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segunda-feira, 29 de julho de 2024

PRECE ADIANTA ALGUMA COISA; EM BUSCA DA VERDADE COM O PROFESSOR

 - “Cada um é livre para encarar as coisas à sua maneira, e nós, que reclamamos essa liberdade para nós, não podemos recusá-la aos outros. Mas, do fato de que uma opinião seja livre, não se segue que não se possa discuti-la, examinar seu aspecto forte e o fraco, pesar-lhe as vantagens ou os inconvenientes”. O racional e lógico argumento é utilizado por Allan Kardec em artigo escrito para a edição de janeiro de 1866 da REVISTA ESPÍRITA posicionando-se sobre movimento que defendia a inutilidade da prece considerada por eles prática supersticiosa e ato de fingida devoção incompatível com o Espiritismo que, ciência puramente filosófica, não deveria ter qualquer caráter religioso; que estando todos os seres submetidos a Leis Eternas estabelecidas por Deus seria inútil orar, pedindo ou agradecendo um favor especial; bem como orar pelos Espíritos cuja sorte está traçada, não se podendo mudar a ordem natural das coisas. Das considerações de Allan Kardec destacamos algumas, bastante atuais sobre o tema: 1- Se o Espiritismo proclama sua a utilidade, não é por espírito de sistema, mas porque a observação permitiu constatar-lhe a eficácia e o modo de ação. Desde que, pelas leis fluídicas, compreendemos o poder do pensamento, compreendemos também o da prece, que é, ela mesma, um pensamento dirigido para um objetivo determinado. Para algumas pessoas, a palavra prece não revela senão uma ideia de pedido; é um grave erro. 2- Com relação à Divindade é um ato de adoração, de humildade e de submissão ao qual não se pode recusar sem desconhecer o poder e a bondade do Criador. Negar a prece a Deus é reconhecer Deus como um fato, mas é recusar prestar-lhe homenagem; está ainda aí uma revolta do orgulho humano. 3- Com relação aos Espíritos, que não são outros senão as almas de nossos irmãos, a prece é uma identificação de pensamentos, um testemunho de simpatia; repeli-la, é repelir a lembrança dos seres que nos são caros, porque essa lembrança simpática e benevolente é em si mesma uma prece. Aliás, sabe-se que aqueles que sofrem a reclamam com instância como um alívio às suas penas; se a pedem, é, pois, que delatem necessidade; recusá-la é recusar o copo d'água ao infeliz que tem sede 4- Além da ação puramente moral, o Espiritismo nos mostra, na prece, um efeito de alguma sorte material, resultante da transmissão fluídica. Sua eficácia, em certas doenças, está constatada pela experiência, como é demonstrada pela teoria. Rejeitar a prece é, pois, privar-se de um poderoso auxiliar para o alívio dos males corpóreos. 5- A prece é, pois, uma necessidade universal, independente das seitas e das nacionalidades. Depois da prece, estando-se fraco, sente-se mais forte; estando-se triste, sente-se consolado; tirar a prece é privar o homem de seu mais poderoso sustento moral na adversidade. Pela prece ele eleva sua alma, entra em comunhão com Deus, se identifica com o mundo espiritual, desmaterializa-se, condição essencial de sua felicidade futura; sem a prece, seus pensamentos ficam sobre a Terra, se prendem cada vez mais às coisas materiais; daí um atraso em seu adiantamento. 6- a principal autoridade da Doutrina é que não há um único de seus princípios que seja o produto de uma ideia preconcebida ou de uma opinião pessoal; todos, sem exceção, são o resultado da observação dos fatos; foi unicamente pelos fatos que o Espiritismo chegou a conhecer a situação e as atribuições dos Espíritos, assim como as leis, ou melhor uma parte das leis que regem suas relações com o mundo invisível; este é um ponto capital. 7- O Espiritismo partilhado em dez, em vinte seitas, aquela que tiver a supremacia e mais vitalidade será naturalmente a que dará maior soma de satisfações morais, que encherá o maior número de vazios da alma, que será fundada sobre as provas mais positivas, e que melhor se colocará ao uníssono com a opinião geral.

Por que alguns Espíritos, quando se comunicam no centro, parece que ainda estão no seu corpo, sofrendo a situação que os levou à morte, agindo como se ainda estivessem encarnados?


Essa situação é até comum. Em geral, ela ocorre com Espíritos ainda muito presos à matéria; ou seja, aquelas pessoas que não conseguiram desenvolver valores espirituais e que se fecharam à ação de seus protetores. A morte, quase sempre, é um trauma para o Espírito – e para essas pessoas, mais ainda - devido à mudança que provoca, principalmente quando a morte se dá de maneira brusca, inesperada, como no caso de acidentes ou mesmo numa morte repentina.


Assim, é comum haver comunicação de Espíritos que ainda estão experimentando as emoções dos últimos momentos de sua vida, momentos sofridos, que ficam gravados mais fundo em sua memória. Como todos têm medo da morte, é natural que inconscientemente esses Espíritos resistam à idéia de desencarnar, e essa negação faz com que se agarrem aos momentos finais da existência terrena, como tábua de salvação. O medo da morte leva-os a prolongarem as sensações mais desconfortáveis. Para alguns, superar esse momento é muito complicado; para outros, basta uma presença de um familiar desencarnado ou de um amigo espiritual.


Entretanto, as pessoas mais espiritualizadas conseguem vencer com relativa facilidade os obstáculos dessa passagem, até porque, devido às suas vibrações mentais, estão mais próximas de Espíritos amigos ou familiares, que vêm ao seu encontro, ajudando-as a aceitar a grande mudança e a tomar consciência de que devem iniciar uma nova vida. Daí a importância de vivermos uma vida voltada para o seu sentido mais elevado, cultivando valores do espírito, agindo com responsabilidade, procurando ser útil ao semelhante, confiando em si mesmo e, sobretudo, em Deus. Quem vive uma vida reta e elevada cria em torno de si uma psicosfera luminosa.


Contudo, o desenvolvimento da religiosidade numa pessoa não quer dizer, necessariamente, que ela precise ter uma religião, mas, sim, que ela alimente um espírito solidário em relação àqueles que a cercam, que tenha uma participação positiva no meio em que vive – seja no âmbito da família ou da sociedade. Aqueles que só pensam em si mesmos, que nada fazem pelos outros, que só buscam as próprias vantagens – principalmente, vantagens de ordem material, em prejuízo do semelhante – estão mais sujeitos a situações traumáticas depois da morte, e por culpa deles mesmos.



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