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terça-feira, 3 de setembro de 2024

JESUS TERIA SIDO UM MITO; EM BUSCA DA VERDADE COM O PROFESSOR

 Uma das inteligências mais impregnadas do pensamento espírita no século XX, foi o professor de Filosofia, Jornalista e escritor J. Herculano Pires. Com ele, a divulgação do Espiritismo ganhou importante espaço na mídia impressa e radiofônica, neste caso em particular através de um programa que esclareceu muitas dúvidas de interessados na visão espírita sobre variadas questões: NO LIMIAR DO AMANHÃ. Valiosos conhecimentos foram ali desdobrados e alguns admiradores da época recuperaram as opiniões do Professor e os enfeixaram em livro pouco conhecido. Dentre as dúvidas levantadas e ali preservadas destacamos uma tão interessante quanto curiosa: JESUS FOI UM MITO APENAS? Com a palavra Herculano Pires: -“A ideia de que Jesus é um “mito” levou alguns pensadores europeus a publicarem livros a respeito. Mas todo o esforço nesse sentido foi mal dado, diante daquilo que Deus negou a esses pensadores, isto é, diante das provas históricas irrefutáveis da existência de Jesus. Pois Jesus não está na História. Ele fez a História. O mundo em que vivemos é o mundo cristão e o mundo cristão nasceu de que? Dos ensinamentos de Jesus. Alguns naturalmente se apegam a certas exposições de pensadores materialistas, que querem negar a existência de Jesus. Mas a mesma é tão mais firmada na História do que qualquer outra. Além disso, os fatos comprovados e investigados atualmente, nas pesquisas universitárias, não apenas nas pesquisas dos religiosos, mostram que realmente Jesus existiu, foi um homem, agiu intensamente na Palestina, criou uma nova concepção do mundo, que foi registrada pelos seus discípulos, aparecendo mais tarde nas formulações dos Evangelhos. Poderão dizer, por exemplo: Os Evangelhos foram escritos muito depois da morte de Jesus (...). Ernesto Renan, por exemplo, que foi o grande investigador histórico, famoso por suas obras de investigação da história do Cristianismo, tem livros dedicados aos Evangelhos em que explica pormenorizadamente e afirma, de maneira decisiva, que os mesmos nasceram do círculo dos mais íntimos de Jesus, dos seus familiares, dos seus discípulos, daqueles que privaram com Ele. Passados mais de cem anos depois de Renan, aparece na França Charles Lindenberg, grande pesquisador e professor de história do Cristianismo na Sorbonne, que afirma, depois de profundos estudos a respeito, a mesma coisa que Renan. Os Evangelhos nasceram nos círculos mais íntimos, ligados a Jesus, portanto procedem da fonte dos Seus ensinos orais. Se isso não bastasse para provar a existência de Jesus, existem todos os testemunhos, dados pelos apóstolos. Alguém pode dizer: não há na História um registro assim, por um historiador qualquer, da passagem de Jesus na Terra. Realmente, essa passagem foi obscura. Jesus viveu na época do mundo clássico greco-romano. O que era importante, no tempo, era a história de Roma e não a história da Palestina. O que se passava na Palestina tinha pouca importância. Quando o historiador judeu Josefo trata da história da Palestina, ele não dá atenção a Jesus, porque Jesus era um rabino popular. Ele era uma figura exponencial do mundo judaico; não era nem sequer um sacerdote do templo. Ele era um daqueles tipos de rabinos populares, mestres do povo, que andavam pela Palestina, ensinando. A grandeza de Jesus não era material, exterior. Não era dada pelos nomes, nem pelos títulos. Era a grandeza moral e espiritual de Jesus que transparecia nos Seus ensinos. E a melhor grandeza desses ensinos se confirma pelos resultados que eles produziram no mundo. Qual foi o homem que, humildemente andando de sandálias, pelas praias de um lago humilde, como o lago de Genesaré, pregando nas estradas, nos povoados, nas ruas das cidades judaicas daquele tempo, numa província obscura do império romano, que era a Judéia, qual foi o homem, repito, que dessa humildade e nessa humildade conseguiu produzir, através simplesmente de palavras, ensinos orais, uma revolução total, que transformou a civilização greco-romana na Civilização Cristã? Quem conseguiu isso? Ninguém. Só Jesus. Esta é a maior prova, a mais decisiva prova de sua existência, do seu trabalho, da sua grandeza.


