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sexta-feira, 9 de agosto de 2024

TENTANDO ENTENDER; EM BUSCA DA VERDADE COM O PROFESSOR

 Em famoso programa de televisão dos anos 70, Chico Xavier confirmou a um de seus entrevistadores que, segundo o Orientador Espiritual Emmanuel, “o Mundo Espiritual era dividido em muitos Planos e Sub-Planos. A informação não apenas torna, de certo modo, mais concreta a resposta à questão 35 d’ O LIVRO DOS ESPÍRITOS – “o vazio absoluto não existe, nada é vazio, estando ocupado por uma matéria que nos escapa aos sentidos” , bem como, a 85 quando diz que “Mundo Espiritual preexiste e sobrevive a tudo”, hoje, mais de século e meio depois admitida por estudiosos da Física Quântica - a partir da Teoria das Supercordas-, quando afirmam que, “mesmo que as dimensões do espaço sejam imperceptíveis, são elas que determinam a realidade física em que vivemos”. Anos depois da resposta do médium mineiro, ele mesmo haveria de induzir-nos a mais amplas reflexões ao dizer que “as observações humanas, mesmo ampliada por instrumentação de alta potência, apenas atingem a faixa de matéria em que nos situamos no Plano Terrestre”. A lente humana é o olho humano ampliado. Os que leram o livro OS MENSAGEIROS (feb,1944), devem se lembrar que o Instrutor Espiritual Aniceto em certo diálogo mantido com André Luiz e Vicente, ponderara: “-Há, porém André, outros mundos sutis, dentro dos mundos grosseiros, maravilhosas esferas que se interpenetram. O olho humano sofre variadas limitações e todas as lentes físicas reunidas não conseguiriam surpreender o campo da alma, que exige o desenvolvimento das faculdades espirituais para tornar-se perceptível(...). É da Lei, que não devemos ver senão o que possamos observar com proveito”. Já nos anos 60, em entrevista publicada no ANUÁRIO ESPIRITA 1964(ide), o Espírito André Luiz, ofereceria outros elementos merecedores de nossa atenção”. 1 - “-Será lícito calcular a população de criaturas desencarnadas em idade racional, nos círculos de trabalho, em tono da Terra, para mais de vinte bilhões, observando-se que alta percentagem ainda se encontra nos estágios primários da razão, sendo esse número passível de alterações constantes pelas correntes migratórias de Espíritos em trânsito nas regiões do Planeta”. 2 - “-Qual acontece na Crosta Planetária, as esferas de trabalho e evolução que rodeiam a Terra estão muito longe de quaisquer perspectivas de saturação, em matéria de povoamento”. 3 - “-Seja de modo coletivo ou individual, em todos os tempos, Espíritos Superiores tem saído da Terra, no rumo de esferas enobrecidas, compatíveis com a evolução que alcançaram. Quanto a companheiros de evolução retardada, principalmente os que se fizeram necessitados de corretivo doloroso por delitos conscientemente praticados, em muitos casos, sofrem segregação em planos regenerativos”. 4 – “-Espíritos originários de outras plagas costumam estagiar na Terra com frequência, de vez que muitos Espíritos Superiores se reencarnam no planeta terrestre a fim de colaborarem na educação da Humanidade e criaturas inferiores costumam nele sofrer curtos ou longos períodos de exílio das elevadas comunidades a que pertencem, pela cultura e pelo sentimento, porquanto, a queda moral de alguém tanto se verifica na Terra quanto em outros domicílios do Universo”. 5 – “Os Espíritos, em seu desenvolvimento evolutivo, ligam-se, necessariamente, a determinados orbes, qual acontece com a pessoa que em determinada fase da experiência física se vincula, transitoriamente, a certa raça ou família”. 6 – “-Na imensidão dos espaços que separam dois ou mais corpos celestes vivem, também, inteligências individuais, o que é perfeitamente compreensível; basta lembrar os milhares de criaturas que atendem aos interesses de um país ou de outro nas extensões do oceano”. 7 – “-Os processos de locomoção utilizados nas migrações interplanetárias, no Plano Espiritual, são numerosos. A técnica não se relaciona a moral. Os maiores criminosos do mundo podem viajar num jato sem que isso ofenda os preceitos científicos”. 