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segunda-feira, 30 de setembro de 2024

A SÉRIE NOSSO LAR E ANDRÉ LUIZ ; EM BUSCA DA VERDADE COM O PROFESSOR

 Chico Xavier já tinha 25 anos, começara suas atividades com a mediunidade oito anos antes, quando conheceu o responsável pela Fazenda Modelo, mantida pelo Ministério da Agricultura na cidade de Pedro Leopoldo, Minas Gerais. O encontro foi motivado pela morte do pai do Dr Romulo Joviano, figura importante no campo da educação pública no Estado mineiro, chamado Arthur Joviano. Da conversa inicial para a inclusão do jovem de família numerosa e reconhecidamente muito pobre no quadro de servidores da importante campo experimental dirigido pelo competente engenheiro agrônomo M Bforam poucos meses. Desse ponto para o estabelecimento das noites de quarta feira para a realização de uma reunião em torno dos ensinos do Evangelho com a presença do médium, do Dr Romulo e sua esposa, com eventuais convidados foi pouco tempo. Muitas coisas interessantes ocorreram nessas oportunidades, grande parte possível deduzir após o resgate do arquivo carinhosamente preservado pela filha do casal até a aproximação do primeiro centenário de nascimento de Chico, ocorrido em 2010. Da revisão resultaram alguns livros de grande importância para os que pesquisam as conexões da vida do incomparável médium e a evolução do pensamento espírita no século XX. Num deles, o Dr Arthur Joviano, quando do lançamento d’ OS MENSAGEIROS, a segunda obra da série NOSSO LAR, faz em mensagem psicografada na reunião de 26 de janeiro de 1944, revelador comentário: -“É um mundo novo, creia, para a responsabilidade individual. Esse esforço foi muito estudado antes da organização que se alcança agora. Precisava-se de um nome impessoal, sem filiação a grupos preestabelecidos, que pudesse trazer semelhantes observações de caráter universalista. E, felizmente, atinge-se, presentemente, o objetivo. (...). Talvez o trabalho de André Luiz não encontre uma compreensão generalizada no momento, mas, podem acreditar, que para a educação espiritual do indivíduo encarnado esse esforço apresenta ilações muito graves pela exatidão dos conceitos a que chegou o mensageiro, aproveitando todas as possibilidades de simplificação ao seu alcance”. Dois anos depois, numa da carta enviada ao Dr Antonio Wantuil de Freitas então presidente da Federação Espírita Brasileira com quem mantinha correspondência regularmente, acrescenta mais alguns dados importantes em relação ao autor da famosa série: -“Emmanuel, desde fins de 1941, se dedica afetuosamente, aos trabalhos de André Luiz. Por essa época, disse-me ele a propósito de “algumas autoridades espirituais” que estavam desejosas de algo lançar em nosso meio, com objetivos de despertamento. Falou-me que projetavam trazer-nos páginas que nos dessem a conhecer aspectos da vida que nos espera no “outro lado”, e, desde então, onde me concentrasse, via sempre aquele “cavalheiro espiritual”, que depois se revelou por André Luiz, ao lado de Emmanuel. Assim decorreram quase dois anos, antes de NOSSO LAR”. Acrescentaria mais à frente: -“Dentro de algum tempo, familiarizei-me com esse novo amigo. Participava de nossas preces, perdia tempo comigo, conversando. Contava-me histórias interessantes e, muitas vezes, relacionou recordações do Segundo Império, o que me faz acreditar tenha sido ele, André Luiz, também personalidade da época referida. Achava estranho o cuidado dele, o interesse e a estima; entretanto, decorrido algum tempo, disse-me Emmanuel que estava o companheiro treinando para se desincumbir de tarefa projetada e, de fato, em 1943, iniciava o trabalho com NOSSO LAR”. .



A fé é sempre necessária para uma pessoa ser curada espiritualmente ou pode haver casos em que ela não é levada em conta? (Claudinéia)


A fé, como certeza de alcançar um resultado, é o ponto de partida para qualquer empreendimento. É o que diz Kardec n’O EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO. Ao que tudo indica, ter fé parece ser um princípio universal, não só no âmbito da religião, como nos negócios e nas realizações humanas em geral. Esse dizer de Jesus “A fé remove montanhas” não deixa dúvidas. Ninguém se lança a um empreendimento qualquer, sem acreditar que terá resultado. Toda literatura de auto-ajuda está baseada no poder da fé.


A fé em Deus, porém, tem um valor especial. Como Deus é a idéia mais elevada que o ser humano pode conceber, quando ele coloca esse sentimento em Deus, readquire forças e se agiganta diante dos problemas. Quando lhe falta confiança naquilo que deve fazer ou receber, tudo se torna mais difícil e até impraticável. Jesus, por exemplo, não conseguiu fazer curas em Nazaré, sua terra, porque as pessoas de lá não acreditavam nele.


Contudo, não devemos dar valor absoluto à fé. Se ela é necessária, só a fé não é suficiente. Divaldo Franco tem uma frase muito apropriada para definir a fé. Ele diz o seguinte: “Crer não é somente acreditar; é esforçar-se para atingir aquilo em que se acredita”. Há, portanto, dois aspectos: o aspecto do sentimento ( que é crer) e o aspecto da ação ( que é o esforço para se atingir a meta).


Em se tratando de curas espirituais, deve haver outros fatores que concorrem ou não para o resultado desejado. No Espiritismo, falamos em merecimento. É por isso que os resultados daqueles que buscam a cura são tão diferentes. Alguns poucos vão obtê-la, mas a maioria não. E isso não se dá apenas quando se trata de cura espiritual: também acontece com os que se utilizam os recursos da medicina. Crer na eficácia do tratamento é uma condição que favorece a cura; cumprir fielmente o que o médico prescreveu é o esforço, que vai concorrer par a cura.


Jesus, porém, apesar de ter feito curas, deixou bem claro que o mais importante é a cura da alma, porque nela reside a verdadeira causa da enfermidade. Quando o paciente se reeduca, observando com carinho as prescrições do médico, a cura é bem provável, mas quando ele não leva a sério as recomendações que o médico lhe passou, dificilmente se curará. A cura da alma, neste caso, é a mudança de hábito, é a retomada da vida de uma maneira mais cuidadosa e, portanto, mais saudável. Cura e, portanto, reeducação.


