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terça-feira, 30 de julho de 2024

O PSIQUIATRA E A OBSESSÃO; EM BUSCA DA VERDADE COM O PROFESSOR

 

Jorge Andreia, psiquiatra inscreveu seu nome na História do Espiritismo no Brasil pela sua contribuição no entendimento da doença mental sob a ótica da reencarnação. Autor de mais de uma dezena de obras, via nos mais de cem anos em que esteve encarnado, muitas delas se perderem por terem sido entregues a editoras sem vocação para o trabalho de publicação e preservação desses materiais. Muitas delas hoje são encontradas nos chamados “sebos” e, muito poucas nesse prodigioso sistema chamado GOOGLE. Para termos uma ideia da lucidez do pensamento do grande estudioso, reproduzimos a seguir uma de seus textos falando sobre o grave problema da perturbação espiritual. Diz ele: - A obsessão, como processo negativo, possui estruturação bem definida, obedecendo a intermináveis graduações, com específica localização nas raízes do psiquismo. Todos sofremos influência, porém daremos respaldo e sintonia com aqueles com quem nos afinizamos. Se nos encontramos em posição espiritual sadia, consequência de nossas sadias atitudes, teremos gratificações de equilíbrio e do discernimento. Se nossa posição se afasta das posições positivas, onde a ética praticamente prepondera, sofreremos as influências dos campos negativos e, o que é mais importante, na intensidade que nos afastamos do bem, pelas conotações das raízes pretéritas que traduzirão o grau de envolvimento. Consideremos também, as atitudes pessoais do indivíduo, o seu momento evolutivo e a sua escolha no jogo do livre-arbítrio. Desse modo anote-se a importância dos fatores do meio e a elaborações psíquicas de superfície (zona física), que são absorvidas e influenciam a própria organização. De tudo isso, podemos compreender, que o processo obsessivo exige tempo, a fim de que haja fixação das negatividades nas raízes do espírito daquele que no desenvolver das atitudes

pouco recomendáveis, abriu os campos da alma permitindo a sintonia. Sob as influências psíquicas negativas, alguns

apresentam reações leves e de mais fácil remoção, outros tantos carregam por anos as suas inconsequências. Estes últimos somente diante das dores advindas do processo conseguem neutralizar, em tempo específico, as manifestações obsessivas. Os quadros de mais fácil remoção encontram suas raízes nas camadas periféricas do psiquismo; isto é, da faixa do períspirito até a zona do campo material geralmente são respostas reativas mais fracas, portanto, mais fracas foram as reações negativas. Os casos mais críticos, de duradouras reações e de difícil neutralização, permite asseverar que existem implantações negativas em plenas camadas espirituais, aquelas que são envolvidas pelo corpo ou campo mental, portanto, implantações nos alicerces do espírito. Implantações, habitualmente, representam muitos componentes sedimentados por várias reencarnações, isto é, ações maléficas foram desenvolvidas em várias vidas em muitas oportunidades, daí sua sedimentação nos arcanos da alma. Nesta conjuntura, é fácil avaliar que a implantação de um processo obsessivo será variável e proporcional a intensidade da ação. Quanto maior for o desenvolvimento de uma ação negativa de resposta refletida nas reações cármicas de toda ordem, tudo dentro de uma lei que se perde no infinito fenomênico de suas próprias reações. Por isso Kardec foi bem expressivo quando classificou as obsessões em três parâmetros: O primeiro, o mais leve, denominou obsessão simples, o segundo, como grau intermediário, a fascinação, e o mais avançado, subjugação ou possessão. Na obsessão simples, o indivíduo possui total capacidade de raciocínio, percebe as distonias, chega mesmo a classificar certas tendências como não sendo suas. Havendo interesse pessoal, ao lado de orientações e conselhos, o indivíduo reage com certa facilidade. O importante é que o agredido procure orientar-se dentro de uma ética sadia, onde o próprio comportamento possa refletir atos positivos na tela consciente. Nesta contingência a Doutrina Espírita torna-se valiosa por fornecer elementos que possibilitam conhecimento daquele que sofreu o pequeno desvio. Se as atitudes do ser passam a ser coerentes, ele mesmo consegue livrar-se das influências, e o que é mais importante, torna-se psicologicamente falando, mais maduro; é como se fosse vacinado pela distonia temporária. No segundo grau de obsessão, o processo de fascinação, apesar de o indivíduo raciocinar, ler e conhecer certas máximas qualitativas da vida, encontra-se com o bloco dos sentimentos fixados em determinadas ideias. O Ser somente enxerga o que lhe convém – a influência negativa em constante ação. Mesmo que possua alguns conhecimentos espiritistas ou mensagens de alerta, as suas ideias estão convergidas para uma única direção;

