faça sua pesquisa

quarta-feira, 31 de julho de 2024

PORQUE E COMO É POSSÍVEL; EM BUSCA DA VERDADE COM O PROFESSOR

 A chamada Codificação do Espiritismo teve obviamente em Allan Kardec seu grande responsável, razão pela qual, segundo o Espírito Irmão X na mensagem KARDEC E NAPOLEÃO psicografada pelo médium Chico Xavier e apresentada no livro CARTAS E CRONICAS (feb) renasceu na cidade de Lião, França, no dia 3 de outubro de 1803, Denizard Hipollite Léon Rivail. Muitos seguidores de suas ideias o municiaram de informações de fenômenos que testemunhavam em várias partes da Europa e algumas cidades do norte da África. Os próprios Espíritos Superiores que nos bastidores da invisibilidade davam sinais dessa atuação em grupos que foram surgindo antes mesmo do lançamento da primeira versão d’ O LIVRO DOS ESPÍRITOS, em 1857. E o faziam através de médiuns pouco letrados, o que servia de confirmação da autenticidade do fenômeno. No número de julho de 1863, da REVISTA ESPÍRITA, uma mensagem de Santo Agostinho serve de exemplo. Foi recebida na cidade de Sétif, na Argélia, e enviada por um membro da Sociedade Espírita de Paris chamado Sr Dumas, que explicou ter sido psicografada por um médium totalmente iletrado acrescentando que o sensitivo não conhecia o sentido da maioria das palavras e nos transmitindo o nome de dez pessoas notáveis que assistiram à sessão, o que mereceu de Allan Kardec o seguinte comentário –“Os médiuns iletrados, que recebem comunicações acima de seu alcance intelectual, são muito numerosos. Acabam de mostrar-nos uma página verdadeiramente admirável, obtida em Lyon por uma senhora que não sabe ler nem escrever e não conhece uma palavra do que escreve; seu marido, que quase não sabe mais que ela, o decifra por intuição durante a sessão, mas no dia seguinte isto lhe é impossível. As pessoas a lêem sem muita dificuldade. Não está aí a aplicação destas palavras do Cristo: “Vossas mulheres e vossas filhas profetizarão e farão prodígios?” Não é um prodígio escrever, pintar, desenhar, fazer música e poesia quando não se o sabe? Pedis sinais materiais: Ei-los. Dirão os incrédulos que é efeito da imaginação? Se assim fosse, seria preciso convir que tais pessoas têm a imaginação na mão, e não no cérebro. Ainda uma vez, uma teoria não é boa senão quando consegue explicar todos os fatos. Se um único fato vem contrariá-la, é que é falsa ou incompleta”. Explicando a razão de comunicações espirituais de conteúdo elevado ser recebida por médiuns de conduta discutível, Santo Agostinho, entre outras coisas diz: -“ Muitas vezes vos admirais ao ver faculdades mediúnicas, sejam físicas ou morais, que, em vossa opinião deveriam ser prova de mérito pessoal, em pessoas que, por seu caráter moral, estão colocadas abaixo de semelhante favor. Isto se prende à falsa ideia que fazeis das leis que regem tais coisas, e que quereis considerar como invariáveis. O que é invariável é o objetivo; os meios variam ao infinito, a fim de ser respeitada a vossa liberdade. (...). Deus emprega as faculdades e as paixões de cada um, e as utiliza em suas respectivas esferas, fazendo sair o bem do próprio mal. Os atos do homem, que vos parecem tão importantes, para ele nada são; aos seus olhos, é a intenção que faz o mérito ou o demérito”. Contudo adverte: -“Observai e estudai cuidadosamente as comunicações que recebeis; aceitai o que a vossa razão não rejeitar; repeli o que a choca; pedi esclarecimentos sobre as que vos deixam na dúvida”.

Se o Espírito reencarna para morrer vítima de um terremoto, porque ele praticou algum mal no passado, ele se sente redimido do seu pecado só porque morreu no acidente ou ele ainda tem de voltar para pagar o prejuízo que causou?


Antes de tudo, convém fazer um reparo. Embora nessas mortes coletivas estejam Espíritos que, no passado, praticaram juntos atos de violência, isso não quer dizer que todos, que pereceram ali, estejam absolutamente na mesma situação. Em meio à multidão, pega de surpresa, pode haver Espíritos que estejam ali por outros motivos.


Voltando à sua pergunta, queremos dizer que, quando falamos em reencarnação, muitos pensam assim: “na próxima encarnação, eu quero nascer rico e sem problemas, para gozar minha vida”. Estão enganados. Quando o Espírito desencarna e toma consciência do mal que fez ou do bem que deixou de fazer, ele passa a pensar diferente. O arrependimento e o remorso são sentimentos tão perturbadores, que podem levá-lo a tomar decisões aparentemente absurdas.


A dor do remorso, por exemplo, leva o Espírito a se rebelar contra si mesmo, a querer se punir, para sofrer aquilo que ele fez sofrer, para sentir as mesmas dores ou o mesmo constrangimento que fez o outro passar. Nesse caso, ele pode escolher uma vida difícil e, mais do que isso, uma morte trágica e sofrida, como no caso do terremoto ou de outro desastre natural qualquer.


Será que essa decisão foi acertada? Não sabemos dizer. Sabemos, no entanto, que nem todos os Espíritos, que cometeram atrocidades, passam pela mesma situação, até porque alguns preferem resolver seu problema de outro modo. Há os que decidem se conciliar com a própria consciência, vivendo uma vida inteiramente dedicada ao próximo ou a uma causa humanitária qualquer. Esses, naturalmente, estão numa situação espiritual melhor e, dando sua vida à causa nobre, vão resgatando a sua paz de consciência e, ao mesmo tempo, devolvendo à sociedade o que dela tirou.


A Doutrina Espírita considera que uma dívida moral só é totalmente paga, quando – além do arrependimento – devolvemos às nossas vítimas aquilo que delas tiramos. Logo, há duas fases na regeneração do Espírito: a fase do arrependimento e a fase da reparação. O arrependimento implica no desenvolvimento da responsabilidade. Ele pode dar-se até mesmo nesta vida, ou na outra. Mas a reparação –que é a devolução do bem ou o pagamento da dívida propriamente dito – acontece em encarnação futura. Logo, só o arrependimento não basta para redimir o Espírito.


Quanto à sua pergunta, ter de voltar para pagar a dívida, depende das características de cada caso, de cada pessoa. O que deve ficar bem claro, com relação ao pagamento de débitos morais, é que isso só vai realmente acontecer, quando o Espírito se sentir completamente quites com as suas vítimas, encontrando a completa paz de consciência.



terça-feira, 30 de julho de 2024

O PSIQUIATRA E A OBSESSÃO; EM BUSCA DA VERDADE COM O PROFESSOR

 

Jorge Andreia, psiquiatra inscreveu seu nome na História do Espiritismo no Brasil pela sua contribuição no entendimento da doença mental sob a ótica da reencarnação. Autor de mais de uma dezena de obras, via nos mais de cem anos em que esteve encarnado, muitas delas se perderem por terem sido entregues a editoras sem vocação para o trabalho de publicação e preservação desses materiais. Muitas delas hoje são encontradas nos chamados “sebos” e, muito poucas nesse prodigioso sistema chamado GOOGLE. Para termos uma ideia da lucidez do pensamento do grande estudioso, reproduzimos a seguir uma de seus textos falando sobre o grave problema da perturbação espiritual. Diz ele: - A obsessão, como processo negativo, possui estruturação bem definida, obedecendo a intermináveis graduações, com específica localização nas raízes do psiquismo. Todos sofremos influência, porém daremos respaldo e sintonia com aqueles com quem nos afinizamos. Se nos encontramos em posição espiritual sadia, consequência de nossas sadias atitudes, teremos gratificações de equilíbrio e do discernimento. Se nossa posição se afasta das posições positivas, onde a ética praticamente prepondera, sofreremos as influências dos campos negativos e, o que é mais importante, na intensidade que nos afastamos do bem, pelas conotações das raízes pretéritas que traduzirão o grau de envolvimento. Consideremos também, as atitudes pessoais do indivíduo, o seu momento evolutivo e a sua escolha no jogo do livre-arbítrio. Desse modo anote-se a importância dos fatores do meio e a elaborações psíquicas de superfície (zona física), que são absorvidas e influenciam a própria organização. De tudo isso, podemos compreender, que o processo obsessivo exige tempo, a fim de que haja fixação das negatividades nas raízes do espírito daquele que no desenvolver das atitudes

