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quinta-feira, 20 de junho de 2024

SEXO ALEM DA MORTE; EM BUSCA DA VERDADE COM O PROFESSOR

 “...seu filho anda partido em dois, tamanho é o meu anseio de realizar-me na condição de homem(...). Muitos rapazes se desligam facilmente desses anseios. Tenho visto centenas que me participam estarem transfigurados pela religião e outros adotam exercícios de ioga com o objetivo de cortarem essas raízes da mocidade com o mundo(...).Meu tio Ivo fala em amor entre jovens apenas usufruindo o magnetismo das mãos dadas, e até já experimentei, mas a pequena não apresentava energias que atraíssem para longos diálogos sobre as maravilhas da vida por aqui. Fiz força e ela também; no entanto, nos separamos espontaneamente, porque não nos alimentávamos espiritualmente um ao outro. Creio que meu caso é uma provação que apenas vencerei com o apoio do tempo(...). Dizem por aqui que os pares certos trocam emoções criativas e maravilhosas no simples toque de mãos; no entanto, estou esperando o milagre”. O desabafo foi feito por Ivo Barros Correia Menezes à mãe, em carta psicografada por Chico Xavier, seis anos após seu desencarne aos 18 de idade, quando o veículo em que se encontrava com amigos foi colhido por ônibus cujo motorista ultrapassou o sinal vermelho. Embora o sexo além da morte não tenha sido objeto de mais aprofundados estudos por Allan Kardec, os Espíritos que auxiliaram no cumprimento do programa desenvolvido através do médium de Pedro Leopoldo, deixaram importantes subsídios para nossas reflexões. André Luiz, por exemplo, acompanhando a benfeitora Narcisa num atendimento num dos pavilhões em que começava a servir na colônia descrita em NOSSO LAR (feb), atraído por gritaria próxima, foi contido por ela, no instintivo movimento de aproximação, ouvindo dela: “- Não prossiga, localizam-se ali os desequilibrados do sexo. O quadro seria extremamente doloroso para seus olhos”. MISSIONÁRIOS DA LUZ (feb), expõem situação verificada com Marcondes que “no desdobramento natural do sono físico deveria estar em palestra proferida durante a madrugada pelo Instrutor Alexandre, em instituição localizada na Crosta e que é localizado em seu quarto de dormir, parcialmente desligado do corpo que descansava com bonita aparência, sob as colchas rendadas (...), revelando posição de relaxamento, característica dos viciados do ópio, tendo a seu lado, três entidades femininas” - definidas por André como da pior espécie de quantas já tinha visto nas regiões das sombras -, em atitude menos edificante, atraídas, segundo disseram pelos pensamentos curtidos pelo encarnado no dia anterior”. O caso de Odila apresentado no ENTRE A TERRA E O CÉU (feb), mostra a situação de mulher desencarnada, evidenciando no corpo espiritual, o centro genésico plenamente descontrolado, não querendo senão o marido, em vista do apego enlouquecedor aos vínculos do sexo, que a paixão nada faz senão desvirtuar”. Segundo análise do Instrutor Clarêncio, embora “possua admiráveis qualidades morais, jazem eclipsadas. Desencarnou em largo vigor de seu idealismo, sem uma fé religiosa capaz de reeducar lhe os impulsos, justificando-se desse modo a superexcitação em que se encontra”. Calderaro, o Benfeitor apresentado em NO MUNDO MAIOR (feb), explica que “a sede do sexo não se acha no corpo grosseiro, mas na alma, em sua sublime organização”. Na mesma obra, acompanhando tarefa socorrista efetuada em recinto reservado de um clube de dança, André observa: “-Algumas dezenas de pares encarnados dançavam, tendo as mentes absorvidas nas baixas vibrações que a atmosfera vigorosamente insuflava. Indefinível e dilacerante impressão dominou-me o Ser. Não provinha da estranheza que a indiferença dos cavalheiros e a leviandade das mulheres me provocaram; o que me enchia de assombro era o quadro que eles não vinham. A multidão de entidades conturbadas e viciosas que aí se movia era enorme. Os dançarinos não bailavam sós, mas, inconscientemente, correspondiam, no ritmo açodado da música inferior, a ridículos gestos dos companheiros irresponsáveis que lhes eram invisíveis”. Comentando a cena, o Orientador diz: “- Observamos, neste recinto, homens e mulheres dotados de alto raciocínio, mas assumindo atitudes de que muitos símios talvez se pejassem(...). Muitos deles são profundamente infelizes, precisando de nossa ajuda e compaixão. Procuram sufocar no vinho ou nos prazeres certas noções de responsabilidade que não logram esquecer”. Finalizando, porém, destacamos um que de certo modo surpreende por sua peculiaridade. Provém do E A VIDA CONTINUA (feb), envolvendo Ernesto Fantini que, vários meses após ter desencarnado, ansioso, retorna ao lar que fora dele defrontando-se com um quadro que jamais poderia imaginar. Conta: “-Elisa – a esposa -, descansava... O corpo magro, o rosto mais profusamente vincado de rugas e os cabelos mais grisalhos. No entanto, junto dela, estirava-se um homem desencarnado”. Tratava-se de colega de infância, cuja amizade conservara adulto e que, embora também casado, pressentia nutrir atração anormal por sua esposa, a qual, a compartilhava. Anos antes, acreditava ter eliminado o rival numa caçada – na verdade atingido por tiro fatal desferido por outro – e, desligado compulsoriamente do corpo, passou a viver a partir de então na casa e na cama com a pretendida que o percebia pela ignorada mediunidade, ao longo do anos que se seguiram até aquele momento de reencontro”.