domingo, 29 de setembro de 2024

POSSÍVEL EXPLICAÇÃO PARA O INCOMPREENSÍVEL; EM BUSCA DA VERDADE COM O PROFESSOR

 Embora o turbilhão de notícias sobre a violência tenha ocultado os fatos, a verdade é que a memória recente de quem se sentiu estarrecido diante dos acontecimentos ainda não apagou a suposta eliminação da própria família por um menino de 13 anos num dos bairros da capital paulista em 2013, ou a daquele outro de 10 anos que em São Caetano do Sul (SP), em 2011, após retornar do banheiro da escola, atirou na professora perante 25 colegas, saiu da sala e, numa escada próxima, suicidou. Como entender que duas criaturas nem bem saídas da infância sejam capazes de ações tão violentas contra pessoas que deveriam no mínimo respeitar? Teria sido a personalidade de sua existência atual tão mal formada a ponto de não revelarem sentimentos ou se perturbarem irracionalmente diante de situações que consideravam injustas e insuportáveis? Perguntas de resposta difícil até pela falta de dados realmente confiáveis do histórico recente dos personagens envolvidos. Admitida a reencarnação como um fato, teria o passado remoto algo a ver com desdobramentos tão surreais? Perpassando um dos volumes da coleção da REVISTA ESPÍRITA publicada por iniciativa e com recursos do próprio Allan Kardec no período 1858/1869, especificamente no numero de dezembro de 1859, encontra-se o Boletim da Sociedade Parisiense de Estudos Espíritas referente à sessão geral de 30 de setembro daquele ano, uma sexta feira. Entre os assuntos que ocuparam a pauta cumprida pelos presentes, informações a respeito de uma notícia veiculada por vários jornais de Paris, sobre o assassínio cometido por um menino de sete anos e meio, com premeditação e todas as circunstâncias agravantes. Segundo comentário de Allan Kardec, o fato provava que nesse menino o instinto assassino inato não pode ser desenvolvido nem pela educação, nem pelo meio em que se encontrava. Considera ele que isto não pode explicar-se senão por um estado anterior à existência atual. Buscou então ouvir o Espírito São Luiz, responsável pelas reuniões levadas a efeito naquele grupo que explicou o seguinte: -“O Espírito do menino está quase no início do período humano; não tem mais que duas encarnações na Terra; antes de sua existência atual pertencia às tribos mais atrasadas de ilhas espalhadas pelo Planeta. Quis nascer num mundo mais adiantado, na esperança de progresso”. A observação suscita uma reflexão interessante: vivia-se o décimo nono século da chamada Era Cristã e, pelo que revela a questão 1019 d’ O LIVRO DOS ESPÍRITOS e o 18 da obra A GÊNESE, a Terra passava desde um século e meio antes por um ciclo de ajuste no tocante à população a ela ligada tendo em vista a elevação do orbe terreno na classificação explicada nas análises incluídas no capítulo 3 d’O EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO. Nelas, o Codificador dedica-se a interpretar o HÁ MUITAS MORADAS NA CASA DE MEU PAI, afirmação atribuída a Jesus por João no capítulo XIV, versículo 1, do seu Evangelho, arriscando uma classificação dos Mundos, situando a Terra na categoria dos de Expiações e Provas, aqueles em que o mal predomina pela condição evolutiva dos seres que nela habitam. E no caso do autor do crime, ele não tinha mais que duas encarnações no planeta terreno. Mais à frente, mensagem psicografada por Santo Agostinho afirma que “não são todos os Espíritos encarnados na Terra que se encontram em expiação, constituindo-se as raças que chamamos selvagens de Espíritos apenas saídos da infância, que estão, por assim dizer, educando-se e desenvolvendo-se ao contato de Espíritos mais avançados”. Quanto a esse enfoque num de seus esclarecedores textos, Kardec estabelece interessante comparação lembrando que aquele que renasce em nossa Dimensão em apenas dois dias de existência não tem noção clara da realidade que o cerca, percepção que somente alcançará após mais de uma década de desenvolvimento no corpo a que se ligou na nova reencarnação com que trabalha pelo seu progresso espiritual. Os Espíritos recém elevados à condição humana consomem em tese o mesmo tempo ou número de encarnações para começar a ter consciência de suas responsabilidades perante a Criação. Finalizando a consulta, Allan Kardec perguntou à São Luiz se a educação poderia modificar essa natureza, obtendo a seguinte resposta: -“É difícil, mas possível. Seria preciso tomar grandes precauções, cerca-lo de boas influências, desenvolver a sua razão, mas é de temer que se fizesse exatamente o contrário”.


Gostaria de ouvir a opinião de vocês sobre o caso do menino, vítima de um culto de magia, que introduziu muitas agulhas no seu corpo. (João Caetano)


Um ato reprovável, sem dúvida; do ponto de vista legal, um crime. Nenhuma pessoa, no pleno exercício de sua consciência moral, poderia admitir uma coisa dessas nos dias de hoje, nem em ser humano e nem mesmo em animais. Até que se pode entender que no passado muito distante, o homem, atemorizado diante da ira de seus deuses, oferecesse sacrifícios humanos pensando estar salvando toda uma comunidade . Mas isso é coisa de um passado remoto.


Infelizmente, ainda existem mentalidades bastante atrasadas, criando verdadeiros bolsões de ignorância, talvez por abandono da própria sociedade. Alguns são Espíritos primitivos facilmente influenciáveis por crenças que já não são de nosso tempo; outros porque são portadores de doenças mentais – no caso, psicopatas, que podem perpetrar um crime de tamanha gravidade. A magia decorre de uma crença muito antiga em fenômenos inexplicáveis e misteriosos, que pode levar pessoas, pouco informadas ou má conduzidas – ou, ainda, mal intencionadas - a práticas criminosas.


É por isso que a Doutrina Espírita, cujos princípios morais são os mesmos ensinados por Jesus, se propõe a mostrar ao homem que Deus é amor e que, somente através da prática do bem, podemos conquistar a felicidade que almejamos. Nada justifica o sacrifício humano. A vida deve ser considerada o maior valor de nossa existência neste mundo. Cabe a todos nós preservá-la e defendê-la, desde a concepção no ventre materno até o instante final que assinala o termo desta vida.




sábado, 28 de setembro de 2024

INFLUENCIA, SINTONIA, ENVOLVIMENTO; EM BUSCA DA VERDADE COM O PROFESSOR

 

Pensamentos que cruzam insistentemente nossa mente desviando-nos a atenção daquilo em que nos concentramos; sensações de mal-estar ou medo sem explicações; sintomas de problemas de saúde de origem desconhecida. Analisando os determinantes de um problema a ele apresentado, Allan Kardec na edição da REVISTA ESPIRITA de dezembro de 1862, oferece-nos, dentro da racionalidade que lhe era peculiar, importante elementos para entendermos as situações propostas no início deste texto. Destacamos alguns trechos do seu estudo para refletirmos. Diz ele: “-O primeiro ponto que importa bem se compenetrar, é da natureza dos Espíritos, do ponto de vista moral. Não sendo os Espíritos senão as almas dos homens, e não sendo bons todos os homens, não é racional admitir-se, que o Espírito de um perverso de súbito se transforme. Do contrário seria desnecessário a retificação na vida futura. A experiência confirma esta teoria, ou melhor, a teoria é fruto da experiência. Mostram-nos as relações com o Mundo Invisível, ao lado de Espíritos sublimes de sabedoria e de conhecimento, outros ignóbeis, ainda com todos os vícios e paixões da Humanidade. Após a morte, a alma de um homem de bem será um bom Espírito; reencarnado, um bom Espírito será um homem de bem. Pela mesma razão, ao morrer, um homem perverso será um Espírito perverso no mundo invisível. Assim, enquanto o Espírito não se houver depurado ou experimentado o desejo de se melhorar. Porque, entrando na via do progresso, pouco a pouco se despoja de seus maus instintos, eleva-se gradativamente na hierarquia dos Espíritos, até atingir a perfeição, acessível a todos, pois Deus não pode ter criado seres eternamente votados ao mal e à infelicidade. Assim, os mundos visível e invisível se penetram e alternam incessantemente; se assim podemos dizer, alimentam-se mutuamente; ou, melhor dito, esses dois mundos na realidade constituem um só, em dois estados diferentes(...). Sendo a Terra um mundo inferior, isto é, pouco adiantado, resulta que a imensa maioria dos Espíritos que a povoam, tanto no estado de desencarnados, quanto encarnados, deve compor-se de Espíritos imperfeitos, que fazem mais mal que bem(...). É, pois, necessário imaginar-se o mundo invisível como formando uma população inumerável, compacta, por assim dizer, envolvendo a Terra e se agitando no espaço. É uma espécie de atmosfera moral, da qual os Espíritos encarnados ocupam a parte inferior(...). Assim como o ar das partes baixas da atmosfera é pesado e malsão, esse ar moral é também malsão, porque corrompido pelas emanações do Espíritos impuros. Para resistir a isso são necessários temperamentos morais dotados de grande vigor”. Servindo-se d’O LIVRO DOS ESPÍRITOS, explica: “Há no homem três coisas: a alma, ou Espírito, princípio inteligente; o corpo, envoltório material; o perispírito, envoltório fluídico semi-material, servindo de laço entre o Espírito e o corpo(...) Por sua natureza fluídica, essencialmente móvel e elástica, se assim se pode dizer, como agente direto do Espírito, o períspirito é posto em ação e projeta raios pela vontade do Espírito. Por eles, transmite o pensamento, porque, de certa forma, está animado pelo pensamento do Espírito. Sendo o períspirito o laço que une o Espírito ao corpo, é por seu intermédio que o Espírito transmite aos órgãos, não a vida vegetativa, mas os movimentos que exprimem sua vontade,; é também, por seu intermédio que as sensações do corpo são transmitidas ao Espírito(...). Suponhamos agora duas pessoas próximas, cada qual envolvida por sua atmosfera espiritual (...). Esses fluidos põem-se em contato e se penetram. Se forem de natureza simpática, interpenetram-se; se de natureza antipática, repelem-se e os indivíduos sentirão uma espécie de mal-estar, sem se darem conta; se, ao contrário, forem movidos por sentimentos de benevolência, terão um pensamento de benevolência, que atrai (...). Se um Espírito quiser agir sobre uma pessoa, dela se aproxima, envolve-a com o seu períspirito, como num manto; os fluidos se penetram, os dois pensamentos e as duas vontades se confundem (...). Se o Espírito for bom, sua ação será benéfica e só fará boas coisas; se for perverso e mau, o constrange, até paralisar sua vontade e razão, que abafa com seus fluidos (...). Fá-lo pensar, falar e agir por ele, leva-o contra a vontade a atos extravagantes ou ridículos; numa palavra o magnetiza e o cataleptiza moralmente e o indivíduo se torna um instrumento cego de sua vontade. Tal é a causa da obsessão, da fascinação e da subjugação - geralmente chamada possessão -, que se mostram em diferentes graus de intensidade”.