pouco recomendáveis, abriu os campos da alma permitindo a sintonia. Sob as influências psíquicas negativas, alguns

apresentam reações leves e de mais fácil remoção, outros tantos carregam por anos as suas inconsequências. Estes últimos somente diante das dores advindas do processo conseguem neutralizar, em tempo específico, as manifestações obsessivas. Os quadros de mais fácil remoção encontram suas raízes nas camadas periféricas do psiquismo; isto é, da faixa do períspirito até a zona do campo material geralmente são respostas reativas mais fracas, portanto, mais fracas foram as reações negativas. Os casos mais críticos, de duradouras reações e de difícil neutralização, permite asseverar que existem implantações negativas em plenas camadas espirituais, aquelas que são envolvidas pelo corpo ou campo mental, portanto, implantações nos alicerces do espírito. Implantações, habitualmente, representam muitos componentes sedimentados por várias reencarnações, isto é, ações maléficas foram desenvolvidas em várias vidas em muitas oportunidades, daí sua sedimentação nos arcanos da alma. Nesta conjuntura, é fácil avaliar que a implantação de um processo obsessivo será variável e proporcional a intensidade da ação. Quanto maior for o desenvolvimento de uma ação negativa de resposta refletida nas reações cármicas de toda ordem, tudo dentro de uma lei que se perde no infinito fenomênico de suas próprias reações. Por isso Kardec foi bem expressivo quando classificou as obsessões em três parâmetros: O primeiro, o mais leve, denominou obsessão simples, o segundo, como grau intermediário, a fascinação, e o mais avançado, subjugação ou possessão. Na obsessão simples, o indivíduo possui total capacidade de raciocínio, percebe as distonias, chega mesmo a classificar certas tendências como não sendo suas. Havendo interesse pessoal, ao lado de orientações e conselhos, o indivíduo reage com certa facilidade. O importante é que o agredido procure orientar-se dentro de uma ética sadia, onde o próprio comportamento possa refletir atos positivos na tela consciente. Nesta contingência a Doutrina Espírita torna-se valiosa por fornecer elementos que possibilitam conhecimento daquele que sofreu o pequeno desvio. Se as atitudes do ser passam a ser coerentes, ele mesmo consegue livrar-se das influências, e o que é mais importante, torna-se psicologicamente falando, mais maduro; é como se fosse vacinado pela distonia temporária. No segundo grau de obsessão, o processo de fascinação, apesar de o indivíduo raciocinar, ler e conhecer certas máximas qualitativas da vida, encontra-se com o bloco dos sentimentos fixados em determinadas ideias. O Ser somente enxerga o que lhe convém – a influência negativa em constante ação. Mesmo que possua alguns conhecimentos espiritistas ou mensagens de alerta, as suas ideias estão convergidas para uma única direção;

esses indivíduos “flutuantes” jamais absorveram e muito menos procuram ter atitudes de vida coerente com a moral espírita, que é séria e sem pieguismos. Ficam flutuando na superficialidade, e somente enxergam as suas sugestões emocionais, que na maioria das vezes, não são próprias e sim absorvidas de sutis influências negativas. Todos os que carregam influências pretéritas e que não procuram corrigi-las, em útil movimentação de trabalho, podem ser colhidos nas malhas menos felizes das influenciações das irradiações espirituais em desalinho. Essas fixações se dariam na maioria das vezes por elogios desmedidos ou pela exaltação de conhecimentos inexistentes. Na absorção desses mananciais depreciativos haverá desencadeamento de autêntico processo de autofagia psicológica, pela sintonia com o elogio despropositado, ou pelas manifestações festivas de inexistentes valores, a fim de satisfazerem o próprio ego perante as efusões de mediocridade. Com isso os canais da alma ficam ligados às forças negativas e o envolvido passa a incorporar, definitivamente, a ideia ou grupo de ideias e a defendê-las, até com certa dose de insistência; essa condição pode dar nascimento às manifestações compulsivas, isto é, necessidade de realizar o impulso emocional em ação. Nesta segunda categoria colocamos, como típicas posições, o ciúme desmedido e o narcisismo. Este último campeia na nossa sociedade nas mais variadas manifestações, tanto no elemento masculino quanto feminino.

Gostaria de ouvir a opinião de vocês sobre o caso do menino, vítima de um culto de magia, que introduziu muitas agulhas no seu corpo. (João Caetano)


Um ato reprovável, sem dúvida; do ponto de vista legal, um crime. Nenhuma pessoa, no pleno exercício de sua consciência moral, poderia admitir uma coisa dessas nos dias de hoje, nem em ser humano e nem mesmo em animais. Até que se pode entender que no passado muito distante, o homem, atemorizado diante da ira de seus deuses, oferecesse sacrifícios humanos pensando estar salvando toda uma comunidade . Mas isso é coisa de um passado remoto.


Infelizmente, ainda existem mentalidades bastante atrasadas, criando verdadeiros bolsões de ignorância, talvez por abandono da própria sociedade. Alguns são Espíritos primitivos facilmente influenciáveis por crenças que já não são de nosso tempo; outros porque são portadores de doenças mentais – no caso, psicopatas, que podem perpetrar um crime de tamanha gravidade. A magia decorre de uma crença muito antiga em fenômenos inexplicáveis e misteriosos, que pode levar pessoas, pouco informadas ou má conduzidas – ou, ainda, mal intencionadas - a práticas criminosas.


É por isso que a Doutrina Espírita, cujos princípios morais são os mesmos ensinados por Jesus, se propõe a mostrar ao homem que Deus é amor e que, somente através da prática do bem, podemos conquistar a felicidade que almejamos. Nada justifica o sacrifício humano. A vida deve ser considerada o maior valor de nossa existência neste mundo. Cabe a todos nós preservá-la e defendê-la, desde a concepção no ventre materno até o instante final que assinala o termo desta vida.








segunda-feira, 29 de julho de 2024

PRECE ADIANTA ALGUMA COISA; EM BUSCA DA VERDADE COM O PROFESSOR

 - “Cada um é livre para encarar as coisas à sua maneira, e nós, que reclamamos essa liberdade para nós, não podemos recusá-la aos outros. Mas, do fato de que uma opinião seja livre, não se segue que não se possa discuti-la, examinar seu aspecto forte e o fraco, pesar-lhe as vantagens ou os inconvenientes”. O racional e lógico argumento é utilizado por Allan Kardec em artigo escrito para a edição de janeiro de 1866 da REVISTA ESPÍRITA posicionando-se sobre movimento que defendia a inutilidade da prece considerada por eles prática supersticiosa e ato de fingida devoção incompatível com o Espiritismo que, ciência puramente filosófica, não deveria ter qualquer caráter religioso; que estando todos os seres submetidos a Leis Eternas estabelecidas por Deus seria inútil orar, pedindo ou agradecendo um favor especial; bem como orar pelos Espíritos cuja sorte está traçada, não se podendo mudar a ordem natural das coisas. Das considerações de Allan Kardec destacamos algumas, bastante atuais sobre o tema: 1- Se o Espiritismo proclama sua a utilidade, não é por espírito de sistema, mas porque a observação permitiu constatar-lhe a eficácia e o modo de ação. Desde que, pelas leis fluídicas, compreendemos o poder do pensamento, compreendemos também o da prece, que é, ela mesma, um pensamento dirigido para um objetivo determinado. Para algumas pessoas, a palavra prece não revela senão uma ideia de pedido; é um grave erro. 2- Com relação à Divindade é um ato de adoração, de humildade e de submissão ao qual não se pode recusar sem desconhecer o poder e a bondade do Criador. Negar a prece a Deus é reconhecer Deus como um fato, mas é recusar prestar-lhe homenagem; está ainda aí uma revolta do orgulho humano. 3- Com relação aos Espíritos, que não são outros senão as almas de nossos irmãos, a prece é uma identificação de pensamentos, um testemunho de simpatia; repeli-la, é repelir a lembrança dos seres que nos são caros, porque essa lembrança simpática e benevolente é em si mesma uma prece. Aliás, sabe-se que aqueles que sofrem a reclamam com instância como um alívio às suas penas; se a pedem, é, pois, que delatem necessidade; recusá-la é recusar o copo d'água ao infeliz que tem sede 4- Além da ação puramente moral, o Espiritismo nos mostra, na prece, um efeito de alguma sorte material, resultante da transmissão fluídica. Sua eficácia, em certas doenças, está constatada pela experiência, como é demonstrada pela teoria. Rejeitar a prece é, pois, privar-se de um poderoso auxiliar para o alívio dos males corpóreos. 5- A prece é, pois, uma necessidade universal, independente das seitas e das nacionalidades. Depois da prece, estando-se fraco, sente-se mais forte; estando-se triste, sente-se consolado; tirar a prece é privar o homem de seu mais poderoso sustento moral na adversidade. Pela prece ele eleva sua alma, entra em comunhão com Deus, se identifica com o mundo espiritual, desmaterializa-se, condição essencial de sua felicidade futura; sem a prece, seus pensamentos ficam sobre a Terra, se prendem cada vez mais às coisas materiais; daí um atraso em seu adiantamento. 6- a principal autoridade da Doutrina é que não há um único de seus princípios que seja o produto de uma ideia preconcebida ou de uma opinião pessoal; todos, sem exceção, são o resultado da observação dos fatos; foi unicamente pelos fatos que o Espiritismo chegou a conhecer a situação e as atribuições dos Espíritos, assim como as leis, ou melhor uma parte das leis que regem suas relações com o mundo invisível; este é um ponto capital. 7- O Espiritismo partilhado em dez, em vinte seitas, aquela que tiver a supremacia e mais vitalidade será naturalmente a que dará maior soma de satisfações morais, que encherá o maior número de vazios da alma, que será fundada sobre as provas mais positivas, e que melhor se colocará ao uníssono com a opinião geral.