Se há uma coisa que rejeito e não quero ouvir falar é sobre a morte. Ora, a vida já é tão difícil e para vivê-las temos que ser alegres e felizes. Mas o Espiritismo fala muito em morte e quando ouço isso fico deprimida. Não teria outro caminho para falar sobre as coisas de Deus?

Há dois aspectos nesta questão. O primeiro é referente ao sentimento que você alimenta em relação à vida.

A vida na Terra é uma dádiva de Deus, que devemos tratar com todo cuidado e reverência.

Devemos amar a vida, independente do que nos aconteça. Para o espírito – que antecede e sucede esta vida – ela é uma oportunidade de aprendizado e de aperfeiçoamento.

Não importa quanto tempo o Espírito permaneça aqui: um ano, quinze, vinte ou 80 anos. Cada vida tem o seu significado e o seu próprio aproveitamento.

E, pelo fato de amarmos a vida, sempre devemos alimentar otimismo quanto ao futuro, cultivando e espalhando alegria por onde passamos.

O outro aspecto, no entanto, é a morte que, queiramos ou não, faz parte de nossa experiência como Espíritos em evolução, que passamos muitas vezes por este mundo.

Não devemos fingir que a vida terrena é eterna. Por isso temos que viver com amor e intensidade, cultivando valores que nos dignificam o espírito, fazendo com que nos amemos a nós mesmos e ao próximo.

No entanto, caro ouvinte, não devemos alimentar a ilusão de que estaremos sempre aqui, pois, assim como começou, um dia a vida vai terminar.

O problema é que o ser humano, através dos tempos, vem alimentando um significado terrível para a morte, como se ela fosse a aniquilação total do ser.

Não é, nem tampouco a morte é essa coisa tenebrosa que as histórias costumam nos apresentar, rodeada de fantasmas e assombrações.

A literatura e o cinema exploram a morte com filmes de medo e terror, com ideias diabólicas de ódio e destruição, com o que o Espiritismo não concorda, pois ela só servem para estimular a insegurança o medo diante da vida.

O Espiritismo não vê assim, é claro. Para a Doutrina Espírita a morte, que pode nos ocorrer em qualquer momento, é simplesmente um fenômeno de passagem, do mundo material para o mundo espiritual.

Enquanto muitos, aqui na Terra, lamentam e amaldiçoam a morte, os Espíritos familiares e amigos, do outro lado da vida, aguardam ansiosos a chegada dos que lhes são caros.

Desse modo, com uma ideia elevada e sublime da vida espiritual, que o Espiritismo nos dá, podemos aceitar a morte de um ente querido com naturalidade, mesmo passando a sofrer a dor da saudade.

Por isso, ouvir falar sobre morte e conviver com esse elevado conceito de espiritualidade não nos deixa temerosos ou deprimidos, mas nos ensina a encarar esse fato com serenidade e fé em Deus, como quem se despede de um ente querido que vai fazer uma grande viagem.

Essa postura espírita nos dá mais segurança na vida e evita que sejamos surpreendidos no meio do caminho por algo que nos pareça tenebroso e destruidor, capaz de nos levar à revolta ou ao desespero.


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