Embora poucos saibam, no incrível acervo de mensagens recebidas pelo médium Chico Xavier, consta a de dois ex-Presidentes do Brasil. A primeira delas, quando Chico não era a figura pública de décadas depois. Era um rapaz de apenas 25 anos, muito tímido e pobre, baixa escolaridade, vivendo na sua terra natal e trabalhando como atendendo no modesto estabelecimento comercial do senhor Zé Felizardo. Corria o ano de 1935, nosso País vivia o período conhecido como Estado Novo, sob a direção de Getúlio Vargas, acaloradas discussões centralizadas sobre se o melhor sistema de governo da pátria seria a democracia, o facismo ou comunismo. O rapazola de Pedro Leopoldo, já atraia o interesse dos que liam um dos importantes jornais da capital da República pelos textos assinados pelo Espírito do famoso e querido escritor Humberto de Campos, que morrera em fins de 1934, bem como do livro PARNASO DO ALÉM TÚMULO (feb,1932), publicado em 1932 contendo poemas de autoria de grandes personalidades da Academia Brasileira de Letras como Olavo Bilac, Castro Alves, Augusto dos Anjos, Cruz e Souza, entre outros. Uma editora recém-fundada na capital paulista publicava o que seria o segundo livro da bibliografia de Chico, PALAVRAS DO INFINITO (lake, 1935), uma coletânea reunindo as primeiras mensagens de Humberto de Campos, fragmentos da série de matérias publicadas naquele ano pelo jornal O GLOBO – hoje preservadas na obra NOTÁVEIS REPORTAGENS COM CHICO XAVIER (ide, 2010) -, e duas extensas mensagens do Espírito do sétimo presidente do Brasil, Nilo Peçanha, psicografadas em 31 de julho de 1935. Surpreende o teor das mesmas, como se os dias de hoje ali estivessem retratados no aspecto político, como os trechos seguintes: “País essencialmente agrícola, o Brasil tem de voltar suas vistas para sua imensa extensão territorial, multiplicando os conselhos técnicos da agricultura, velando carinhosamente pelos seus problemas”(...)“Não bastam conciliabulos da política administrativa para a criação de leis exequíveis e benfeitoras da coletividade.(...)Esses problemas grandiosos tem sido relegados a um plano inferior pelos nossos administradores (1935), os quais, infelizmente, arraigados aos sentimentos de personalismo vivem apenas para as grandes oportunidades”.(...)“Faz-se necessário melhorar as condições das classes operárias antes que elas se recordem de o fazer, segundo suas próprias deliberações, entregando-se à sanha de malfeitores que, sob as máscaras da demagogia e a pretexto de reivindicações, vivem no seu seio para explorar os entusiasmos vibrantes que se exteriorizam sem objeto definido”.(...) “Infelizmente tivemos a fraqueza de nos apaixonarmos pelas teorias sonoras, acalentando os homens palavrosos, conduzindo-os aos poderes públicos; endeusando-os, incensando-os com a nossa injustificável admiração, olvidando homens de ação, de energia, que aí vivem isolados, corridos dos gabinetes da administração nacional, em virtude de sua inadaptabilidade às lutas da política do oportunismo e das longas fileiras do afilhadismo que vem constituindo a mais dolorosa das calamidades públicas do Brasil”.(...) No Brasil sobram as regalias politicas e as liberdades públicas. Tudo requer ordem e método”.(...).Onde se conservam essas criaturas do sentimento e do raciocínio que as melhores capacidades caracterizam? Justamente, quase todos, por nossa infelicidade, se conservam afastados da paixão política que empolga a generalidade dos nossos homens públicos; com algumas exceções, a nossa política administrativa, infelizmente, está cheia daqueles que apenas se aproveitam da situação, para os favores pessoais e para as condenáveis pretensões dos indivíduos. O sentimento de solidariedade das classes, do amparo social, que deveriam constituir as vigas mestras de um instituto de governo, são relegados para um plano superior, a fim de que se saliente o partido, a pretensão, o chefe, a figura centralizadora de cada um, em desprestígio de todos” O outro Presidente que se manifestou através de Chico foi justamente o primeiro, Deodoro da Fonseca, registro preservado nas páginas do livro FALANDO Á TERRA (feb, 1951). Também muito curioso o teor de suas palavras: -“Proclamada a República e lançada a Carta Magna de 1891, é que reparamos a enorme população ruralizada, a disparidade dos climas, a extensão do deserto verde, as tragédias do sertão, o problema da seca, a necessidade de uma consciência sanitária na massa popular, os imperativos da alfabetização, a incultura da liberdade, a escassez de sentimento cívico, a excentricidade das comunas municipais, e o espírito ainda estrito de numerosas regiões.(...).O programa compulsório do País não poderia afastar-se da educação nos mínimos pontos; entretanto, teceramos precioso manto constitucional com frases e textos de fina polpa democrática, quase impraticáveis além dos subúrbios do Rio de Janeiro.(...)Cabe-nos confessar hoje (1951), honestamente, , que ignorávamos nossa condição de povo juvenil, com idiossincrasias que não pudéramos perceber”. Como percebemos, o calendário avançou mas os problemas humanos continuam os mesmos....
– Uma habitual ouvinte que, por motivos óbvios, não revelou o nome, nos contou o seguinte: seu marido vem tendo insistentes pesadelos, que o deixam perturbado. Ele percebe uma caixa preta e pesada nas costas e, quando levanta, a caixa cai no chão, desaparece e ele perde o fôlego. Acontece que sua filha, de 9 anos, também teve esse mesmo pesadelo e ficou muito assustada. Ela quer saber o que está acontecendo e como pode se livrar desse problema. (M.C.B.)
Existem pesadelos causados por problemas orgânicos (doença), por problemas psicológicos ( insegurança e medo) e por obsessão espiritual, ou por todos esses fatores reunidos. Cada caso é um caso. Convém verificar, primeiramente, se há alguma causa orgânica: às vezes, dificuldades de digestão ( pelo fato de se comer à noite), dificuldades de respiração ( a chamada apnéia, principalmente se a pessoa é fumante).
De outras vezes, essa perturbação, durante o sono, pode advir de uma ação espiritual ou, como dissemos, ou pela conjugação de duas ou mais causas. O lado espiritual é muito importante para todos nós. A par dos cuidados com a saúde e com o equilíbrio emocional, recomendaríamos que você e seu marido fossem a um centro espírita. Não diretamente para participar de reuniões mediúnicas, mas para tomar passes. O ambiente do centro – e o passe, especificamente – auxiliam muito as pessoas na manutenção de seu equilíbrio emocional e, quando for o caso, no atendimento à entidade que pode estar causando essa perturbação.
Não há nenhuma mágica ou nenhum milagre nos serviços do centro. O que há é um tratamento, que vai se consolidando com a freqüência regular às reuniões de passe e com os esclarecimentos que as pessoas vão recebendo no centro, ajudando-a a se ajustar melhor às situações difíceis da vida. Com certeza, se você e seu marido passarem a tomar passe, o problema tenderá a desaparecer. Entretanto, o socorro espiritual não exclui as outras providências de que já falamos; ou seja, a consulta médica, para verificar a possibilidade de causas orgânicas para o problema.
Quanto à sua filha, é possível que uma obsessão se estenda a outras pessoas da família. Mas é preciso verificar, também, se a menina não está tendo esses pesadelos, porque está impressionada com o que vem acontecendo com o pai. A criança é muito suscetível de guardar impressões negativas, especialmente o medo, quando o problema está sendo falado ou tratado com certo alarde dentro de casa, gerando para ela um ambiente de insegurança.
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