Por que alguns Espíritos, quando se comunicam no centro, parece que ainda estão no seu corpo, sofrendo a situação que os levou à morte, agindo como se ainda estivessem encarnados?


Essa situação é até comum. Em geral, ela ocorre com Espíritos ainda muito presos à matéria; ou seja, aquelas pessoas que não conseguiram desenvolver valores espirituais e que se fecharam à ação de seus protetores. A morte, quase sempre, é um trauma para o Espírito – e para essas pessoas, mais ainda - devido à mudança que provoca, principalmente quando a morte se dá de maneira brusca, inesperada, como no caso de acidentes ou mesmo numa morte repentina.


Assim, é comum haver comunicação de Espíritos que ainda estão experimentando as emoções dos últimos momentos de sua vida, momentos sofridos, que ficam gravados mais fundo em sua memória. Como todos têm medo da morte, é natural que inconscientemente esses Espíritos resistam à idéia de desencarnar, e essa negação faz com que se agarrem aos momentos finais da existência terrena, como tábua de salvação. O medo da morte leva-os a prolongarem as sensações mais desconfortáveis. Para alguns, superar esse momento é muito complicado; para outros, basta uma presença de um familiar desencarnado ou de um amigo espiritual.


Entretanto, as pessoas mais espiritualizadas conseguem vencer com relativa facilidade os obstáculos dessa passagem, até porque, devido às suas vibrações mentais, estão mais próximas de Espíritos amigos ou familiares, que vêm ao seu encontro, ajudando-as a aceitar a grande mudança e a tomar consciência de que devem iniciar uma nova vida. Daí a importância de vivermos uma vida voltada para o seu sentido mais elevado, cultivando valores do espírito, agindo com responsabilidade, procurando ser útil ao semelhante, confiando em si mesmo e, sobretudo, em Deus. Quem vive uma vida reta e elevada cria em torno de si uma psicosfera luminosa.


Contudo, o desenvolvimento da religiosidade numa pessoa não quer dizer, necessariamente, que ela precise ter uma religião, mas, sim, que ela alimente um espírito solidário em relação àqueles que a cercam, que tenha uma participação positiva no meio em que vive – seja no âmbito da família ou da sociedade. Aqueles que só pensam em si mesmos, que nada fazem pelos outros, que só buscam as próprias vantagens – principalmente, vantagens de ordem material, em prejuízo do semelhante – estão mais sujeitos a situações traumáticas depois da morte, e por culpa deles mesmos.



domingo, 28 de julho de 2024

ESCOLHA DAS PROVAS; EM BUSCA DA VERDADE COM O PROFESSOR

 Apresentando uma visão racional da reencarnação que resgata das sombras do passado que a encobriram por questões político-religiosas no lado Ocidental da Terra, o Espiritismo, além de oferecer esclarecimentos lógicos para, ao menos como hipótese -, refletirmos a respeito das contradições do tumultuado momento vivido pela Humanidade que evolui neste Planeta. Vincula seu mecanismo à uma Lei: a de Causa e Efeito. Seu conceito amplia-se com a evolução da Individualidade que tendo iniciado sua caminhada na direção do progresso simples e ignorante vai acessando melhores níveis de inteligência na luta contra o instinto ou emoção, ou seja, milhões de reflexos condicionados no desenvolvimento do Princípio Inteligente, atingido o chamado pensamento contínuo começa a desenvolver a consciência e, como consequência, maiores níveis de livre arbítrio. Afirma a Doutrina Espírita que o passado próximo ou remoto determina o presente, atendendo programas e planejamentos delineados ainda no Plano Espiritual onde existiriam departamentos especializados em Colônias Espirituais dedicadas à sua elaboração tanto nos casos de provas individuais como coletivas. Especificamente no caso desta ultima possibilidade, no extraordinário livro AÇÃO E REAÇÃO (feb,1957) de André Luiz através do médium Chico Xavier, o autor ouve de um Instrutor Espiritual que entre as vítimas se forem feitos estudos mais minuciosos, poderão ser encontrados “delinquentes que, em outras épocas, atiraram irmãos indefesos do cimo de torres altíssimas, para que seus corpos se espatifassem no chão; companheiros que, em outro tempo, cometeram hediondos crimes sobre o dorso do mar, pondo a pique existências preciosas, ou suicidas que se despenharam de arrojados edifícios ou de picos agrestes, em supremo atestado de rebeldia, perante a Lei, os quais, por enquanto, somente encontraram recurso em tão angustioso episódio para transformarem a própria situação. Deriva daí várias dúvidas comuns ao que buscam a Verdade. Duas delas são respondidas no livro citado: 1-Todos podem selecionar o gênero de luta em que saldem as suas contas?Nem todos. Aqueles que possuem grandes créditos morais dispõem desse direito. Muitos habilitam-se para sofrer a morte violenta, em favor do progresso da aeronáutica e da engenharia, da navegação marítima e dos transportes terrestres, da ciência médica e da indústria em geral. A maioria, por força dos débitos contraídos e conforme os ditames da própria consciência, não alcança semelhante prerrogativa, cabendo-lhes aceitar sem discutir amargas provas, na infância, na mocidade ou na velhice, através de acidentes diversos, desde a mutilação primária até a morte, de modo a redimir-se de faltas graves. 2- E os pais? Qual a razão de serem atingidos pela dor das perdas ou separações impostas pela morte prematura? As entidades que necessitam de tais lutas expiatórias são encaminhadas aos corações que se acumpliciaram com elas em delitos lamentáveis, no pretérito distante ou recente ou, ainda, aos pais que faliram junto dos filhos, em outras épocas, a fim de que aprendam na saudade cruel e na angústia inominável o respeito e o devotamento, a honorabilidade e o carinho que todos devemos na Terra ao instituto da família. A dor coletiva é o remédio que nos corrige as falhas mútuas. Segundo o Benfeitor, todavia, consciências endividadas, podemos melhorar nossos créditos, todos os dias”. Gerando novas causas com o Bem, praticado hoje, podemos interferir nas causas do mal, praticado ontem, neutralizando-as e reconquistando, com isso, o nosso equilíbrio. Desse modo, creio mais justo incentivarmos o serviço do Bem, através de todos os recursos ao nosso alcance. A caridade e o estudo nobre, a fé e o bom ânimo, o otimismo e o trabalho, a arte e a meditação construtiva constituem temas renovadores”, acrescentando: -“É indispensável atender à justiça, e a Justiça Divina está inelutavelmente ligada a nós, de vez que nenhuma felicidade ambiente será verdadeira felicidade sem a implícita aprovação da consciência”.



Quando a gente se reúne no Centro para fazer um trabalho mediúnico e não acontece nenhuma comunicação espiritual durante esse trabalho, como podemos saber se esse trabalho serviu para ajudar os Espíritos necessitados?


Toda reunião mediúnica, realizada num centro espírita, com duas ou mais pessoas, que falam em nome de Jesus, sempre ajuda. Os próprios integrantes do grupo sentirão a presença dos benfeitores. Não importa se há comunicação ou não. O que vale, de verdade, é a sinceridade no coração e a vontade de ser útil. Às vezes, é preferível que não haja comunicação, quando os médiuns não estão bem preparados. É preferível que as pessoas se detenham numa prece bem feita a uma reunião tumultuada, em que os médiuns não estão devidamente educados para atuar e ninguém consegue se concentrar.