Para nós, que estamos encarnados, morrer é ruim. Ninguém quer morrer e nem quer que seus entes queridos morram. Mas, a doutrina espírita diz que no plano espiritual é diferente, os Espíritos vêem de outra forma, porque não é a vida terrena que interessa, mas a vida do Espírito. Eu pergunto o seguinte: para o Espírito o que é melhor? Ter uma vida bem longa vida ou desencarnar antes? (anônimo)


O que é bom ou ruim para cada Espírito depende de seus antecedentes, de seu passado espiritual, de suas necessidades. É claro que, de um modo geral, quanto mais o individuo viver na Terra, mais experiências ele vai colher, mais vai aprender. Um Espírito, que desencarna ainda criança, não tem tempo suficiente para ter uma experiência rica na Terra; é como saísse da escola, logo no início do curso. Um, que desencarna em idade avançada, podemos dizer, completou seu curso natural, pôde aprender muito ao longo da vida e já tirou muitas conclusões importantes.


No entanto, cada Espírito tem a sua própria programação. A maioria vai viver muitos anos na Terra: alguns vão embora muito cedo, ainda jovens. Às vezes, não porque estava programado, mas porque abusaram, expuseram-se demasiado ao perigo, deixando de completar o curso que havia previsto. Outros, porém, podem partir cedo, porque assim foi planejado, de acordo com suas necessidades evolutivas. Cada caso é um caso. Como não sabemos o que está programado, cada um tem um dever para consigo mesmo, e deve se empenhar para ter uma vida mais duradoura possível.


O Ser humano, ao longo de sua evolução, tem prolongado cada vez mais sua vida em cada encarnação, por causa do progresso material e das condições de vida, que vão melhorando pouco a pouco – em relação à mudança de hábitos, conforto material, saneamento básico e assistência médica. Sabemos, por exemplo, que no início do século passado a média de vida humana era praticamente a metade do que é hoje. Desse modo, os Espíritos, que estão reencarnando agora, têm probabilidade de viver muito mais do que seus antepassados e aproveitar bem mais sua existência.


Sabemos, por outro lado, que tem aumentado significativamente o número de mortes por acidentes e por assassinato. Grande parte desses casos refere-se a desvios de comportamento, abusos e fácil exposição ao perigo por imprudência - o que, na verdade, constituem formas indiretas de suicídio. Desse modo, não é difícil concluir que muitos, que desencarnam ainda jovem, partem prematuramente da vida, perdendo sua encarnação e contraindo mais dívidas morais, quer para com os outros, quer para consigo mesmos, porquanto não souberam preservar a vida.




sexta-feira, 27 de setembro de 2024

SERA POSSIVEL; EM BUSCA DA VERDADE COM O PROFESSOR

 

Conhecido orador em entrevista a publicação espírita dos anos 90 comentou que a reencarnação de Hitler teria sido planejada pelos Planos Espirituais inferiores do Planeta Terra. A surpreendente e incomoda informação é lembrada diante dos recentes acontecimentos da cidade de Charlottesville, Virgínia (EUA) em que um conflito extremamente violento foi protagonizado por centenas de pessoas autodenominadas nacionalistas, fundamentalistas cristãos, neonazista, etc, e opositores, dos quais resultaram dezenas de feridos e a morte de uma jovem, bem como de Barcelona, Espanha, no dia 17 de agosto. Mundo de Expiação e Provas em processo de avaliação e reforma segundo o Espiritismo, nossa Dimensão recebeu desde a metade do século 20, expressivo numero de Espíritos estacionários nos processos e programas evolutivos adensando a densidade demográfica do Planeta. Mesmo a visão de progresso apresentada pela Doutrina Espírita aprofunda-se e amplia-se na medida em que os conceitos iniciais vão sendo assimilados. Na importante obra AÇÃO E REAÇÃO (1957, feb) do Espiritismo André Luiz/FCXavier; encontramos interessante diálogo que repercute o comentário com que abrimos esse texto. Para reflexões, reproduzimos um trecho: -“Se existem reencarnações ligadas aos Planos Superiores, temos aquelas que se enraízam diretamente nos Planos Inferiores. Se a penitenciária vigora entre os homens, em função da criminalidade corrente no mundo, o inferno existe, na Espiritualidade, em função da culpa nas consciências. E assim como já podemos contar na esfera carnal com uma justiça sinceramente interessada em auxiliar os delinquentes na recuperação, através do livramento condicional e das prisões-escolas, organizadas pelas próprias autoridades que dirigem os tribunais humanos em nome das leis, aqui também os representantes do Amor Divino podem mobilizar recursos de misericórdia, beneficiando Espíritos devedores, desde que se mostrem dignos do socorro que lhes abrevie o resgate e a regeneração. – Quer dizer que, em boa lógica terrena, e utilizando-me de uma linguagem de que usaria um homem na experiência física, há reencarnações em perfeita conexão com os planos infernais... – Sim. Como não? Valem como preciosas oportunidades de libertação dos círculos tenebrosos. E como tais renascimentos na carne não possuem senão característicos de trabalho expiatório, em muitas ocasiões são empreendimentos planejados e executados daqui mesmo, por Benfeitores credenciados para agir e ajudar em nome do Senhor. – E, nesses casos, o Instrutor Druso (dirigente da Mansão da Paz) dispõe da necessária delegação de competência para resolver os problemas dessa espécie? – Nosso dirigente como é razoável, não goza de faculdades ilimitadas e esta instituição é suficientemente ampla para absorver-lhe os maiores cuidados. Entretanto, nos processos reencarnatórios, funciona como autoridade intermediária. – De que modo? – Duas vezes por semana reunimo-nos no Cenáculo da Mansão da Paz e os Mensageiros da Luz, por instrumentos adequados, deliberam quanto ao assunto, apreciando os processos que a nossa casa lhes apresenta. – Mensageiros da luz? – Sim, são prepostos das Inteligências angélicas que não perdem de vista as plagas infernais, porque, ainda que os gênios da sombra não o admitam, as forças do Céu velam pelo inferno que, a rigor, existe para controlar o trabalho regenerativo na Terra. Assim como o doente exige remédio, reclamamos a purgação espiritual, a fim de que nos habilitemos para a vida nas esferas superiores. O inferno para a alma que o erigiu em si mesma é aquilo que a forja constitui para o metal: ali ele se apura e se modela convenientemente. A respeito da presença crescente de inteligências interessadas no caos, em outro momento da narrativa surge uma pergunta/resposta importante para pensarmos: Não disporia a Espiritualidade Superior de elementos para encarcerá-los, a distância da carne? – Sim, isso não é impossível. Entretanto, se temos enxovias pungentes para a expiação dos crimes que entenebrecem a mente humana, muitas delas a se expressarem por vales de miséria e de horror, é preciso considerar que os delinquentes aí segregados atraem-se uns aos outros, contagiando-se mutuamente das chagas morais de que são portadores, gerando o inferno em que passam transitoriamente a viver. Por outro lado, contamos com muitas instituições, funcionando à semelhança de estufas, nas quais criaturas desencarnadas dormem pacificamente largos sonos, mergulhadas nos pesadelos que merecem até certo ponto, depois de efetuada a travessia do sepulcro...



