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quarta-feira, 4 de setembro de 2024

AOS QUE SE AMAM; EM BUSCA DA VERDADE COM O PROFESSOR

 Quem se serve da REVISTA ESPÍRITA publicada por percebe que ela a transformou num manancial extraordinário de informações complementares às dúvidas suscitada pelos estudiosos do Espiritismo procedentes de vários grupos espalhados por outra localidades ou países. No número de julho de 1862, por exemplo, numa das seções da publicação um questionamento proposto por praticantes da cidade de Bordeaux, em reunião de fevereiro daquele ano sobre a UNIÃO SIMPÁTICA DAS ALMAS. Primeira pergunta sobre se a reencarnação não acaba separando os que associados em relações afetivas, o esclarecimento: -“Deus permite aos que se amam sinceramente e souberam sofrer com resignação para expiar suas faltas, reunir-se, a princípio no Mundo dos Espíritos, onde progridem juntos, a fim de conseguirem encarnações nos mundos superiores. Podem, pois, se o pedirem com fervor, deixar os Mundos Espírituais na mesma época, reencarnar nos mesmos lugares e, por um encadeamento de circunstâncias previstas, reunir-se pelos laços que mais convierem aos seus corações. Uns terão pedido para serem pai ou mãe de um Espírito que lhes era simpático e se sentirão felizes por o dirigirem no bom caminho, cercando-o dos ternos cuidados da família e da amizade. Outros terão pedido a graça de se unirem pelo matrimônio e verem escoar-se muitos anos de felicidade e de amor. Refiro-me ao casamento entendido no sentido da união íntima de dois seres que não querem separar-se mais. À pergunta sobre se Nós nos reconhecemos nessas novas e felizes existências?, o Espírito comunicante, entre outras coisas, diz –“Assim como em vossa Terra dois amigos de infância gostam de encontrar-se no mundo, na sociedade, e se buscam muito mais do que se suas relações apenas datassem de alguns dias, também os Espíritos que mereceram o inapreciável favor de se unirem nos mundos superiores são duplamente felizes e reconhecidos a Deus por esse novo encontro, que corresponde às suas mais caras aspirações. (...) Allan Kardec observa: –“Enganar-nos-íamos redondamente quanto ao sentido desta comunicação se nela víssemos uma crítica às leis que regem o casamento e a sanção das uniões efêmeras extraoficiais. No que respeita às leis, as únicas imutáveis são as Leis Divinas, ao passo que as leis humanas, devendo ser apropriadas aos costumes, aos usos, aos climas e ao grau de civilização, são essencialmente mutáveis; seria deplorável que assim não fosse, e que os povos do século dezenove estivessem presos às mesmas regras que regiam os nossos pais. Assim, se as leis mudaram deles até nós, como não chegamos à perfeição, deverão mudar de nós aos nossos descendentes. No momento em que é feita, toda lei tem a sua razão de ser e a sua utilidade; mas pode acontecer que, sendo boa hoje, não mais o seja amanhã. No estado dos nossos costumes, de nossas exigências sociais, o casamento necessita ser regulado pela lei, e a prova de que esta lei não é absoluta é que não é a mesma para todos os países civilizados. É, pois, permitido pensar que nos mundos superiores, onde não há os mesmos interesses materiais a salvaguardar, onde não existe o mal, isto é, onde os Espíritos maus são excluídos da encarnação, onde, conseguintemente, as uniões resultam da simpatia e não do cálculo, as condições devam ser diferentes. Mas aquilo que é bom para eles poderia ser muito mau para nós. Além disso, é preciso levar em conta que os Espíritos se desmaterializam à medida que se elevam e se depuram. Só nas fileiras inferiores a encarnação é material. Para os Espíritos superiores não há mais encarnação material e, consequentemente, não há procriação, pois esta se dá pelo corpo e não pelo Espírito. Uma afeição pura é, pois, o único objetivo da união e, por isto, ao contrário do que ocorre na Terra, não necessita da sanção oficial.



