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quinta-feira, 13 de junho de 2024

O PSIQUIATRA E A OBSESSÃO; EM BUSCA DA VERDADE COM O PROFESSOR

 Jorge Andreia, psiquiatra inscreveu seu nome na História do Espiritismo no Brasil pela sua contribuição no entendimento da doença mental sob a ótica da reencarnação. Autor de mais de uma dezena de obras, via nos mais de cem anos em que esteve encarnado, muitas delas se perderem por terem sido entregues a editoras sem vocação para o trabalho de publicação e preservação desses materiais. Muitas delas hoje são encontradas nos chamados “sebos” e, muito poucas nesse prodigioso sistema chamado GOOGLE. Para termos uma ideia da lucidez do pensamento do grande estudioso, reproduzimos a seguir uma de seus textos falando sobre o grave problema da perturbação espiritual. Diz ele: - A obsessão, como processo negativo, possui estruturação bem definida, obedecendo a intermináveis graduações, com específica localização nas raízes do psiquismo. Todos sofremos influência, porém daremos respaldo e sintonia com aqueles com quem nos afinizamos. Se nos encontramos em posição espiritual sadia, consequência de nossas sadias atitudes, teremos gratificações de equilíbrio e do discernimento. Se nossa posição se afasta das posições positivas, onde a ética praticamente prepondera, sofreremos as influências dos campos negativos e, o que é mais importante, na intensidade que nos afastamos do bem, pelas conotações das raízes pretéritas que traduzirão o grau de envolvimento. Consideremos também, as atitudes pessoais do indivíduo, o seu momento evolutivo e a sua escolha no jogo do livre-arbítrio. Desse modo anote-se a importância dos fatores do meio e a elaborações psíquicas de superfície (zona física), que são absorvidas e influenciam a própria organização. De tudo isso, podemos compreender, que o processo obsessivo exige tempo, a fim de que haja fixação das negatividades nas raízes do espírito daquele que no desenvolver das atitudespouco recomendáveis, abriu os campos da alma permitindo a sintonia. Sob as influências psíquicas negativas, alguns apresentam reações leves e de mais fácil remoção, outros tantos carregam por anos as suas inconsequências. Estes últimos somente diante das dores advindas do processo conseguem neutralizar, em tempo específico, as manifestações obsessivas. Os quadros de mais fácil remoção encontram suas raízes nas camadas periféricas do psiquismo; isto é, da faixa do períspirito até a zona do campo material geralmente são respostas reativas mais fracas, portanto, mais fracas foram as reações negativas. Os casos mais críticos, de duradouras reações e de difícil neutralização, permite asseverar que existem implantações negativas em plenas camadas espirituais, aquelas que são envolvidas pelo corpo ou campo mental, portanto, implantações nos alicerces do espírito. Implantações, habitualmente, representam muitos componentes sedimentados por várias reencarnações, isto é, ações maléficas foram desenvolvidas em várias vidas em muitas oportunidades, daí sua sedimentação nos arcanos da alma. Nesta conjuntura, é fácil avaliar que a implantação de um processo obsessivo será variável e proporcional a intensidade da ação. Quanto maior for o desenvolvimento de uma ação negativa de resposta refletida nas reações cármicas de toda ordem, tudo dentro de uma lei que se perde no infinito fenomênico de suas próprias reações. Por isso Kardec foi bem expressivo quando classificou as obsessões em três parâmetros: O primeiro, o mais leve, denominou obsessão simples, o segundo, como grau intermediário, a fascinação, e o mais avançado, subjugação ou possessão. Na obsessão simples, o indivíduo possui total capacidade de raciocínio, percebe as distonias, chega mesmo a classificar certas tendências como não sendo suas. Havendo interesse pessoal, ao lado de orientações e conselhos, o indivíduo reage com certa facilidade. O importante é que o agredido procure orientar-se dentro de uma ética sadia, onde o próprio comportamento possa refletir atos positivos na tela consciente. Nesta contingência a Doutrina Espírita torna-se valiosa por fornecer elementos que possibilitam conhecimento daquele que sofreu o pequeno desvio. Se as atitudes do ser passam a ser coerentes, ele mesmo consegue livrar-se das influências, e o que é mais importante, torna-se psicologicamente falando, mais maduro; é como se fosse vacinado pela distonia temporária. No segundo grau de obsessão, o processo de fascinação, apesar de o indivíduo raciocinar, ler e conhecer certas máximas qualitativas da vida, encontra-se com o bloco dos sentimentos fixados em determinadas ideias. O Ser somente enxerga o que lhe convém – a influência negativa em constante ação. Mesmo que possua alguns conhecimentos espiritistas ou mensagens de alerta, as suas ideias estão convergidas para uma única direção;esses indivíduos “flutuantes” jamais absorveram e muito menos procuram ter atitudes de vida coerente com a moral espírita, que é séria e sem pieguismos. Ficam flutuando na superficialidade, e somente enxergam as suas sugestões emocionais, que na maioria das vezes, não são próprias e sim absorvidas de sutis influências negativas. Todos os que carregam influências pretéritas e que não procuram corrigi-las, em útil movimentação de trabalho, podem ser colhidos nas malhas menos felizes das influenciações das irradiações espirituais em desalinho. Essas fixações se dariam na maioria das vezes por elogios desmedidos ou pela exaltação de conhecimentos inexistentes. Na absorção desses mananciais depreciativos haverá desencadeamento de autêntico processo de autofagia psicológica, pela sintonia com o elogio despropositado, ou pelas manifestações festivas de inexistentes valores, a fim de satisfazerem o próprio ego perante as efusões de mediocridade. Com isso os canais da alma ficam ligados às forças negativas e o envolvido passa a incorporar, definitivamente, a ideia ou grupo de ideias e a defendê-las, até com certa dose de insistência; essa condição pode dar nascimento às manifestações compulsivas, isto é, necessidade de realizar o impulso emocional em ação. Nesta segunda categoria colocamos, como típicas posições, o ciúme desmedido e o narcisismo. Este último campeia na nossa sociedade nas mais variadas manifestações, tanto no elemento masculino quanto feminino.