Gostaria que vocês me explicassem como o Espiritismo vê a questão genética diante da reencarnação. A gente percebe facilmente que os filhos, em geral, herdam várias características dos pais e se parecem com eles, até mesmo em idéias, gestos e atitudes; isso quando não seguem o mesmo caminho dos pais. Se o Espírito não herda características morais dos pais, como é que isso acontece? (Anônima)


De fato, a Doutrina Espírita afirma que o corpo provém do corpo e o Espírito do Espírito. Desse modo, o aspecto físico dos filhos tendem a ser semelhante ao dos pais e, na maioria das vezes, isso acontece. Mas o aspecto espiritual dos filhos não provém do dos pais. Embora se possa verificar alguns traços comuns entre eles. André Luiz., na obra ENTRE A TERRA E O CÉU, trata da reencarnação de Júlio, um menino que desencarnou aos 9 anos e que tem um passado comprometedor. Falando sobre os limites da hereditariedade no processo de reencarnação, ele afirma o seguinte:


A hereditariedade, qual é aceita nos conhecimentos científicos do mundo, tem os seus limites. Filhos e pais, indubitavelmente, ainda mesmo quando se cataloguem distantes uns dos outros, sob o ponto de vista moral, guardam sempre afinidade magnética entre si. Desse modo, os pais fornecem determinados recursos ao Espírito reencarnante, mas esses recursos estão condicionados às necessidades da alma que lhes aproveita a cooperação, porque, no fundo, somos herdeiros de nós mesmos. Assimilamos as energias de nossos pais terrestres, na medida de nossas qualidades boas ou más, para o destino enobrecido ou torturado, a que fazemos jus, pelas nossas conquistas ou débitos que voltam à Terra conosco, emergindo de nossas experiências anteriores”.


O processo reencarnatório não é tão simples. Para começar, é preciso haver certas condições psíquicas que favoreçam a aproximação do futuro filho em relação aos pais. Fisicamente, o pai e a mãe oferecem suas cargas genéticas, que vão se combinar para dar origem ao novo ser. Antes, porém que isso aconteça – ou seja, antes da fecundação – o Espírito reencarnante já está em contato com os pais, principalmente com a mãe, onde começa a haver a troca de recursos psíquicos ou magnéticos entre eles. Durante a concepção, a escolha dos genes ( que vão se combinar para dar origem ao novo ser) não ocorre aleatoriamente, como se pensa. Ela obedece à ação de um campo magnético ou mental criado pelo Espírito, que busca adequar os genes às suas necessidades evolutivas.


No campo da ciência, os mais recentes estudos da Biologia levaram pesquisadores a criar uma área de estudo chamada Epigenética, que vem demonstrando que a carga genética do filho não é pura e simplesmente a combinação das cargas genéticas dos pais. Há alguma coisa a mais. É bem possível que, durante o processo conceptivo, se verifique uma intervenção externa que acaba por alterar certas características dos genes a serem combinados. No livro BIOLOGIA DA CRENÇA , o médico e pesquisador americano, Bruce Lipton, que participou da execução do Projeto Genoma, expõe essa teoria que, na verdade, é a confirmação do que André Luiz já dizia há mais de 50 anos.


É o próprio André Luiz, Espírito que foi médico na Terra, que confirma a grande influencia da hereditariedade em nossa vida, mas ele defende a tese de que essa influência é tanto maior quanto mais inferior é o Espírito. Por exemplo: ela é total nos animais; no entanto, à medida que o Espírito evolui, a ação da genética tende a diminuir no seu processo reencarnatório, por sua própria intervenção. Além do mais, não podemos desconsiderar a influência dos pais nos filhos - o ambiente educativo do lar – onde a proximidade física e a convivência, durante vários anos de contato, criam uma profunda interação entre eles, favorecendo o aprendizado inconsciente de atitudes e comportamentos. Tal situação explica em parte porque as pessoas, que moram numa mesma casa, numa mesma comunidade ou participam de uma mesma cultura, tendem a apresentar reações semelhantes. Daí a importância da educação para o Espírito que, a cada encarnação, deveria aprender boa conduta.





