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terça-feira, 2 de julho de 2024

MAUS ESPÍRITOS; EM BUSCA DA VERDADE COM O PROFESSOR

 “Os Espíritos constituem todo um mundo, toda uma população que enche o espaço, circula ao nosso lado, mistura-se a tudo quanto fazemos. Se o véu que nô-los oculta viesse a ser levantado, nós os veríamos à nossa volta, indo e vindo, seguindo-nos ou nos evitando, conforme o grau de simpatia; uns indiferentes, verdadeiros desocupados do mundo oculto, outros muito ocupados, quer consigo mesmos, quer com os homens aos quais se ligam, com um propósito mais ou menos louvável, segundo as qualidades que os distinguem”. O comentário de Allan Kardec é amplamente autenticado por outro, o do físico Marcelo Gleiser no seu livro CRIAÇÃO IMPERFEITA (record) ao se referir visão da Teoria das Supercordas ao considerar que diz, “mesmo que as dimensões do espaço sejam imperceptíveis, são elas que determinam a realidade física em que vivemos”. Se pensarmos o nível de exposição às influências possíveis na atualidade pela desconexão que as pessoas vivem pelo afastamento dos assuntos da Espiritualidade, bem como, o desconhecimento sobre a realidade da revelação oferecida pelo Espiritismo, vale a pena avaliarmos o exposto no artigo que abre a edição de setembro de 1859 da REVISTA ESPÍRITA. Entre outras coisas, escreveu o autor da matéria sobre essas influências recíprocas do Mundo Espiritual ao Material e vice-versa: -“uma cópia perfeita do gênero humano, com suas boas e más qualidades, com suas virtudes e vícios. Esse envolvimento, ao qual não podemos escapar, já que não há recantos por demais ocultos que sejam inacessíveis aos Espíritos, exerce sobre nós e à nossa revelia, uma influência permanente. Uns nos impelem ao bem, outros ao mal; muitas vezes as nossas determinações resultam de suas sugestões; felizes daqueles que têm juízo suficiente para discernir o bom ou o mau caminho por onde nos procuram arrastar. Considerando-se que os Espíritos nada mais são que os próprios homens despojados de sua indumentária grosseira, ou almas que sobrevivem aos corpos, segue-se que há Espíritos desde que há seres humanos no Universo”. Tratando do fator desencadeador de qualquer processo de envolvimento e influencia observa: -“Antes de tudo podemos estabelecer como princípio que os Espíritos maus não aparecem senão onde alguma coisa os atrai. Portanto, quando se intrometem nas comunicações, é que encontram simpatias no meio onde se apresentam ou, pelo menos, lados fracos que esperam aproveitar; em todo caso, porque não encontram uma força moral suficiente para os repelir. Entre as causas que os atraem, é preciso colocar em primeira linha as imperfeições morais de qualquer natureza, porque o mal simpatiza sempre com o mal”. Como orientação para nos precavermos contra as más influências, devemos refletir sobre o seguinte: -“A primeira coisa é não os atrair e evitar tudo quanto lhes possa dar acesso. Como vimos, as disposições morais são uma causa preponderante. Todavia, abstração feita dessa causa, o modo empregado não deixa de ter influência. (...). Ora, se nos recordarmos do que já dissemos sobre a variada e numerosa população dos Espíritos que nos cercam, compreenderemos sem dificuldade que isso seria colocar-nos à mercê do primeiro que viesse, bom ou mau. E como nessa multidão há mais Espíritos maus do que bons, existe mais oportunidade para os maus, exatamente como se abríssemos a porta a todos os passantes da rua”., (...) Os bons chegam mesmo a permiti-lo para exercitar a nossa sagacidade em reconhecê-los, mas não terão nenhuma influência”.



Sempre teve muita dificuldade de conviver com sua mãe, que entre elas surgiram muitos desentendimentos e discussões, que nunca puderam viver em paz e que essa situação só melhorou depois que se casou e saiu de casa. Só recentemente, lendo livros espíritas, percebeu que, na verdade, ela odeia a mãe e precisa perdoá-la. Ela diz que levou um susto ao deparar com essa palavra “ódio”, pois não pode admitir que esse sentimento possa existir entre mãe e filha. Por isso, passou a participar de reuniões de“passe” para e continuar lendo livros de mensagens para ver se esse sentimento, que não quer ter contra a mãe, seja substituído pelo seu oponente, o amor.

Infelizmente não é o primeiro e nem tampouco o último caso dessa natureza. Já vimos situações semelhantes, algumas das quais puderam ser resolvidas com a aplicação do conhecimento espírita.

É que a doutrina nos ensina que a vida em família geralmente está cercada de uma série de problemas que decorrem de vidas anteriores e que aqui nos encontramos novamente para solucioná-los.

Por isso, procuramos acalmar as pessoas, que estão envolvidas em tais situações, mostrando que sempre existem caminhos para ajudá-las a encontrar solução para seus problemas.

Ninguém nasce numa determinada família por acaso e os problemas geralmente ocorrem por desentendimentos do passado.

Aquele ou aquela que se aproximar mais do Espiritismo tem chance de poder descortinar com mais facilidade uma saída honrosa, submetendo-se ao exercício da compreensão e do perdão.

Todavia, o perdão não surge espontaneamente, não é um ato mágico e não depende apenas de orações. Depende muito mais de atitudes.

Não conquistamos a simpatia das pessoas apenas dizendo que as amamos, mas procurando fazer por elas aquilo que gostaríamos que nos fizessem, como ensinou Jesus.

Além do mais – e isto é muito importante dizer – não há uma solução fácil ou miraculosa para tais problemas.

Com certeza, essa filha só vai descobrir o caminho a seguir continuando a busca-lo na doutrina espírita ou, mais propriamente, na convivência com pessoa que acreditam na solução.

Tudo é uma questão de amadurecimento. Começamos pela vontade de resolver. Esforçamo-nos em orar pelo adversário, desejando-lhe de coração todo o bem do mundo.

Aos poucos, agindo assim, vamos superando as barreiras que existem dentro de nós e visualizando, cada vez com maior nitidez, o caminho a seguir.

Se Jesus ensinou o amor aos inimigos, ele estava nos estimulando ao esforço íntimo de nos modificar, não só para orar, mas sobretudo para agir em favor daqueles que ainda não nos amam.


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