8 – “-O Umbral, expressando região inferior da Espiritualidade, pelos vínculos que possui com a ignorância e com a delinquência, começa em nós mesmos”. Questões importantes da realidade espiritual de que fazemos parte, encontram-se implícitas nesses informes. Menos a resposta sobre os Planos e Sub-Planos Espirituais. Hamilton Prado, cuja rica experiência revelamos recentemente, com base em suas vivencias, escreveu na sua obra NO LIMIAR DO MISTÉRIO DA SOBREVIVÊNCIA: “- No Universo, para mim, os mundos se escalonam em Planos Sucessivos, que se estratificam pela densidade, de tal forma que os mais atrasados, mais impregnados de eflúvios materiais, grosseiros, se acomodam mais baixo, enquanto os mais puros, mais delicados, mais etéreos se superpõem aos primeiros sucessivamente. Quando dormem os corpos ou estes se acham mortos ou inanimados por qualquer circunstância, os Espíritos deslizam para o Plano que lhes é próprio, não só porque os atraem as afinidades desse Plano, como também porque os repelem os Planos com que não se identificam seus pensamentos, emoções e tendências. É como o gás que sobe até o limite da sua densidade ou a substância mais densa que mergulha no líquido até o nível que lhe compete, ainda de acordo com a mesma Lei. Assim, da superfície do mundo, sobem para o espaço e se estratificam também para a Crosta adentro, os Planos sucessivos pelos quais o Espírito passa quando desembaraçado do corpo, até que, livre, em definitivo, pelo seu progresso, pela sua evolução moral, das gangas materiais que o revestem e imantam a substância constitutiva do seu corpo ao Plano que lhe é afim(...), possa, em definitivo, fugir das superfícies dos mundos atrasados e alçar-se a regiões mais sutis, cheias de luz, onde se inicia no estudo e compreensão metódicos da grande organização do Universo, para que se sirva depois como guia seguro das multidões de almas que se prendem ainda às regiões inferiores do Espaço”. Um eloquente exemplo – acreditamos -, de como funciona esse mecanismo deduzido e explicitado neste comentário, destacamos de farto documentário construído através de Chico Xavier, a história resumida de um Espírito identificado apenas como Josefina, constante do livro VOZES DO GRANDE ALÉM (feb). Conta ela: “-Jovem ainda, abandonada grávida pelo homem que lhe traíra a confiança, sem coragem de enfrentar a maternidade, entre o ódio e a desconfiança, soube guardar seu segredo até o nascimento de criança, que asfixiou com as próprias mãos, improvisando lhe o túmulo, vindo a desencarnar em seguida em consequência da inestancável hemorragia de que se viu acometida. Sem noção de quanto tempo se passara, desperta do torpor característico do processo de desencarne, descobrindo-se dentro da urna funerária, percebendo-se disforme, notando o sangue a fluir-lhe do baixo ventre. Reerguendo-se horrorizada, grita, aloucada, pelo socorro de parentes, clama por auxílio, até que uma voz igualmente chorosa lhe respondeu. Era outra mulher, que aos seus olhos trazia uma criança nos braços ( imagem que, na verdade, era uma forma-pensamento plasmada pelo remorso da também mãe delinquente que a transportava, desolada e infeliz), visão que a fez começar a ouvir os gemidos do bebe assassinado. Gritando estentoricamente, fugiram encontrando uma terceira mulher, não muito longe, clamando por socorro. Mais alguns passos, uma quarta companheira e, pelas ruas a fora, dentro da noite, na cidade dormente, outras mulheres em iguais condições se juntaram a elas. Alucinadas, foram conduzidas por faunos desnudos a uma casa de meretrício, onde permaneceram aprisionadas. Não sabe quanto tempo depois, foi libertada do rebanho sinistro, sendo internada num manicômio, visto que o inferno interior em que se manteve, a levou à alienação mental”. A sintonia dessas entidades pela Lei da Afinidade reunidas pelo quadro mental em que se mantinham aprisionadas pela culpa que carregavam, cremos, compunha um Sub-Plano Espiritual, circunscrito num dos Planos maiores peculiares ao Planeta em que vivemos.




