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domingo, 4 de agosto de 2024

O ESPÍRITO NA EXPERIÊNCIA HUMANA; EM BUSCA DA VERDADE COM O PROFESSOR

 

A surpreendente resposta à questão 607ª d’ O LIVRO DOS ESPÍRITOS indica que a Individualidade em que nos tornamos é uma versão avançada do chamado Princípio Inteligente do Universo. E o também surpreendente Allan Kardec nas páginas de suas OBRAS BÁSICAS, particularmente da REVISTA ESPÍRITA preservou material instigante para nossas reflexões. Na sequência alguns pontos para pensarmos. Como teria se operado o início da fase Humanidade? Ignoramos absolutamente em que condições se dão as primeiras encarnações do Espírito; é um desses princípios das coisas que estão nos segredos de Deus. Apenas sabemos que são criados simples e ignorantes, tendo todos, assim, o mesmo ponto de partida, o que é conforme à justiça; o que sabemos ainda é que o livre-arbítrio só se desenvolve pouco a pouco e após numerosas evoluções na vida corpórea. Não é, pois, nem após a primeira, nem depois da segunda encarnação que o Espírito tem consciência bastante clara de si mesmo, para ser responsável por seus atos; não é senão após a centésima, talvez após a milésima. Dá-se o mesmo com a criança, que não goza da plenitude de suas faculdades, nem um, nem dois dias após o nascimento, mas depois de anos. (RE, 1864) O armazenamento do registro de percepções, sensações e experiências se dá naturalmente através da memória cujos rudimentos podem ser observados no Reino Mineral. Como o Espiritismo a explica? A memória pode ser comparada a placa sensível que, ao influxo da luz, guarda para sempre as imagens recolhidas pelo Espírito, no curso de seus inumeráveis aprendizados, dentro da vida. Cada existência de nossa alma, em determinada expressão da forma, é uma adição de experiência, conservada em prodigioso arquivo de imagens que, em se superpondo umas às outras, jamais se confundem. (ETC, 12) Que é a memória, senão uma espécie de álbum mais ou menos volumoso, que se folheia para encontrar de novo as ideias apagadas e reconstituir os acontecimentos que se foram? Esse álbum tem marcas nos pontos capitais. De alguns fatos o indivíduo imediatamente se recorda; para recordar-se de outros, é-lhe necessário folhear por longo tempo o álbum.(OP) A memória é como um livro! Aquele em que lemos algumas passagens facilmente no-las apresenta aos olhos; as folhas virgens ou raramente perlustradas têm que ser folheadas uma a uma, para que consigamos reconstituir um fato sobre o qual pouco tenhamos demorado a atenção. Quando o Espírito encarnado se lembra, sua memória lhe apresenta, de certo modo, a fotografia do fato que ele procura. A memória é um disco vivo e milagroso. Fotografa as imagens de nossas ações e recolhe o som de quanto falamos e ouvimos. Por intermédio dela, somos condenados ou absolvidos, dentro de nós mesmos. (LI, 11) O aprofundamento das pesquisas levadas a efeito por diferentes ramos da ciência permitiu concluir-se que o recurso chamado mente acompanha a evolução da nossa espécie. O Biólogo Bruce Lipton no livro BIOLOGIA DA CRENÇA (butterfly, 2006) explica essa evolução. O que diz? A evolução dos mamíferos mais desenvolvidos, incluindo os chimpanzés, os cetáceos e os humanos, criou um novo nível de consciência chamado "autoconsciência" ou mente consciente. Foi um passo muito importante em termos de desenvolvimento. A mente anterior, predominantemente subconsciente, é nosso "piloto automático"; já a mente consciente é nosso controle manual. Por exemplo: se uma bola é jogada em direção ao seu rosto, a mente consciente, mais lenta, pode não reagir em tempo de evitar a ameaça. Mas a mente inconsciente, capaz de processar cerca de 20 milhões de estímulos ambientais por segundo versus 40 estímulos interpretados pela mente consciente no mesmo segundo, nos fará piscar e nos desviar. A mente subconsciente, um dos processadores de informações mais poderosos de que se tem notícia até hoje, observa o mundo ao nosso redor e a consciência interna do corpo, interpreta os estímulos do ambiente e entra imediatamente em um processo de comportamento previamente adquirido (aprendido). Tudo isso sem ajuda ou supervisão da mente consciente. O subconsciente é um grande centro de dados e programas desprovido de emoção, cuja função é simplesmente ler os sinais do ambiente e seguir uma programação estabelecida sem nenhum tipo de questionamento ou julgamento prévio.



Para nós, que estamos encarnados, morrer é ruim. Ninguém quer morrer e nem quer que seus entes queridos morram. Mas, a doutrina espírita diz que no plano espiritual é diferente, os Espíritos vêem de outra forma, porque não é a vida terrena que interessa, mas a vida do Espírito. Eu pergunto o seguinte: para o Espírito o que é melhor? Ter uma vida bem longa vida ou desencarnar antes? (anônimo)


O que é bom ou ruim para cada Espírito depende de seus antecedentes, de seu passado espiritual, de suas necessidades. É claro que, de um modo geral, quanto mais o individuo viver na Terra, mais experiências ele vai colher, mais vai aprender. Um Espírito, que desencarna ainda criança, não tem tempo suficiente para ter uma experiência rica na Terra; é como saísse da escola, logo no início do curso. Um, que desencarna em idade avançada, podemos dizer, completou seu curso natural, pôde aprender muito ao longo da vida e já tirou muitas conclusões importantes.


No entanto, cada Espírito tem a sua própria programação. A maioria vai viver muitos anos na Terra: alguns vão embora muito cedo, ainda jovens. Às vezes, não porque estava programado, mas porque abusaram, expuseram-se demasiado ao perigo, deixando de completar o curso que havia previsto. Outros, porém, podem partir cedo, porque assim foi planejado, de acordo com suas necessidades evolutivas. Cada caso é um caso. Como não sabemos o que está programado, cada um tem um dever para consigo mesmo, e deve se empenhar para ter uma vida mais duradoura possível.


O Ser humano, ao longo de sua evolução, tem prolongado cada vez mais sua vida em cada encarnação, por causa do progresso material e das condições de vida, que vão melhorando pouco a pouco – em relação à mudança de hábitos, conforto material, saneamento básico e assistência médica. Sabemos, por exemplo, que no início do século passado a média de vida humana era praticamente a metade do que é hoje. Desse modo, os Espíritos, que estão reencarnando agora, têm probabilidade de viver muito mais do que seus antepassados e aproveitar bem mais sua existência.


Sabemos, por outro lado, que tem aumentado significativamente o número de mortes por acidentes e por assassinato. Grande parte desses casos refere-se a desvios de comportamento, abusos e fácil exposição ao perigo por imprudência - o que, na verdade, constituem formas indiretas de suicídio. Desse modo, não é difícil concluir que muitos, que desencarnam ainda jovem, partem prematuramente da vida, perdendo sua encarnação e contraindo mais dívidas morais, quer para com os outros, quer para consigo mesmos, porquanto não souberam preservar a vida.


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