O espírita deve saber que, se há boas condições mentais no ambiente dos trabalhos, os Espírito Benfeitores executam normalmente seus serviços, mesmo sem comunicação mediúnica. Os benfeitores aproveitam a oportunidade, em que os participantes se oferecem para ajudar, usando dos recursos fluídos, que eles espontaneamente liberam, para socorrer encarnados e desencarnados em estado de necessidade, conforme a programação do dia.


Ao contrário do que muitos podem pensar, as atividades de assistência espiritual não acontecem tão somente em sessões mediúnicas. Os Espíritos, que se prestam ao socorro dos necessitados, aproveitam toda oportunidade, em que se forma um clima espiritual favorável , para desenvolverem suas tarefas. Assim, eles se valem de reuniões de estudo, de palestras, conversações edificantes e preces – que ocorrem no centro – para estenderem suas atividades. E isso acontece com freqüência, pois os benfeitores, nessas oportunidades, contam com recursos fluídicos que só os encarnados podem oferecer.


Essas atividades, no entanto, não ocorrem somente no centro espírita, mas em qualquer lugar onde há uma reta consciência e um sentimento elevado de religiosidade. Certa vez, Jesus disse, “Onde estiver duas ou mais pessoas reunidas em meu nome, aí eu estarei”, no sentido de que as boas ações podem ocorrer em qualquer momento e em qualquer lugar, desde que as condições espirituais favoreçam a presença de Espíritos imbuídos de elevados propósitos. Logo, o socorro espiritual pode ocorrer numa igreja ou, até mesmo, num lar, onde as pessoas, com pensamento elevado, liberam suas energias vitais para o trabalho da Espiritualidade.


Numa de suas obras, André Luiz narra um episódio em que uma senhora orava pela mãe agonizante, com tanto fervor e desprendimento, que vários Espíritos entraram na casa para se valer do conteúdo mental da prece que estava sendo proferida. Os orientadores explicaram a André Luiz que isso se devia à fé e ao devotamento daquela senhora, cujas orações sempre estavam impregnadas de elevados sentimentos.






sábado, 27 de julho de 2024

PORQUE NÃO? EM BUSCA DA VERDADE COM O PROFESSOR

 Porque todas as mães que choram os filhos mortos e ficariam felizes se se comunicassem com eles, muitas vezes não o podem? Porque a visualização deles lhes é recusada, mesmo em sonhos, a despeito de seu desejo e preces ardentes? Naturalmente são duas perguntas que muitos se fazem diante do entusiasmo daqueles que se surpreendem com o conteúdo de informações e detalhes pessoais constantes das cartas mediúnicas, sobretudo as psicografadas por Chico Xavier. Por sinal, o canal de comunicação objetivamente disponibilizado a partir da identificação e definição da mediunidade pelo Espiritismo, revelou-se um instrumento útil para esse fim, utilizado especialmente por aqueles que, vencidos pela dor da separação, superam as barreiras do preconceito e conceitos nascidos nas escolas religiosas tradicionais ou nas sombras da ignorância. Allan Kardec na REVISTA ESPÍRITA, edição de agosto de 1866, teceu interessantes esclarecimentos sobre os “porquês” das perguntas com que iniciamos essas considerações. Pondera ele: “ -Além da falta de aptidão especial que, como se sabe, não é dada a todos, há, por vezes, outros motivos, cuja utilidade a sabedoria da Providência aprecia melhor que nós. Essas comunicações poderiam ter inconvenientes para as naturezas muito impressionáveis; certas pessoas poderiam delas abusar e a elas se entregar com um excesso prejudicial à saúde. Em semelhante caso, sem dúvida a dor é natural e legítima; mas, algumas vezes, é levada a um ponto desarrazoado. Nas pessoas de caráter fraco muitas vezes essas comunicações reavivam a dor, em vez de a acalmar. Daí porque nem sempre lhes é permitido receber, mesmo por outros médiuns, até que se tenham tornado mais calmas e bastante senhoras de si para dominar a emoção. A falta de resignação, em casos tais, é quase sempre uma causa do retardamento. Depois, é preciso dizer que a impossibilidade de se comunicar com os Espíritos que mais se ama, quando se o pode com outros, é, muitas vezes, uma prova para a fé e a perseverança e, em certos casos, uma punição. Aquele a quem esse favor é recusado deve, pois, dizer-se que sem dúvida a mereceu. Cabe-lhe procurar a causa em si mesmo, e não atribui-la à indiferença ou ao esquecimento do Ser lamentado. Enfim, há temperamentos que, não obstante a força moral, poderiam experimentar o exercício da mediunidade com certos Espíritas, mesmo simpáticos, conforme as circunstâncias. Admiremos em tudo a solicitude da Providência, que vela pelos menores detalhes e saibamos submeter-nos à sua vontade sem murmúrio, porque ela sabe melhor que nós o que nos é útil e providencial. Ela é para nós como um bom pai, que não dá sempre a seu filho o que ele deseja. As mesmas razões ocorrem no que concerne aos sonhos. Os sonhos são as lembranças do que o Espírito viu em estado de desprendimento, durante o sono. Ora, essa lembrança pode ser bloqueada. Mas aquilo de que a gente não se lembra não está, por isto, perdido para a alma. As sensações experimentadas durante as excursões que ela faz no mundo invisível, deixam, ao despertar, impressões vagas e a gente não cita pensamentos e ideias cuja origem, muitas vezes, não se suspeita. Pode, pois, ter-se visto, durante o sono, os seres aos quais se tem afeição, entreter-se com eles e não guardar a lembrança. Então se diz que não se sonhou. Mas se o Ser lamentado não se pode manifestar de uma maneira extensiva qualquer, nem por isso estará menos junto dos que o atraem por seu pensamento. Ele os vê, ouve suas palavras e, muitas vezes, adivinha-se sua presença por uma espécie de intuição, um sentimento íntimo, e, até mesmo por certas impressões físicas. A certeza de que não está no nada; de que não está perdido nas profundezas do espaço, nem nos abismos do inferno; de que é mais feliz, agora isento dos sofrimentos corporais e das tribulações da vida; de que o verão, após uma separação momentânea, mais belo, mais resplendente, sob um envoltório etéreo imperecível, e não sob a pesada carapaça carnal; eis a imensa consolação que recusam os que creem que tudo acaba com a vida; eis o que oferece o Espiritismo”.

Se nós já tivemos outras encarnações, por que não lembramos dessas vidas? (Heraldo Coelho – e-mail)


Há várias razões para isso Heraldo. A primeira, de ordem filosófica, baseia-se no fato de que lembrar desse passado pode prejudicar o presente, ou seja, pode trazer transtornos psicológicos para o espírito, que está tentando reerguer-se nesta nova encarnação. O passado, quase sempre, envolve cometimentos graves e sofrimentos que não merecem ser lembrados, sob pena de comprometer os planos da vida atual. O rompimento com o passado, na maioria das vezes, é a melhor forma de começar uma vida nova.


Quando o passado distante está marcado por condutas delituosas graves – casos em que o individuo praticou violência contra os outros - é natural que, com o passar do tempo, tomando consciência da gravidade do mal que cometeu, esse Espírito venha a desenvolver um sentimento de culpa, um espécie de remorso, que pode levá-lo a atitudes de punição contra si mesmo. Lembrar do passado, manchado de cruéis delitos, é entrar em conflito com a própria consciência moral que está em crescimento, e até decidir pela autodestruição, ou seja, pelo suicídio, o que certamente cria um grave transtorno no seu processo evolutivo.


Por outro lado, quando o Espírito foi vítima da violência e da crueldade de outros, ele pode reencontrar, na nova encarnação, com seus algozes, até mesmo no seio da própria família. Imagine, por exemplo, um individuo que na vida anterior foi assassinado pelo Espírito que, agora, é seu pai, o qual veio justamente nesta encarnação para reparar o mal que lhe praticou - tendo-o como filho querido, a quem dedica proteção. Se esse filho lembrasse do mal que sofreu, com certeza, não teria condições de ter contato com seu pai, em hipótese alguma – talvez dominado pelo medo, talvez pelo ódio e pela revolta.


Desse modo, o papel do esquecimento, Heraldo, é fundamental para a continuidade da vida e para o longo processo de evolução, que se dá através das reencarnações. Quando Jesus, no evangelho, recomenda a reconciliação com o adversário e o amor aos inimigos, é nesse sentido, pois, de encarnação em encarnação, vamos tendo a oportunidade de nos reaproximar daqueles que rejeitamos. Novas experiências, novas oportunidades de convivência, em situações diferentes, fazem com que espíritos inimigos aprendam a se amar. É assim que a Lei de Deus funciona, aperfeiçoando cada um no caminho da perfeição.


