faça sua pesquisa

sábado, 7 de setembro de 2024

DUVIDA DE MUITOS; EM BUSCA DA VERDADE COM O PROFESSOR

 Deus, Jeová, Alá, Supremo Arquiteto do Universo, Consciência Cósmica são palavras utilizadas para identificar uma única coisa: o Criador. Para não dificultar as coisas um dos maiores líderes espirituais conhecidos sugeriu chama-lo apenas Pai. Numa das edições da REVISTA ESPÍRITA, ano 1864, Allan Kardec escreveu: O Espírito no início de sua fase humana, estupido e bruto, sente a centelha divina em si, pois, adora um Deus, que materializa conforme sua materialidade”. Refletindo sobre o assunto sob esse prisma, conclui-se qual a razão de existirem tantas escolas religiosas na sociedade humana. Condicionados ao processo evolutivo, natural os homens irem criando sistemas a partir da própria percepção das possíveis explicações sobre a origem de tudo, visto cada um refletir o mundo conforme sua capacidade de entendimento. Desse modo, tudo está certo, constituindo-se as diferentes visões da Divindade, apenas degraus de acesso a uma compreensão cada vez mais aprofundada e ampla do tema. Na edição de maio de 1861, da REVISTA ESPÍRITA, numa nota de rodapé, Allan Kardec inclui uma observação em que procura responder duas questões naturais entre os que consideram a ideia de Deus uma grande mentira. A primeira delas: Como os Espíritos novos, que Deus cria, e que se destinam a um dia tornar-se Espíritos puros, depois de ter passado pela peneira de uma porção de existências e provas, saem tão imperfeitos das mãos do Criador, que é a fonte de toda perfeição e não se melhoram gradativamente senão se afastando da origem? - “Digamos para começar que a solução pode ser deduzida facilmente do que está dito, com desenvolvimento, n’ O LIVRO DOS ESPÍRITOS, sobre a progressão dos Espíritos, questões 114 e seguintes. Teremos pouco a acrescentar. Os Espíritos saem das mãos do Criador simples e ignorantes, mas nem são bons, nem maus, pois do contrário, desde a sua origem, Deus teria votado uns ao Bem e à felicidade, e outros ao mal e à desgraça, o que nem concordaria com a sua bondade, nem com a sua justiça. No momento de sua criação, os Espíritos não são imperfeitos senão do ponto de vista de desenvolvimento intelectual e moral, como a criança ao nascer, como o germe contido no grão da árvore. Mas não são maus por natureza. Ao mesmo tempo que neles se desenvolve a razão, o livre arbítrio, em virtude do qual escolhem, uns, o bom caminho, outros, o mau, faz que uns cheguem ao objetivo mais cedo que outros. Mas todos, sem exceção, devem passar pelas vicissitudes da vida corpórea, a fim de adquirir experiência e ter o mérito da luta. Ora, nessa luta uns triunfam , outros sucumbem; mas os vencidos podem sempre erguer-se e resgatar as suas derrotas. Esta questão levanta outra, mais grave, que várias vezes nos foi apresentada. É a seguinte: Deus, que tudo sabe, o passado, o presente e o futuro, deve saber que tal Espírito tomará o mau caminho, sucumbirá e será infeliz. Neste caso, por que o criou? Sim. Certamente Deus sabe muito bem a linha que seguirá um Espírito, do contrário não teria a ciência soberana; se o mau caminho a que se atira o Espírito devesse fatalmente conduzi-lo a uma eternidade absoluta de penas e sofrimentos; se, porque tivesse falido lhe fosse para sempre vedado reabilitar-se, a objeção acima teria uma força de lógica incontestável e talvez aí estivesse o mais poderoso argumento contra a dogma dos suplícios eternos; porque, neste caso, impossível é sair do dilema: ou Deus não conhece a sorte reservada à sua criatura e então não tem a soberana ciência; se a conhece, então a criou para ser eternamente infeliz e, então, não tem Soberana Bondade. Com a Doutrina Espírita, tudo concorda perfeitamente, e não há contradição: Deus sabe que um Espírito tomará um mau caminho; conhece todos os perigos de que está este semeado, mas, também, sabe que dele sairá e que apenas terá um atraso; e, na sua bondade e para lhe facilitar, multiplica em sua rota as advertências salutares, dos quais infelizmente nem sempre se aproveita. É a história de dois viajantes que querem chegar a uma bela região onde viverão felizes. Um sabe evitar os obstáculos, as tentações, que o fariam parar no caminho; o outro, por imprudência, choca-se nos mesmo obstáculo, dá quedas que o atrasam, mas chegará por sua vez. Se, em caminho, pessoas caridosas o previnem dos perigos que corre e, se por presunção, não as escuta, não será mais repreensível”.