Cristina, nos trouxe a seguinte situação. “Conheço pessoas que acreditam em tudo. Acreditam nas ervas, nas simpatias, nos remédios caseiros, nos remédios de farmácia que os outros ensinam. Acreditam em promessas de milagre e por isso pulam de uma religião pra outra com a maior facilidade. Perdi uma amizade por causa disso, porque não pude suportar tanto absurdo. Queria que vocês comentassem sobre isso.”

A fé que as pessoas costumam alimentar, tanto quanto a esperança, é um sentimento natural e que temos por obrigação respeitar. É um terreno bem delicado que devemos tratar com muito cuidado para não ferir suscetibilidades, para não agredir ou violentar consciências e, sobretudo, para não deixar pessoas perdidas ou sem rumo. É claro que, por uma questão ética, temos um compromisso com o bem e com a verdade, mas a verdade de cada um é relativa. Ninguém tem a verdade absoluta.

Certa ocasião, fizeram esta mesma pergunta a Chico Xavier: se devemos interferir na fé dos outros. Chico seguindo as diretrizes de Allan Kardec, ao tratar desse tema no capítulo “A fé remove montanhas” de O EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO, respondeu mais ou menos assim: “Se alguém insistir com você que uma pedra é um chumaço de algodão, não discuta; mas se essa pessoa quiser arremessar a pedra contra alguém, dizendo tratar-se de algodão, então você deverá interferir”.

Logo, o respeito ao que as pessoas pensam pode ter um limite sim, mas quando as consequências de sua crença forem prejudiciais ou até desastrosas. Fora disso, não devemos nos importar em que elas creem, por mais absurda sua crença nos pareça. Porém, devemos ajudá-las, se possível, a seguir um caminho mais seguro, sem nos impor, sem pretender agredi-la com a nossa maneira de pensar, mas com bondade e respeito.

A fé, como dissemos, é um sentimento, e pode ser um sentimento completamente divorciado da razão, do bom senso. Aliás, muito daquilo que nós acreditamos, não sabemos explicar porque, apenas acreditamos. É que a crença simples entra primeiro pela porta da emoção e, só mais tarde, quando a pessoa souber raciocinar e tiver mais conhecimentos, ou quando tiver mais maturidade, será capaz de analisar o objeto de sua crença e aí, então, surgirá a sua fé racional, aquela que o Espiritismo recomenda para todos nós.

Podemos arriscar dizendo que a maioria das crenças, que nos acompanham a vida toda, vem da nossa infância, quando ainda éramos crianças e não podíamos raciocinar. Você mesma pode verificar isso e começar analisar suas crenças – não estamos falando apenas da crença religiosa, mas das crenças em geral. Fazendo essa análise, você vai pôr de lado uma porção delas. É por isso, cara ouvinte, que as superstições ou crendices se espalham com facilidade, pois elas pertencem à idade da imaginação ou ao que Jean Piaget chamou de “pensamento mágico”.

Essas crenças, que adquirimos na infância, são relativamente as mesmas crenças que o ser humano tinha nos tempos primitivos. No entanto, a coisa é mais complexa do que podemos imaginar, pois nem toda crença ingênua, como a dos índios ou do caboclo, é falsa. Existem crenças antigas, arraigadas no inconsciente coletivo, que hoje estão sendo referendadas pela ciência, pois elas pertenceram à fase instintiva da humanidade, quando os instintos eram o único mecanismo capaz de defender e sustentar a vida.

Desse modo, Cristina, cada um de nós, que já adquirimos a capacidade de crer com a razão, não deve sofrer quando uma pessoa de nossas relações demonstra cultivar ainda uma fé ingênua ou infantil, e muito menos discutir com ela. Se quisermos ajudá-la a superar essa fase, entendendo que isso vai ser bom para ela, precisamos nos impor pelo respeito, pelo amor, pois só poderemos ajudar a alguém a melhorar sua crença, se pudermos conquistá-la com a nossa maneira respeitosa e agradável de tratá-la.

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