Por outro lado, do ponto de vista científico, podemos explicar esse esquecimento pelo fato de que, em cada encarnação, o Espírito tem um novo cérebro, que só vai ser utilizado com as impressões que recebe das experiências desta encarnação. Não há passado para esse cérebro, porque ele não existiu antes. Mas para o Espírito, sim, pois ele guarda na sua memória profunda, no inconsciente de seu perispírito as informações do passado, que geralmente não afloram à mente, a não ser em casos muito excepcionais.



sexta-feira, 26 de julho de 2024

CEITIL POR CEITIL; EM BUSCA DA VERDADE COM O PROFESSOR

A manhã daquele domingo, sete de julho de 1975, surgia como excitante perspectiva de dias de refazimento e lazer para o professor Oswaldo Peixoto Martins que partia da sua querida Campos (RJ), juntamente com a esposa Ruth Maria, os três filhos (Analice, Luciana e André Luiz) e a ama deles, na direção das férias escolares do meio de ano. Quilômetros após, contudo, um acidente no trecho recém-inaugurado da BR 101, entre Campos-Rio, nas imediações de Casimiro de Abreu (RJ), alteraria, para ele e a pajem Eliceia de Souza Batista, o destino anteriormente estabelecido, poupando a esposa e suas crianças. No capotamento ocorrido numa perambeira fora da estrada, o Professor Oswaldo foi projetado fora do veículo, sendo encontrado pela esposa caído numa região de brejo, com água que teria sido suficiente para mata-lo por afogamento, caso não houvesse sido retirado por ela para um lugar mais seco. Profissional do magistério que prestava serviços em três estabelecimentos de ensino da cidade em que vivia, o professor Oswaldo viveria ainda por quatro horas, desencarnando no Hospital da cidade de Macaé (RJ), para onde foi removido do local do acidente. Sua desencarnação repercutiu em toda Campos, pela sua reconhecida contribuição na formação de tantos talentos ao longo dos anos. Sua esposa, tanto quanto ele, atuante no movimento espírita, particularmente na Escola Jesus Cristo, de Campos (RJ), recebeu notícias do marido através de uma mensagem psicografada na noite de 5 de agosto de 1974, pelo médium Chico Xavier, em reunião na cidade de Peirópolis (MG), endereçada à Dona Hilda Mussa Tavares, dirigente da instituição a que serviam , presente no local da comunicação espiritual. Assinava-a Lenora, filha do casal, desencarnada sete anos antes. Na esclarecedora e confortadora carta, a menina pede à mãe não chorar mais à noite chamando o papai, porque isso vai até ele “sem que nós possamos saber como evitar-lhe a dor de querer dar resposta sem as forças precisas”. Afirma: -“Papai não está morto. Ele e a nossa companheira estão hospitalizados. Muitos amigos estão velando por nós”. O médium Chico Xavier, no tocante à linha da carta – estávamos com o papai Oswaldo no dia 7 -, revelou à dona Hilda, a destinatária da carta, que seu filho Carlinhos (Carlos Vítor Mussa Tavares), também desencarnado, contou que “na véspera do desastre que vitimara o Prof. Oswaldo, ele, em companhia de outros Amigos Espirituais, conduzira o Espírito das meninas Analaura( desencarnada com apenas dois meses onze anos antes) e Lenora até junto de seu pai Oswaldo, que se encontrava em uma reunião de professores na Escola Técnica Federal, ficando as duas meninas, desde aquele momento, em companhia do papai, a fim de ajuda-lo espiritualmente para a dolorosa provação da manhã do dia 7. Outro detalhe – aqui foi sono aplicado – confirmado por sua esposa, era a sonolência dizia estar sentindo momentos antes do acidente, comentando com a esposa estar se sentindo muito cansado, desejando interromper por isso a viagem, o que acabou não fazendo. Na verdade, eram providências da Espiritualidade para que não sentisse dores motivadas pelos impactos que seu corpo sofreria ao ser arremessado violentamente à distância. Oito anos depois, no dia 4 de setembro de 1982, o Professor Oswaldo, psicografaria através de Chico uma extensa e emocionada carta à esposa onde, a certa altura, relata que “após despertar na vida nova, começou a perguntar a si mesmo qual a motivação daquela prova, incomodando a tantos amigos, recorreu a tantos mentores para conhecer a causa do acidente que, parecia vir até nós, através do nada, que um orientador, embora conhecendo a sua incapacidade para suportar mergulhos prolongados nos domínios das recordações mais recônditas, relativamente a mim mesmo, conduziu- me a certo instituo em que a hipnose é examinada e praticada nos alicerces de profunda veneração pelos valores humanos e, em minutos, mostrou-me um quadro que ele mesmo desarquivara de passado recente, no qual me vi tutelado por ama generosa, na qual reconheci nossa estimada Elicéia. Em exposição rápida vi-me, ao lado dela combinando a precipitação de um adversário num pântano, desalojando-o da carruagem na qual processaria viagem longa. Não posso dizer o que se passou em mim. Pedi o adiamento para qualquer nova revelação, que me pudesse advir, ante a qual, se surgisse, não me sentiria preparado e continuo a esperar por mim mesmo, no sentido de retomar a experiência”.



Os pais deram tudo ao filho e sempre se preocuparam com ele. Quando ele cresce, rebela-se contra os pais. Será que ele é um Espírito inimigo ou está obsidiado? (Pai anônimo)


Não existe desafio mais complicado neste mundo do que a educação. Muitos pais, no anseio de dar tudo ao filho, esquecem de lhes dar o principal – a presença, a participação em suas vidas, porque é isso que vai lhes conquistar a confiança. Por incrível que pareça, até hoje se confunde conforto material com bem-estar espiritual. Neste sentido, educar está se tornando cada vez mais difícil, porque hoje os adultos estão sendo mais exigidos a uma participação social, muitas vezes relegando os compromissos do lar a um segundo plano.


Por outro lado, os Espíritos, que estão reencarnando atualmente – mais inteligentes e mais exigentes – não se contentam com pouco. Eles querem os pais mais perto. Eles estão a exigir, cada vez mais, a sua presença. Precisamos tomar consciência disso, antes que seja tarde, porque, depois que a criança cresce, o principal momento da educação já passou, e aí vêm as conseqüências desagradáveis.


É claro que pode ocorrer que um filho seja um Espírito inimigo do pai. Mas, se ele veio naquele lar, foi para ser reeducado, foi para se reatar ou reconquistar relações e, principalmente nesses casos, só a doação pessoal dos pais é que podem compensar algum prejuízo causado no passado. Portanto, é importante que os pais, antes de pensar em dar coisas, dêem amor os filhos. Amor, no sentido de se colocarem ao seu lado.


É claro que aqui não estamos falando em excessos de desvelo e carinho, mas de participação, lembrando que os excessos costumam ser tão danosos ou mais danosos ainda, do que a falta. A educação consiste em ensinar a criança a reconhecer limites. E o que os filhos querem de seus pais é senti-los próximos, não apenas no sentido espacial (pois, os pais frequentemente estão trabalhando), mas no sentido espiritual, moral – para que estabeleçam, desde cedo, laços de confiança e simpatia.


A ação de obsessores sobre crianças é mais raro, até porque a criança tem uma proteção especial da espiritualidade. Não devemos ir por este caminho. Devemos entender que toda iniciativa de melhorar as relações entre pais e filhos devem nascer dos pais, e que a educação terá um efeito positivo na criança quanto mais cedo estiverem preparados para isso.



