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sexta-feira, 5 de julho de 2024

POSSÍVEL EXPLICAÇÃO PARA O INCOMPREENSÍVEL ; EM BUSCA DA VERDADE COM O PROFESSOR

 

Embora o turbilhão de notícias sobre a violência tenha ocultado os fatos, a verdade é que a memória recente de quem se sentiu estarrecido diante dos acontecimentos ainda não apagou a suposta eliminação da própria família por um menino de 13 anos num dos bairros da capital paulista em 2013, ou a daquele outro de 10 anos que em São Caetano do Sul (SP), em 2011, após retornar do banheiro da escola, atirou na professora perante 25 colegas, saiu da sala e, numa escada próxima, suicidou. Como entender que duas criaturas nem bem saídas da infância sejam capazes de ações tão violentas contra pessoas que deveriam no mínimo respeitar? Teria sido a personalidade de sua existência atual tão mal formada a ponto de não revelarem sentimentos ou se perturbarem irracionalmente diante de situações que consideravam injustas e insuportáveis? Perguntas de resposta difícil até pela falta de dados realmente confiáveis do histórico recente dos personagens envolvidos. Admitida a reencarnação como um fato, teria o passado remoto algo a ver com desdobramentos tão surreais? Perpassando um dos volumes da coleção da REVISTA ESPÍRITA publicada por iniciativa e com recursos do próprio Allan Kardec no período 1858/1869, especificamente no numero de dezembro de 1859, encontra-se o Boletim da Sociedade Parisiense de Estudos Espíritas referente à sessão geral de 30 de setembro daquele ano, uma sexta feira. Entre os assuntos que ocuparam a pauta cumprida pelos presentes, informações a respeito de uma notícia veiculada por vários jornais de Paris, sobre o assassínio cometido por um menino de sete anos e meio, com premeditação e todas as circunstâncias agravantes. Segundo comentário de Allan Kardec, o fato provava que nesse menino o instinto assassino inato não pode ser desenvolvido nem pela educação, nem pelo meio em que se encontrava. Considera ele que isto não pode explicar-se senão por um estado anterior à existência atual. Buscou então ouvir o Espírito São Luiz, responsável pelas reuniões levadas a efeito naquele grupo que explicou o seguinte: -“O Espírito do menino está quase no início do período humano; não tem mais que duas encarnações na Terra; antes de sua existência atual pertencia às tribos mais atrasadas de ilhas espalhadas pelo Planeta. Quis nascer num mundo mais adiantado, na esperança de progresso”. A observação suscita uma reflexão interessante: vivia-se o décimo nono século da chamada Era Cristã e, pelo que revela a questão 1019 d’ O LIVRO DOS ESPÍRITOS e o 18 da obra A GÊNESE, a Terra passava desde um século e meio antes por um ciclo de ajuste no tocante à população a ela ligada tendo em vista a elevação do orbe terreno na classificação explicada nas análises incluídas no capítulo 3 d’O EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO. Nelas, o Codificador dedica-se a interpretar o HÁ MUITAS MORADAS NA CASA DE MEU PAI, afirmação atribuída a Jesus por João no capítulo XIV, versículo 1, do seu Evangelho, arriscando uma classificação dos Mundos, situando a Terra na categoria dos de Expiações e Provas, aqueles em que o mal predomina pela condição evolutiva dos seres que nela habitam. E no caso do autor do crime, ele não tinha mais que duas encarnações no planeta terreno. Mais à frente, mensagem psicografada por Santo Agostinho afirma que “não são todos os Espíritos encarnados na Terra que se encontram em expiação, constituindo-se as raças que chamamos selvagens de Espíritos apenas saídos da infância, que estão, por assim dizer, educando-se e desenvolvendo-se ao contato de Espíritos mais avançados”. Quanto a esse enfoque num de seus esclarecedores textos, Kardec estabelece interessante comparação lembrando que aquele que renasce em nossa Dimensão em apenas dois dias de existência não tem noção clara da realidade que o cerca, percepção que somente alcançará após mais de uma década de desenvolvimento no corpo a que se ligou na nova reencarnação com que trabalha pelo seu progresso espiritual. Os Espíritos recém elevados à condição humana consomem em tese o mesmo tempo ou número de encarnações para começar a ter consciência de suas responsabilidades perante a Criação. Finalizando a consulta, Allan Kardec perguntou à São Luiz se a educação poderia modificar essa natureza, obtendo a seguinte resposta: -“É difícil, mas possível. Seria preciso tomar grandes precauções, cerca-lo de boas influências, desenvolver a sua razão, mas é de temer que se fizesse exatamente o contrário”.




É verdade que, depois que a gente morre, quando logo que chega ao mundo espiritual, lá vai encontrar lindas paisagens com árvores, flores e rios de águas límpidas, que nos trazem alegria e paz?

Na verdade, costumamos projetar fora de nós tudo aquilo que trazemos dentro de nós. Quando você está bem consigo mesma, quando você está feliz com a vida (digamos assim), tudo lhe parece maravilhoso à sua volta. Sua alma funciona como uma lente mágica, através da qual você vai perceber maravilhas nas coisas, nas pessoas e nas situações que a rodeiam.

Nessas condições, ou seja – quando você está bem - você vê as qualidades nas pessoas, onde antes você só via defeitos; você percebe a beleza natural de um lugar, onde antes nada de bom lhe coloriam os olhos. O mundo lhe parece mais alegre e a vida acaba ganhando um novo significado. Você está com Deus.

Ora, se isso acontece conosco, quando ainda estamos aqui encarnados na Terra, calcule como será no mundo espiritual, quando não mais estaremos presos às limitações do corpo e poderemos mais facilmente ampliar nossas percepções.

É por isso que todos nós, invariavelmente, devemos aprender a cultivar o bem em nosso coração todos os dias, aprendendo a ver o lado bom da vida pela luz do sentimento, para que estejamos fortalecidos nas horas mais difíceis.

Quando Jesus ensinou a prática do bem ao próximo – ou seja, o amor incondicional ou a caridade – ele estava ensinando, ao mesmo tempo, como cada um de nós pode construir seu paraíso interior, onde tudo é belo, bom e bonito.

Era assim que Jesus via o mundo, até mesmo os próprios inimigos. Ele amava os inimigos, desejava-lhes todo o bem do mundo, perdoou até seus mais cruéis algozes, porque via neles apenas crianças espirituais que estavam simplesmente aprendendo, sem saber precisamente o que faziam.


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