Resultados obtidos na área da saúde por algumas pessoas através da assistência oferecida por alguns médiuns ou Centros Espiritas surpreendem e intrigam os que deles tomam conhecimento. Será verdade ou possível? Na sequencia em texto incluído na edição de março de 1868 da REVISTA ESPÍRITA, o esclarecimento do Espiritismo: Consideradas unicamente do ponto de vista fisiológico, as doenças têm duas causas, que até hoje não foram distinguidas, e que não podiam ser apreciadas antes dos novos conhecimentos trazidos pelo Espiritismo. É da diferença destas duas causas que ressalta a possibilidade das curas instantâneas, em casos especiais, e não em todos. Certas moléstias têm sua causa original na própria alteração dos tecidos orgânicos; é a única que a Ciência admite até hoje. E como, para a remediar, não conhece senão as substâncias medicamentosas tangíveis, não compreende a ação de um fluido impalpável, tendo a vontade como propulsor. Entretanto, aí estão os curadores magnéticos para provar que não é uma ilusão. Na cura das doenças desta natureza, pelo influxo fluídico, há substituição das moléculas orgânicas mórbidas por moléculas sadias. É a história de uma velha casa, cujas pedras carcomidas são substituídas por boas pedras; tem-se sempre a mesma casa, mas restaurada e consolidada. (...) A substância fluídica produz um efeito análogo ao da substância medicamentosa, com esta diferença: sendo maior a sua penetração, em razão da tenuidade de seus princípios constituintes, age mais diretamente sobre as moléculas primeiras do organismo do que o podem fazer as moléculas mais grosseiras das substâncias materiais. Em segundo lugar, sua eficácia é mais geral, sem ser universal, porque suas qualidades são modificáveis pelo pensamento, enquanto as da matéria são fixas e invariáveis e não podem aplicar- se senão em determinados casos. Tal é, em tese geral, o princípio sobre o qual repousam os tratamentos magnéticos. Acrescentemos sumariamente, e de memória, já que não podemos aprofundar aqui o assunto, que a ação dos remédios homeopáticos em doses infinitesimais, é baseada no mesmo princípio; a substância medicamentosa, levada pela divisão ao estado atômico, até certo ponto adquire as propriedades dos fluidos, menos, todavia, o princípio anímico, que existe nos fluidos animalizados e lhes dá qualidades especiais. Em resumo, trata-se de reparar uma desordem orgânica pela introdução, na economia, de materiais sãos, substituindo materiais deteriorados. Esses materiais sãos podem ser fornecidos pelos medicamentos ordinários in natura; por esses mesmos medicamentos em estado de divisão homeopática; enfim, pelo fluido magnético, que não é senão matéria espiritualizada. São três modos de reparação, ou melhor, de introdução e de assimilação dos elementos reparadores; todos os três estão igualmente na Natureza, e têm sua utilidade, conforme os casos especiais, o que explica por que um tem êxito onde outro fracassa, porquanto seria parcialidade negar os serviços prestados pela medicina ordinária. Em nossa opinião, são três ramos da arte de curar, destinados a se suplementarem e a se completarem, conforme as circunstâncias, mas dos quais nenhum tem lastro para se julgar a panacéia universal do gênero humano. Cada um desses meios poderá, pois, ser eficaz, se empregado a propósito e adequado à especialidade do mal.
“Minha mãe, durante toda sua vida, ouviu vozes. “Hoje ela está com 92 anos e o médico diz que é esclerose devido à idade. O que vocês acham?”
Evidentemente, o médico, nada sabendo de Espiritismo, e desconhecendo o histórico de sua mãe, só pode atribuir suas percepções a causas físicas, no caso, ao envelhecimento. Popularmente, a esclerose é mais conhecida como uma degeneração própria da idade que vai aos poucos avançando, podendo levar a pessoa a episódios de delírio ou alucinação.
No caso, em questão, se sua mãe já veio tendo experiências de clariaudiência ao longo da vida, o que ela apresenta hoje, aos 92 anos, não pode ser apenas e tão somente um simples episódio de alucinação, embora devamos reconhecer que, no caso, a mediunidade se vê comprometida pelos seus problemas de saúde e pela sua condição emocional.
Em várias obras espíritas, inclusive nas obras de Allan Kardec, vemos referências à fase final da existência física, quando o Espírito, com o enfraquecimento do corpo, vai aos poucos descortinando o mundo espiritual. Kardec chama de emancipação da alma a esse fenômeno, que só pode ser bem observado no paciente por pessoas que têm conhecimento espírita, inclusive médiuns, e que sabem avaliar o significado desses momentos.
Com o avançar da idade é natural que os laços, que prendem o Espírito ao corpo vão se afrouxando pouco a pouco, dando lugar a uma série de percepções, mais presentes em algumas pessoas e menos presentes em outras. No entanto, em meio a tais percepções espirituais também existe a influência do organismo que está se debilitando, perdendo o domínio sobre várias funções, inclusive o discernimento.
Se a percepção mediúnica já não é tão clara em momentos em que o médium está em plena lucidez, evidentemente, se torna mais confusa nos anos derradeiros de sua vida, razão porque muitas vezes a percepção do mundo espiritual se mistura com a forma distorcida de vê-lo ou interpretá-lo. Enquanto isso, a senilidade avançada tende a distanciar cada vez mais a pessoa da realidade física, até que o Espírito se liberte do corpo.
Por outro lado, não devem faltar assistência e acompanhamento médico ao idoso, sem se esquecer da assistência espiritual que precisa receber. Essa assistência começa na formação de um ambiente de tranquilidade e paz, que lhe proporcione condições de repouso. A prece, o passe e a água fluidificada complementam esse atendimento e lhe proporcionam a assistência integral corpo-espírito.
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