A QUESTÃO DAS CURAS NA LÓGICA DE ALLAN KARDEC; EM BUSCA DA VERDADE COM O PROFESSOR

 

Resultados obtidos na área da saúde por algumas pessoas através da assistência oferecida por alguns médiuns ou Centros Espiritas surpreendem e intrigam os que deles tomam conhecimento. Será verdade ou possível? Na sequencia em texto incluído na edição de março de 1868 da REVISTA ESPÍRITA, o esclarecimento do Espiritismo: Consideradas unicamente do ponto de vista fisiológico, as doenças têm duas causas, que até hoje não foram distinguidas, e que não podiam ser apreciadas antes dos novos conhecimentos trazidos pelo Espiritismo. É da diferença destas duas causas que ressalta a possibilidade das curas instantâneas, em casos especiais, e não em todos. Certas moléstias têm sua causa original na própria alteração dos tecidos orgânicos; é a única que a Ciência admite até hoje. E como, para a remediar, não conhece senão as substâncias medicamentosas tangíveis, não compreende a ação de um fluido impalpável, tendo a vontade como propulsor. Entretanto, aí estão os curadores magnéticos para provar que não é uma ilusão. Na cura das doenças desta natureza, pelo influxo fluídico, há substituição das moléculas orgânicas mórbidas por moléculas sadias. É a história de uma velha casa, cujas pedras carcomidas são substituídas por boas pedras; tem-se sempre a mesma casa, mas restaurada e consolidada. (...) A substância fluídica produz um efeito análogo ao da substância medicamentosa, com esta diferença: sendo maior a sua penetração, em razão da tenuidade de seus princípios constituintes, age mais diretamente sobre as moléculas primeiras do organismo do que o podem fazer as moléculas mais grosseiras das substâncias materiais. Em segundo lugar, sua eficácia é mais geral, sem ser universal, porque suas qualidades são modificáveis pelo pensamento, enquanto as da matéria são fixas e invariáveis e não podem aplicar- se senão em determinados casos. Tal é, em tese geral, o princípio sobre o qual repousam os tratamentos magnéticos. Acrescentemos sumariamente, e de memória, já que não podemos aprofundar aqui o assunto, que a ação dos remédios homeopáticos em doses infinitesimais, é baseada no mesmo princípio; a substância medicamentosa, levada pela divisão ao estado atômico, até certo ponto adquire as propriedades dos fluidos, menos, todavia, o princípio anímico, que existe nos fluidos animalizados e lhes dá qualidades especiais. Em resumo, trata-se de reparar uma desordem orgânica pela introdução, na economia, de materiais sãos, substituindo materiais deteriorados. Esses materiais sãos podem ser fornecidos pelos medicamentos ordinários in natura; por esses mesmos medicamentos em estado de divisão homeopática; enfim, pelo fluido magnético, que não é senão matéria espiritualizada. São três modos de reparação, ou melhor, de introdução e de assimilação dos elementos reparadores; todos os três estão igualmente na Natureza, e têm sua utilidade, conforme os casos especiais, o que explica por que um tem êxito onde outro fracassa, porquanto seria parcialidade negar os serviços prestados pela medicina ordinária. Em nossa opinião, são três ramos da arte de curar, destinados a se suplementarem e a se completarem, conforme as circunstâncias, mas dos quais nenhum tem lastro para se julgar a panacéia universal do gênero humano. Cada um desses meios poderá, pois, ser eficaz, se empregado a propósito e adequado à especialidade do mal.



Minha mãe, durante toda sua vida, ouviu vozes. “Hoje ela está com 92 anos e o médico diz que é esclerose devido à idade. O que vocês acham?”

Evidentemente, o médico, nada sabendo de Espiritismo, e desconhecendo o histórico de sua mãe, só pode atribuir suas percepções a causas físicas, no caso, ao envelhecimento. Popularmente, a esclerose é mais conhecida como uma degeneração própria da idade que vai aos poucos avançando, podendo levar a pessoa a episódios de delírio ou alucinação.

No caso, em questão, se sua mãe já veio tendo experiências de clariaudiência ao longo da vida, o que ela apresenta hoje, aos 92 anos, não pode ser apenas e tão somente um simples episódio de alucinação, embora devamos reconhecer que, no caso, a mediunidade se vê comprometida pelos seus problemas de saúde e pela sua condição emocional.

Em várias obras espíritas, inclusive nas obras de Allan Kardec, vemos referências à fase final da existência física, quando o Espírito, com o enfraquecimento do corpo, vai aos poucos descortinando o mundo espiritual. Kardec chama de emancipação da alma a esse fenômeno, que só pode ser bem observado no paciente por pessoas que têm conhecimento espírita, inclusive médiuns, e que sabem avaliar o significado desses momentos.

Com o avançar da idade é natural que os laços, que prendem o Espírito ao corpo vão se afrouxando pouco a pouco, dando lugar a uma série de percepções, mais presentes em algumas pessoas e menos presentes em outras. No entanto, em meio a tais percepções espirituais também existe a influência do organismo que está se debilitando, perdendo o domínio sobre várias funções, inclusive o discernimento.

Se a percepção mediúnica já não é tão clara em momentos em que o médium está em plena lucidez, evidentemente, se torna mais confusa nos anos derradeiros de sua vida, razão porque muitas vezes a percepção do mundo espiritual se mistura com a forma distorcida de vê-lo ou interpretá-lo. Enquanto isso, a senilidade avançada tende a distanciar cada vez mais a pessoa da realidade física, até que o Espírito se liberte do corpo.

Por outro lado, não devem faltar assistência e acompanhamento médico ao idoso, sem se esquecer da assistência espiritual que precisa receber. Essa assistência começa na formação de um ambiente de tranquilidade e paz, que lhe proporcione condições de repouso. A prece, o passe e a água fluidificada complementam esse atendimento e lhe proporcionam a assistência integral corpo-espírito.

terça-feira, 23 de julho de 2024

O QUE OS HISTORIADORES NÃO CONTAM; EM BUSCA DA VERDADE COM O PROFESSOR

 

A Historia oficial dos líderes, povos, países, governantes, ao longo de grande parte da evolução da Humanidade, foi sempre escrita sob encomenda, registrando dados e passagens que nem sempre expressam os fatos integralmente. Num país, por exemplo, apenas as ocorrências desenroladas no centro do poder, envolvendo personagens mais diretamente a ele ligados, são preservados. O que acontece no interior, raramente é contado. O Antigo Testamento, em vários de seus escritos, mostra a dependência de Reis, Faraós e Soberanos de oráculos e pitonisas que lhes decifravam sonhos, pressentimentos ou até mesmo a influência dos Astros, diante de decisões a serem tomadas. O tempo foi, aparentemente, afastando uns e outros, minimizando essa influência. Allan Kardec na edição de março de 1864 da REVISTA ESPIRITA, incluiu interessante matéria intitulada UMA RAINHA MÉDIUM, construída a partir de notícias veiculadas em vários jornais da época como Opinion Nationale e Siècle, veiculados em 22 de fevereiro do mesmo ano. Tais escritos fazem referência à fatos envolvendo a Rainha Vitória, que durante sessenta e quatro anos esteve à frente do trono da Inglaterra. Ela, cujo nome completo era Alexandrina Vitória Regina, era erudita, amante das letras, apreciava as artes, tocava piano e praticava a pintura. Marcou a historia daquele país de tal forma que seu reinado é denominado Era Vitoriana, por uma série de ações na área sócia,l como a abolição da escravatura no Império Britânico; redução da jornada de trabalho para dez horas; instalação do direito ao voto para todos os trabalhadores; expansão das Colônias; grande ascensão da burguesia industrial, entre outros feitos. Assumindo o trono aos 18 anos, teve nove filhos com o primo e Príncipe Alberto, com quem, por um amor profundo casou aos 21. Enviuvou aos 42 anos, conservando luto até sua morte, quatro décadas depois. Comentando a citada notícia, diz Kardec: “Uma carta de pessoa bem informada revela que, recentemente, num conselho privado, onde fora discutida a questão dinamarquesa, a Rainha Vitória declarou que nada faria sem consultar o príncipe Alberto( morrera). E com efeito, tendo-se retirado por um pouco para seu gabinete, voltou dizendo que o “príncipe se pronunciava contra guerra. Esse fato e outros semelhantes transpiraram e originaram a ideia de que seria oportuno estabelecer uma regência”. Seguindo o Codificador acrescenta: “-Tínhamos razão ao escrever que o Espiritismo tem adeptos até nos degraus dos tronos. Poderíamos ter dito: até nos tronos. Vê-se, porém, que os próprios soberanos não escapam à qualificação dada aos que acreditam nas comunicações de Além-túmulo(...). O Journal de Poitiers, que relata o mesmo caso, o acompanha desta reflexão: Cair assim no domínio dos Espíritos não é abandonar o das únicas realidades que tem de conduzir o mundo?”. Até certo ponto concordamos com a opinião do jornal, mas de outro ponto de vista. Para ele os Espíritos não são realidades, porque, segundo certas pessoas, só há realidade no que se vê e se toca. Ora, assim, Deus não seria uma realidade e, contudo, quem ousaria dizer que ele não conduz o mundo? Que não há acontecimentos providenciais para levar a um determinado resultado? Então, os Espíritos são instrumentos de sua vontade; inspiram os homens, solicitam-nos, mau grado seu, a fazer isto ou aquilo, a agir neste sentido e não naquele, e isto tanto nas grandes resoluções quanto nas circunstâncias da vida privada. Assim, a esse respeito, não somos da opinião do jornal. Se os Espíritos inspiram de maneira oculta, é para deixar ao homem o livre-arbítrio e a responsabilidade de seus atos. Se receber inspiração de um mau Espírito, pode estar certo de receber, ao mesmo tempo, a de um bom, pois Deus jamais deixa o homem sem defesa contra as más sugestões. Cabe-lhe pesar e decidir conforme a sua consciência. Nas comunicações ostensivas, por via mediúnica, não deve mais o homem abnegar o seu livre-arbítrio: seria erro regular cegamente todos os passos e movimentos pelo conselho dos Espíritos, por que há os que ainda podem ter ideias e preconceitos da vida. Só os Espíritos Superiores disso estão isentos(...). Em princípio os Espíritos não nos vem conduzir; o objetivo de suas instruções é tornar-nos melhores, dar fé aos que não a tem e não o de nos poupar o trabalho de pensar por nós mesmos”.



