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terça-feira, 25 de junho de 2024

PROVA E EXPIAÇÃO; EM BUSCA DA VERDADE COM O PROFESSOR

 

A seção Questões e Problemas da REVISTA ESPÍRITA de setembro de 1863, ocupou--se em esclarecer dúvida levantada por pequeno grupo espírita da cidade francesa de Moullins, a respeito da diferença e em que Plano existencial ocorre a chamada expiação e a prova para o Espírito em processo de evolução. Respondendo-a, Allan Kardec escreveu: “A expiação implica necessariamente a ideia de um castigo mais ou menos penoso resultante de uma falta cometida; a prova implica sempre a de uma inferioridade real ou presumível, porque o que chegou ao ponto culminante a que aspira, não mais necessita de provas. Em certos casos, a prova se confunde com a expiação, isto é, a expiação pode servir de prova, e reciprocamente (...). Como todo efeito tem uma causa, as misérias humanas são efeitos que devem ter a sua; se esta não estiver na vida atual, deve estar numa vida anterior. Além disso, admitindo a Justiça de Deus, tais efeitos devem ter uma relação mais ou menos íntima com os atos precedentes, dos quais são, ao mesmo tempo, castigo para o passado e prova para o futuro. São expiações no sentido de que são consequência de uma falta e provas em relação ao proveito delas tirado. Diz-nos a razão que Deus não pode ferir um inocente. Assim, se formos feridos e se não somos inocentes: o mal que sentimos é o castigo, a maneira por que o suportamos é a prova. Mas acontece, por vezes, que a falta não se acha nesta vida. Então acusa-se a Justiça de Deus, nega-se a sua bondade, duvida-se, até, de sua existência. Aí, precisamente, está a prova mais escabrosa: a dúvida sobre a Divindade. Quem quer que admita um Deus soberanamente justo e bom deve dizer que só agirá com sabedoria, mesmo naquilo que não compreendemos; e que se sofremos uma pena, é porque o merecemos; é, pois, uma expiação. Pela grande Lei da Pluralidade das Existências, o Espiritismo levanta completamente o véu sob o qual esta questão deixava obscuridade. Ele nos ensina que se falta não tiver sido cometida nesta vida, tê-lo-á sido em outra; e, assim, a Justiça de Deus segue seu curso, punindo-nos por onde havíamos errado. Vem a seguir a grave questão do esquecimento que, segundo nosso correspondente, tira aos males da vida o caráter de expiação. É um erro. Dai-lhe o nome que quiserdes: não fareis que não sejam a consequência de uma falta (...). A lembrança precisa dessas faltas teria inconvenientes extremamente graves, por isso que nos perturbaria, nos humilharia aos nossos próprios olhos e aos do próximo; trariam uma perturbação nas relações sociais e, por isto mesmo, travaria nosso livre-arbítrio. Por outro lado, o esquecimento não é tão absoluto quanto o supõem. Ele só se dá na vida exterior de relação (...). Tanto na erraticidade, quanto nos momentos de emancipação, o Espírito se lembra perfeitamente e essa lembrança lhe deixa uma intuição que se traduz na voz da consciência, que o adverte do que deve, ou não deve, fazer. Se não a escuta, então é culpa sua (...). Das tribulações que suporta, das expiações e provas deve concluir que foi culpado; da natureza dessas tribulações, ajudado pelo estudo de suas tendências instintivas, apoiando-se no princípio que a mais justa punição é a consequência da falta, pode deduzir seu passado moral. Suas tendências más lhe ensinam o que resta de imperfeito a corrigir em si. A vida atual é para ele um novo ponto de partida: aí chega rico ou pobre de boas qualidades; basta-lhe, pois, estudar-se a si mesmo para ver o que lhe falta dizer: “Se sou punido, é porque errei”. E a mesma punição lhe dirá o que fez (...). É erro pensar que o caráter essencial da expiação seja o de ser imposta. Vemos diariamente na vida expiações voluntárias, sem falar dos monges que se maceram e se fustigam com a disciplina e o cilício. Assim, nada há de irracional em admitir que um Espírito, na Erraticidade, escolha ou solicite uma existência terrena que o leve a reparar seus erros passados (...). As misérias daqui são, pois, expiação, por seu lado efetivo e material, e provas, por suas consequências morais. Seja qual for o nome que se lhes dê, o resultado deve ser o mesmo: o aperfeiçoamento”.



Sempre fui muito apegada a minha mãe e ela a mim até adolescência, quando ela faleceu. Hoje, passados mais de 30 anos, eu sinto que ela me ajuda, quando estou com um problema e penso nela. Hoje sou uma pessoa adulta, mais velha do que minha mãe quando ela ainda estava aqui. Então, pergunto: como será que minha mãe me vê hoje como adulta, e como ela cuida de mim”?

Mãe é sempre um anjo em nossa vida, aqui e no além, até porque os laços de afeto que une mãe e filhos são profundos e duradouros. A questão é saber se sua mãe ainda está no mundo espiritual ou se está reencarnada.

Na verdade, todos nós, além dos protetores espirituais, sempre contamos com o apoio e o auxílio de Espíritos amigos e, como você sabe, em questão de proteção mãe é sempre mãe. Quem tem uma mãe na espiritualidade, certamente conta com ela.

Os Espíritos não podem tudo. Assim como nós temos as nossas limitações na Terra, eles também têm suas limitações no plano espiritual, dependendo do nível de evolução que alcançaram. Mesmo assim, é possível contar com eles, quando lhes aparece a oportunidade de nos ajudar.

Um exemplo de proteção de mãe vamos encontrar na obra NOSSO LAR de André Luiz. Felizmente, para ele, sua mãe – ao contrário de seu pai – era um Espírito bom e esclarecido que, no mundo espiritual, já havia alcançado um desenvolvimento apreciável em termos de virtudes morais.

André Luiz, como você deve saber, foi um médico que atuou no Rio de Janeiro, no início do século passado. Embora fosse um bom profissional, ele não se preocupou em se harmonizar com a própria consciência para evitar o mal e fazer o bem que podia, de modo que teve muitos problemas dentro e fora do lar.

Quando desencarnou, para sua surpresa (visto que não acreditava na vida espiritual) ele se encontrou numa região de Espíritos em situação semelhante a dele, enfrentando conflitos com a própria consciência – região essa que ele denominou de umbral.

Algum tempo nessas condições desfavoráveis (anos se passaram), eis que chega um momento em que é resgatado por Espíritos bondosos que o levam para ser atendido na colônia Nosso Lar. Mais tarde ele vai saber que conseguiu isso graças à intervenção oculta daquele que foi sua mãe na Terra que, como Espírito, morava num plano mais elevado.

Na obra NOSSO LAR – e também no filme – depois de muita insistência, ele acaba se encontrando com sua mãe, que precisou descer de um plano superior e materializar-se naquela colônia para poder ter um contato direto com ele. Foi aí que André Luiz soube avaliar os apreciáveis méritos de sua mãe, de quem vinha recebendo proteção sem o saber.

Desse modo, cara ouvinte – seja neste plano de vida ou no mundo espiritual – sempre que possível, podemos contar com a ajuda de nossas mães, que continuam sendo mães do coração, até porque esses laços que se criam numa encarnação permanecem vibrando de amor, mesmo depois que nos separamos momentaneamente.

Todavia, mesmo que sua mãe esteja encarnada, é bem possível que ela tenha providenciado o auxílio de mais alguém para ajudá-la - seja encarnado, seja desencarnado – e, mesmo assim, é possível que você perceba pelos sentidos espirituais a sua proximidade nos momentos difíceis.

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