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sexta-feira, 2 de agosto de 2024

COMUNICAÇÃO MEDIÚNICA ENTRE VIVOS; EM BUSCA DA VERDADE COM O PROFESSOR

 

Discorrendo sobre os caracteres da revelação espírita, Allan Kardec considera que “como meio de elaboração, o Espiritismo procede exatamente da mesma maneira que as ciências positivas, isto é, aplica o método experimental, acrescentando que “é rigorosamente exato, portanto, dizer que o Espiritismo é uma ciência da observação e não o produto da imaginação”. Sua atuação à frente da Sociedade Espírita de Paris documenta o quanto ele ousou, através de diferentes médiuns, aprofundar os temas relacionados com informações obtidas com os Espíritos por ele evocados ou que se manifestavam em várias partes do Planeta abrindo caminho para o conhecimento da realidade do Mundo Espiritual. Um dos assuntos que o senso perquiridor de Kardec submeteu a testes, foi a possibilidade de comunicações mediúnicas de pessoas encarnadas ou, como se costuma dizer, vivas. Longa e minuciosa pesquisa foi por ele conduzida, evocando Espíritos encarnados, às vezes, a grandes distâncias, sob controle de entidades espirituais que dirigiam os trabalhos mediúnicos da Sociedade. .As comunicações obtidas foram publicadas na íntegra, pois sempre eram psicografadas. Constituem-se nas primeiras pesquisas e demonstrações da independência do Espírito em relação ao corpo. Sócios efetivos ou correspondentes da Sociedade se inscreviam para essas experiências nesse sentido. Um desses documentos pode ser encontrado na REVISTA ESPÍRITA, janeiro de 1860. Compreende oitenta perguntas formuladas a um Conde, oficial da Marinha Imperial, retido em sua casa por enfermidade, e, que se oferecia para estudo, propondo-se a deitar-se por volta das nove horas do dia 25 de novembro, calculando que por volta das nove e meia poderia ser chamado. Assim foi feito, na data combinada, em que respondeu à metade das perguntas a ele dirigidas, retornando na semana seguinte, no dia 2 de dezembro, complementando a interessante entrevista. Na primeira série de perguntas, revelou detalhes importantes como “ter a condição de deslocar-se instantaneamente, e, à vontade, do local em que se comunicava até sua casa e vice-versa; ter consciência do trajeto; observar os objetos existentes no caminho; estar num estado diferente ao de um sonâmbulo pelo fato de seu corpo estar dormindo; citou um remédio do qual nunca ouvira falar para tratar o mal que o acometia – a gota – o cólquico; ser capaz de auxiliar um amigo que soubesse em perigo através da inspiração; sentir-se num estado de grande felicidade como num sonho bom; sentir-se ligado ao corpo físico por um laço luminoso como uma luz fosforescente difícil de descrever; atuar sobre a mão do médium para dar-lhe uma direção que facilitava por uma ação sobre o cérebro; não experimentar fadiga física durante o fenômeno de que era o centro; ser capaz de responder uma pergunta mental”. No dia seguinte, contou que tinha sonhado que se achava na Sociedade, entre o médium e Kardec, o que foi considerado por este uma lembrança da evocação, que também diz que “sendo o sonho uma lembrança da atividade do Espírito, não é, evidentemente, o corpo que sonha”. Na segunda evocação, respondendo às questões formuladas por Kardec, expõem impressões elucidativas como “registrar de forma muito intensa percepções como a luz, sons e odores, não através dos órgãos dos sentidos como no corpo físico; ver os Espíritos desencarnados presentes à reunião que se processava; vê-los por sua própria forma perispiritual; apresentando-se também através deste corpo que imita a forma do corpo material, embora tendo consciência de ali estar no corpo fluídico luminoso; de ser capaz de dar um soco em qualquer um dos presentes, e, embora não fosse sentido pelo agredido, poderia sê-lo se o quisesse, esclarecendo ainda que o nome do remédio – cólquico –, sabia por tê-lo usado em encarnação anterior, em que, por sinal, lhe fizera muito mal”. Além das incursões feitas por Allan Kardec nessa área, Ernesto Bozzano, anos depois compilou vários relatos na obra COMUNICAÇÕES MEDIÚNICAS ENTRE VIVOS (edicel, 1968), publicado em tradução de Francisco Klör Werneck



Para nós, que estamos encarnados, morrer é ruim. Ninguém quer morrer e nem quer que seus entes queridos morram. Mas, a doutrina espírita diz que no plano espiritual é diferente, os Espíritos vêem de outra forma, porque não é a vida terrena que interessa, mas a vida do Espírito. Eu pergunto o seguinte: para o Espírito o que é melhor? Ter uma vida bem longa vida ou desencarnar antes? (anônimo)


O que é bom ou ruim para cada Espírito depende de seus antecedentes, de seu passado espiritual, de suas necessidades. É claro que, de um modo geral, quanto mais o individuo viver na Terra, mais experiências ele vai colher, mais vai aprender. Um Espírito, que desencarna ainda criança, não tem tempo suficiente para ter uma experiência rica na Terra; é como saísse da escola, logo no início do curso. Um, que desencarna em idade avançada, podemos dizer, completou seu curso natural, pôde aprender muito ao longo da vida e já tirou muitas conclusões importantes.


No entanto, cada Espírito tem a sua própria programação. A maioria vai viver muitos anos na Terra: alguns vão embora muito cedo, ainda jovens. Às vezes, não porque estava programado, mas porque abusaram, expuseram-se demasiado ao perigo, deixando de completar o curso que havia previsto. Outros, porém, podem partir cedo, porque assim foi planejado, de acordo com suas necessidades evolutivas. Cada caso é um caso. Como não sabemos o que está programado, cada um tem um dever para consigo mesmo, e deve se empenhar para ter uma vida mais duradoura possível.


O Ser humano, ao longo de sua evolução, tem prolongado cada vez mais sua vida em cada encarnação, por causa do progresso material e das condições de vida, que vão melhorando pouco a pouco – em relação à mudança de hábitos, conforto material, saneamento básico e assistência médica. Sabemos, por exemplo, que no início do século passado a média de vida humana era praticamente a metade do que é hoje. Desse modo, os Espíritos, que estão reencarnando agora, têm probabilidade de viver muito mais do que seus antepassados e aproveitar bem mais sua existência.


Sabemos, por outro lado, que tem aumentado significativamente o número de mortes por acidentes e por assassinato. Grande parte desses casos refere-se a desvios de comportamento, abusos e fácil exposição ao perigo por imprudência - o que, na verdade, constituem formas indiretas de suicídio. Desse modo, não é difícil concluir que muitos, que desencarnam ainda jovem, partem prematuramente da vida, perdendo sua encarnação e contraindo mais dívidas morais, quer para com os outros, quer para consigo mesmos, porquanto não souberam preservar a vida.



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