Uma mulher praticou o aborto e depois se arrependeu. Se ela ficou grávida de novo, ela pode receber o mesmo Espírito como filho? E se esse Espírito não quiser vir? (Inês Cristina Manso)


Possibilidade sempre existe, mas ninguém pode garantir isso. Naturalmente, a não ser por uma necessidade imperiosa, o Espírito, que teve sua encarnação impedida de forma tão violenta e impiedosa, sofre um choque emocional muito grande e, talvez, por instinto de conservação, queira se afastar imediatamente das mãos que o agrediram.


Podemos considerar, no entanto, duas outras possibilidades. Ao falarmos de necessidade imperiosa, estamos nos referindo a algum plano da Espiritualidade com relação a esse Espírito. É possível que ( veja, que falamos apenas em termos de probabilidade!...) os encarregados de providenciar essa encarnação achem por bem insistir, até porque acreditam no arrependimento da mulher que causou o aborto, que queira se redimir.


É possível, ainda, que esse Espírito esteja insistindo na sua reencarnação, que não desista em prosseguir tentando, até porque essas tentativas possam fazer parte de suas necessidades evolutivas. Explicamos melhor: embora o aborto provocado seja uma verdadeira violência contra a vida e deva ser evitado, há situações em que essa frustração, que impede o Espírito de renascer, faça parte de suas experiências, sobretudo, da necessidade de recuperar as condições do perispírito.


Isso tudo que falamos, porém, são hipóteses, porque cada caso é um caso, e cada Espírito, na tentativa de reencarnar, tem suas próprias necessidades e possibilidades. 





segunda-feira, 22 de julho de 2024

ABRAHAM LINCOLN E O SEU MATADOR ; EM BUSCA DA VERDADE COM O PROFESSOR

 Poucos dias após a posse no início de 1865, para um segundo mandato, Abraham Lincoln, eleito para ser o decimo sexto presidente norte-americano, morreu aos 56 anos, atingido por um tiro na cabeça desferido por um inimigo politico, enquanto assistia a uma peça de teatro. Unificador dos Estados do Norte e do Sul, libertador dos escravos, Lincoln, nascido no Kentucky, de origem humilde, depois de abandonar as rudes tarefas na fazenda do pai aos 21 anos, fixou-se em New Salem, ali vivendo por cinco anos, trabalhando como empregado de fábrica, caixeiro de armazém, agente de correios, até mudar-se para Springfield, onde passou a trabalhar como advogado entrando definitivamente para a politica, que o conduziu ao primeiro mandato de Presidente em 1861. Antevira em sonho premonitório vivido dias antes, seu próprio assassinato. Lincoln e a esposa participaram também de várias sessões com a médium Nettie Colburn Maynard, conforme relatos publicados por ela em 1891, mais tarde recuperados e traduzidos para o português pelo erudito Wallace Leal Rodrigues e publicados sob o título SESSÕES ESPÍRITAS NA CASA BRANCA (clarim). A morte do grande estadista repercutiu no mundo todo, gravando seu nome na História como um exemplo de politico íntegro e honesto. Dois anos depois, Allan Kardec na edição de março de 1867, publicava uma matéria extraída do BANNER OF LIGHT, de Boston, EUA, que, por sua vez, veiculou a análise de uma comunicação de Abraham Lincoln, por um médium chamado Ravenswood. Pelo que se confirma no seu conteúdo, títulos ou posições ocupados na nossa Dimensão, não fazem nenhuma diferença na transição dela para o Plano Espiritual em consequência da morte física. Vamos ao texto: “-Quando Lincoln voltou de seu atordoamento e despertou no Mundo dos Espíritos, ficou surpreendido e perturbado, porque não tinha a menor ideia de que estivesse morto. O tiro que o feriu suspendeu instantaneamente toda sensação e não compreendeu o que lhe havia acontecido. Esta confusão e essa perturbação, contudo, não duraram muito. Ele era bastante espiritualista para compreender o que é a morte e, como muitos outros, não ficou admirado da nova existência para a qual foi transportado. Viu-se cercado por muitas pessoas que sabia de há muito tempo mortas e logo soube a causa de sua morte. Foi recebido cordialmente por muita gente por quem tinha simpatia. Compreendeu sua afeição por ele e, num olhar, pôde abarcar o mundo feliz no qual tinha entrado. No mesmo instante experimentou um sentimento de angústia pela dor que devia experimentar sua família, e uma grande ansiedade a propósito das consequências que sua morte poderia ter para o País. Seus pensamentos o trouxeram violentamente à Terra. Tendo sabido que William Booth estava mortalmente ferido, veio a ele e curvou-se sobre o seu leito de morte. Nesse momento Lincoln tinha recuperado a perfeita consciência e a tranquilidade de Espírito, e esperou com calma o despertar de Both para a Vida Espiritual. Booth não ficou espantado ao despertar, porque esperava sua morte. O primeiro Espírito que encontrou foi Lincoln; olhou-o com muita afoiteza, como se se glorificasse do ato que havia praticado. O sentimento de Lincoln a seu respeito, entretanto, não alimentava nenhuma ideia de vingança, muito ao contrário; mostrava-se suave e bom e sem a menor animosidade. Booth não pode suportar este estado de coisas, e o deixou cheio de emoção. O ato que cometeu teve vários motivos; primeiro, sua falta de raciocínio, que lho fazia considerar como meritório e, depois, seu amor desregrado aos elogios que o tinham persuadido que seria cumulado deles e olhado como mártir. Depois de ter vagado, sentiu-se de novo atraído para Lincoln. Às vezes, enchia-se de arrependimento, outras seu orgulho o impedia de emendar-se. Entretanto compreendia quanto seu orgulho era vão, sabendo, sobretudo, que não pode ocultar como em vida, nenhum dos sentimentos que o agitam, e que seus pensamentos de orgulho, vergonha ou remorso são conhecidos pelos que o rodeiam. Sempre em presença de sua vítima e não recebendo dela senão sinais de bondade, eis o seu estado atual e sua punição”. Comentando essas informações Kardec comenta: “-A situação destes dois Espíritos é, em todos os pontos, conforme aquela que diariamente vemos exemplos nos relatos de além-túmulo. É perfeitamente racional e está em relação com o caráter dos dois indivíduos”.


Meus pais me ensinaram a ser trabalhador, honesto e não fazer mal a ninguém. Acredito em Deus, agradeço pela vida que tenho e faço minhas orações, mas não sou de frequentar igreja. Não teria tempo para isso. Hoje a vida está tão corrida que dificilmente posso me dedicar a alguma atividade social e, além de minhas obrigações, às vezes procuro ajudar um necessitado. Acho que isso é o bastante para sentir que estou cumprindo minha missão.

Todos temos uma missão a cumprir, prezado ouvinte. Alguns têm uma percepção mais apurada de sua missão mundo; outros, muito presos a conveniências sociais, ocupam-se inteiramente da vida material, onde acham que está a chave para a felicidade.

Por outro lado, as religiões, de um modo geral, são uma forma de chamar a atenção das pessoas para seus compromissos espirituais, ou seja, para algo especial que elas precisam fazer para o cumprimento de sua missão.

Por isso, as religiões se dedicam à espiritualidade, chamando a atenção sobre a necessidade e importância de se acreditar em Deus e no significado espiritual da vida.

Quando Jesus esteve na Terra, há cerca de dois mil anos atrás, embora tivesse nascido no seio de uma religião, ele se preocupou menos com a prática religiosa em si – como penitências, celebrações - e mais em despertar as pessoas para o sentido espiritual da vida.