esses indivíduos “flutuantes” jamais absorveram e muito menos procuram ter atitudes de vida coerente com a moral espírita, que é séria e sem pieguismos. Ficam flutuando na superficialidade, e somente enxergam as suas sugestões emocionais, que na maioria das vezes, não são próprias e sim absorvidas de sutis influências negativas. Todos os que carregam influências pretéritas e que não procuram corrigi-las, em útil movimentação de trabalho, podem ser colhidos nas malhas menos felizes das influenciações das irradiações espirituais em desalinho. Essas fixações se dariam na maioria das vezes por elogios desmedidos ou pela exaltação de conhecimentos inexistentes. Na absorção desses mananciais depreciativos haverá desencadeamento de autêntico processo de autofagia psicológica, pela sintonia com o elogio despropositado, ou pelas manifestações festivas de inexistentes valores, a fim de satisfazerem o próprio ego perante as efusões de mediocridade. Com isso os canais da alma ficam ligados às forças negativas e o envolvido passa a incorporar, definitivamente, a ideia ou grupo de ideias e a defendê-las, até com certa dose de insistência; essa condição pode dar nascimento às manifestações compulsivas, isto é, necessidade de realizar o impulso emocional em ação. Nesta segunda categoria colocamos, como típicas posições, o ciúme desmedido e o narcisismo. Este último campeia na nossa sociedade nas mais variadas manifestações, tanto no elemento masculino quanto feminino.

Gostaria de ouvir a opinião de vocês sobre o caso do menino, vítima de um culto de magia, que introduziu muitas agulhas no seu corpo. (João Caetano)


Um ato reprovável, sem dúvida; do ponto de vista legal, um crime. Nenhuma pessoa, no pleno exercício de sua consciência moral, poderia admitir uma coisa dessas nos dias de hoje, nem em ser humano e nem mesmo em animais. Até que se pode entender que no passado muito distante, o homem, atemorizado diante da ira de seus deuses, oferecesse sacrifícios humanos pensando estar salvando toda uma comunidade . Mas isso é coisa de um passado remoto.


Infelizmente, ainda existem mentalidades bastante atrasadas, criando verdadeiros bolsões de ignorância, talvez por abandono da própria sociedade. Alguns são Espíritos primitivos facilmente influenciáveis por crenças que já não são de nosso tempo; outros porque são portadores de doenças mentais – no caso, psicopatas, que podem perpetrar um crime de tamanha gravidade. A magia decorre de uma crença muito antiga em fenômenos inexplicáveis e misteriosos, que pode levar pessoas, pouco informadas ou má conduzidas – ou, ainda, mal intencionadas - a práticas criminosas.


É por isso que a Doutrina Espírita, cujos princípios morais são os mesmos ensinados por Jesus, se propõe a mostrar ao homem que Deus é amor e que, somente através da prática do bem, podemos conquistar a felicidade que almejamos. Nada justifica o sacrifício humano. A vida deve ser considerada o maior valor de nossa existência neste mundo. Cabe a todos nós preservá-la e defendê-la, desde a concepção no ventre materno até o instante final que assinala o termo desta vida.








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