Uma ouvinte anônima se comunicou com o programa para perguntar o seguinte: “Gostaria de saber como que o Espiritismo vê uma mulher casada, que tem uma filha de 9 anos, afirma que não gosta de criança, apenas tolera porque é sua filha”.

Felizmente, não é uma situação comum, prezada ouvinte, pois a natureza cuida para que as mulheres tenham uma forte propensão para ser mães. O que chamamos instinto materno está principalmente nos animais das mais variadas espécies, e os animais, como você sabe, acham-se num patamar evolutivo inferior ao nosso. Você mesma deve conhecer mulheres que lutam a vida toda para ser mães (enquanto outras recorrem ao aborto para não sê-lo) e, hoje, graças ao avanço da medicina, algumas mulheres optam por métodos conceptivos artificiais.

Outras recorrem à adoção, resgatando crianças que corriam o risco de crescer sem a proteção e o carinho de um lar. Outras, ainda, mesmo não se casando, não encontram hoje mais barreiras para conceber filhos fora da união conjugal. Algumas referências estatísticas têm mostrado que cresce o número de mulheres que mantêm um lar com filhos: tanto mães divorciadas quanto mães solteiras, muitas vez com a ajuda das avós, que também são mães. Na verdade, o fato de a grande maioria das mulheres optar por filhos, em caso de divórcio, demonstra que o ser humano não perdeu o apreciável instinto da maternidade.

Por outro lado, existem as que afirmam não gostar de criança. Algumas não se casam ou, quando se casam, optam por não ter filhos, utilizando-se a vida toda de métodos anticoncepcionais ou o que é pior, recorrendo à prática do aborto. O problema maior, entretanto, surge num caso como este que você nos apresente: trata-se de uma mãe que diz não gostar de criança. É claro que essa situação – não temos maiores dados sobre essa mãe – requer uma atenção especial, no sentido de ajudá-la se encontrar consigo mesma no desempenho de sua missão. Essa criança, a continuar assim, corre o risco de ter problemas psicológicos no futuro por causa da desastrosa relação com a mãe.

Como não é comum casos como esse, cara ouvinte, tudo leva a crer que essa mãe deve ser portadora de algum transtorno emocional ligado a experiências do passado. Essas experiências podem ter ocorrido nesta vida, o que exigiria um aconselhamento, um encaminhando mesmo, um tratamento psicoterapêutico ou, ainda, pode provir de experiências traumáticas de encarnações anteriores. De qualquer forma, queremos crer que a mulher que traz esse tipo de problema, tem algum bloqueio de ordem emocional e, por mais que disfarce, ela sofre com isso ao mesmo tempo em que compromete sua missão de mãe, prejudicando a filha e se prejudicando a si mesma.

Evidentemente, as mulheres são diferentes e cada qual traz uma propensão maior ou menor para cuidar de crianças, mas, mesmo assim, é quase inconcebível que uma mãe manifeste esse tipo de conduta. Além da harmonização psicológica de que necessita, ela precisaria buscar uma visão mais ampla do significado da vida ( talvez na Doutrina Espírita, cara ouvinte), para ver se pode penetrar num nível mais profundo de conhecimento sobre si mesma e de descoberta de valores espirituais que ainda não aprendeu a apreciar. Estamos abertos para isso no Centro Espírita Caminho de Damasco.

Se pai e mãe são missionários com a grande responsabilidade de reeducar os Espíritos que vêm por seu intermédio (conforme diz O LIVRO DOS ESPÍRITOS), a mãe, sem dúvida, tem um papel mais urgente e fundamental. Embora o excessivo valor que a sociedade, de um modo geral, vem dando à atuação da mulher fora do lar nas últimas décadas, como forma de reconhecimento de seus direitos, acreditamos que não existe missão mais importante no mundo que a educação da criança através dos vínculos afetivos que devem uni-las à sua mãe.

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