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terça-feira, 13 de agosto de 2024

ESPIRITISMO, MEDIUNIDADE E ACIDENTES AVIATÓRIOS; EM BUSCA DA VERDADE COM O PROFESSOR

 O ESPIRITISMO, sem dúvida expressa o que prometido por JESUS no EVANGELHO DE SÃO JOÃO, a respeito do CONSOLADOR PROMETIDO. Não com promessas sobre um futuro hipotético, mas com esclarecimentos e revelações sobre a vida humana sob pontos de vista reais, contudo, intencionalmente ocultadas. O pós-vida física pode confirmar isso. Diante do oferecido pelas propostas religiosas dominantes, tragédias como as observadas - inclusive de forma coletiva - podem ser interpretadas , resultando no consolo, esperança e certeza de que DEUS e suas Leis controlam tudo que gera e resulta dos acontecimentos. A mediunidade exercida por Chico Xavier deixou-nos um legado ignorado em grande parte pelos influenciados pela Doutrina dos Espíritos. Nos anos de 1972 e 1974, por exemplo, dois grandes incêndios mobilizaram a opinião publica pela quantidade de vidas humanas direta e indiretamente atingidas. Logo após o primeiro, solicitado a opinar, o Espírito Emmanuel associou as vítimas fatais ações em vidas passadas deinvasores ambiciosos, que esmagavam coletividades na volúpia do saque, exploradores da comunidade, que exauriam as forças em proveito pessoal, promotores de guerras manejadas para assalto e crueldade pela megalomania do ouro e do poder, corsários que ateavam fogo a embarcações e cidade na conquista de presas fáceis”. Afirma que “criamos a culpa e nós mesmos engenhamos os processos destinados a extinguir-lhe as consequências”.Já no início da década de 80, dois grandes acidentes de aviação no Brasil, interromperam a vida de algumas dezenas de pessoas. Através da mediunidade de Chico Xavier, familiares de três deles obtiveram respostas às angustiantes dúvidas que carregava ante tão dolorosas perdas. A primeira de uma jovem que com a irmã e uma amiga na noite de sábado 14 de abril de 1980 embarcaram no Aeroporto de Congonhas no voo 303 da Transbrasil a fim de passar o domingo de páscoa com familiares em Florianópolis, pretensão interrompida a poucos minutos da aterrisagem da aeronave que se chocou com uma das elevações da Serra do Roncador decretando a morte física de 55 dos 58 ocupantes. As outras duas de passageiras do voo 168 da Vasp saídos da capital paulista rumo a Fortaleza, CE, na tarde de 7 de junho de 1982, sem ter conseguido atingir o destino em face da colisão da aeronave com elevação da Serra de Aratanha, resultando na morte de 134 passageiros. Em momentos diferentes, meses depois das tragédias, o médium foi porta-voz dos Espíritos esclarecendo e tranquilizando os pais. Algumas informações coincidentes podem dar-nos uma ideia das percepções nos instantes que precedem e se seguem ao acidente. Rosana Maria Temporal Lara, 18 anos na época, recem-casada descreve: - “Renato e eu trocávamos idéias pela noite adentro, enquanto o nosso Affonso e o nosso Júlio descansavam. Se estivéssemos numa paisagem de guerra, não seríamos tomados de tamanho assombro. O primeiro estampido no choque da máquina com o corpo da serra me pareceu o grito lancinante de alguém anunciando-nos a morte.Renato abraçou-se a mim evidentemente com a ideia de proteger-me contra qualquer eventualidade, no entanto, esse gesto dele perdurou por um instante só. Outros brados do avião se fizeram seguidos por uma dispersão de tudo o que éramos nós e de toda a bagagem de mão que havíamos acomodado no interior. Tive a ideia de que a velocidade do avião era tamanha que o contato indescritível do aparelho com a dureza da terra imprimia um estranho movimento a nós todos e a tudo o que nos cercava. Explico-me assim porque a ligeireza daquele engenho enorme passou a comandar-nos, atirando-nos distância e nada mais vi senão a queda ao longe, na qual me senti esfacelada, a princípio, para depois reconstituir-me.Ouvia vozes de criaturas beneméritas a pedir-nos calma e fé na Divina Providência e sem que me fosse possível retirar um dedo sob o controle de minha própria vontade, fui deposta em maca tipo banguê no interior da qual entrei num sono longo, do qual despertei num aposento-enfermaria de grandes proporções”. Outra vítima da mesma ocorrência, Olimar Feder Agosti, 29 anos, casada 3 meses antes,escreveu: -“A viagem começou sem novidades que mereçam menção especial. Alguns passageiros, creio que veteranos nas travessias aéreas, se punham a dormir, tentei fazer o mesmo, no entanto, não conseguia perder-me no repouso desejado. Refletia na vida e montava mentalmente os meus projetos para a excursão iniciada. Guardava a ideia de que alguém velava comigo, sem que eu pudesse identificar qualquer presença espiritual. Mais tarde é que soube que a vovó Marieta estava ao meu lado. Tudo seguia sem sobressaltos, máquina estável e segurança em tudo. A aeromoça ia e vinha de quando em quando, oferecendo brindes para nosso reconforto e irradiando o sorriso com que parecia desejosa de nos tranquilizar. Consultei o horário e pensava na mãezinha Helena a esperar-me na alta madrugada, quando o estrondo nos reuniu a todos na mesma idéia horrível. Num relâmpago de segundo ainda consegui mentalizá-los em companhia do GE, mas o raciocínio desapareceu como por encanto. Dores, não senti. (…) Nada mais vi nem ouvi. Não sei fazer qualquer comparação para transmitir-lhes essa ou aquela ideia do