A ouvinte de iniciais M.R., inconformada com os problemas que vinha passando, disse que chegava a duvidar que Deus existe, pois não pode entender que um Pai Bom e Misericordioso pode deixar seus filhos sofrerem tanto. Não haveria uma forma mais branda de promover a evolução? Ela citou a dor que faz parte de vários dramas humanos e questionou por que as pessoas precisam sofrer tanto para aprender. Não seria mais fácil, mais humano e mais divino que não precisássemos passar por isso?

A ideia de que tudo podemos aprender sem esforço e sem sacrifício é algo muito bonito e fascinante, mas que não funciona de forma absoluta para nós, Espíritos encarnados neste planeta, que nos encontramos na fase das provas e expiações. Sem dúvida, nossa maior aspiração é escapar do sofrimento e da morte, por isso é que são esses nossos maiores medos.

O que é inconcebível, dentro da filosofia espírita, é o fato de que, além dessa gama imensa de sofrimento que varre o mundo, o homem possa ter pela frente uma condenação eterna. Isso, sim, é inconcebível diante do conceito que temos de um Deus bom e misericordioso. No entanto, o Espiritismo nos explica que as experiências difíceis fazem parte de nosso crescimento, pois se trata de uma etapa passageira.

Entretanto, esse anseio de vida sem sofrimento, sem desconforto, sem dor, uma vida de paz e serenidade, existe em todos nós, porque é para essa condição ideal que caminhamos, mas que, na verdade, só existe em mundos superiores. Não foi por outra razão que Jesus proclamou: “Bem-aventurados os aflitos porque serão consolados”. Como estamos ainda distantes de alcançar tal condição, podemos imaginar que isso seria o ideal, embora distante de nossas atuais conquistas.

Deus nos criou imperfeitos para que nós próprios construíssemos, ao longo do tempo, a própria perfeição. Se nos tivesse feito seres perfeitos, nada nos restaria a fazer, pois a perfeição é o ponto final e o objetivo de tudo, é a plenitude do ser; além dela nada existe e, portanto, nada resta a fazer. Todavia, a obra divina é tão maravilhosa e tão perfeita, que faz com que da imperfeição surja a perfeição, do mal surja o bem, e para isso é necessário um trabalho, um longo processo de aperfeiçoamento.

Se não houvesse o que construir, cara ouvinte, não haveria necessidade de construtores; se não houvesse doentes não haveria necessidade de médicos; se não houvesse alunos não haveria necessidade de professores; se não houvesse fome, não haveria necessidade de comida e nem de agricultores; se não houvesse problemas, não haveria necessidade de pensar e tampouco de buscar soluções em qualquer setor da vida. Ou seja, se tudo estivesse plenamente resolvido, não teríamos razões para viver.

Nós só somos capazes de pensar, porque sempre tivemos necessidade do pensamento para resolver nossos problemas; nós só falamos porque temos necessidade de nos comunicar; só andamos, temos pernas e braços, porque a evolução desenvolveu em nós a capacidade de agir na procura de alimentos, de abrigo, de proteção, de amizade e de amor. Nada existiria, se tudo estivesse pronto, pois, se tudo tivesse chegado ao auge da perfeição, nós não seríamos nós mesmos, donos de uma identidade e de uma personalidade própria.

A mais completa felicidade que um ser humano pode alcançar numa existência é o de sentir sua capacidade de realização pessoal, de ter chegado ao que chegou usando seus próprios recursos, pensando pela sua própria cabeça, resolvendo seus próprios problemas, pois é esse sentimento de auto realização pessoal que faz com que ele se sinta dono de si mesmo e construtor de seu próprio destino. Mas, paras isso, teve que pensar, teve que se movimentar, teve que se esforçar, teve que se sacrificar, passando pelas mais difíceis experiências.

Aí está a grandeza da criação, o fato de que cada Espírito é o modelador de si mesmo, perfazendo ao longo de sua evolução – constituída de altos e baixos – um caminho que só ele foi capaz de fazer e que, portanto, é diferente de todos os demais. Para nós, o sofrimento já não é totalmente indesejável, pois sabemos que, sem ele, não vamos conquistar determinadas metas e, portanto, não seremos felizes. É por essa razão, que os Espíritos Benfeitores costumam nos dizer que o sofrimento é uma bênção, do mesmo modo que o remédio amargo ou a cirurgia dolorida são soluções para nossos problemas de saúde.


Nenhum comentário:

Postar um comentário