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quarta-feira, 10 de julho de 2024

EVOLUÇÃO; EM BUSCA DA VERDADE COM O PROFESSOR

A surpreendente resposta à questão 607ª d’ O LIVRO DOS ESPÍRITOS indica que a Individualidade em que nos tornamos é uma versão avançada do chamado Princípio Inteligente do Universo. E o também surpreendente Allan Kardec nas páginas de suas OBRAS BÁSICAS, particularmente da REVISTA ESPÍRITA preservou material instigante para nossas reflexões. Na sequência alguns pontos para pensarmos. Como teria se operado o início da fase Humanidade? Ignoramos absolutamente em que condições se dão as primeiras encarnações do Espírito; é um desses princípios das coisas que estão nos segredos de Deus. Apenas sabemos que são criados simples e ignorantes, tendo todos, assim, o mesmo ponto de partida, o que é conforme à justiça; o que sabemos ainda é que o livre-arbítrio só se desenvolve pouco a pouco e após numerosas evoluções na vida corpórea. Não é, pois, nem após a primeira, nem depois da segunda encarnação que o Espírito tem consciência bastante clara de si mesmo, para ser responsável por seus atos; não é senão após a centésima, talvez após a milésima. Dá-se o mesmo com a criança, que não goza da plenitude de suas faculdades, nem um, nem dois dias após o nascimento, mas depois de anos. (RE, 1864) O armazenamento do registro de percepções, sensações e experiências se dá naturalmente através da memória cujos rudimentos podem ser observados no Reino Mineral. Como o Espiritismo a explica? A memória pode ser comparada a placa sensível que, ao influxo da luz, guarda para sempre as imagens recolhidas pelo Espírito, no curso de seus inumeráveis aprendizados, dentro da vida. Cada existência de nossa alma, em determinada expressão da forma, é uma adição de experiência, conservada em prodigioso arquivo de imagens que, em se superpondo umas às outras, jamais se confundem. (ETC, 12) Que é a memória, senão uma espécie de álbum mais ou menos volumoso, que se folheia para encontrar de novo as ideias apagadas e reconstituir os acontecimentos que se foram? Esse álbum tem marcas nos pontos capitais. De alguns fatos o indivíduo imediatamente se recorda; para recordar-se de outros, é-lhe necessário folhear por longo tempo o álbum.(OP) A memória é como um livro! Aquele em que lemos algumas passagens facilmente no-las apresenta aos olhos; as folhas virgens ou raramente perlustradas têm que ser folheadas uma a uma, para que consigamos reconstituir um fato sobre o qual pouco tenhamos demorado a atenção. Quando o Espírito encarnado se lembra, sua memória lhe apresenta, de certo modo, a fotografia do fato que ele procura. A memória é um disco vivo e milagroso. Fotografa as imagens de nossas ações e recolhe o som de quanto falamos e ouvimos. Por intermédio dela, somos condenados ou absolvidos, dentro de nós mesmos. (LI, 11) O aprofundamento das pesquisas levadas a efeito por diferentes ramos da ciência permitiu concluir-se que o recurso chamado mente acompanha a evolução da nossa espécie. O Biólogo Bruce Lipton no livro BIOLOGIA DA CRENÇA (butterfly, 2006) explica essa evolução. O que diz? A evolução dos mamíferos mais desenvolvidos, incluindo os chimpanzés, os cetáceos e os humanos, criou um novo nível de consciência chamado "autoconsciência" ou mente consciente. Foi um passo muito importante em termos de desenvolvimento. A mente anterior, predominantemente subconsciente, é nosso "piloto automático"; já a mente consciente é nosso controle manual. Por exemplo: se uma bola é jogada em direção ao seu rosto, a mente consciente, mais lenta, pode não reagir em tempo de evitar a ameaça. Mas a mente inconsciente, capaz de processar cerca de 20 milhões de estímulos ambientais por segundo versus 40 estímulos interpretados pela mente consciente no mesmo segundo, nos fará piscar e nos desviar. A mente subconsciente, um dos processadores de informações mais poderosos de que se tem notícia até hoje, observa o mundo ao nosso redor e a consciência interna do corpo, interpreta os estímulos do ambiente e entra imediatamente em um processo de comportamento previamente adquirido (aprendido). Tudo isso sem ajuda ou supervisão da mente consciente. O subconsciente é um grande centro de dados e programas desprovido de emoção, cuja função é simplesmente ler os sinais do ambiente e seguir uma programação estabelecida sem nenhum tipo de questionamento ou julgamento prévio. 