sucedido. Quanto tempo estive largada ao esquecimento de mim, ainda ignoro. Primeiramente a amnésia me dominou totalmente, em seguida me vi colada a uma apatia sem nome. Vi pessoas em derredor de mim, sabia que um leito acolhedor me aguardava, entretanto, muito vagarosamente passei a interessar-me na busca de minhas próprias recordações. Percebia-me visitada por amigos, escutava-lhes os votos de recuperação tão rápida quanto possível, no entanto falar ainda era algo muito complicado nos mecanismos de relacionamento de que dispunha. Passaram-se dias sobre dias, até que pude interpelar minha querida avó que se identificou para minha tranquilidade. Iniciei os meus contatos e, com espanto, vim saber que já não mais pertencia ao nosso mundo familiar, segundo os vínculos físicos. Aturdia-me saber que me achava num corpo absolutamente igual ao meu e a muito custo aceitei a realidade de que o outro, aquele que eu deixara no avião sinistrado, era uma veste que me fizera inútil. A transição era violenta demais para que me conformasse sem rebeldia, sentia sim uma certa mágoa contra a vida, porque efetivamente não poderia dizer contra a morte, já que a morte passara a ser inexistente em meu modo de pensar e sentir. Dei largas ao meu pranto de angústia, o que minha avó Marieta considerou natural. Ela não me proibiu qualquer manifestação de tristeza ou desalento, mas me afirmou que seria muito importante superar a crise com minha força de vontade, como se naquelas horas a tivesse. Os conselhos e avisos, porém, valiam por medicações de muito significado para que eu conseguisse refazer energias a fim de revê-los e comecei a extrair do íntimo do meu próprio ser, a decisão de vencer a mim própria. Reagi com as possibilidades de resistência que não perdera de todo e transferi-me da amargura para a esperança. Era preciso ajustar-me às leis de Deus que são as Leis da Vida, compreender que os meus anseios de moça deviam ceder lugar a um entendimento melhor, e gradativamente consegui entrar no conhecimento de outros amigos, todos eles familiares queridos que me estimulavam à renovação. Avô Francisco, a nossa querida Dirce, o avô Bruno e tantos corações devotados como que me emprestavam novas forças ao meu cérebro a fim de que eu conseguisse pensar por mim mesma, e pude visitá-los pela primeira vez”. Por fim, Jane Furtado Koerich, comunicante do acidente de Florianópolis, conta que “tudo foi tão de improviso que sinceramente, estamos na condição de pessoas que um choque indefinível traumatizou. Havíamos saído da cidade com a certeza de que chegaríamos a Florianópolis com tempo bastante para usufruir um domingo de paz e de muita alegria. Não sei porque escolhemos o horário do embarque, porque dispúnhamos de outras chances. Pois foi justamente no avião designado por forças que nos levaram em nome da Sabedoria Divina, aquele em que nos instalamos para a despedida inesperada. (…) Não me lembro mais de que passeio tratávamos por antecipação quando aconteceu o indescritível. Creio que ninguém se entregou, senão àquele pesado silêncio no qual entramos, compreendendo que estávamos sendo chamadas para o desconhecido. Acreditem que não senti dor alguma, a não ser aquele choque talvez destinado a cobrir o nosso sofrimento, com a impressão de que havíamos chegado aos derradeiros limites da existência. De mim mesma enviei, um pensamento a Deus e nele me escorei como quem agarra um fio de linha muito leve, à frente de um abismo para não cair nele e, depois soube que Rosemary e Sônia fizeram o mesmo, resguardando-se na prece rápida. O resto é aquilo que a palavra não escreve. O assombro foi grande, de tal modo, que suprimiu em nós qualquer ideia de queda e de aflição. A fuga do corpo – pois somente assim consigo definir a liberação do veículo físico que nos retinha – foi imperceptível para nós. (…) A ideia de aniquilamento integral esteve comigo por instante e arrojei-me num torpor que superou, a meu ver, todas as imagens que eu fazia a respeito de ausências e desmaios, quando a mente se vê desorientada por fatores que se perdem na própria inconsciência. Acordei, juntamente das companheiras de viagem num aposento simples e confortável no qual uma senhora de semblante carinhoso e belo nos sorria. Creio que foi Rosemary a primeira a despertar, porquanto conseguia vê-la rente a mim, de olhos vigilantes. A Sônia acordava momentos depois. Perguntei à nossa amiga desconhecida quem era ela e em que lugar nos achávamos para alguma comunicação pronta com os nossos. Ela sorriu, como que desejosa de acentuar a própria bondade no silêncio que mantinha... Em seguida, pediu para que nos libertássemos de qualquer ideia de medo e esclareceu-nos que ela nos seguira no próprio vôo interrompido e que se chamava Bisa Custódia. Então nos lembramos da vovó Maria Goulart e entendemos, espantadas, o que estava acontecendo. Mãezinha Ony, o seu coração compreende o que se passou. Quantas lágrimas nos escorreram dos olhos para a face, não saberíamos contar… De imediato pusemo-nos em ligação involuntária com a nossa casa e vimos, por dentro de nós, através de processos que não entendo ainda, quanto sofriam com o acontecido. (…) Ainda não me sinto no autocontrole, mas agradeço aos pais queridos a coragem e a serenidade que deram provas, endereçando-nos pensamentos de paz e resignação, sob a luz da Fé em Deus que nos mantém a tranquilidade possível”.