quinta-feira, 26 de setembro de 2024

OUVINDO BENVENUTO CELLINI; EM BUSCA DA VERDADE COM O PROFESSOR

Artista talentoso, personalidade exaltada, o florentino Benvenuto Cellini viveu 71 anos na sua encarnação no século XVI. Ao longo do tempo, inspirou com sua existência tumultuada vários escultores, pintores, compositores e literatos. Entre suas obras mais conhecidas está a Estatua em Bronze de Perseu segurando a cabeça da Medusa, exposta em Florença, sua cidade natal e a escultura O Crucifixo, em mármore. Aventureiro construiu uma biografia em que se incluem homicídios pelos quais teria sido responsável, e, inúmeros casos amorosos com varias de suas modelos. Escritor, publicou um TRATADO sobre OURIVESARIA, outro sobre ESCULTURA, além de um livro de memórias intitulado VITA, em que reconstitui sua existência. Nele, o relato de uma cena de feitiçaria e de endemoniação no Coliseu, em Roma, de que teria tomado parte. A prática teria sido executada por um sacerdote siciliano, de espírito muito fino, profundamente versado em letras gregas e latinas que conhecera numa estrada esquisita, e, que certa vez, lhe falara sobre suas atividades de necromancia, tema que sobre o qual sempre tivera a maior curiosidade. Convidado para uma dessas reuniões para qual o sacerdote trouxera perfumes preciosos, drogas fétidas e fogo, após uma abertura viu-se, levado pela mão, dentro de um círculo, com outras pessoas. O dirigente, entregando um talismã a um dos participantes, pôs-se a fazer conjurações durante mais de uma hora e meia, após o que o Coliseu encheu-se de legiões de Espíritos Infernais, sugeriu-lhe: -“Benvenuto, pede-lhes alguma coisa”. Respondi-lhes que desejava que eles me reunissem à siciliana Angélica, sua paixão do momento. Depois de diferentes relatos mais ou menos ligados ao precedente, Benvenuto conta como, passados 30 dias, prazo fixado pelos demônios, ele encontrou sua Angélica. Certamente motivado pela descrição de registro feita três séculos antes do surgimento do Espiritismo, Kardec, autorizado e ajudado pelo dirigente espiritual das reuniões da Sociedade Parisiense de Estudos Espíritas, buscou ouvir o renomado artista, na reunião de 11 de março de 1859, conforme reproduzido na REVISTA ESPÍRITA, de abril de 1859. A entrevista de mais de trinta perguntas, revela o seguinte: 1- Lembrava-se da existência que passara na Terra entre 1500 e 1571 apesar de ter tido outras existências corporais em vários mundos. 2- Sentia-se muito satisfeito com a posição ocupada atualmente, que, embora não fosse um trono, o colocava sobre mármores. 3- Permanecera errante alguns anos, trabalhando em si mesmo. 4- Que voltara poucas vezes a Terra. 5- Que assistira várias vezes à história em que figurara, sentindo-se satisfeito como Cellini, mas, pouco como Espírito que pouco progredira. 6- Não tivera outras encarnações na Terra antes da conhecida, tendo outras ocupações muito diferentes das que aqui desenvolveu. 7- Que habitava atualmente um mundo desconhecido e não visível da Terra, do ponto de vista físico, marcado pela beleza plástica, dada a harmonia perfeita de todas as suas linhas, rodeado de perfumes que, aspirados, provocam o bem estar físico, satisfazendo as necessidades pouco numerosas a que estão sujeitos; e, do ponto de vista moral, a perfeição é menor, pois, ali ainda podem ver-se consciências perturbadas e Espíritos dedicados ao mal, não sendo a perfeição, mas, o caminho para ela. 8- Lá também trabalha com as artes. 9- Sobre a veracidade das cenas sobre necromancia descritas no seu livro, disse que o necromante era um charlatão, ele um romancista e Angélica sua amante. 10- Sobre a origem de seu sentimento para a arte, confirmou ser fruto de um desenvolvimento anterior, pois durante muito tempo fora atraído pela poesia e pela beleza da linguagem, prendendo-se na Terra à beleza da reprodução e, no mundo em que vivia, ocupava-se à beleza como invenção. 11- Quanto à sua habilidade como estrategista militar revelada na defesa do Castelo de Santo Ângelo a pedido do Papa Clemente VII, revelou que tinha talento e sabia aplica-lo, visto que em tudo é necessário discernimento, sobretudo na arte militar de então. 12- Solicitado a aconselhar aos artistas que buscam seguir suas pegadas, disse que, mais do que fazem e do que ele fez, que busquem a pureza verdadeira beleza. 13- Se poderia guiar um médium na execução de modelagens garantiu que sim, preferindo um com inclinações artísticas, merecendo esta resposta, a seguinte observação de Kardec: -“Prova a experiência que a aptidão de um médium para tal ou qual gênero de produção depende de flexibilidade que apresenta ao Espírito, abstração feita do seu talento (...). Entretanto, veem-se médiuns que fazem coisas admiráveis, apesar de lhes faltar noções sobre o que produzem, o que se explica por uma aptidão inata, devida, sem dúvida, a um desenvolvimento anterior ( em outra encarnação), do qual conservam apenas a intuição”.




Já li alguma coisa sobre o sofrimento no mundo espiritual e parece que os espíritas também têm um tipo de inferno, chamado umbral, para onde vão os Espíritos, que não foram bons na Terra. Qual a diferença desse inferno para o inferno de outras religiões? (Rose)


Na verdade, a concepção de inferno ou de sofrimento eterno, que faz parte do credo das religiões, não existe no Espiritismo. O que a doutrina ensina é que existe uma Lei de Causa e Efeito, segundo a qual toda ação gera uma reação , e é natural concluir que toda ação boa gera uma reação agradável e toda ação má gera uma reação desagradável. Mas essa lei vale em qualquer situação ou em qualquer condição que o Espírito se encontra, estando ele encarnado ou desencarnado.


Aqui na Terra mesmo, após cometermos um erro, passamos a suportar a conseqüência desse erro. Muitas vezes, essa conseqüência é imediata, como quando batemos o martelo no dedo ao invés de martelar o prego; de outras, a médio ou longo prazo – como, quando o homem sofremos na carne os abusos que cometeu na juventude. Entretanto, essa lei vale para toda espécie de erro e, portanto, também para os erros morais.


Quando as conseqüências são desagradáveis, vindo em forma de dor física ou moral, dizemos que há uma expiação. Assim, a expiação dos nossos erros pode ser experimentada ainda nesta vida ou depois da morte; outras podem ser experimentadas em encarnações futuras – cada caso é um caso. Quando o Espírito parte para o mundo espiritual, ele vai vivenciar, com muito mais profundidade, os problemas que não resolveu na Terra, principalmente suas culpas.


Nesse caso, é possível que ele passe a viver um verdadeiro inferno, pois não há sofrimento maior do que uma consciência culpada. Mas pode também sofrer assédio de inimigos, geralmente suas vítimas do passado. De qualquer forma, as experiências que o Espírito vivencia, depois da morte, depende de como ele viveu na Terra, o que semeou, a forma como tratou o semelhante. É possível que enfrente muitos problemas do outro lado da vida, que seja atormentado pelo remorso ou pela presença de Espíritos adversários, mas seu sofrimento, por mais longo que seja, não será eterno e, sim, proporcional ao erro que cometeu.


André Luiz, no livro NOSSO LAR, narra sua experiência numa zona espiritual bem próxima à Terra, que ele chamou de umbral, onde permaneceu por alguns anos, quando perdeu a noção de tempo. Mas, depois ele foi socorrido e levado para a colônia Nosso Lar, onde conheceu seu despertar para a espiritualidade e passou a integrar as equipes de trabalho de orientação e socorro a encarnados e desencarnados.


A palavra “umbral” quer dizer limiar ou entrada. Na visão de André Luiz é a região espiritual mais próxima da Terra. Muita gente pensa que todos nós temos de passar pelo umbral. Mas não é bem assim. Cada Espírito tem sua própria experiência após a morte, que depende de como viveu na Terra e, portanto, de seus próprios méritos. Nas mesmas obras de André Luiz – e, com isso, citamos E A VIDA CONTINUA – encontramos o caso de Ernesto e Evelina que não passaram por esse umbral. Após a desencarnação, foram recolhidos num hospital do plano espiritual, de tal forma parecido com os da Terra, que não se deram conta que haviam desencarnado. Para maiores detalhes, sugerimos à ouvinte que leia essa obra, muito interessante - E A VIDA CONTINUA, psicografada por Francisco Candido Xavier.