A gente ouve falar muito de curas milagrosas. Algumas igrejas fazem propaganda disso, dizendo que curam. Será que isso é verdade ou é apenas para aumentar seus rebanhos?

Do ponto de vista espírita, a chamada cura espiritual não só é possível, como ela pode ser mais frequente do que parece. Segundo o Espiritismo, como não somos apenas corpo, a nossa condição espiritual influi muito em nosso estado de saúde.

É claro que existe muita propaganda enganosa em torno disso, quando se trata apenas e tão somente de atrair adeptos ou aumentar o rebanho para entrar mais dinheiro. Mas, mesmo assim, a questão da cura espiritual ou do lado espiritual da cura está ligada às leis da natureza e ou às nossas disposições íntimas, uma vez que o corpo humano é dotado de recursos curativos.

O recolhimento espiritual e a oração favorecem o tratamento espiritual. Lembremos Jesus: “Se tiveres fé do tamanho de um grão de mostarda...” Por isso, um ambiente religioso (de qualquer religião, desde que voltada exclusivamente o bem) é mais propenso a ajudar as pessoas nesse sentido, mas isso não impede que uma cura se dê também em outro ambiente, como numa casa ou num hospital.

O Espiritismo vê com naturalidade essa questão e acredita no lado espiritual de qualquer processo de cura, mas não faz alarde disso, com considerando que o instrumento mais apropriado para o tratamento e cura dos doentes é a medicina.

Por outro lado, as faculdades espirituais de Jesus permitiam, muitas vezes, que ele intermediasse alguma cura, atribuindo a cura à fé do doente. Mas sua missão não era propriamente essa, mas, sim, a de levar a mensagem do evangelho à humanidade, visando à cura moral do ser humano.

As pesquisas científicas no campo da neurociência, que vem se desenvolvendo muito nos últimos anos, permitiram que conhecêssemos, pelo menos em parte, como essas curas podem ocorrer a partir da estimulação de certas funções cerebrais.

Essa estimulação são determinadas pela vontade do paciente, pela ação de seu pensamento, notadamente pela sua fé (daí a importância da fé), quase sempre contando com o auxílio de Espíritos protetores e amigos. Leia o capítulo “A fé remove montanhas” n’O EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO de Allan Kardec.

O que se sabe hoje é que os antigos estavam certos quando diziam que a mente comanda o corpo e, aqui para nós, esse comando ganha força especial quando confiamos em Deus e em nós mesmos. 


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