O companheiro e colaborador, Antonio Cuco, dias atrás levantou uma questão interessante e que comporta algum esclarecimento. Ele questionou sobre a denominação correta que se deve dar ao médium, quando ele está transmitindo uma mensagem espiritual, seja essa mensagem falada ou escrita. Ele quer saber por que o termo “médium incorporado” não é muito aceito no meio espírita, conforme tem lido em alguns comentários.

JBC - Desde a obra de Allan Kardec, no início da doutrina, sabemos que um Espírito desencarnado jamais poderá ocupar o mesmo corpo do encarnado – ou seja, o Espírito não se apropria do corpo do médium - pois cada corpo é produto de um único e exclusivo Espírito, que ali se encontra desde os primeiros momentos da concepção no ventre materno. A ligação entre corpo e espírito é sutil e, de acordo com as informações de André Luiz e outros orientadores espirituais, o corpo está ligado ao espírito célula por célula, razão pela qual dissemos que o corpo é construção exclusiva do Espírito.

O que acontece no fenômeno mediúnico, sobretudo o de psicofonia ( quando a mensagem é transmitida pela fala do médium) e de psicografia ( quando a mensagem é transmitida pela escrita do médium) é uma conexão mental; quer dizer: a mente do Espírito se conecta com a mente do médium, e é o cérebro do médium que, mediante os sinais captados do Espírito, é que vai realizar o restante do trabalho, falar ou escrever.

Segundo uma interessante descrição de André Luiz, no livro SEXO E DESTINO, quando a relação do encarnado com o desencarnado já se tornou muito íntima, há como uma superposição do períspirito do Espírito sobre o períspirito do médium. Mas devemos considerar que o períspirito não é constituído da mesma matéria do corpo, o que acontece é tão somente uma projeção mental de um sobre o outro, sem que o espírito do encarnado tenha que dar lugar ao desencarnado.

Aliás, o espírito só se desliga do corpo quando este morre, transformando-se num cadáver. Não havendo mais possibilidade de vida, pois que a morte é um processo irreversível, os laços perispirituais (que une espírito e corpo) se desfazem até que o Espírito possa se libertar, o que pode durar horas e até dias. Mesmo assim – ou seja, mesmo que o corpo já esteja morto – nenhum outro Espírito poderá assumi-lo, pois o corpo em relação ao espírito é descartável; se ele morre, não servirá mais para abrigar vida espiritual, nem do espírito que o habitou e nem de nenhum outro.

Por causa dessa realidade, Cuco, é que a palavra “incorporação” não é adequada para designar um fenômeno de psicofonia ou de psicografia, pois, na verdade, não há incorporação do Espírito comunicante (ou seja, o Espírito comunicante não entra no corpo do médium), mas apenas transmissão mento-cerebral da mensagem, pois o funcionamento dos centros nervosos da fala e da escrita, que estão situados no cérebro, depende da atuação do Espírito.

N’O LIVRO DOS MÉDIUNS, ao tratar da obsessão dos médiuns, Allan Kardec classifica esse fenômeno em três tipos: obsessão simples, fascinação e subjugação. A obsessão simples é a mais leve e muitas vezes imperceptível, enquanto que a subjugação (outrora chamada de possessão) é a mais pesada, pois o encarnado se transforma completamente e passa a agir de forma descontrolada, sem condições de comandar seus movimentos.

As religiões em geral consideram esse estranho e impactante fenômeno como possessão demoníaca, pois acham que a pessoa está totalmente tomada por uma força diabólica irresistível. A impressão, que se tem, é que são mãos vigorosas que constrangem o corpo do encarnado. Todavia para o Espiritismo, o domínio é apenas mental e é o próprio encarnado que dominado, se vê estimulado a produzir forças físicas, capazes de causar desordens e até incêndio no local.


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