quarta-feira, 25 de setembro de 2024

CHICO XAVIER E DOIS EX PRESIDENTES; EM BUSCA DA VERDADE COM O PROFESSOR

 Embora poucos saibam, no incrível acervo de mensagens recebidas pelo médium Chico Xavier, consta a de dois ex-Presidentes do Brasil. A primeira delas, quando Chico não era a figura pública de décadas depois. Era um rapaz de apenas 25 anos, muito tímido e pobre, baixa escolaridade, vivendo na sua terra natal e trabalhando como atendendo no modesto estabelecimento comercial do senhor Zé Felizardo. Corria o ano de 1935, nosso País vivia o período conhecido como Estado Novo, sob a direção de Getúlio Vargas, acaloradas discussões centralizadas sobre se o melhor sistema de governo da pátria seria a democracia, o facismo ou comunismo. O rapazola de Pedro Leopoldo, já atraia o interesse dos que liam um dos importantes jornais da capital da República pelos textos assinados pelo Espírito do famoso e querido escritor Humberto de Campos, que morrera em fins de 1934, bem como do livro PARNASO DO ALÉM TÚMULO (feb,1932), publicado em 1932 contendo poemas de autoria de grandes personalidades da Academia Brasileira de Letras como Olavo Bilac, Castro Alves, Augusto dos Anjos, Cruz e Souza, entre outros. Uma editora recém-fundada na capital paulista publicava o que seria o segundo livro da bibliografia de Chico, PALAVRAS DO INFINITO (lake, 1935), uma coletânea reunindo as primeiras mensagens de Humberto de Campos, fragmentos da série de matérias publicadas naquele ano pelo jornal O GLOBO – hoje preservadas na obra NOTÁVEIS REPORTAGENS COM CHICO XAVIER (ide, 2010) -, e duas extensas mensagens do Espírito do sétimo presidente do Brasil, Nilo Peçanha, psicografadas em 31 de julho de 1935. Surpreende o teor das mesmas, como se os dias de hoje ali estivessem retratados no aspecto político, como os trechos seguintes: “País essencialmente agrícola, o Brasil tem de voltar suas vistas para sua imensa extensão territorial, multiplicando os conselhos técnicos da agricultura, velando carinhosamente pelos seus problemas”(...)“Não bastam conciliabulos da política administrativa para a criação de leis exequíveis e benfeitoras da coletividade.(...)Esses problemas grandiosos tem sido relegados a um plano inferior pelos nossos administradores (1935), os quais, infelizmente, arraigados aos sentimentos de personalismo vivem apenas para as grandes oportunidades”.(...)“Faz-se necessário melhorar as condições das classes operárias antes que elas se recordem de o fazer, segundo suas próprias deliberações, entregando-se à sanha de malfeitores que, sob as máscaras da demagogia e a pretexto de reivindicações, vivem no seu seio para explorar os entusiasmos vibrantes que se exteriorizam sem objeto definido”.(...) “Infelizmente tivemos a fraqueza de nos apaixonarmos pelas teorias sonoras, acalentando os homens palavrosos, conduzindo-os aos poderes públicos; endeusando-os, incensando-os com a nossa injustificável admiração, olvidando homens de ação, de energia, que aí vivem isolados, corridos dos gabinetes da administração nacional, em virtude de sua inadaptabilidade às lutas da política do oportunismo e das longas fileiras do afilhadismo que vem constituindo a mais dolorosa das calamidades públicas do Brasil”.(...) No Brasil sobram as regalias politicas e as liberdades públicas. Tudo requer ordem e método”.(...).Onde se conservam essas criaturas do sentimento e do raciocínio que as melhores capacidades caracterizam? Justamente, quase todos, por nossa infelicidade, se conservam afastados da paixão política que empolga a generalidade dos nossos homens públicos; com algumas exceções, a nossa política administrativa, infelizmente, está cheia daqueles que apenas se aproveitam da situação, para os favores pessoais e para as condenáveis pretensões dos indivíduos. O sentimento de solidariedade das classes, do amparo social, que deveriam constituir as vigas mestras de um instituto de governo, são relegados para um plano superior, a fim de que se saliente o partido, a pretensão, o chefe, a figura centralizadora de cada um, em desprestígio de todos” O outro Presidente que se manifestou através de Chico foi justamente o primeiro, Deodoro da Fonseca, registro preservado nas páginas do livro FALANDO Á TERRA (feb, 1951). Também muito curioso o teor de suas palavras: -“Proclamada a República e lançada a Carta Magna de 1891, é que reparamos a enorme população ruralizada, a disparidade dos climas, a extensão do deserto verde, as tragédias do sertão, o problema da seca, a necessidade de uma consciência sanitária na massa popular, os imperativos da alfabetização, a incultura da liberdade, a escassez de sentimento cívico, a excentricidade das comunas municipais, e o espírito ainda estrito de numerosas regiões.(...).O programa compulsório do País não poderia afastar-se da educação nos mínimos pontos; entretanto, teceramos precioso manto constitucional com frases e textos de fina polpa democrática, quase impraticáveis além dos subúrbios do Rio de Janeiro.(...)Cabe-nos confessar hoje (1951), honestamente, , que ignorávamos nossa condição de povo juvenil, com idiossincrasias que não pudéramos perceber”. Como percebemos, o calendário avançou mas os problemas humanos continuam os mesmos....



Uma habitual ouvinte que, por motivos óbvios, não revelou o nome, nos contou o seguinte: seu marido vem tendo insistentes pesadelos, que o deixam perturbado. Ele percebe uma caixa preta e pesada nas costas e, quando levanta, a caixa cai no chão, desaparece e ele perde o fôlego. Acontece que sua filha, de 9 anos, também teve esse mesmo pesadelo e ficou muito assustada. Ela quer saber o que está acontecendo e como pode se livrar desse problema. (M.C.B.)


Existem pesadelos causados por problemas orgânicos (doença), por problemas psicológicos ( insegurança e medo) e por obsessão espiritual, ou por todos esses fatores reunidos. Cada caso é um caso. Convém verificar, primeiramente, se há alguma causa orgânica: às vezes, dificuldades de digestão ( pelo fato de se comer à noite), dificuldades de respiração ( a chamada apnéia, principalmente se a pessoa é fumante).


De outras vezes, essa perturbação, durante o sono, pode advir de uma ação espiritual ou, como dissemos, ou pela conjugação de duas ou mais causas. O lado espiritual é muito importante para todos nós. A par dos cuidados com a saúde e com o equilíbrio emocional, recomendaríamos que você e seu marido fossem a um centro espírita. Não diretamente para participar de reuniões mediúnicas, mas para tomar passes. O ambiente do centro – e o passe, especificamente – auxiliam muito as pessoas na manutenção de seu equilíbrio emocional e, quando for o caso, no atendimento à entidade que pode estar causando essa perturbação.


Não há nenhuma mágica ou nenhum milagre nos serviços do centro. O que há é um tratamento, que vai se consolidando com a freqüência regular às reuniões de passe e com os esclarecimentos que as pessoas vão recebendo no centro, ajudando-a a se ajustar melhor às situações difíceis da vida. Com certeza, se você e seu marido passarem a tomar passe, o problema tenderá a desaparecer. Entretanto, o socorro espiritual não exclui as outras providências de que já falamos; ou seja, a consulta médica, para verificar a possibilidade de causas orgânicas para o problema.


Quanto à sua filha, é possível que uma obsessão se estenda a outras pessoas da família. Mas é preciso verificar, também, se a menina não está tendo esses pesadelos, porque está impressionada com o que vem acontecendo com o pai. A criança é muito suscetível de guardar impressões negativas, especialmente o medo, quando o problema está sendo falado ou tratado com certo alarde dentro de casa, gerando para ela um ambiente de insegurança.