Por que nosso anjo da guarda não avisa, quando vamos sofrer um acidente? Por exemplo: a pessoa sai de casa para o trabalho e no trajeto é atropelada. (Jairo)


Em primeiro lugar, Eduardo, precisamos definir o que seja anjo da guarda. Há uma idéia vigente na crença popular de que anjo da guarda é uma entidade celestial, que sempre está ao nosso lado, para nos alertar contra o mal e nos prevenir dos perigos. Mas, a Doutrina Espírita, conforme podemos ler n’O LIVRO DOS ESPÍRITOS, considera o anjo da guarda como um Espírito protetor, assim como um pai em relação aos filhos.


O protetor não é necessariamente um Espírito muito elevado e muito menos perfeito ou celestial. Geralmente, ele está numa condição um pouco acima de seu protegido, mas não pode estar espiritualmente ser muito superior a ele, pois, se o fosse, encontraria dificuldades para dele se aproximar. Trata-se de um Espírito que assumiu um compromisso com seu protegido, assim como um amigo, que quer ajudá-lo no caminho do bem.


Convém ressaltar que o Espiritismo não concebe a presença do “anjo mau”, que a crença popular costuma colocar ao lado do “anjo bom”. Na verdade, as más tendências estão em nós próprios, e elas podem ser reforçadas por adversários ou inimigos, que querem nos prejudicar, que são aqueles que chamamos de obsessores. Mas o protetor, como dissemos, é alguém que quer nos ajudar sempre, principalmente se houver algum perigo por perto.


Por outro lado, há registro de muitos relatos de pessoas que foram alertadas contra perigos iminentes. Possivelmente pelos seus protetores. No entanto, isso não acontece sempre; talvez aconteça raramente. E vamos dizer por quê. Primeiramente, porque há situações difíceis e, às vezes, doloridas, pelas quais temos de passar, para aprender. Elas fazem parte de nosso currículo de vida: precisamos de algumas experiências amargas para superar nossos limites. Portanto, se aprender for o objetivo da experiência dolorosa, o protetor, com certeza, não vai interferir, pois sabe que aquela experiência será benéfica para seu protegido.


Pode acontecer, também, que o protetor ignora o que vai acontecer. Isso é muito comum. Ele não é um Espírito perfeito, como dissemos; portanto, não sabe tudo. Ele não sabe, por exemplo, que decisão vamos tomar daqui a cinco minutos; e muito menos se essa decisão nos levará a uma situação de perigo, de modo que ele também será surpreendido pelo que poderá acontecer.


Devemos considerar, ainda, que o Espírito protetor não fica as 24 horas ao lado de seu protegido. Isso está bem explicado n’O LIVRO DOS ESPÍRITOS. Seu papel é nos acompanhar-lo nos principais lances da vida, procurando intuí-lo nos momentos mais delicados, embora nem sempre consiga se fazer ouvir, por causa de nossas condições espirituais, nem sempre favoráveis. Desse modo, o protetor, quase sempre, nos espreita à distância.


Assim como um pai ou uma mãe, que protege seus filhos na infância, mas, aos poucos, deixa que eles vão assumindo suas decisões e atos, o protetor também não pode permanecer colado ao seu protegido, em todo momento ou em qualquer situação, até porque, se assim fizesse, tirar-lhe-ia a liberdade de caminhar com as próprias pernas, de aprender com seus erros e acertos, e de evoluir espiritualmente Leia, reflita e discuta, d’O LIVRO DOS ESPÍRITOS, as questões de 489 a 521.


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