Recebemos a seguinte questão. Pela mesma lei de causa e efeito, pergunto: É verdade que todos sofremos e vamos morrer um dia. Mas o bem que as pessoas fazem não conta? Uma pessoa que teve uma boa conduta, teve uma religião, ajudou e trabalhou pelos necessidades, não mereceria sofrer menos e ter uma morte mais suave?

Esta conclusão seria válida, se considerássemos que a vida é única, que não teremos outra oportunidade de viver aqui na Terra e refazer nosso caminho. No Espiritismo, ao analisar uma vida, percebemos que existe um passado que não estamos levando em conta e tampouco sabemos o que a dificuldade de hoje representa de positivo na escala evolutiva do Espírito. Daí a importância de se conhecer o Espiritismo para melhor avaliar o trajeto de uma encarnação.

Além disso, num mundo como o nosso, de provas e expiações, os bons geralmente sofrem, mas é um sofrimento diferente do sofrimento dos que praticam atos de maldade. Os maus sofrem por egoísmo, por orgulho, por ganância, por sede de vingança. Os bons sofrem por amor e por uma boa causa; por isso, encontram Deus no coração.

O maior exemplo disso é Jesus, que não se intimidou diante do ódio e da violência com que homens de seu tempo o trataram. Se a sua santidade fosse reconhecida por todos, ele seria homenageado e aplaudido; mas como os homens não estavam em condições de compreender a sublimidade de sua missão por causa dos interesses materiais, o perseguiram e o crucificaram. Jesus, porém, os compreendeu na sua ignorância e limitação. E aquele lamentável episódio que, para o mundo, foi uma derrota do bem, para Jesus que deu exemplo de perdão, foi uma vitória.

Desse modo, os bons não estão imunes ao sofrimento, quando eles têm consciência de que estão ajudando a construir um mundo melhor com sua conduta. Todo aquele que age com honestidade e decência, com bondade e amor na sua vida, acaba encontrando obstáculos por parte de quem ainda não atingiu esse nível de elevação espiritual. No entanto, os que sofrem pelo bem, sofrem resignados, aliviados pelas benesses da própria consciência, porque se sentem felizes em preservar os valores da alma, que se constituem no seu mais rico tesouro.

Os que não entenderam a necessidade do bem e vivem apenas em função das vantagens imediatas da vida, vivem angustiados diante das mil necessidades que criam para si mesmos, agitam-se e se desgastam ante as perdas materiais, sofrem os aguilhões da revolta porque não conseguem suprir suas mais intimas necessidades e, quase sempre, se sentem inseguros quanto ao futuro que os perturba com graves conflitos que nascem da reprovação da sua consciência moral.






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