terça-feira, 24 de setembro de 2024

O DEPOIMENTO DE GOETHE; EM BUSCA DA VERDADE COM O PROFESSOR

Considerado o mais importantes dos escritores e pensadores alemães, Johann Wolfgang Von Goethe, viveu 83 anos em nossa Dimensão, tendo desencarnado em 1832, na cidade de Weimar. Romances, peças de teatro, poemas, escritos autobiográficos, reflexões teóricas nas áreas da arte, literatura e ciências naturais, fazem parte de sua vasta produção. Ao lado de Friedrich Schiller foi um dos líderes do movimento literário romântico alemão.Sua obra influenciou a literatura de todo o mundo. Atraves do romance OS SOFRIMENTOS DO JOVEM WERTHER, tornou-se famoso em toda a Europa no ano de 1774. Marco inicial do romantismo, o livro é considerado por muitos como uma obra-prima da literatura mundial, de tom autobiográfico, escrito na primeira pessoa e com poucas personagens. Na época de seu lançamento, ocorreu na Europa, uma onda de suicídios, de tão profundo que Goethe fora em suas palavras. Outra obra consagrada de Goethe, foi FAUSTO, poema trágico dividido em duas partes, redigido como uma peça de teatro, pensado mais para ser lido que encenado, cuja versão definitiva foi escrita e publicada em 1808. Em 1788, aos trinta e nove anos, ao retornar da Itália, conhece Schiller que a esta altura já havia escrito a ODE Á ALEGRIA posteriormente imortalizada por Beethoven na sua NONA SINFONIA -, nascendo daí uma sincera amizade, embora temperada com uma dose de competição, embora incomodado com o sucesso do seu concorrente dez anos mais jovem, especialmente pelo seu vício pelo tabaco e pelo jogo. Schiller morreria sete anos depois, aos 39 anos, mas a convivência renderia bons trabalhos em comum. Bem, Allan Kardec, quatorze anos após a morte de Goethe, na reunião da Sociedade Parisiense de Estudos Espíritas de 25 de março de 1856, o evoca e o entrevista, obtendo interessantes informações sobre sua vida, obra e situação no Plano Espiritual. Foram dezenove perguntas, respondidas objetivamente pelo famoso intelectual e reproduzidas no número de junho de 1859 da REVISTA ESPÍRITA. Informando estar ainda na situação de desencarnado, esclarece “estar mais feliz do que enquanto vivo” em nossa Dimensão “por estar desvencilhado do corpo grosseiro, vendo o que não via antes”. Sobre sua opinião atual sobre FAUSTO, explica que era “uma obra que tinha por objetivo mostrar a vaidade e o vazio da Ciência Humana e, por outro lado, naquilo que havia de belo e de puro, exaltar o sentimento do amor, castigando-o no que encerrava de desregrado e de mau”. Sobre se teria sido por uma espécie de intuição do Espiritismo – ainda não Codificado –, que descreveu a influência dos maus Espíritos sobre o homem, disse que “tinha a recordação exata de um mundo onde via exercer-se a influência dos Espíritos sobre os seres materiais”, acrescentando ser uma “recordação de uma existência precedente”, “num mundo diferente da Terra, onde se viam os Espíritos agindo”. Explicou que “era um mundo superior até certo ponto”, mas não como entendemos. “Nem todos os mundos tem a mesma organização, sem que, por isto, tenham uma grande superioridade”, disse. Sobre si, revelou que em sua passagem pela Terra, “cumpria uma missão, não tendo se comprometido, por sua obra ainda servir para moralização”. Segundo ele, “aplicava aquilo que podia haver de superior naquele mundo precedente para melhorar as paixões dos seus heróis”. Sobre a adaptação de FAUSTO, para ópera, feita por Charles-François Gounod, disse que o compositor o “evocou sem o saber, compreendendo-o muito bem, mesmo pensando como músico francês”. A respeito de WERTHER, do ângulo em que se encontrava por ocasião da comunicação espiritual, “a desaprovava, pois fez e causou desgraças”, “sofrendo e se arrependendo pela influência maléfica espalhada, causando muitos suicídios”. Solicitado a opinar sobre Schiller, disse: -“Somos irmãos pelo Espírito e pelas missões. Schiller tinha uma grande e nobre alma, de que eram reflexos as suas obras. Fez menos mal do que eu. É-me superior, porque era mais simples e verdadeiro”. A entrevista inclui ainda outros temas curiosos para nossas reflexões.



Uma ouvinte, que não quer se identificar, diz que às vezes sente uma presença estranha, quando está sozinha em casa, como se uma pessoa estivesse ali com ela. Por vezes, vê vultos, que não consegue divisar direito, pois eles desaparecem ao fixar a vista para distingui-los. Ela quer uma explicação para isso. Esta questão é muito parecida com uma que respondemos em edições anteriores, mas se trata de uma das questões mais comentadas pelos ouvintes.

Ver vultos em casa ou se sentir vigiado em determinados momentos é uma sensação mais comum do que se pensa. Acontece que, geralmente, as pessoas não revelam essa experiência a ninguém, por medo de serem mal interpretadas ou levadas a conta de loucas ou desequilibradas. Esta postura é uma questão cultural. No entanto, atrás desse fenômeno – quando a sensação não decorre de algum distúrbio psicoemocional que exija tratamento médico-psicológico, há algo revelador, com que muita gente se assusta.

De fato, todos nós, seres humanos, somos também Espíritos, embora encarnados. Além dos sentidos – visão, audição, olfato, paladar e tato, que nos revelam o mundo material – trazemos também resquícios de uma percepção que vai além dos sentidos físicos, embora o cérebro ainda seja o veículo dessas percepções, mecanismo que a ciência ainda não estudou. Essas sensações se revelam mais presentes na infância e na adolescência, mas também podem acontecer na idade adulta.

Allan Kardec refere-se a elas como sendo fenômeno de emancipação da alma. Trata-se de um fenômeno perceptivo, que a Parapsicologia chama de Percepção Extra-sensorial e o pesquisador Alexandre Aksakof chama de fenômeno anímico ou animismo. Entenda-se, pois, por animismo a capacidade humana de perceber além dos sentidos. Por exemplo, a telepatia ou captação de pensamentos é um fenômeno anímico.

Kardec condiciona a mediunidade ao animismo. Isso quer dizer que o médium só é intermediário para a manifestação do Espírito, porque pode captar a mensagem mental do Espírito. Isso quer dizer que: na comunicação o médium é intermediário, porque percebe além dos sentidos. Por essa razão, alguns autores preferem chamar o fenômeno de medianímico ao invés de fenômeno mediúnico.

Ao que tudo indica, esse tipo de percepção, seja pela passagem de vultos ou sensações imprecisas de presenças de pessoas, pode ser um indicio de mediunidade, na sua fase mais primitiva – quer dizer, uma mediunidade ainda embrionária e incapaz de definir com mais precisão o que se está percebendo. Existem teorias que abordam com mais profundidade este fenômeno.

Por outro lado, não podemos deixar de considerar que os desencarnados geralmente se encontram onde há encarnados, pois é com eles que mantêm ligações afetivas. Por isso, sempre existem Espíritos ao nosso lado, mas ordinariamente não percebemos. Dependendo de nosso estado emocional, podemos entrar numa faixa mental muito próxima da dos Espíritos e é nestes momentos que podemos sentir alguma coisa.

É a sensibilidade do encarnado que faz com que ele possa ter essas sensações que, às vezes, pode significar a presença de um Espírito familiar, até mesmo para querer se comunicar ou pedir ajuda. Se o quadro não for perturbador, no sentido de abalar emocionalmente a pessoa, a ponto de precisar de um atendimento médico, ela devem simplesmente orar pela entidade presente, ou procurar um centro espírita, ouvir a explanação do evangelho, receber passes e, até mesmo, conversar com um atendente no centro que pode orientá-la.

Do ponto de vista espírita, como sabemos que nada acontece por acaso, tais sensações são interpretadas como um chamamento. Falamos de chamamento no sentido de que pode ter chegado o momento de a pessoa se voltar mais para dentro de si mesma, reavaliar sua vida, sua maneira de viver e conviver, buscar com mais profundidade o sentido de sua própria existência, o que significa, em última análise, procurar desenvolver sua espiritualidade, seja nesta ou naquela religião com a qual se identifique.


segunda-feira, 23 de setembro de 2024

O ESPIRITISMO E O SEXO; EM BUSCA DA VERDADE COM O PROFESSOR

 

