus ou na terra, etc.” (E assim por diante)

Veja que o recado de Deus era direto, dirigido especialmente aos hebreus que ainda estavam envolvidos com os cultos egípcios.

E isso fica confirmado com a manifestação de ira do próprio Moises, quando desce do Monte Sinai com os mandamentos nas mãos e manda destruir o bezerro que estava sendo cultuado pelo povo...

Logo, essa afirmação de que Deus criou o homem “à sua imagem e semelhança” servia para reforçar a ideia de que o deus de Abraão nada tinha a ver com os deuses egípcios ou com deuses de outros povos daquela época.

No antigo testamento, Iavé ou Jeová é deus somente do povo de Israel, o povo que ele próprio escolheu com exclusão de todos os demais, e a quem prometera a Terra de Canaã.

A vinda de Jesus a esse povo foi providencial. Jesus não se prendia totalmente às exigências de Moises e estava pouco importando com a representação de Deus.

Como sentisse que seu povo via Deus sempre distante, que só podia ser atingido pelos rituais da religião, ele comparou Deus a um pai humano.

Essa comparação não se prendia a imagens, mas ao fato de que Deus estava ligado a nós pelo sentimento, como um pai em relação a seus filhos.

Deus era uma presença constante na vida de cada um. Isso fazia com que as pessoas tivessem acesso direto a Deus a qualquer momento, sem precisar de intermediários e nem de rituais.

Essa posição fica claro no Sermão da Montanha, quando Jesus se dirige ao povo para levar uma mensagem de reconforto e fé.

É nesse momento em que ele afirma que, para se falar com Deus, não é preciso nem mesmo sair de casa.

Quando quiserdes orar, entrai em vosso quarto, fechai a porta, e fazei vosso pedido em segredo ao Pai, e o Pai, que sabe o que se passa em segredo, vos atenderá”.

Nesse momento Jesus está dizendo que o Pai é sempre presente, embora não o vejamos.

Jesus ensina, então, que falar com Deus é falar de Espírito para Espírito, sem qualquer cerimonial. Não é preciso vê-lo para pedir, mesmo considerando que Ele está presente.

Veja que Jesus, referindo-se ao Pai, não fala em semelhança, nem em forma. Ele fala em sentimentos, pois só vamos sentir que estamos falando com Deus quando estivermos cultivando bons sentimentos e pudermos sentir Deus no coração.

Não há necessidade de imaginar como Deus é, se tem forma ou cor, mas sentir o seu Amor por meio da nossa prece.

Com certeza, Deus não é nada do que podemos imaginar, mas é tudo o que podemos sentir quando amamos de verdade.



Nenhum comentário:

Postar um comentário