O que chamamos de missão são tarefas, compromissos, algo especial que cada um de nós pode fazer, não apenas em benefício próprio (o que seria puro egoísmo), mas também em favor daqueles que vivem conosco, que são nossos irmãos de humanidade.

É isso que Jesus quis dizer quando recomendou “amar o próximo como a si mesmo” e a parábola do bom samaritano –podemos dizer assim – representa tudo o que Jesus quis passar à humanidade.

Abra o evangelho e leia lá a Parábola do Bom Samaritano e veja que Jesus não prioriza a religião, mas a ação. Muitas vezes, os mais religiosos na concepção do povo são os que menos fazem em favor do próximo.

Qualquer um pode ser uma pessoa de bem – homem ou mulher, rico ou pobre, religioso ou não. Para Jesus o bem é o bem, em qualquer circunstância.

É o bem que importa, independente da prática desta ou daquela religião, pois a prática do bem é a manifestação de Deus por meio do homem.

Portanto, se você quer ser uma pessoa útil, se pretende fazer algo bom para sua família ou para sua comunidade, não importa a religião. Viva com intensidade esse sentimento.

Mas, se você ainda não está muito certo disso, se traz profundas dúvidas a respeito de sua missão espiritual, procure um grupo religioso com o qual mais se afine e passe a estimular mais esse sentimento de servir ao próximo e de ser útil para a humanidade.




domingo, 21 de julho de 2024

PRESSENTIMENTOS E PROGNÓSTICOS; EM BUSCA DA VERDADE COM O PROFESSOR

 

Apoiando-se em fatos que envolveram algumas personalidades importantes do passado da França, Allan Kardec escreve na edição de novembro de 1867 da REVISTA ESPÍRITA um artigo em que procura explicar a diferença entre as duas situações propostas pelos termos pressentimentos e prognósticos. Cita o livro Memórias De Madame Chapman em que é relatado que na época em que tinha sido concebida a ideia de unir Maria Antonieta, a filha da Imperatriz Maria Tereza, ao filho de Luiz XV, esta buscou ouvir o Cura Gassner - reconhecido pelos seus à época chamados dons - a quem consultava muitas vezes, que ante a pergunta se sua “Antonieta seria feliz?”, após longa reflexão, empalideceu estranhamente e, apesar de manter enigmático silêncio, premido pela Imperatriz, disse: -“Senhora, há cruzes para todos os ombros”. A História registrou que desde o dia do casamento ocorrido em 16 de maio de 1770, uma sucessão de acontecimentos inclusive atmosféricos assinalaram essa pagina da vida de tanta gente famosa. O próprio Luiz XV, ouvira em 1757, de um astrólogo levado à sua presença pela Madame Pompadour, depois de ter feitos cálculos a partir da sua data de nascimento, disse-lhe:-“ Senhor, vosso reino é celebre por grandes acontecimentos; o que se seguirá sê-lo-á por grandes desastres”. Voltando à Maria Antonieta, após 8 anos de esterilidade, concebeu a uma menina e, três anos depois, ao que seria o herdeiro da Coroa, acontecimento comemorado em festa por toda Paris, em 21 de janeiro de 1782, onze anos antes da morte do Rei e do aprisionamento da Rainha para ser guilhotinada, em 1793, um ano após o marido, acusada de traição pelos que fizeram a Revolução Francesa. Analisando a questão Allan Kardec pondera: -“Nestes fatos, há que considerar duas coisas bem distintas: os pressentimentos e os fenômenos considerados como prognósticos de acontecimentos futuros. Não se poderiam negar os pressentimentos, dos quais há poucas pessoas que não tenham tido exemplos. É um desses fenômenos cuja explicação a matéria só é impotente para dar, porque se a matéria não pensa, também não pode pressentir. É assim que o materialismo a cada momento se choca contra as coisas vulgares que o vem desmentir. Para ser advertido de maneira oculta daquilo que se passa ao longe e de que não podemos ter conhecimento senão num futuro mais ou menos próximo pelos meios comuns é preciso que algo se desprenda de nós, veja e entenda o que não podemos perceber pelo olhos e pelos ouvidos, para referir a sua intuição ao nosso cérebro. Esse algo deve ser inteligente, desde que compreende e, muitas vezes, de um fato atual, prevê consequências futuras. É assim que por vezes temos o pressentimento do futuro. Esse algo não é outra coisa senão nós mesmos, nosso Ser espiritual, que não está confinado no corpo, como um pássaro numa gaiola, mas que, semelhante a um balão cativo, afasta-se momentaneamente da Terra, sem cessar de a ela estar ligado. É sobretudo nos momentos em que o corpo repousa, durante o sono, que o Espírito, aproveitando o descanso que lhe deixa o cuidado de seu invólucro, em parte recobra a liberdade e vai colher no espaço, entre outros Espíritos, encarnados como ele, ou desencarnados, e no que vê, ideias cuja intuição traz ao despertar. Essa emancipação da alma por vezes se dá no estado de vigília, nos momentos de absorção, de meditação e de devaneio, em que a alma parece não mais preocupada com a Terra. Ocorre, sobretudo de maneira mais efetiva e mais ostensiva nas pessoas dotadas do que se chama a dupla vista ou visão espiritual. Ao lado das intuições pessoais do Espírito, há que colocar as que lhe são sugeridas por outros Espíritos, quer em vigília, quer no sono, pela transmissão de pensamentos de alma a alma. ´É assim que muitas vezes se é advertido de um perigo, solicitado a tomar tal ou qual direção, sem que por isto o Espírito cesse de ter o seu livre arbítrio. São conselhos e não ordens, porque sempre fica livre de agir à sua vontade.



Os Espíritos passam para o umbral para se depurar, como foi o caso de André Luiz antes de ser levado para Nosso Lar, como vimos no livro e no filme. Podemos dizer, então, que o umbral dos espíritas é o purgatório dos católicos?

Não achamos apropriada essa comparação, porque os significados de umbral (dos espíritas) e purgatório (dos católicos) são diferentes. Para a Igreja o purgatório é o lugar onde as almas, que ainda têm chance de se salvar, vão sofrer para purgar seus pecados, ou seja, para se depurarem e daí ganharem definitivamente o céu.

O céu para os católicos, tanto quanto o inferno, são lugares definitivos, eternos. Aqueles que vão para um desses lugares, absolvidos ou condenados, de lá nunca mais sairão, porque não lhes haverá outra oportunidade.

No Espiritismo é diferente. Não há condenação definitiva – ou melhor, não há condenação nenhuma. O fato de o Espírito passar pelo umbral ( que seria um estado de sofrimento) decorre das suas condições íntimas e de seus conflitos de consciência, jamais de uma condenação, até porque ele sairá de lá mais cedo ou mais tarde.

Para efeito de comparação, diríamos que a regeneração do Espírito se dá através do despertar de sua consciência moral e de seu esforço em se melhorar, assim como o doente, que tomando consciência da gravidade da doença, passa a se tratar.

Será que daí ele vai para o céu? Não. Segundo o Espiritismo podemos chamar de “céu” o estado de felicidade relativa a cada um de nós, mesmo quando estamos aqui na Terra, mas não é um lugar determinado, da mesma forma que o umbral também é uma condição intima e passageira do Espírito na sua longa caminhada de aperfeiçoamento.

Quando ele mesmo, o Espírito – geralmente, com o auxílio de Espíritos amigos – consegue ir se superando em termos morais, a partir de então, ele pode ter acesso e ser encaminhado para uma condição espiritual melhor.

É o que aconteceu com André Luiz. O umbral era sua condição íntima. Era a vivência de conflitos da alma ainda não resolvidos. A partir do momento em que André encontrou um ponto de equilíbrio e pôde se estabilizar moralmente, foi levado para a colônia Nosso Lar, porque lá já havia tratamento adequado para ele.

Mas ele não vai permanecer definitivamente em Nosso Lar. Chegará o dia em que, em consequência de seu progresso moral, decorrente dom seu aprendizado e dos serviços prestados, ele estará em condições de habitar colônias espiritualmente mais adiantadas.

Mas, mesmo assim, não estaria no céu. Nosso Lar não é céu. É uma colônia espiritual onde estagiam Espíritos que se acham num processo de transformação moral. Existem colônias muito mais elevadas que Nosso Lar, mas certamente elas não estão próximas à Terra.

Por outro lado, a depuração que se concebe no purgatório dos católicos parece algo passivo, ou seja, o simples sofrimento daria ao Espírito a condição de auto superação. No Espiritismo, não basta sofrer, a depuração é um processo consciente e4 ativo, em que o Espírito aprende a se superar.