Polemicas e discussões acaloradas em torno da cura das chamadas inversões na área da sexualidade circunscrevem-se mais aos efeitos que as prováveis causas. O Espiritismo já na sua origem oferece bases para pelo menos reflexões mais objetivas sobre a questão. Na sequencia alguns pontos para embasar estudos mais aprofundados em torno da questão:1- Os Espíritos encarnam nos diferentes sexos; aquele que foi homem, poderá renascer mulher e aquele que foi mulher poderá renascer homem, a fim de realizar os deveres de cada uma dessas posições, e sofrer-lhes as provas. 2- Sofrendo o Espírito encarnado a influência do organismo, seu caráter se modifica conforme as circunstâncias e se dobra às necessidades e exigências impostas pelo mesmo organismo. Esta influência não se apaga imediatamente após a destruição do invólucro material, assim como não perde instantaneamente os gostos e hábitos terrenos. 3- Percorrendo uma série de existências no mesmo sexo, conserva durante muito tempo, no estado de Espirito, o caráter de homem ou de mulher, cuja marca nele ficou impressa. 4- Se esta influência se repercute da vida corporal para a espiritual, o mesmo se dá quando o Espírito passa da vida espiritual para a corporal. Numa nova encarnação trará o caráter e as inclinações que tinha como Espírito. Se for avançado, será um homem avançado; se for atrasado, será um homem atrasado. Mudando de sexo, poderá então, sob essa impressão e em sua encarnação, conservar os gostos, inclinações e o caráter inerente ao sexo que acaba de deixar. Assim se explicam certas anomalias aparentes, notadas no caráter de certos homens e de certas mulheres. 5- Não existe diferença entre o homem e a mulher, senão no organismo material, que se aniquila com a morte do corpo. Mas, quanto ao Espírito, à alma, o Ser essencial, imperecível, ela não existe, porque não há duas espécies de almas. 6- A sede real do sexo não se acha, no veículo físico, mas sim na entidade espiritual em sua estrutura complexa. 7- O sexo é mental em seus impulsos e manifestações. 8- Além da trama de recursos somáticos, a alma guarda a sua individualidade sexual intrínseca, a definir-se na feminilidade ou masculinidade, conforme os característicos acentuadamente passivos ou claramente ativos que lhe sejam próprios. 9- A energia natural do sexo, inerente à própria vida em si, gera cargas magnéticas em todos os seres, pela função criadora de que se reveste, caracterizadas com potenciais nítidos de atração no sistema psíquico de cada um. 10- O instinto sexual não é apenas agente de reprodução, mas reconstituinte de forças espirituais, pelo qual as criaturas encarnadas ou desencarnadas se alimentam mutuamente, na permuta de raios psíquico-magnéticos necessários ao seu progresso. 11- O Espírito reencarna em regime de inversão sexual, como pode renascer em condições transitórias de mutilação ou cegueira. Isso não quer dizer que homossexuais ou intersexos estejam em posição, endereçados ao escândalo ou à viciação, como aleijados e cegos não se encontram na inibição ou na sombra para serem delinquentes. 12- O conceito de normalidade ou anormalidade são relativos. Se a cegueira fosse a condição da maioria dos Espíritos reencarnados na Terra, o homem que pudesse enxergar seria positivamente minoria e exceção. 13- Ações praticadas contra pessoas do sexo oposto na busca de prazer a qualquer preço, impõem além da morte a desorganização mental do causador manifestada através da alienação mental exigindo para seu reequilíbrio muitas vezes pela intervenção os Agentes da Lei Divina, reencarnações compulsórias renascendo em corpo inversos às suas características momentâneas de masculinidades ou feminilidade, para que no corpo inverso, no extremo desconforto íntimo, aprenda a respeitar o semelhante lesado. 14- A inversão também ocorre por iniciativa daqueles que, valendo-se da renúncia construtiva para acelerar o passo no entendimento da vida e do progresso espiritual no intuito de operarem com mais segurança e valor o acrisolamento moral de si mesmos ou na execução de tarefas especializadas, através de estágio perigosos de solidão, em favor do campo social da Terra 15- Masculinidade ou feminilidade totais são inexistentes na personalidade humana, do ponto de vista psicológico, visto que homens e mulheres, em Espírito, apresentam certa percentagem de característicos viris ou feminis em cada indivíduo, o que não assegura possibilidades de comportamento íntimo normal para todos, segundo a conceituação de normalidade que a maioria dos homens estabeleceu para o meio social. 16- Homens e mulheres podem nascer homossexuais ou intersexos, seja como expiação ou em obediência a tarefas específicas –, como são suscetíveis de tomar o veículo físico na condição de mutilados ou inibidos em certos campos de manifestação para melhorar-se e nunca sob a destinação do mal. 17- A Terra, pouco a pouco, renovará princípios e conceitos, diretriz e legislação, em matéria de sexo, sob a inspiração da ciência, que situará o problema das relações sexuais no lugar que lhe é próprio .



Roberto Silva, faz a seguinte colocação: na Bíblia e nas diversas orações da Igreja, a gente encontra a expressão “vida eterna”. Aprendi que vida eterna é a vida que vem depois da morte, tanto no céu como no inferno, porque a eternidade vem depois desta vida. É isso mesmo? Parece que os espíritas não costumam usar essa expressão. Por que?

As palavras e as expressões, que aparecem na Bíblia, são traduções dos termos ou expressões que se usavam antigamente no seio de um povo, mas elas estão sujeitas a interpretações e, muitas vezes, com o tempo acabam perdendo o sentido original. Por isso, quando lemos esses textos precisamos primeiramente compreender o sentido mais amplo da mensagem de Jesus, ou seja, qual a finalidade de seus ensinos. A partir da daí, podemos interpretar com mais justeza o sentido de palavras e expressões que lhe foram atribuídas.

Ao que tudo indica, conforme o momento que Jesus teria utilizado esta expressão, podemos dar-lhe dois principais sentidos. O primeiro sentido é que “vida eterna” significa a vida do Espírito, que é diferente da vida do corpo. A vida do corpo é curta, passageira e limitada; a vida do Espírito é longa, definitiva e ilimitada. Logo “vida eterna” é a vida do Espírito.

É evidente que o Espírito não surge depois da morte do corpo. Não, ele já existe antes juntamente com o corpo; o que ocorre com a morte é a sua separação do corpo para entrar numa dimensão em que só o Espirito existe. Podemos dizer, portanto, que depois da vida terrena o Espírito entra para a vida eterna, mas só como Espírito.

A palavra “eterno”, no entanto, no seu sentido estrito, quer dizer “o que não tem começo nem fim”, enquanto que “eternidade” quer dizer “além do tempo, fora do tempo”. Neste sentido amplo, portanto, só Deus é eterno e, portanto, só Ele pode viver na eternidade. Nós, que somos suas criaturas, limitadas e imperfeitas, tivemos um início e, portanto, realmente não somos eternos, somos apenas imortais no sentido estrito da palavra.

Um segundo sentido que se dá a esta expressão “vida eterna” é de vida feliz, felicidade ou de bem-aventurança. Foi nesse sentido que um homem procurou Jesus para lhe perguntar o que deveria fazer para alcançar a vida eterna. Jesus lhe disse que deveria cumprir os mandamentos e, após questionar o homem que mandamentos cumpria, disse-lhe que vendesse todos os bens que possuía, desse dinheiros aos pobres e, depois, o seguisse.

Com certeza, Jesus se referia ao desapego total dos bens terrenos e ao apego total ao sentimento de amor pelo próximo. Em seguida disse que é mais fácil um camelo passar pelo buraco de uma agulha do que um rico entrar no reino dos céus. Isso quer dizer que o apego aos bens passageiros desse mundo acaba por nos prender demasiadamente a eles. Isso seria obstáculo natural à vida do Espírito que, se ficar apegado à matéria, não conseguirá ser feliz no mundo espiritual.

Para concluir, podemos afirmar que a expressão “vida eterna” pode ser entendida em dois sentidos: primeiro como “vida do Espírito”, vida no mundo espiritual. Em segundo lugar como “felicidade”, “vida com Deus”, “vida feliz”. Como consideramos que o destino do Espírito é para a felicidade – porque foi para isso que todos fomos criados – essa condição de felicidade plena não se dá aqui na Terra e, muito menos, em apenas uma encarnação, mas vai sendo conquistada ao longo do tempo, mediante a jornada espiritual de cada um de nós.