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sexta-feira, 19 de julho de 2024

UMA ANÁLISE SOBRE A REENCARNAÇÃO ; EM BUSCA DA VERDADE COM O PROFESSOR

 

Distante por 16 séculos da cultura entorpecida pelas sombras impostas pelo dominante pensamento religioso, a sociedade humana resiste a ceder à logica e evidências da reencarnação e visão evolucionista derivada dela. No número de outubro de 1860, um Espírito identificado como Zénon, através de mensagem psicografada em reunião da Sociedade Espírita de Paris, incluída por Allan Kardec na REVISTA ESPÍRITA faz uma análise interessante sobre o tema. Escreve ele: - Há na doutrina da reencarnação uma economia moral que não escapa à tua inteligência. Sendo a corporeidade compatível somente com os atos de virtude, e sendo esses atos necessários ao melhoramento do Espírito, raramente encontrará este, numa única existência, as circunstâncias necessárias ao seu progresso acima da Humanidade. Sendo admitido que a justiça de Deus não pode harmonizar-se com as penas eternas, deve a razão concluir pela necessidade: 1o - de um período de tempo durante o qual o Espírito examina o seu passado e toma suas resoluções para o futuro; 2o - de uma existência nova em harmonia com o avanço atual desse Espírito. Não falo dos suplícios, por vezes terríveis, a que são condenados certos Espíritos, durante o período da erraticidade; por um lado eles correspondem à enormidade da falta e, por outro, à justiça de Deus. Isto diz bastante para dispensar detalhes que, aliás, encontrarás no estudo das evocações. Voltando às reencarnações, haverás de compreender a sua necessidade por uma comparação vulgar, mas de impressionante verdade. Após um ano de estudos, o que acontece ao jovem colegial? Se progrediu, passa para a classe superior; se ficou imobilizado em sua ignorância, repete o ano. Vai mais longe; comete faltas graves e é expulso. Pode vagar de colégio em colégio; pode ser afastado da Universidade e pode ir da casa de educação à casa de correção. Tal a imagem fiel da sorte dos Espíritos e nada satisfaz mais completamente à razão. Quer-se cavar mais profundamente a doutrina? Ver-se-á, nessas ideias, o quanto a justiça de Deus parece mais perfeita e mais conforme às grandes verdades que dominam a nossa inteligência. No conjunto, como nos detalhes, há nisso algo de tão surpreendente que o Espírito que começa a iniciar-se fica como que iluminado. E as censuras murmuradas contra a Providência, e as maldições contra a dor, e o escândalo do vício feliz em face da virtude que sofre, e a morte prematura da criança; e, numa mesma família, de encantadoras qualidades, dando, por assim dizer, a mão a uma perversidade precoce; e as enfermidades que datam do berço; e a infinita diversidade de destinos, tanto nos indivíduos, quanto nos povos, problemas até hoje insolúveis, enigmas que fazem duvidar da bondade, e quase da existência de Deus, tudo isto se explica ao mesmo tempo. Um puro raio de luz se estende no horizonte da filosofia nova e, no seu quadro imenso, agrupam-se harmoniosamente todas as condições da existência humana. As dificuldades se aplainam, os problemas se resolvem, e mistérios até hoje impenetráveis se explicam numa única palavra: reencarnação. Leio em teu pensamento, prezado cristão. Tu dizes: eis, desta vez, uma verdadeira heresia. (...) No dia marcado por Deus os filósofos cristãos não terão nenhuma dificuldade para dizer que a vida é múltipla. Isso não acrescenta nem muda nada nos vossos deveres. A moral cristã fica de pé e a lembrança da missão de Jesus paira sempre sobre a Humanidade. A religião nada tem a temer deste ensino, e não está longe o dia em que seus ministros abrirão os olhos à luz; por fim reconhecerão, na revelação nova, os socorros que, imploram do céu. Eles creem que a sociedade vai perecer: será salva.


Quando uma pessoa está sofrendo muito e parece que nada dá certo em sua vida, os espíritas costumam dizer que ela está pagando pelo mal que fez em outra encarnação. Isso pode fazer com que ela sofra ainda mais, porque se sente culpada de algo que fez no passado, mas não se lembra. (Comentário)

Certa ocasião, uma senhora que costumava ligar para o MOMENTO ESPÍRITA e cuidava de sua mãe doente há pelo menos dez anos, nos perguntou que mal ela teria feito à mãe em vida anterior para ficar com o peso dessa responsabilidade.

Na verdade, ela tinha vários irmãos que, com o tempo, deixaram de dar atenção à mãe, deixando para ela todo o peso do encargo. Daí porque, ela se sentia na obrigação e cuidar da mãe, dar para ela o melhor que podia e, ao mesmo tempo curtir um ressentimento para com os irmãos que a abandonaram.

Dissemos àquela senhora que não visse o desafio dessa forma. Pela maneira carinhosa como ela cuidava da mãe, com certeza ela não estava respondendo por algum mal ou omissão do passado, mas, ao contrário, ela estava cumprindo uma nobre missão, assumindo a responsabilidade perante sua mãe.

Na lei de Deus, caros ouvintes, as coisas não devem ser vistas com tanta simplicidade, para dizer à pessoa: “Está vendo? Você foi mal do passado e agora está pagando!... Não, não é assim. Precisamos saber que se, por outro lado, respondemos por erros, por outro, nós também assumimos tarefas e compromissos – que são mais importantes na caminhada do Espírito do que simplesmente pagar por dívidas morais.

Parece que aquela ouvinte ficou satisfeita com a nossa colocação e nunca mais veio a tocar no assunto, até porque tempos depois sua mãe veio a desencarnar sob seus cuidados e ela também desencarnou em seguida.

Portanto, meus irmãos, não devemos nos arvorar em julgadores da vida alheia, só porque esta ou aquela pessoa está passando por esta ou por aquela dificuldade. Na maioria das vezes, não damos conta da nossa própria vida e, o pior, muitas vezes não queremos encarar a realidade.

A questão fundamental que devemos considerar no caso das experiências reencarnatórias é que todos nós estamos no mundo para desenvolver responsabilidade e não para alimentar sentimento de culpa.

Assim, diante de qualquer situação que pareça conspirar contra nós, vamos pensar primeiro que aquele problema veio para nos despertar e nos ajudar a crescer, cada um diante de si mesmo, diante de seus irmãos de humanidade e diante de Deus.

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